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História Lado Negro - Coincidência ou destino?


Escrita por: Semideus4

Capítulo 9 - Coincidência ou destino?


Allyson Angnel

– Está sim – respondi quase num sussurro e me afastei daquela beirada, me levantei, assim como Nathan. – Acho que já quero ir embora...

Pensei que ele ia protestar, mas apenas me olhou por alguns segundos e assentiu.

– Posso levar você no carro do Jason – ele disse simplesmente e saiu andando, me juntei ao seu lado e descemos aquelas pedras até estar novamente na areia da praia.

– Não precisa me levar, posso dar meu jeito.

A verdade é que não teria outro jeito, Jennifer com certeza ia querer ficar muito mais e eu não ia pegar seu carro e deixa-la na mão de dois garotos, sendo que um eu não conhecia, e quanto ao outro, bem, tinha lá minhas dúvidas.

Nathan não comentou nada sobre o que eu dissera, apenas seguiu andando entre aquelas pessoas assim como eu, paramos quando encontramos minha amiga e Jason que estavam aos beijos.

– Só não vão se engolir – comentei e os dois logo se separaram com um selinho.

– Ah! Ally! – Jen sorriu inocente e eu sorri de canto.

– Vem aqui rapidinho, Jason – chamou Nathan e eles se afastaram alguns metros.

– Pelo visto ta aproveitando a festa – disse a Jen.

– Ele beija muito bem e é um cara bem legal, ta?! – ela riu. – Mas e entre você e o Nathan, rolou algo?

Eu olhei na direção de onde ele estava e parecia tentar convencer Jason de alguma coisa, e logo os dois vinham na nossa direção, desviei o olhar para Jennifer, neguei com a cabeça.

– Vamos? – Nathan balançou um molho de chaves na mão olhando para mim.

Eu concordei, Jen reclamou e tentou me convencer a ficar pelo menos mais um pouco, mas ela percebeu que eu realmente queria ir embora e me deixou ir. Fomos em direção a onde o carro de Jason estava e... uau! Ele tinha uma Ferrari vermelha linda! Nunca andei em uma dessas e logo entrei, me sentei no banco e Nathan ligou o carro, assim saindo da vaga. Os bancos eram revestidos com couro preto e era muito confortável. Eu passaria uma noite ali dentro sem problemas.

Seguimos o caminho todo em silêncio, Nathan parecia estar pensativo e tinha a atenção toda na estrada, eu escorei minha cabeça na janela e fiquei olhando para os carros que passavam por nós, o que acontecera na praia ainda estava em minha cabeça, como é possível? Eu tinha tanta certeza que realmente acontecera, na hora parecia que tudo estava prestes a acabar em questão de segundos e do nada eu volto para onde estava? Isso com certeza é estranho... Sem falar que foi como se ele tivesse me empurrado, o que deixava isso ainda mais estranho. É loucura, pura loucura.

 

Nathan estacionou o carro no meio fio em frente a minha casa e eu tirei o cinto.

– Obrigada pela carona – agradeci a ele ainda um pouco atordoada mesmo não deixando isso transparecer.

– De nada – respondeu sem olhar para mim. – Bons sonhos...

– Assim espero – saí do carro e subi os degraus da varanda, parei na porta de entrada de onde me virei para olha-lo e ele ainda estava com o carro estacionado lá, assim que destranquei a porta e entrei ouvi o barulho do carro sendo ligado e indo.

Peter já estava dormindo, então coloquei um pijama de flanela quente porque a noite estava ficando fria e quando me deitei logo peguei no sono, porém tive outro sonho.

