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História Labirinto - Tempestade


Escrita por: Mallagueta

Notas do Autor


Parece que os ID's vão fazer tipo uma disputa pra ver quem assusta mais sua vítima. Então leiam os quatro próximos capítulos e me falem que assustou mais!

Capítulo 6 - Tempestade



Um sonoro arroto se fez ouvir no recinto e Akanin bateu em sua barriga bem avolumada.

- Aaaaiii... nunca mais vou tomar sorvete na vida... oba, sobrou uma bola de napolitano! Nham-nham...
- Já acabou, seu indecente? Temos que voltar ao trabalho! – Soranin chamou se posicionando diante da tela de sua vítima. – E agora estou cheio de idéias! Excelentes idéias!

Akanin levantou-se num pulo só e falou.

- Eu também estou a todo vapor e com umas idéias muito boas!
- Idéias? Um néscio como você?
- Do que foi que você me chamou?
- Exatamente! Você não conseguiria pensar em nada! Eu sou a única cabeça pensante por aqui!

Os outros dois olharam para ele com hostilidade e Kainin falou.

- Não subestime minha capacidade criativa! Eu posso fazer esse rapaz sentir terrores inimagináveis!
- Eu também posso... – o ID da Magali começou a falar e os outros dispararam a rir.
- Você? Não seja tola! Deixe quem entende do assunto trabalhar. Observem!

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- Ai, fala sério! Já tô ficando todo enrugado! – Cascão reclamou farto de toda aquela umidade no seu corpo. Então ele levou um susto ao sentir algo beliscando sua perna. Teria sido só uma impressão? Outro beliscão. – Caramba, tem alguma coisa aqui!

O rapaz começou a tremer de medo, achando se tratar de um animal devorador de gente quando um peixinho colorido saltou na sua frente. Ele tinha o corpo amarelo e azul com grandes nadadeiras avermelhadas. Era até bonitinho e parecia aqueles peixes de aquário.

- Ufa, que susto! E aí, amiguinho? Tá perdido aqui também? – ele começou a falar com o peixe já que não agüentava mais todo aquele tédio. Engraçado... era a primeira vez desde que fora parar ali que ele via uma forma de vida naquele oceano. Será que tinha mais?

Outro peixinho começou a pular em volta dele, e mais outro. Tudo estaria bem se não fosse por uma visão perturbadora que surgiu mais ao longe. Era uma visão familiar que ele conhecia nos filmes que mesmo não sendo terror, lhe despertavam medo profundo porque se passavam em alto mar.

- Tubarão? Agora eu tô ferrado! – de onde estava, ele via somente a grande nadadeira indo de um lado para outro.

Ele tentou bater os pés e nadar para longe, mas sabia que não ia conseguir nadar mais rápido do que seu predador. O grande corpo de um tubarão surgiu na água, pulando sobre sua cabeça e deixando-o ainda mais apavorado. Parecia ter cinco ou seis metros e ele pode ver seus dentes enormes e pronto para devorá-lo pedaço por pedaço.

- Argh, sai pra lá! Eu tenho gosto ruim e faço dor de barriga!

Então ele percebeu uma coisa estranha. O tubarão não parecia interessado em devorá-lo. O grande peixe nadava e saltava da água sacudindo seu grande corpo e ao olhar para debaixo da água, Cascão viu que tinha algo maior ainda vindo do fundo e que parecia perseguir o tubarão. Certo, então havia ali um predador ainda maior e mais assustador que um tubarão?

Ele viu um cardume daqueles bonitos peixinhos pulando da água ao mesmo tempo, deixando-o confuso. Aquele tubarão enorme estava mesmo fugindo de peixes ornamentais? Por quê? A resposta não demorou muito. A poucos metros de distância, ele viu os peixes se juntando ao redor do tubarão, que se debatia fortemente. Num segundo, ele estava lá. Quando o cardume se desfez, ele tinha desaparecido totalmente e Cascão entendeu o quanto estava encrencado.

Aqueles peixinhos eram o verdadeiro predador daquele oceano e iam devorá-lo vivo se não desse um jeito de fugir rápido. Desesperado, ele largou o pedaço de madeira e tentou sair dali nadando o mais depressa que conseguia. Era uma questão de sobrevivência agora. O cardume ia ao seu encalço, saltando para fora da água e o cercando por todos os lados.

