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História Labirinto - Esclarecimentos


Escrita por: Mallagueta

Capítulo 11 - Esclarecimentos



Seus pensamentos foram interrompidos com a risada de Soranin.

- Hahaha! Está quase no ponto, falta muito pouco!
- A dentuça também vai cair em breve!
- O meu está quase afundando! E o seu?
- ...
(Soranin) - Ela ainda está resistindo a sua comida? Claro, depois de fazê-la comer vermes, o que queria? Quis ser assustadora e acabou sendo burra!
(Akanin) – Nós vamos dominá-los e só você ficará para trás!

Ela não respondeu nada e continuou observando Magali com um sorriso perverso no rosto. Tudo estava indo conforme o esperado. Era isso mesmo que ela queria: Que os outros três humanos caíssem primeiro. Era preciso que Magali agüentasse um pouco mais.

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Dentro da casa do Lucurgo, Ramona estava sentada no sofá com DC ao seu lado, já que Licurgo não conseguiu mandá-lo para casa. Ele sentava-se em outro sofá. A moça tinha um livro no colo e explicou a razão da sua visita.

- Fiquei sabendo do sumiço deles e resolvi investigar. Foi difícil, mas descobri que eles foram seqüestrado por seus ID’s. O senhor já deve saber disso, né?
- Sim, sim. – Licurgo falou sem grande interesse.
- Aí eu achei esse livro antigo na biblioteca da minha mãe que fala sobre isso.

Aquilo sim o interessou.

- E por que eles fizeram isso?
- Pra responder, a gente precisa saber por que eles existem. O que chamam de ID ou ego é a mesma coisa para as tradições esotéricas. A psicologia é que divide tudo. A verdade é que toda consciência individual é a própria consciência universal. Todos estamos conectados, todos somos um.
- Já ouvi falar disso, mas confesso que é um tanto abstrato para mim. – Licurgo interrompeu.
- É porque nosso ego cria em nós a ilusão de que estamos separados de tudo, sozinhos e aprisionados em nós mesmos. Quando é assim, ficamos próximos aos instintos primários, sempre na postura de ataque e defesa e satisfação das necessidades básicas para a sobrevivência física.

Os dois ficaram de boca aberta.

- É do ego que vem o apego, o orgulho e a vaidade. Ficamos cegos, acreditamos em ilusões, aparências, achamos que estamos separados de tudo e de todos. Quando é assim, maltratamos, desrespeitamos e agredimos as pessoas e o planeta.
- E por que os egos existem?
- Para manter as pessoas inconscientes do que são de verdade, do seu potencial e da sua natureza divina. Assim é mais fácil escravizá-las e manter o poder daqueles que governam a manada.

Licurgo deixou seus óculos caírem no chão. Bikuri tinha dito a mesma coisa. Então não eram somente delírios?

- Quem governa a manada?
- Difícil responder e isso não é importante agora. Mas é bom saber que nem tudo é o que parece. Não podemos confiar cegamente no que nos falam e ensinam porque nossa realidade é manipulada de forma a nos manter inconscientes de nossa natureza divina. Isso acabaria com o poder deles.
- Que doido, cara!
- E o que isso tem a ver com os jovens raptados?
- Em alguns casos raros, pode acontecer de o ego criar personalidade própria e querer tomar conta do corpo do humano.
- Como é? – os dois perguntaram ao mesmo tempo, com os olhos arregalados.

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Aquele jogo era uma loucura, uma seqüência de pesadelos, armadilhas, ilusões e sonhos. Eles eram colocados em situação de perigo, ou então em sonhos agradáveis que sempre terminavam de forma dolorosa. Depois acordavam e se percebiam que nada tinha mudado. Aos poucos, suas resistências estavam sendo minadas. Os quatro estavam exaustos, deprimidos e sem esperanças. Somente Magali agüentava mais um pouco porque seu ID queria que os outros três caíssem primeiro.

Soranin, Akanin e Kainin estavam posicionados, esperando o início de tudo. Ela somente aguardava.

