História Laços - Ano novo, vida velha

Sabe aquele momento da vida em que você simplesmente está vivendo no piloto automático? Pois é, assim se foram dois longos meses de férias mal aproveitados enquanto eu vivia enfiado em uma fazenda no quinto dos infernos. Já que o meu padrinho, o Jiraya, pôs na cabeça do meu pai que preciso passar mais tempo com os velhos da família Uzumaki, minha mãe amou a ideia, e lá se vai um Naruto sendo jogado na jaula dos leões. Não me leve a mal, gosto de natureza e tudo mais, mas 2 MESES INTEIROS??? É querer demais de mim. Nem quero imaginar quantas festas eu perdi ou em como minha audição deve estar danificada por ter passado tanto tempo com a Ino. Sim, estive a um passo de me render a loucura por causa dos gritos histéricos dela, mas eu aguentei firme e sobrevivi \o/. Acontece que, logo essa criatura, é afilhada do esposo da minha tia (até agora estou tentando descobrir se somos ou não parentes), e por alguma praga que rogaram em mim, ela também foi passar as férias na bendita fazenda. Até que enfim as férias acabaram, nunca pensei que fosse dizer isso.

Desci do carro junto com as minhas malas em frente ao depósito de adolescentes, por que , no fim das contas, é disso que um colégio interno se trata: um lugar para por seus filhos até que eles cresçam e não deem mais trabalho. A vovó Tsunade já é mais parente meu que meus pais, que por sinal vivem até mesmo em outro continente, já que segundo eles o Japão era o melhor lugar para eu estudar, enquanto eles curtem os Alpes Suíços. Logo algum dos empregados leva a minha mala para a inspeção de "objetos suspeitos", como se eu carregasse um fuzil ou algo do tipo. E eu subi logo para o meu quarto antes que eu topasse de novo com aquela loira histérica reclamando de como os mosquitos da fazenda fizeram mal para a pele dela. 

Chegando lá, a porta já estava destrancada, o que significa que o dobe já voltou das diabas das reuniões de família dele. Sério, já houvi falar em pai arrogante, mas o Fugaku abusa desse conceito. Confirmando minha suspeita, o Sasuke já estava jogado no sofá, dormindo. Isso não é nada receptivo, sabiam? Mas eu sou, e muito. Só que para isso ele tem que ta acordado né? Fui até a cozinha e enchi um copo com água gelada. Ao ver ele deitado no sofá branco pensei se a tia da limpeza não iria me decapitar por molhar o sofá. Ah, mas o que é isso comparado com a visão desse porco espinho todo molhado? É, vale a pena. Com essa certeza no coração, despejo a água no Sasuke. 

3...2...1..

- NARUTO!!!!!!!!!! SEU FILHA DA PUTA! - tá talvez não tenha valido tanto a pena assim. Agora temos um ser levemente alterado, com uma camiseta azul e um jeans preto encharcados, ele respirou fundo, opa, péssimo sinal - Vem cá que eu vou te castrar na faca de serra!

- QUE? TA LOUCO? - falei saindo em direção a porta, e é ai que dou de cara com o Sasori! Palmas para ele, salvador da pátria.

- AH, até que enfim alguém sensato e capaz de parar esse maníaco - disse indo para traz dele.

- Quem? Eu? Puff, Ele ta aqui Sasuke, só não perturbem meu almoço.

- QUE??? ISSO É COMPLÔ - eu disse vendo a cara de sanguinário do Sasuke.

- Ta bom, ta bom Naruto, para de gritar - disse o Neji aparecendo atrás de mim - parece que passar o verão com aquela oxigenada fez você ficar ainda mais escandaloso, se é que é possível. Vamos Sasuke, temos muito que preparar até o começo das aulas.

- Tsc, você ainda me paga - ele disse e eu gelei. E esses são os meus três colegas de Sanatório, quer dizer, de dormitório aqui na Elite Way School, ou como eu gosto de chamar: depósito de adolescentes mal amados.