Eu andava descalça em uma floresta, estava noite e o ar estava congelante, podia sentir as folhas do outono sob meus pés. Dei um pulo ao escutar um grito adiante, e apavorada corri em qualquer direção que me veio a cabeça, e enquanto corria escutei trovões e ao olhar para cima o céu estava nublado, completamente cinza, uma tempestade se aproximava, mas mesmo assim continuei correndo e quando a chuva começou pude sentir as gotas caindo e escorrendo pela minha pele, porém elas não eram geladas como deveriam ser e sim mornas. Parei abruptamente quando percebi que aquelas gotas não eram águas e sim... sangue! Eu estava coberta de sangue! Aquilo era desesperador e eu estava assustada, não tinha como me proteger. Pude sentir o gosto de ferrugem na minha boca, aquilo era nojento e horripilante... De repente outro trovão fez um barulho horrível...

Acordei em um sobressalto agarrando os lençóis a minha volta, chequei meus braços e minhas mãos, aliviada por não haver nem uma gotícula sequer daquele líquido vermelho que no momento me dava náuseas só de pensar. Felizmente estava em segurança. Na segurança do meu quarto; na minha cama. Nada de terrível ali, só uma adolescente assustada.

Me levantei lentamente e olhei a hora em meu celular, 10 horas. Abri a cortina do meu quarto esperando ver o sol, mas estava uma manhã nublada, o que é raro nessa época em Portland. A rua estava com possas d’água como se houvesse chovido enquanto eu dormia... Respirei fundo, fiz minhas higienes e me vesti, coloquei uma roupa arrumadinha porque estava com vontade de sair, andar por aí, e mesmo que o tempo não estivesse ensolarado eu não ia ficar em casa. Vesti uma calça florida em tons pastéis, uma blusa de mangas branca, um casaco preto e calcei uma ankle boot também preta. Ao sair do quarto dei de cara com Peter saindo do seu também, pois ficava em frente ao meu.

– Vai sair? – perguntamos ao mesmo tempo e rimos.

– Vou encontrar uns amigos – disse ele primeiramente. – Não me espere para o almoço e acho que chego tarde, vai ter a despedida de solteiro de um deles.

– Ah, entendi, e provavelmente haverá mulheres, não é? – cruzei os braços.

– Você está com uma cara horrível, aconteceu alguma coisa?

– Nossa, olha como você muda de assunto com facilidade.

– Mais um daqueles sonhos, não é? – eu assenti e ele me olhou preocupado. – O que vamos fazer em relação á isso?

– No momento, eu vou passar maquiagem já que estou horrível!

– Não foi isso que eu quis dizer, – ele me analisou por alguns instantes – na verdade foi, sinto muito pela indelicadeza... – tentei não rir, mas foi em vão. – Mas sério, me preocupa você andar por aí perturbada com essas coisas...

– Acredite, tenho mais preocupações do que só sonhos, então nem esquenta – suspirei mexendo em meu cabelo. – Vou dar uma volta e acho que vou passar o resto da tarde em casa.

– Ok, qualquer coisa me ligue, e juízo – ele sorriu. – Você é linda de qualquer jeito, acho que não precisa de maquiagem! 

 – Obrigada – sorri e o abracei, ele me envolveu ternamente, como qualquer pai faria, e era assim que eu considerava, e um grande amigo também. – Até mais!

– Se cuida – Peter me deu um beijo na testa e assim que desceu as escadas o perdi de vista.

Eu fui para a cozinha, onde peguei uma tigela, coloquei serial e logo depois leite, assim que terminei de comer peguei minhas chaves, meu celular e os fones de ouvido em cima da bancada e saí de casa ouvindo música. Fiquei andando pela calçada, dobrei algumas esquinas e estava tudo tão quieto, geralmente é assim quando o tempo esfria por aqui, ainda mais em um Sábado, ninguém sai de casa. Ainda mais que o tempo parecia piorar, até uma fraca neblina estava se espalhando, porém nada de chuva, por enquanto...