- Droga, eles vão me pegar!

Ele batia os pés freneticamente e dava grandes braçadas tentando nadar mais rápido. O cardume estava quase lhe alcançando quando de repente recuou e foi embora. Cascão parou de nadar, sentindo os membros ardendo com tanto esforço e respirou aliviado.

- Eu heim... por que eles fugiram? – uma ondulação fez com que seu corpo subisse e descesse. Depois outra ondulação e todo o oceano começou a se mexer como se fosse mesmo um oceano de verdade. Um vento forte começou a soprar à medida em que o céu foi ficando mais escuro e se enchendo de nuvens.

Não demorou muito e os pingos de chuva começaram a cair, ficando cada vez mais fortes até se transformar em uma tempestade com muitos raios e trovoes.

- Fala sério! Só faltava mais essa! – ele gritou apavorado. Como se não bastasse ter água em baixo, ela também tinha que cair do céu? O pior eram as ondas que estavam se formando. De pequenas marolas, elas foram ficando mais e mais altas até parecer verdadeiros tsunamis.

O coitado era jogado de um lado para outro, tentando nadar e se manter na superfície da melhor forma que podia. De vez em quando, uma onda caia sobre ele fazendo-o afundar. Quando afundava, era o verdadeiro terror. Água por toda parte, lhe cobrindo totalmente e sem poder respirar. Depois ele emergia engasgando e cuspindo água.

No meio de toda aquela trovoada, ele ouviu um forte rugido. Quando os relâmpagos iluminaram novamente, ele viu a silhueta de uma grande criatura com corpo de serpente marinha que mergulhava e emergia das águas de forma sinuosa. Depois ele viu outra, e mais outra. Céus! Ele estava cercado por monstros marinhos? Tinha como aquilo ficar pior?

Sim, tinha. Um monstro passou bem perto dele, arremessando-o para o alto com seu grande corpo. Uma boca enorme se abriu e Cascão viu dentes, uma língua bifurcada e uma garganta profunda esperando por sua carne. Outra serpente golpeou a primeira, fazendo com que ela fechasse a boca e não conseguisse agarrar seu petisco. Ele caiu novamente na água e já não tinha mais forças para nadar.

Seu corpo foi erguido novamente, mas não por um monstro e sim por uma onda que foi aumentando de tamanho até ficar maior que um prédio de dez andares.

- O que mais falta acontecer, porcaria? – ele gritou já exausto de toda aquela loucura. Era um milagre não ter afogado ainda, mas sua vida estava por um fio. Do topo da onda, ele viu que os monstros tinham afastado. Estavam indo embora ou algo pior ainda estava por vir? Ele viu que era a segunda opção quando viu, lá embaixo, um grande redemoinho se abrindo no oceano.

O pavor foi tão imenso que ele nem conseguiu gritar e ficou apenas ali, parado, olhando estático o grande abismo que se abria diante dos seus olhos. E ele estava para ser arremessado ali dentro! Se tinha uma coisa que lhe apavorava mais do que água, era a possibilidade de ser sugado por um redemoinho de água. Definitivamente, aquele era seu fim. Ele apenas fechou os olhos para não ter que encarar o terror inimaginável abaixo dele e se deixou levar. Não tinha mais para onde fugir.

Seu corpo foi arremessado, ele se sentiu caindo em queda livre e se chocou contra a água, afundando alguns metros e se debatendo tentando nadar. Depois sua cabeça emergiu para fora d’água e ele tentava respirar como se sua vida dependesse disso. E, claro, dependia. Ao abrir os olhos, viu que tudo estava calmo novamente, com o velho pedaço de madeira ao seu lado e a mesma paisagem monótona e parada.

- Véi... – foi só o que ele conseguiu murmurar, em choque total.

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- E então? Ainda acham que meu oceano é chato?

Akanin fez careta de pouco caso.

- Peixinhos coloridos que comem tubarões? Faça-me o favor! Eu não fiquei nem um pouco apavorado!
- E nem era! O que conta aqui é o pavor que causamos nos humanos e ele ficou apavorado além da sua imaginação.
- Tá, tá! Agora deixem um profissional de verdade cuidar disso!

Soranin resolveu cutucá-lo.

- Você? A criatura mais sem imaginação que existe? Essa eu quero ver!

 



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