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História Lágrimas de abril - Quatorze


Escrita por: gabsmonbebe e Ddaenguk

Notas do Autor


oi:) todas os capítulos restantes já foram reescritos. Obrigada a todos que tiver paciência com essa fanfic, porque nem eu tenho. Kkkkkkk
Boa leitura!

Capítulo 15 - Quatorze


Fanfic / Fanfiction Lágrimas de abril - Quatorze

O dia estava nublado quando Tae acordou, não estava nevando, mas, estava frio o suficiente para que ela colocasse seu moletom quentinho junto a outras milhares de peças de roupa para esquentar o seu corpo magro.


Vestiu seu uniforme escolar como sempre, fez sua higiene matinal e desceu as escadas daquela casa enorme e vazia.


Decidiu por tomar café em uma cafeteria perto da escola, iria perder tempo demais fazendo seu próprio café e como a masoquista que era, adorava sentir o cheiro forte do café que exalava pelo ambiente e que muita das vezes não podia comprar, fazendo com que cavasse sua própria cova.


Andava com os fones brancos no ouvido tocando uma música qualquer, mas que estralava dando um pouco do ânimo que faltava na garota.

Quando abriu a porta da cafeteria, fez com que o sininho soasse e chamasse atenção de todos que estavam no local. A maior parte das pessoas presentes eram adultos, apressados para o trabalho, e idosos, que adoravam caminhar pela manhã e tomar aquele líquido que extasiava qualquer um.


Tirou sua mochila das costas, colocou encostada no chão e sentou-se na cadeira confortável esperando alguém a atender.    Batucava os dedos ansiosamente e olhava além da janela, absorta em seus próprios pensamentos quando uma mulher que aparentava ter entre trinta anos de idade a cumprimentou:


— Bom dia, senhorita. O que deseja? — disse olhando para Tae, que ainda estava distraída olhando para algo qualquer e com a cabeça longe.


— Bom dia, me desculpe. Desejo um bolo de chocolate e um suco de limão. — acenou fracamente e disse dando atenção a mulher, que saiu dali e pouco tempo depois voltou com o pedido da menor.


Comeu tudo, pagou, saindo dali apressada para que não chegasse atrasada na escola.

 

Passou pelos portões de ferro minutos antes de bater o irritante sinal, a qual a deixava surda de vez enquando. Sentou em seu devido lugar e logo viu o professor chato de educação física entrar para iniciar mais uma aula também chata. 


[...]


Estava quase dormindo na arquibancada quando levou aquela típica uma bolada no rosto. Todos alunos que foram a uma aula prática já havia levado um chute tremendo daqueles com àquela bola dura de campo. Olhou cansada para onde a bola teria vindo e viu algumas garotas em volta de Sun hee, como sempre rindo de si. Achava engraçado, em pleno século vinte e um, ainda existia bullying e também achava triste que a depressão era o mal do século também.


Fechou os olhos por conta da pequena tontura que esse "baque" havia lhe causado, aliás, havia sido direto na cabeça.


Foi para o vestiário feminino desistindo da ideia de recomeçar uma vida totalmente diferente, com rotinas novas e uma nova eu. Se trancou em uma das cabines e ligou o chuveiro logo sentindo a água levar todo o seu corpo que estava grudando de suor. Se ensaboava quando ouviu alguns gemidos altos vindo de alguma cabine ao lado, com certeza era mais algum sem vergonha aproveitando a hora da aula, como si, só que de uma forma mais “adolescente”. Sem ligar muito, terminou seu banho e se vestiu adequadamente e rápido, não via a hora de sair daquele lugar sujo. 


Estava observando o reflexo de seu rosto no espelho trincado, e vira que ficara roxo por conta da bolada forte dada de propósito em sua face.


Ouviu a porta estridente da cabine se abrir e logo Jimin sair com uma garota qualquer da escola. Seu coração se apertou e uma pintada de decepção veio à tona. 


"Está tudo bem, eu sabia que ele era assim." Tentava se conformar, porém foi um ato que não deu muito certo.


— Olá, Tae. — disse Jimin logo após a garota sair praticamente correndo do vestiário.


— Oi, Jimin.— A garota o respondeu como sempre. Fechou os olhos e lavou seu rosto, secou devidamente e foi saindo do local.


— Você está bem? — disse o moreno atrás da garota que andava calmamente pelo corredor. Já havia percebido a marca roxa na lateral de sua bochecha, indo em direcão à orelha.


