Hoje irei sair com Kanato.
Ele não é muito de sair, e seus irmãos não concordam muito com essa ideia, mas como ninguém é páreo para mim, eu consegui uma escapadinha. E é lógico que como o Reiji é o responsável por tudo, eu pedi a permissão dele.
E digamos que, eu abusei um pouco do amor dele... Aproveitadora? Não, não, só estou “testando o amor” dele.
Sabe, chega a dar dó desses garotos.
Ainda mais do Kanato…
Acho que não vou conseguir “eliminar” Kanato.
Talvez eu possa deixar ele de fora…
O que está pensando Keiko?!
Está louca?!
Pensando bem… Que tal eu ter Kanato como “cúmplice”?
É, não é uma má ideia.
-Estou pronto, Keiko-Sama!- ele surge.
-Lá fora está frio, não vai colocar um casaco?- perguntei preocupada.
Realmente, por incrível que pareça, estou preocupada com Kanato.
O que está acontecendo comigo?
-Eu não sinto frio.- falou rude, mas percebeu a minha preocupação.
-Mesmo assim…- insisti.
-Ok… Você venceu…- falou e sumiu.
Eu sorri, mas não sei se foi um sorriso pelo alívio da preocupação, ou por ter novamente conseguido o que quero.
Ele surgiu, e dessa vez com um casaco.
-Pronto.- falou um pouco desanimado.
-Vamos!- peguei a mão dele.
Sua mão é gelada… Fria como o vento de uma manhã nublada…
Olhei em seus olhos.
Olhos sem alma… Sem vida… Sem ânimo…
E a única coisa que dá prazer… Que faz ele se alegrar…
É a dor. A dor eo sofrimento.
Assim como o meu Azusa.
-Ah… Keiko?- ele me chamou.
-O que? Ah sim, me desculpe… Me perdi nos meus pensamentos… Vamos.- o puxei para fora da mansão.
. . .
-E então, pra onde vamos?- ele perguntou.
-Não sei, conhece algum lugar?- perguntei.
-Você me chamou para “passear” e não sabe aonde vamos? Haha, sério, às vezes eu me pergunto se você se faz de idiota.- respondeu rude.
-Ah, ok, se você estava de mal humor hoje, era só falar. Vou pedir para o motorista voltar.- falo e tento abaixar o vidro, mas Kanato me impede.
-Você me fez vir até aqui. Agora não vamos voltar.- ele disse.
-Kanato…- falei baixo.
Ele colocou a mão em meu rosto e aproximou nossos rostos.
-Você é muito bela…- Ele disse aproximou nossos lábios.
O empurrei.
-Não Kanato…- falei baixo.
Ele me olhou com desaprovação.
O olhei também, e então ele olhou para a janela.
O clima ficou pesado dentro daquele carro.
E pra ser sincera… eu fiquei com pena dele.
Depois de uns minutos, o carro parou.
-Chegamos senhora…- o motorista abre a minha porta.
-Obrigado…- segurei a mão do motorista e desci.
Em seguida, abriu a porta de Kanato.
-Virei os buscar às cinco horas.- ele diz e entra no carro.
-Ok.- confirmei e ele se foi.
-Que lugar é esse?- ele pergunta, me evitando.
-Estamos em um Shopping!- respondi entusiasmada.
-E por quê ele nos trouxe aqui?- perguntou olhando o Shopping.
-Eu pedi. Vamos comprar umas coisas.- falei.
-...- permaneceu em silêncio e me olhou confuso.
-Reiji recebeu uma carta da alta sociedade. Eles vão fazer uma “festa” com as famílias mais ricas da Ásia e dos EUA.- respondi.- Como sou a que mais entende de moda daquela mansão, ele pediu para eu vir comprar umas roupas novas.
-E por quê eu tinha que vir? Não podia ser a Yui?- ele perguntou desanimado.
-A Yui vai vir no meio-dia.– respondi.– Afinal, eu não conheço o gosto dos Sakamaki. Um deles tinha que vir.
-Ok. Vamos andar logo com isso.- ele me puxa pela mão.
-Vamos começar pelos ternos.-falei enquanto andávamos pelo Shopping.
Nós andamos, andamos, e andamos, até que encontramos uma loja de roupas para casamento.
Entramos na loja.
