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História Lado Negro - Prólogo


Escrita por: Semideus4

Capítulo 1 - Prólogo


Fanfic / Fanfiction Lado Negro - Prólogo

Outono - 1997

    Nas ruas desertas de Portland no Mine, aquele casal andava aflito sob a fraca luz da lua escondida atrás das nuvens negras que cobriam o céu. Volta e meia o homem alto e loiro olhava para trás – o medo evidente em seus olhos. A mulher dos olhos verdes tão brilhantes quanto uma esmeralda segurava um bebê em seus braços, ela agarrava aquela criança de forma protetora e possessiva, se sentia nervosa e um tanto ansiosa, lágrimas já escorreriam por seus olhos.

O casal então parou a frente de uma casa de dois andares e foram até a porta, o que fez aquela mulher abraçar a criança ainda mais forte, não se sentia pronta para aquilo.

–  Não sei se consigo! – sua voz saia tremula e abafada pelas lágrimas.

– Escute – o homem colocou suas mãos grandes e fortes nos seus ombros numa tentativa de acalma-la –, eu também não queria fazer isso, mas sabemos que isto é o melhor para nossa filha...

Ele olhou para a pequena e a pegou dos braços da mãe, a envolvendo com ternura depositou um beijo em sua bochecha rosada, e uma lágrima solitária escorreu de seu olho. O homem sorriu sem felicidade alguma aparente em seus lábios, seu coração partido doía com a ideia de que estava prestes a abandonar a própria filha, alguém que amou desde o momento que sua mulher dissera com todas as palavras: "Estou grávida e não podia estar mais feliz". Aquilo ecoou por sua mente como se recém tivesse acontecido.

Quando encarou o rosto inchado e vermelho – por culpa do choro – de sua mulher pôde ver o desespero que ele exalava. Então disse com convicção:

 – Você voltará a vê-la, eu prometo!

Dito isso, ele largou a criança sobre o tapete escuro que ficava em frente a porta, retirou do bolso de seu casaco duas cartas, uma designada ao homem que cuidaria de sua filha; a outra para a própria.

 

Após o casal ter tomado uma distância segura e terem se certificado que ninguém os vira, eles por fim relaxaram em meio aquela floresta escura e repleta de árvores compridas nos limites de Portland.

 – Você acha que ela estará segura? – perguntou a mulher preocupada.
 

– Eles não a encontrarão – afirmou, mais para convencer a si mesmo.

De repente uma angustia tomou-lhes o peito, seus pelos eriçaram em aviso de que algo estava errado. Eles sentiam a presença de alguém, de algo... Uma sombra se movimento pelo alto das árvores.

– Eles estão aqui! – o homem disse aflito olhando para todos os lados. – Temos que ir.

E antes que pudessem dar um passo, um homem de cabelos pretos com uma enorme capa aveludada vermelho sangue parou em frente a eles, os olhos eram negros e sombrios, ele os olhava com ódio.

Fuja!, o homem loiro gritou na mente de sua mulher. Corra e não olhe para trás, jamais!

Não posso deixar você, sibilou em seus pensamentos.

Vá!, ele gritou o mais alto possível em sua cabeça e, a mulher assustada correu, correu o quanto podia e antes que aquele homem estranho pudesse ir atrás dela o outro atacou. O da capa o pegou pelo pescoço e o ergueu contra uma árvore, o ar já se esgotava em seus pulmões e ele se debatia, o que era em vão. Então, ali sob os olhos indecifráveis dos corvos ergueu uma adaga de pedra branca e a cravou exatamente aonde ficava o coração daquele homem que soltou um grito agudo cheio de dor, enquanto seu sangue escorria e pingava no chão de terra coberto pelas folhas do outono. O outro girou a adaga com satisfação e os cantos de sua boca ergueram levemente ao ver o olhar petrificado no nada do pobre homem.

 

Anos depois...


Notas Finais




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