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História Lado Negro - Em plena queda


Escrita por: Semideus4

Capítulo 8 - Em plena queda


Allyson Angnel

Eu estava no meu quarto em frente ao espelho me olhando, volta e meia encarava o roupão branco que cobria meu corpo nu, e depois olhava pelo reflexo do espelho algumas das minhas roupas que estava jogadas no chão e sobre a cama, torci o o lábio, não sabia o que vestir para a festa do Matt na praia. Estava travando uma batalha em minha cabeça, e eu me sentia aquelas patricinhas de filme que surtam por não ter roupas quando tem o dobro do que possuo no meu closet.

De repente a porta do meu quarto foi aberta.

– Hey bith! – Jennifer logo fechou a porta. – OMG! Um furacão passou por aqui?

– Não sei o que vestir. – Bufei e me sentei na beirada da cama, e a olhei suplicando ajuda apenas com o olhar.

– Então ainda bem que cheguei a tempo – ela sorri e eu também. – Vamos ver primeiro o biquíni.

Ela foi até comoda ao lado da porta do closet e olhou dentro da gaveta, bagunçando ainda mais as peças de biquíni ali dentro. Analisava alguns, me mostrava outros que, meu deus, como podia ter usado aquela coisa vermelha? Peguei das mãos de Jen e toquei no lixo  a fazendo rir. Somente agora parei para analisa-la perfeitamente. Ela estava com um vestido de variados tons de azul mesclado com preto e um par de sandálias pretas. Ela logo me olhou e sorriu, tocando um biquíni que eu simplesmente amava, vesti um short com detalhes rosa de um lado e uma camisa branca sem manga com transparência, coloquei um colar combinando com o par de sandálias marrom.

Depois de eu estar pronta me despedi de Peter e saímos, decidimos ir no carro da Jennifer e assim fizemos, seguimos para a praia e quando chegamos encontramos uma vaga onde ela estacionou e descemos. Andamos pela calçada e depois fomos para a areia, perto de onde havia uma grande fogueira com pessoas na volta conversando e bebendo enquanto se aqueciam da brisa gelada que pairava no ar. Para o meu lado esquerdo – pouco mais de 3 metros de distância – havia pessoas dançando e se esfregando uma nas outras ao som da musica alta que saía de caixas de som instaladas á volta.

Então veio Matt sorrindo até nós e antes de nos cumprimentar com um beijo na bochecha ele nos analisou dos pés a cabeça dando um sorriso pervertido.

– Sejam bem-vindas a minha humilde festa! – como ele podia chamar aquilo de humilde? Ele conseguira até abrir os quiosques a essa hora, onde se vendia bebidas e inclusive de álcool. – Se precisarem de algo é só chamar. – Com isso ele saiu indo para o meio das pessoas.

Matt era gente boa e dava as melhores festas da cidade, mas também, sendo filho do Prefeito ele conseguia praticamente tudo, desde que isso trouxesse benefícios aos eu pai, e esse tipo de festa dava dinheiro, muito dinheiro, sem falar que Matt sempre dava um jeito de fazer propaganda para o pai, assim ganhava fácil o que queria. E quem é amigo dele se acha sortudo, pois dependendo, você pode até ser um vendedor de drogas e ser pego que Matt fala com o pai dele e se for possível a pessoa é solta na hora, mas como eu havia dito: tem de trazer benefícios ao pai. Ou seja, votos.

Mas em fim, voltando a atenção a festa, Jennifer disse ao observar umas garotas:

– Tudo bem que eu uso short e saias curtas, mas essas meninas devem ter comprados os seus na seção infantil, só pode. – Nós rimos baixinho e de repente ela ficou séria. – Quem é aquele gato?

Ela apontou disfarçadamente para trás de mim e quando me virei, vi um homem alto, de cabelos escuros, realmente era bonito, e ele conversava com outra pessoa, só não conseguia reconhecer quem era o cara...

Espera.

Eu conheço aquele corpo – só não me chame de pervertida, mas eu reparo nestes detalhes.

E espera mais uma vez...

Nathan!

Era ele com certeza, ainda mais quando mudou de posição e ficou de lado, dando para ver perfeitamente seu perfil.

– Vamos lá! – exclamou Jennifer.

– O que? Você é maluca? Nem conhece eles e eu não conheço aquele cara! – protestei cruzando os braços.

– Não. Mas conhece o Nathan e você são até uma dupla! – insistiu.

– Somos colegas e não amigos – retruquei.

– Por favor! – ela fez beicinho e juntou as mãos. – Vamos até lá, você me apresenta ao Nathan, e automaticamente ele vai nos apresentar o amigo gato dele, e aí eu jogo meu charme, porém, sem parecer fácil de mais – o modo como ela disse isso tudo seriamente me fez rir.

