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História Lado Negro - Revelações


Escrita por: Semideus4

Notas do Autor


Peço desculpas pela demora, é que estive sem tempo por causa das provas e tals, em fim, espero que gostem do capítulo amores (:

Capítulo 13 - Revelações


Nathan Miller

Estava em um bar qualquer bebendo, havia homens gordos e outros ricaços apostando dinheiro em mesas de jogo, a música que tocava de fundo era um rock das antigas sem ritmo algum, tipo aquelas bandas que querem fazer sucesso sem talento algum. Ninguém parecia ligar afinal suas risadas de deboche e seus gritos de euforia eram mais altos que eu mal conseguia escutar meus pensamentos, a fumaça dos charutos e cigarros acesos mais parecia neblina se espalhando por todo o pequeno local, não que eu ligasse, o cheiro era bom e tudo que me restava no momento. Estava sentado em uma das banquetas em frente ao balcão de madeira desgastada quando alguém se senta ao meu lado, um homem, que tinha o capuz de sua capa preta sobre sua cabeça, e quando pediu o mesmo que eu, uma vodka, reconheci sua voz, não lembrava exatamente de onde, mas já havia o ouvido em algum lugar.

 – Quero falar com você – o ouvi dizer e percebi que era comigo que falava, ele retirou dinheiro do bolso da calça jeans e o tocou sobre a poeira do balcão, o suficiente para pagar a minha e a sua bebida. – Venha!

 Mais ordenou do que pediu, não gostava de receber ordens, mas a curiosidade falou mais alto e então o segui quando ele se levantou e passou pela porta que rangeu ao ser aberta e fechada, agora estávamos na rua, sob uma lua brilhante e um céu cheio de estrelas, o local parecia mais abandonado do que quando cheguei, não passava nenhum carro sobre aquela estrada esburacada e do outro lado só se via árvores e árvores. Chutei alguns cascalhos do chão de terra e olhei para o homem, que tirou seu capuz, e então pude ter conhecimento do mesmo.

 Confesso que fiquei perplexo em vê-lo, perguntava-me o que estaria fazendo em um lugar como esse e principalmente: o que queria comigo? Era estranho o fato de ter me procurado.

 – Pela sua expressão acho que não esperava por isso, certo? – ele se escorou na parede caindo aos pedaços do bar e me fitou, não faço ideia do que se passava por sua cabeça.

 Observei-o e me aproximei dele em passos lentos, o que afinal Peter queria comigo? Será que queria me dizer para ficar longe de Allyson? Porque um pai em sã consciência faria isso, tudo bem que ele não era o pai dela, mas era quase isso. Ally só falava bem dele e o quanto gostava de sua companhia e tudo mais. Só que isso era meio bizarro, ainda mais o fato de ter me encontrado nesse fim de mundo, que ficava nas fronteiras da cidade.

 – Como me encontrou? – perguntei.

 – O cachorro. – Ele apontou com a cabeça para trás de mim.

 Quando olhei, pude ver o mesmo animal que esteve pela manhã no colégio, seu pelo preto estava iluminado pela luz prateada da lua, ele estava sentado obedientemente e me olhava. Consegui acalma-lo hoje porque anjos podem meio que fazer isso, temos uma comunicação limitada com os animais, é como se os entendêssemos.

 – O mandei para sentir seu cheiro – disse Peter, me deixando ainda mais confuso. – E então o farejou até aqui... É um animal concebido com a aura dos guardiões.

 Arregalei os olhos, como ele sabia dessas coisas? Quer dizer... Agora sim estava completamente chocado, paralisei o olhando, ele deu um pequeno sorriso. E então uma ideia maluca passou por minha cabeça, porque se você juntar as peças diria que ele é... Ele é o guardião da Allyson. Eu nunca pensaria nisso, para mim era só um homem comum como qualquer outro, que teve um bebê largado em sua porta e cuidou do mesmo. Isso parece bizarro agora.

 Peter ficou em silêncio, talvez esperando que eu terminasse de entender as coias e voltasse a mim, olhei mais uma vê para o cachorro e me perguntei como não havia percebido antes, animais que tem esse tipo de aura geralmente não passam despercebido por nós anjos a não ser que venham dos guardiões, aliás, são pessoas que tiveram um tipo de magia sobre si, destinados a cuidar de alguma criatura, mas são raros os casos que essas pessoas cuidam de seres das trevas por assim dizer.

 – O que você quer comigo? – foi o que consegui dizer.

 – Sei que veio atrás de Allyson – e tudo se resumia a ela, de novo. – Imagino o porquê e saiba que não vou deixar que a leve, é melhor se manter distante dela e nem pense que a entregará para os arcanjos sem antes me enfrentar!

 Agora ele se aproximava, a raiva estava aparente sem seus olhos, eu não estava com medo, poderia enfrentá-lo, só que ele estava confundindo as coisas. Esquivei-me quando ele estava a apenas um paço de mim.

 – Você planeja o que? Mata-la ou entrega-la em vida para que seja torturada? – ele colocou a mão sob a capa, em algo que estava preso em sua cintura, talvez uma arma. Não podia saber.

 E então de lá puxou algo mais fino que uma flecha comum, era de um prata esmaecido, adornada por desenhos em espiral. Parei de respirar por um momento, e enrijeci ao perceber do que se tratava. Há uma eternidade não via uma seta estelar. Peter segurava como quem já treinou muito, cuidando sempre para não tocar na ponta afiada e mortal.

 Eu não sabia onde ele havia arranjado uma, pois foi deixada de ser forjada há muito tempo, algo que se tornou raro entre todos nós. Algo mortal para os anjos, que nos queima até restar apenas cinzas e uma pacata lembrança de que um dia vivemos. Igualmente para demônios, aquela era arma mais mortal de todas para n

 – Onde você conseguiu isso? – eu tentava me manter parado, ele poderia interpretar qualquer movimento meu como algo ameaçador e fincar aquele objeto em minha pele.

 – Tolos! – proferiu com desdém. – Todos vocês. Esqueceram-se dos párias?

 É claro! Os párias são uma facção de anjos covardes e tagarelas evitados tanto pelo Céu quanto pelo Inferno, e talvez algum anjo recluso ainda tenha conhecimento sobre a arte da confecção de setas estelares. Que quando disparadas em um humano não deixa nada mais que um ponto dolorido.

 Mas será que ele tinha contato com eles? Quero dizer, ninguém ousa se aproximar deles, então quem dirá fazer tratos com os párias. É uma raça de anjos um tanto repugnantes e em geral cegos, seus olhos são estranhos, acredite, já tive que enfrentar alguns. Mas esse não é o caso, o único problema que tenho aqui é algo que pode acabar com minha vida apontada na direção da minha garganta, nunca vi alguém usando uma seta estelar, só em imagens de livros antigos e geralmente é usada em um arco.

 – Acredite em mim, não quero fazer mal a Ally. – Falei calmamente, já estive em situação quase piores.

 – Qualquer um em sua condição diria isso.

 – Estou falando a verdade, pelo menos não quero mais... – olhei em seus olhos, ele parecia indeciso, mas ainda sim continuou com a seta apontada para mim.

 – E porque eu devo acreditar no que está dizendo? – demandou cerrando os olhos.

 – Porque é a verdade – uma terceira voz falou, dei um pequeno sorriso.



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