 

Olhei a hora e eu já tinha caminhado por quase uma hora, já sentia dor nos pés, e a manhã mais parecia com a noite, o céu cinzento começou a trovejar, parecia até meu sonho.  Decidi ir para casa, é a coisa mais inteligente que teria para fazer né. Enquanto andava senti algumas gotas de chuva finas, era uma chuva mansinha, mas uma tempestade com certeza se aproximava, guardei meus fones no bolso da calça e apressei o paço. A chuva já ficava mais forte, podia sentir meu corpo já ficando gelado com o frio. E para piorar, uma moto passou por cima de uma possa do meio-fio, me molhando e me sujando com a terra molhada.

– FILHA DA PUTA! – berrei e o cara voltou, parou ao meu lado e reconheci quem era, mesmo estando protegido pelo capacete, que logo foi tirado.

– Foi mal por isso – Nathan sorriu torto, quase como se estivesse achando graça.

– É! Foi muito mal mesmo! – falei indignada. – Eu devia mandar minhas roupas para você lavar! – praticamente gritei apontando o dedo e ele riu, me deixando mais furiosa ainda.

– Calma ô esquentadinha! É só jogar na maquina de lavar e deu...

– Não é você que vai voltar para casa igual uma mendiga e de apé na chuva!

– Você com essas roupas de grife está longe de ser uma mendiga, está mais para uma patricinha que caiu no chão nesse tempo – ele deu de ombros e eu bufei, Nathan revirou os olhos. – Anda! Sobe logo aí, antes que eu mude de ideia!

– Como? - franzi o cenho.

– Ou você vai para casa de a pé e na chuva como disse, ou aproveita que estou sendo bonzinho e te oferecendo uma carona – ele sorriu esticando seu capacete em minha direção, seu cabelo pingava enquanto as gotas da chuva escorriam por seu rosto, aquilo era definitivamente sexy.

– Promete que não vai correr? – pedi depois de colocar o capacete e subir em sua garupa.

– Só segura firme – avisou e eu envolvi sua cintura. Mesmo com a chuva gelada pude sentir seu corpo quente.

~ || ~

Eu estava tomando banho no meu banheiro e quando terminei me sequei e me enrolei na toalha branca e macia, abri a porta saindo no meu quarto. Estava remexendo a gaveta da minha cômoda atrás de peças íntimas quando Nathan entrou e eu dei um pulo de susto.

– Qual parte do “me espera na sala depois do seu banho” que você não entendeu?

– É que você tava demorando e eu to como fome... – ele me olhou de cima abaixo lentamente, e deu um sorriso maroto. – Acho que poderia me sustentar com outro tipo de comida.

– Saia! – taquei uma travesseiro da minha cama nele que rapidamente fechou a porta.

Para quem não está entendendo, acabei pedindo para Nathan ficar pois não ia deixa-lo voltar para casa nessa chuva, que piorou muito por sinal, então ele tomou banho aqui e eu emprestei uma roupa que Peter não usava mais para ele, já que as suas obviamente estavam molhadas.

Depois de me vestir com uma blusa de moletom e uma legue, eu desci. Encontrei aquele garoto que parecia adorar me irritar olhando alguns porta-retratos que tinham espalhados sobre o raque da Tv. Me sentei no sofá e fiquei o analisando, ele estava na minha frente, porém de costas. 

– Aproveitando que você ta aqui – comecei –, podíamos ensaiar para a nossa cena de Romeu e Julieta.

– Só quando você fizer nosso almoço – disse ele se sentando em uma poltrona.

– E porque você não faz? - ergui uma sobrancelha.

– A mulher aqui é você.

– Ah, e só porque eu sou mulher eu que tenho de cozinhar?

– Beleza, eu cozinho – disse ele se levantando e indo para a cozinha, eu logo o segui.

– Você está brincando, não está? – me sentei na bancada enquanto via Nathan mexer na geladeira e nos armários.

– Não! – ele passou por mim e bagunçou meu cabelo, agora pegava uma panela e sei lá mais oque. – Espero que goste de lasanha. - Sorriu me fazendo sorrir também. 

Ou o fato de nos encontrarmos por acidente quase sempre era pura coincidência, ou o destino estava pregando peças sem sentido.



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