-Olá. Sejam bem-vindos. Querem alguma ajuda?- uma das vendedoras veio até nós.
Ela era uma garota alegre. Tinha cabelos laranjas e olhos verdes, com algumas sardas em seu rosto pálido.
-Queremos alguns ternos.- falei.
-Ok… Vão se casar?- perguntou ela e eu corei.
-Não… N-Nós vamos em um baile…- respondi sem graça.
-Entendi. Quantos ternos?- ela pergunta.
-Seis.- respondi e pude ver ela ficando um pouco mais alegre.
…
Enquanto eu falava com a vendedora, Kanato ficou olhando os vestidos de noiva.
Logo após de termos saído da loja eu o olhei.
-Não vai me ajudar com as sacolas?- perguntei sarcástica e ele as pegou.- Agradecida!
-Agora pare de reclamar.- falou rude.
-Ah… Ok… Mas percebi que você só olhava para os vestidos de noiva.-falei e o olhei.
-Eu estava imaginando a Yui e você em um deles, ao lado das minhas outras noivas.- falou e eu o olhei.
-Outras noivas?- perguntei confusa.
-Sim. Meu pai já enviou milhares de noivas para mim. Só que eu as transformo em estátuas de cera, para que possam ficar comigo para sempre.-falou e seu semblante se tornou sombrio.
-Estátuas de cera?! Você não estava pensando em me transformar em uma, não é?- perguntei nervosa.
-Você não. Isso iria estragar a sua beleza. E eu iria sentir saudade da sua bela voz.- falou enquanto estava com os olhos fixados no chão. Como se fosse algo lindo.- Já a Yui… Aquela trouxa não serve pra nada. Apenas para alimentar e dar prazer. Afinal, essas são as únicas coisas que uma humana normal poderia oferecer a um vampiro.
-Entendo. Bem, vamos nessa loja, deve haver algum vestido bonito para mim.- falo e entramos na loja.
...
Eu experimentei três vestidos, e pedi para Kanato escolher um. Ele escolheu um com vários tons de azul. O mais bonito! –Mesmo que a minha cor favorita é vermelho.
. . .
-Leve essas coisas para casa.- joguei as sacolas no porta-malas do carro.
-Ok.- respondeu o motorista.
-Lembre-se, venha nos buscar às cinco.- falei e ele confirmou com um gesto.
-Yui, o shopping está ali, e o motorista virá nos buscar às cinco.- falei puxei Kanato para perto de mim.
-Vocês não vão vir comigo?- ela pergunta.
É lógico que não.
-Não Yui… Eu e o Kanato queremos passar um tempinho sozinhos. Né Kanato-Chan?- o olhei.
-É…-falou desanimado.
-Você não precisa saber de mais nada. Até!- falei “gentilmente” e saí puxando Kanato.
-Aonde vamos?- pergunta.
-Em um lugar muito especial para mim…- respondi.
. . .
Assim que chegamos, eu o soltei e fui até a frente dele.
-Chegamos!- falei entusiasmada e corri pelo campo.
-Um… Campo de flores?- ele riu.- Você deve estar brincando.
-Não, não estou brincando. Esse campo é diferente dos outros. É um campo mágico.- falei e ele riu ainda mais.- Não acredita?
-É lógico que não!- falou enquanto caía na gargalhada.
-Quer saber porquê ele é mágico?
-Claro!- tentou parar de rir.
-Aqui é o único lugar onde me sinto feliz…- me ajoelhei e cheirei uma das flores.- O único lugar onde sinto paz…
-Ah… Keiko…- sussurrou e se ajoelhou ao meu lado.
-Sabe… Eu posso esconder mas… Eu sinto uma dor muito forte no meu coração… É como se atirassem uma flecha carregada de tristeza em mim, e ela acertasse em cheio meu peito.- falei e uma lágrima escorreu em meu rosto.
-Eu entendo…- ele falou e eu o olhei.
-Kanato… Preciso lhe contar uma coisa…
. . .
Eu contei tudo para o Kanato, e ele escolheu ser meu aliado.
Também falei pra ele que eu não o via como namorado, e sim como filho, ou sobrinho.
E ele aceitou isso.
Bom, pelo menos o trabalho vai ser mais fácil agora…
Eu espero...
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