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História Lágrimas do Dragão - Mein Sehnen


Escrita por: MayaBriefs

Capítulo 25 - Mein Sehnen


Fanfic / Fanfiction Lágrimas do Dragão - Mein Sehnen

Mein Sehnen (Meu Desejo)

Cidade do Noroeste, Reino Saiyajin

Após atravessarem as muralhas do reino saiyajin, o humano abriu a boca admirado.

Era, com certeza, uma cidade muito mais desenvolvida do que a cidade do Oeste. O sistema de proteção que havia no topo da muralha, com canhões, catapultas, além de muitos saiyajins que caminhavam fazendo a segurança, era algo incrível aos seus olhos.

As estradas eram trabalhadas com pedras por todas as ruas, assim como as casas e também o comércio que eram grandes construções, e no seu horizonte, ainda em um ponto distante, podia ver o castelo real saiyajin, tão grandioso e robusto que podia se enxergar por toda a cidade, e era o único local dali de dentro que havia árvores ao redor para quebrar o tom acinzentado que a cidade tinha.

E ele apenas fechou a boca quando respirou fundo e pensou que não era para menos que os saiyajins eram a raça mais desenvolvida e temida de toda a Terra. Inclusive, por um momento ao estar ali, se sentiu mais confortável por lembrar-se que eram aliados na guerra que estava para acontecer, afinal isso contaria muitos pontos a favor. Porém, logo arqueou a sobrancelha, aflito, quando pensou que talvez nem mesmo os saiyajins poderiam ter alguma chance em uma batalha contra praticamente todas as outras raças da Terra juntas se ficassem contra eles.

Kuririn tentou espantar aqueles pensamentos, e olhou para Yamcha ao seu lado. Seu amigo não parecia estar tão admirado quanto estava se sentindo ao entrar ali, mas não podia ser diferente, visto que não fazia muito tempo em que Yamcha esteve ali.

Kuririn inspirou fundo, e quando percebeu já estavam parados diante do castelo saiyajin.

Desceu do seu cavalo, seguindo Yamcha, e os deixaram amarrados em um local dedicado aos visitantes.

— Enfim, chegamos. Até que não é uma viagem muito longa. — Kuririn comentou, alongando os braços e as pernas assim que tocou seus pés no chão.

— Se torna ainda mais rápido depois que você percorre o caminho até aqui mais de uma vez. — Yamcha respondeu forçando um sorriso, e Kuririn percebeu que ele estava um pouco tenso.

— É verdade, me esqueci que você já é quase um saiyajin de tanto que já veio para cá. — Kuririn falou com sarcasmo e cutucou Yamcha com o cotovelo, rindo baixinho.

— Deixa de bobagens, Kuririn, eu efetivamente vim apenas uma vez.

— Pode ser que sim, mas se a Bulma ficar morando um tempo aqui, eu acredito que esse caminho vai ficar ainda mais curto para você, não? Tenho certeza que vai ficar procurando motivos para vir para cá o tempo todo.

Yamcha sentiu os músculos ficarem ainda mais tensos.

— Kuririn, será que dá para ficar quieto?

— Ei, eu só queria descontrair. Você está muito tenso, e eu sei que é por causa da Bulma. Olha, possivelmente ela nem voltou ainda da ilha shin.

— Esse é um dos problemas. Talvez eu não tenha outra chance tão cedo de vê-la se ela já não estiver aqui. — Yamcha comentou enquanto subiam as escadas que levava à entrada do castelo.

— É melhor não ter tanta pressa assim, Yamcha. As coisas não me parecem que vão fluir bem, pelo menos até essa guerra acabar, e se tudo ocorrer bem afinal.

Kuririn se silenciou quando os dois guardas que protegiam a grande porta barrou eles, e apenas esperou que Yamcha falasse o que faziam ali.

E em poucos minutos, foram liberados a entrada.

Kuririn olhou para cada detalhe ao seu redor dentro do castelo, admirado, e nem reparou quando um saiyajin alto e robusto se aproximou.

— Veja só, você é o guerreiro humano Yamcha, não é mesmo? — Nappa comentou quando chegou perto deles para recebê-los e reconheceu o humano. — Precisam de alguma ajuda? — o saiyajin perguntou, não realmente interessado, e viu o guerreiro dar um passo à frente, forçava visivelmente um sorriso para o saiyajin.

— Nappa, agradeço pela preocupação, mas está tudo bem, vim apenas entregar algo ao rei a mando da nossa futura rainha Chichi.

— Oh, sim. — Nappa fitou Yamcha e em seguida olhou para Kuririn que estava totalmente calado e imóvel. Ergueu uma sobrancelha, não deixando de julgar no quanto ele parecia fraco, talvez por ser ridiculamente menor e mais magro que ele, ou apenas pela sua expressão assustada e deslumbrada ao olhar tudo ao redor. — Pois bem, me acompanhem, vou levá-los até rei Vegeta. — Nappa falou, antes que eles pudessem reparar que estava os observando mais do que deveria.

Virou pelos calcanhares e começou a seguir em direção à sala do trono, subindo uma longa escadaria com um tapete vermelho e muito macio, que levava diretamente até a sala.

Nappa entrou, sendo seguido dos dois guerreiros. Kuririn perdeu novamente seu olhar arredores, e só voltou a si quando ouviu a voz grave do rei reverberar pela sala, fazendo-o endireitar sua postura diante dele.

— Ora, ora, mas que surpresa ver você novamente aqui, humano.

Yamcha reverenciou o rei, e Kuririn apenas imitou seus movimentos.

— É uma honra estar aqui novamente, rei Vegeta. — Yamcha disse, forçando ao máximo parecer calmo e sincero.

