*LACES*
CAPITULO I
MDC: Alice - Avril Lavigne
(NIC BRIER)
- Levanta da cama!
- Mas...
Senti meus cabelos sendo puxados e meu corpo sendo arrastado da cama.
- Já disse que você não vai faltar na escola hoje!
Gritei quando ela puxou mais forte e me levou até o banheiro.
- Oi espelho, oi pasta, oi escova, oi privada, oi chuveiro, oi água, oi sabonete, oi tapetinho, oi papel higi...
- VAI LOGO NICOLLE!
Suspirei.
Sabe quando você está tão exausta que não reconhece nem seu próprio reflexo?
Essa sou eu.
- Veste essa roupa aqui.
- São curtas mãe...
- São caras, e eu estou mandando vestir, garota.
- Mas...
- Seu namorado está te esperando no portão...
- Já disse que ele não é meu namorado... - Retruquei.
- Já disse que você não tem escolha! - Minha mãe me segurou pelo braço e me puxou até a porta. - Gustavo!
- Dona Brier! - Ele disse contente, como se tudo estivesse bem.
Minha mãe nos deixou a sós.
Me virei e comecei a caminhar.
- Ei, Nicolle, entra no carro. - Ele pediu, mas ignorei.
- Já falei para você parar de aparecer na minha casa Gus, não estamos mais juntos!
O vi sair de sua BMW.
Acelerei o passo, com medo do que ele faria, mas antes que eu virasse a esquina ele veio até mim e segurou minha mão virando-me para ele, se aproximando e cheirando meu pescoço.
- Você vai entrar nesse carro, vai ser minha namorada e vai aceitar calada. - Ele sussurrou dando mordidas fracas e eu fechei meus olhos com força, tentando impedir as lágrimas. - Vem.
Me puxou e me fez entrar no carro.
- Você... - Engoli seco. - Você não pode fazer isso comigo, não pode... - Solucei. - Eu não sou sua, não sou um...
Gustavo segurou minha mão e a apertou.
- Amor... - Ele me chamou, mas ignorei.
- Nicolle! - Ele apertou mais minha mão e eu o olhei. - Melhor assim. Ontem você nem imagina o que houve na universidade...
Revirei os olhos.
- Uma das vagabundas de Humanas tentou se matar.
E foi assim que conseguiu minha atenção.
- Quem? - Perguntei.
- Uma novata... Esqueci o nome dela, mas era cega. Estão dizendo que ela não aguentou a brincadeira e foi se matar. - Ele riu.
Chegamos na escola e ele estacionou.
- Até fizeram #PartiuMorrer pra ela, nunca vi garota mais infantil.
- Você é um bosta, Gustavo, nem sabe do que está falando, eu tenho que ir. - Tirei o cinto e sai do carro antes que ele pudesse me impedir.
Peguei rapidamente o celular e disquei o número da única pessoa com quem eu podia contar.
- Nic? Aconteceu alguma coisa? - João perguntou sonolento.
- Eu que pergunto, a Dillian está bem?
- Como assim? O que aconteceu com a minha irmã?
- Meu Deus João, você não sabe?
- Não... ? Porque saberia de alguma coisa? O que aconteceu, porra!
- Ela tentou se matar, idiota!
(ERICK SMITH)
Água.
Muita água.
***
Acordei hoje de manhã com muito calor, me vesti com calor, levei Mylla pra escola com calor, passei a tarde com calor, tomei café da tarde com calor e fui pra faculdade com calor, mas as coisas mudaram assim que cheguei.
Passei pelo campos e vi as quadras, as árvores e a piscina. Era tudo muito lindo, e muito caro.
- Senhora, você pode me dizer onde fica a minha sala ? - Perguntei à secretária.
- Qual o seu curso? - Ela perguntou entediada.
- Engenharia. - Respondi.
- Vou ver o que posso fazer por você, garoto.
E então ela sumiu de vista.
Bufei.
Mas não foi ela que me deixou irritado.
Eu tive que tomar muitas decisões em pouco tempo e me mudar com a minha irmã mais nova foi uma das mais difíceis. Eu era só um cara que queria ser feliz e então um balde de água fria leva meus sonhos e todo o resto.
Depois de dez minutos decidi procurar sozinho pela minha sala e fui ao elevador onde um homem aguardava.
Ele era visivelmente de alto nível, financeiramente falando.
- Estou procurando a primeira aula do curso de Engenharia, você por acaso sabe onde eu devo ir? - Perguntei.
O elevador abriu e o rapaz entrou e clicou no segundo e no quarto andar.
- Pode entrar, não mordo não. - Ele riu. - Você vai pro quarto andar.
- Obrigado.
Assim que as portas se abriram no quarto andar, passei a suar frio.
sabe o banho de água fria que a vida me deu ?
Nem se compara a esse.
***
Água.
Muita água.
Demoraram alguns segundos para que eu percebesse que precisava de oxigênio se quisesse viver então emergi junto ao pequeno corpo encolhido em meus braços.
Ela puxou o ar rápido demais e começou a tossir.
Fui até a beirada e a coloquei deitada ao lado da piscina e depois me juntei a ela.
Ambos olhávamos para o céu e respirávamos com dificuldade.
Eu a olhei.
Seu peito subindo e descendo e sua boca abrindo e fechando.
Nunca vi nada assim. E não estou falando pela situação...
- Você ficou maluco!? Podia ter matado a gente! - Ela se sentou e eu a segui.
- Como é que é ?! Você que ia se matar, está reclamando de que ?
- Se eu quisesse ajuda de alguém eu tinha pedido!
- AH CLARO, ANTES OU DEPOIS DE MORRER?! - Gritei e ela engasgou e começou a chorar. - Não... Para, não chora... - Coloquei minha mão em seu ombro mas ela se levantou.
- Porque... você fez isso? - Perguntou.
- Porque eu quis. - Ela não me viu fazendo careta, mas ouviu o sarcasmo da minha voz, pois riu amargamente enquanto chorava.
- Tem mais alguém aqui além de nós dois ?- Ela falou baixo.
Boa pergunta.
Olhei em volta e não haviam menos do que todo o campus, nos olhando, pasmos, tentando entender o que havia acontecido.
- Dil! Dillian! - O mesmo homem do elevador veio correndo a pegou no colo. - Você está bem? Eu vou te levar no hospital e...
- Eu to bem! Só me ponha no chão, Richard. - Ela pediu se acalmando e ele a obedeceu e depois veio para cima de mim.
- O QUE VOCÊ TEM NA CABEÇA SEU IDIOITA?! VOCÊ QUASE A MATOU!
- Ei, espera aí, eu salvei a vida dela! - Disse.
- Você n devia ter colocado a mão na minha mulher.
- Namorada... - Dillian corrigiu.
- Eu não quero nada, só não deixei ela morrer, seu retardado!
- Eu só quero ir pra casa!
- Eu te levo, Dil.
- Eu sei ir sozinha, Richard. - Ela se afastou dele. - E valeu por estragar minha roupa.- Ela disse á mim e foi embora. Simplesmente foi embora.
MAS HEIN?!
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