— Tanto faz, não é mesmo? O que mudaria na sua vida se eu estivesse bem ou não? — perguntou abrindo seu armário e pegando o livro da aula que ia ter em seguida. Não estava ligando para a falta que iria receber por ter fugido da aula de Educação Física.


— Claro que mudaria. Quero te ver bem, você é uma garota legal.— disse coçando a nuca envergonhado e se encostando no armário ao lado, a olhando.


— Você é estranho — disse rindo do menino que fez um bico. — É bipolar? Até pouco estava me batendo e olha que homem bater em mulher é meio estranho, podia ter processado você.


— Eu era um babaca. — disse desviando o rosto para não manter contato visual com a garota.


— Não acho que o ontem mude tão depressa assim, então você ainda é. — debochou seguindo corredor à fora.


— É sério! — exclamou a seguindo, observou as marcas de cicatrizes em seu pulso esquerdo, que estava à mostra pelo casaco levantado. 


Se sentiu inútil e triste.


— Só provando, não é? 


— Tae, eu estou apaixonado por você. — disse afoito e olhou a garota o encarar e dizer:


— Também estou apaixonada por você. — sua cara foi de surpresa e a felicidade tomou conta de seu peito. — Tira essa cara aí, é óbvio que é mentira, estava entrando na sua brincadeira.


Seu sorriso morreu rapidamente. 

A menina não havia o levado a sério apesar que tudo aquilo que ele estava falando era verdade. O que Jimin sentia por Tae era algo difícil de se explicar. 


— Quer sair hoje? Sei lá, tomar um sorvete. — disse entrando na sala com a garota, tentando mudar de assunto, pois teria ficado constrangido.


— Sai fora. — O garoto riu e se contentou tristemente.


Ela era difícil de lidar.


[...]



— Yoongi, seu chato! Devolve o  meu suquinho — A mais baixa dizia enquanto tentava do outro lado da mesa pegar o suco de maracujá que Min Yoongi tomava. — Se for para ser assim, tchau! — dramaticamente levantou-se da mesa com raiva e foi direto para o corredor. 


Estava andando para a biblioteca quando sentiu alguém a puxar e a abraçar.


— Para de ser chatinha, foi só um suco, vai! — Yoongi dizia enquanto a abraçava. — Um suco não é nada perto do amor que eu sinto por você! — disse rindo enquanto via a morena virar-se para si arrogantemente.


— Vai tomar no cu, Yoongi! Aquele não era apenas um suco, era o meu suco! — disse dando socos no peito do maior que segurou os braços da menina e a prendeu no armário, rindo pela fraqueza dos braços. — Me solta seu chato! 


— Só depois que você se acalmar — disse rindo enquanto a soltava lentamente, logo sentiu um chute ser dado em suas partes íntimas. — Filha de uma mãe, não te mato porque te amo!


— Só vou aceitar até amanhã! Se você não trazer esse suco eu vou encher sua cara de  porrada.


— Calma, estressadinha. — disse abraçando a garota que riu novamente. Logo ouviram uma tosse falsa.


— Posso falar com a Tae? — Jimin disse encostando-se no armário e lançando um olhar nada legal para o melhor amigo da menina.


— E quem é você na fila do pão? — Yoongi perguntou bravo e incomodado pela presença.


— Eu sou o próprio pão, ou melhor, aquele sonho gostoso com bastante açúcar. 


— Vai sonhando, pão mofado. — o empurrou e desejou que a conversa fosse mais rápida no ouvido da garota.


— O que você quer comigo, cara? — disse revirando os olhos e chateada pela a cena de manhã, que ainda se repetia em sua mente


— Quer uma carona para ir pra casa? — passou a mão pelo cabelo apressadamente, ansioso.


— Não. — sorriu fraco para o moreno a sua frente, que caiu em sua solidão temporária.


— Você vai comigo pronto e acabou, fechado? — disse tentando parecer sério, precisava da presença da garota mais que tudo.


— Para de encher o saco, te ver de vez em quando dá um ódio. — O empurrou, cansado de suas brincadeiras.


 — Me dá um abraço pelo menos? – disse esperando que a garota o xingasse ou o batesse. 


— Me erra!


[...]



— Dá para parar de reclamar, Yoongi? — a menor disse dando um empurrãozinho no loiro, que a irritava falando do mesmo assunto desde que pisaram fora da escola.