Revirei os olhos sorrindo e me recriminando pela minha decisão, engatei meu braço no de Jen e sem dizer nada fomos na direção dos dois e reparei que todas as garotas que passavam por eles os olhavam ou então davam algum jeito de passar encostando em seus braços. Quando estávamos bem perto, o garoto, que reparei apenas agora, tinha olhos azuis bem clarinhos, quase verdes, acenou levemente com a cabeça em nossa direção e Nathan nos olhou, seus olhos encontraram os meus e eu dei um sorriso meio sem graça.

– Oi – torci o lábio. – Essa é minha amiga Jennifer, Jen esse é o Nathan – credo, que coisa mais formal.

– E aí meninas – Nathan sorriu. – Esse é Jason, Jason Smith. Allyson. – Disse meu nome apontando para mim.

– Prazer em conhece-las – ele sorriu nos olhando de cima a baixo, porque todos tinham que fazer isso?

– Igualmente – disse Jen dando seu melhor sorriso e depois me olhou. – Vamos dançar? – ela me lançou um olhar conspirador e eu entendi o que ela planejava.

– Não estou afim, vai só você – ainda bem que eu fazia aulas de teatro.

– Eu posso ir com você, se não tiver problemas – disse Jason todo educado e com um lindo sorriso estampado em seu rosto.

– Porque não?! – falou minha amiga despreocupada e me olhou com um sorriso. – Vai ficar bem sozinha?

– Ela não estará completamente sozinha – Nathan respondeu por mim o que me fez o fuzilar com o olhar. Ele só riu disso e logo Jennifer e Jason saíram, me deixando sozinha com ele. – Quer beber alguma coisa?

– Ok, agora somos só nós dois mesmo... – dei de ombros.

Nós passamos pelo meio de algumas pessoas e foi meio difícil chegar até um dos quiosques, mas por fim chegamos e ele comprou duas garrafas menores de vodka e me entregou uma. Eu geralmente não bebia, mas podia abrir uma exceção. O que ele ia fazer? Se aproveitar de mim? Esse não é o tipo dele, afinal com sua beleza podia ter a garota que quisesse na hora que bem entendesse.

Nós fomos andando na direção das pedras e escalamos algumas até estar no topo, não havia ninguém ali, mas dava para ver todos dali de cima, nós estávamos um pouco próximos da beirada do penhasco que dava arrepios, porque cair dali de cima nas pedras e na água lá embaixo não seria algo nem um pouco agradável. Mas isso não impediu de Nathan sentar com as pernas suspensas e estendeu a mão para mim para que me juntasse a ele, olhei indecisa, mas me rendi e me sentei ao lado dele deixando as pernas balançarem no ar. Ele abriu as garrafas e nós ficamos ali bebendo e conversando por um tempo.

– Já pensou como seria cair daqui? – Nathan perguntou do nada, olhando para baixo.

– Seria trágico – eu ri.

– Eu pularia, com certeza não morreria. – Disse ele, me fazendo rir mais ainda e me engasgar um pouco quando dei o último gole da vodka.  

– Duvido, já viu a altura disso? Já reparou nas pedras lá em baixo? Você é louco! – e eu continuava rindo daquilo, mas fui parando aos poucos, acho que era o efeito da bebida, mesmo ainda estando sóbria.

– Você não me conhece tanto assim – ele deslizou uma das mãos para minhas costas e alisou a mesma, aproximou seu rosto do meu e acariciou meu pescoço com seu nariz e então levou os lábios até meu ouvido. – Tantos anos... – murmurou e mesmo não sabendo do que ele falava eu me arrepiei. – Como seria se eu te empurrasse? – murmurou novamente me fazendo arregalar levemente os olhos. Eu não sabia se ele falava sério ou se estava apenas brincando, e eu torcia para a última opção.

Do nada tive uma sensação estranha, como se invadissem minha mente e senti uma dor aguda e do nada fui realmente empurrada por Nathan dali de cima, gritei em desespero enquanto caía de costas, balançava meus braços freneticamente e tentava me agarrar no ar, pude ver a silhueta sob o luar do garoto lá em cima, que tinha um olhar sombrio. Eu caía e parecia que nunca chegava na água o que me deixava mais agoniada. Fechei meus olhos esperando pela morte certa, nunca pensei que morreria tão...

Abri meus olhos lentamente e eu estava... eu estava de volta, como isso é possível? Eu estava sentada ao lado de Nathan como se nada tivesse acontecido, exceto pela minha respiração ofegante e pelos meus pelinhos estarem arrepiados, olhei para o Nathan em desespero e ele estava com uma expressão tranquila, como se estivesse tudo normal...

O que acabara de acontecer?

É sinal de que estou enlouquecendo?

Porque pelas leis da física isso é impossível, uma pessoa não pode ser empurrada e cair sem nunca chegar no final e ainda por cima voltar para onde estava. É algo irracional, sem explicação. Algo insano.

– Está tudo bem? – Nathan me olhou abrindo um pequeno sorriso.



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