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- Os ID’s querem tomar os corpos deles? Isso é possível?
- Em alguns casos, sim. Por isso que eles foram raptados. Os monstros querem apagar a consciência deles, diminuí-la até não sobrar nada. Então eles poderão tomar conta de tudo e governar suas vidas.
- Então eles deixarão de ser eles mesmos? – DC perguntou preocupado.
- Serão seu pior lado, a inconsciência, falta de moral, compaixão e empatia. Se tornarão criaturas egoístas, sem limites e capazes de fazer grande mal sem remorso algum. Eles serão totalmente egos, ou ID’s.

Agora sim Licurgo estava preocupado.

- Como a gente faz para evitar isso?
- Consciência. – Ela respondeu. – Eles precisam tomar consciência de quem são, entender que tem o controle das suas vidas. Nesse momento, eles estão sob forte hipnose, acreditando numa ilusão de que não tem controle nenhum sobre seus destinos. Eles acreditam que estão separados de tudo e não podem fazer nada a respeito.
- Temos que ajudá-los! Onde eles estão?

Ela folheou o livro e mostrou a ele uma espécie de mapa.

- Abaixo do mundo dos ID’s.
- Como é? O mundo dos ID’s tem um subterrâneo? Como nunca soube disso?
- Nunca sabemos toda a verdade, professor. Agora temos que ajudá-los a recobrar a consciência. Eles conhecem sobre os monstros do ID? Isso ajudaria!

O louco voltou a se sentar totalmente desolado.

- Eles já enfrentaram seus monstros antes e também esteve no mundo deles... mas eu apaguei suas memórias.
- Por que fez isso?
- Achei que seria melhor assim...

DC ficou indignado.

- Eram as lembranças deles! Não tinha o direito de fazer isso!
- Precisava protegê-los!
- De quê, professor? As pessoas não podem ser isoladas das suas experiências! É preciso deixar que cada um viva, experimente e evolua!
- Eles poderiam ter ficado perturbados com essa experiência! – ele tentou se justificar.
- Nada acontece por acaso. Se eles tiveram que passar por isso, era porque estavam preparados. Do contrário, teriam sido poupados. A vida sabe o que faz, professor!

“Ela é demais, caramba! O Nimbus não percebe porque é um zé ruela mesmo!” DC pensou achando que era um desperdício aquela garota tão legal gostar do distraído do seu irmão.

- Eu... eu nunca tive a intenção de ferir ninguém, juro!
- O senhor fez o que achou melhor. É sempre assim! Agora precisamos ajudá-los. Se a gente seguir o mapa, conseguiremos encontrá-los.
- Eu vou. Pode ser perigoso e não quero que vocês se machuquem.
- Não ouviu o que a Ramona disse? Cada um passa pela experiência que precisa! Eu enfrentei meu ID porque precisava disso! Sair da sorveteria pode ter sido imprudência ou burrice, mas eu venci meu monstro e me tornei mais forte!
- Poderia ter dado tudo errado!
- Foi um risco. De qualquer forma, eu ia aprender com a experiência!
- Além do mais, o livro é da minha mãe e eu não posso voltar pra casa sem ele, senão ela me mata! – Ramona completou e Licurgo viu que não tinha outra escolha. Pelo menos era uma luz no fim do túnel.

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- Quanto tempo falta? Isso está demorando demais! – Akain falou batendo o pé no chão com impaciência.
- Pouco mais de duas horas, seu apressado! – Soranin respondeu.
- Duas horas?
- Eles são fortes e você sabe disso. Especialmente a dentuça.
- Grrrr! Eu tenho que dar um jeito nela!
- Não vai adiantar. Ela é tão teimosa quanto você. O jeito é esperar.

O ID da Magali ouvia em silêncio. Era por causa da Mônica que ela se via forçada a esperar mais do que o previsto. Não tinha problema. Como os outros estavam distraídos, ela foi até atrás da tela de onde observava Magali e ali tinha uma garota suspensa envolta numa aura de energia escura. De sua cabeça, saiam vários filamentos que pareciam cabos conectados a tela. Era assim que todas as ilusões eram manipuladas.

Todos os outros também estavam do mesmo jeito.

 



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