— Que bom que você não me trocou por aquele playboyzinho, se não eu te matava — disse olhando sério para a morena que preparava-se para abrir o portão. — Não vai se despedir Jimin? — disse rindo de sua piada que era totalmente sem graça.


— Mano, Yoongi. Você precisa de um psiquiatra. — a menina disse rindo e o abraçando. Se despediu dando um beijo na bochecha do mais alto e entrou na sua casa.

 

Jogou a mochila em um lugar qualquer e seguiu para a cozinha, já que estava vindo um cheiro maravilhoso de lá


— Tae-ah! — Jungkook disse virando-se e encarando a garota, que tinha uma expressão neutra no rosto. Ainda não havia o perdoado. — Como foi a sua aula? 


— Chata como sempre e a sua? — perguntou sentando-se na mesa, indiferente.


— Mesma coisa, vamos comer e se trocar para ir pro trabalho. — disse e sentou em uma cadeira em frente da menina.


Tae andava de um lado para o outro entregando pedidos e limpando as mesas quando o sino da porta tocou, sem dar atenção, continuou a limpar o objeto de madeira.


Levou o pano até o quartinho e ouviu seu chefe pedindo para que atendesse as mesas novamente, então lavou suas mãos para que entregas e observou o local cheio. Viu dez figuras conhecidas por si a olharem com a mesma cara de sempre. Suspirou pesadamente e andou até lá em passos lentos e parou ao lado de Namjoon.


— Boa tarde, o que desejam? — disse segurando um pequeno bloco de notas, tentando não dar atenção.


— O de sempre é claro! — disse Sun Hee. — Que você morra. — esperou Jimin tentar a defender e logo arqueou as sobrancelhas, sentindo-se indiferente.


— Se quer tanto que eu morra, por qual motivo ainda não me matou?! 


— Simples, não quero ser presa, burrinha.— disse e todos começaram a rir.


— Vão ficar rindo ou vão pedir algo? — se irritou, seu turno estava perto de acabar. 


Saiu antes da garota do caixa fechar a cafeteria. Andava lado a lado com o Jeon, que estava quieto e provavelmente evitaria uma conversa. Quando chegou em sua casa, abriu o portão rapidamente e o fechou da mesma forma. Entrou na sua casa e foi direto para o banheiro, tomou seu devido banho, se vestiu, jantou e foi dormir.


Estava cansada.


Rolava de um lado para o outro na cama, tentava dormir a qualquer custo, porém não conseguia. Era uma noite chuvosa, a qual as lágrimas também escorriam de seus olhos como a água em sua janela.

Era triste, sentia-se impotente. Vazia, inquieta.


Mas não sabia o motivo.


Levantou-se, vestiu algo quente e desceu as escadas devagar para que não fizesse nenhum barulho e saiu de sua casa, começou a andar na chuva que agora estava fraca.

Andou um pouco até seus passos marcharem a uma ponte que havia perto de sua casa. Andava até lá até que viu um garoto sentado na beira. Chegou perto suficiente, porém, o garoto estava tão distraído olhando para baixo que nem viu à presença da garota ali.


— Você quer pular? — disse rápido, fazendo o garoto pensativo se assustar ao ver a aproximação repentina 


— Quem é que não quer?  — O menino respondeu, dando de ombros.



 — Não sei pelo o que está passando, e acho que não vou conseguir te dizer coisas bonitas para impedir sua atitude. 

Mas sabe, a vida é como andar em uma bicicleta, apenas você pode controlá-la, não é mesmo? Pense que seus maiores problemas são um cachorro correndo atrás de você, querendo te morder e fazer com que você desista do caminho que tem que percorrer. Você tem que acelerar e tentar não cair ou se machucar com a velocidade que você foge dele. Se você parar a bicicleta, ela caí, você para no caminho, ou melhor, é como se você desistisse. Você não tem que ligar para que as pessoas dizem, não que você tenha que os desmerecer, mas que você faça o que você quer da vida. Para andar de bicicleta, você não precisa de outra pessoa, a não ser que ela queria te ensinar a andar. Mesmo que às vezes você caia, é porque você está aprendendo. Não faça eles te prenderem nos sonhos de outra pessoa, ou crie sonhos para você. Conduza sua bicicleta da mesma forma que sua vida.



Então percebeu, sentindo o vazio de suas próprias palavras não seguidas: O que não pode te matar, te faz querer que estivesse morto.




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