— Sim. Me lembro de você. — rei Vegeta manteve uma expressão tranquila em seu rosto, que fez Kuririn concluir que o rei saiyajin realmente não parecia alguém tão ruim quanto pensava que fosse. — Então me diga, guerreiro, o que os trouxe até aqui? Se veio por causa da álfar, lamento informar, mas ela e meu filho ainda não voltaram da ilha shin, já faz um pouco mais de um mês desde que partiram, e não tenho certeza de quando voltarão.

Yamcha engoliu em seco, tentando se manter firme diante da revelação. Aquilo foi como um golpe para ele, principalmente porque não estava esperando essa resposta assim naquele momento de uma maneira tão direta. Porém, não podia desviar do motivo principal por estar ali - e que não envolvia Bulma.

Respirou fundo, tentando manter o controle, antes de falar e pigarreou.

— Na verdade, majestade, viemos por outro motivo. — Yamcha falou, tentando baixar mais o tom de sua voz tenor. — Estou aqui a pedido da nossa futura rainha Chichi, do reino humano.

Rei Vegeta ergueu uma sobrancelha, curioso. Passou a mão pela barba e sentiu seus lábios se inclinar em um sorriso, ansioso.

— Isso me parece interessante. — ele comentou, começando a ficar realmente interessado no assunto.

— Venho apenas trazer esse pergaminho, escrito pela própria princesa. — Yamcha se aproximou e entregou o pergaminho nas mãos do rei. — Tudo o que vossa majestade precisa saber está escrito aí. Essas foram as únicas palavras de nossa futura rainha.

O rei saiyajin pegou o rolo de papel das mãos do humano e abriu ali mesmo, desenrolando para poder finalmente ler e descobrir o que a princesa queria com ele.

Yamcha e Kuririn permaneceram imóveis em silêncio, esperando algum comando, enquanto o rei lia com rapidez as palavras descritas ali, percebendo suas expressões se iluminar a cada nova palavra lida.

Após terminar sua leitura, ele fechou os olhos e riu baixinho, enrolando novamente o pergaminho e mantendo-o firme em sua mão, no entanto, Yamcha e Kuririn se entreolharam, sem entender, mas ainda mais curiosos para saber o que estava escrito ali.

Rei Vegeta levantou e se aproximou dos dois humanos, os passos lentos e seu sorriso era quase assustador.

Kuririn, sem perceber, deu um passo para trás quando o rei parou diante deles, e em seguida tentou se recompor, não querendo transparecer o incômodo que sentia. Rei Vegeta, entretanto, pareceu nem perceber a presença dele ali.

— Pois bem. Vocês devem estar cansados da viagem, não? Podem descansar essa noite aqui e não se preocupem, a resposta para a princesa Chichi darei pessoalmente. — o rei caminhou em direção a saída e não falou mais nada para eles. — Nappa. — o rei falou, antes de sair — acompanhe-os até algum aposento.

Nappa assentiu e viu o rei sair. Ele não havia entendido muito, mas seja o que estivesse escrito naquele pergaminho deveria ser algo realmente bom ou importante, mas procurou não pensar sobre, logo, com certeza descobriria o que de tão interessante estava escrito ali, a ponto de fazer o rei querer sair e ir até o reino humano pessoalmente. Fez um sinal para Yamcha e Kuririn, e saiu da sala do trono, levando-os até um dos quartos de hóspedes para descansarem.

~ ~ ~

O dia seguinte amanheceu ainda mais quente que o dia anterior e isso significava que o início do verão estava a cada dia mais próximo, mas não era uma temperatura incômoda, e se fosse parar para pensar, na sua opinião, nada naquele dia poderia ser incômodo para ele, visto que os ventos estavam soprando cada vez mais a seu favor.

Adentrou a sala de reunião, e logo avistou Bardock, que já estava ali o esperando.

— Que bom que já está aqui, Bardock.

O general olhou para o rei e levantou-se com sua chegada, voltando a se sentar apenas quando o rei sentou também.

— Já sabe que eu gosto de chegar sempre antes do combinado. — o saiyajin falou tranquilamente, mesmo ansioso para saber o que o rei tanto queria com ele. — Então, majestade. Me diga qual o motivo dessa reunião… — ele olhou para os lados, se encontrando sozinho ali. — particular?

Rei Vegeta sorriu.

— Apenas quero avisar que vou ficar ausente por alguns dias, pois logo mais estou indo pessoalmente até a cidade do Oeste. — Bardock ergueu uma sobrancelha.

— Pessoalmente? Me perdoe, mas isso é algo estranho de se ouvir. Geralmente costuma mandar eu ou príncipe Vegeta para resolver algum problema em outro reino, ou seja lá o que for que tenha acontecido.

— Bem, acontece que dessa vez não há nenhum “problema”, Bardock. Muito pelo contrário, aliás. — o rei respondeu, rindo baixinho. — Não é nada com que tenha que se preocupar. Apenas quero que mantenha tudo no lugar enquanto eu estiver fora do reino. Acredito que não será uma viagem demorada.

— Um rei deixar seu reino em tempos de guerra… deve ser algo realmente importante. — Bardock comentou, mas o rei não fez menção em confessar o motivo por estar deixando seu reino por alguns dias. — De qualquer forma, pode sempre contar comigo. Darei meu melhor enquanto estiver fora.

— Eu sei que sim. Sei também que está curioso para saber o que vou fazer no reino humano, não é mesmo? Porém, sinto dizer que nesse momento é um assunto ainda um tanto delicado, mas assim que eu voltar e resolver tudo o que preciso, trarei as devidas notícias.

E antes mesmo que Bardock pudesse responder, ouviram duas batidas na porta e viram Nappa entrar com um sorriso nos lábios.

— Desculpe incomodar, majestade. Apenas vim informar que príncipe Vegeta acaba de chegar. Achei que gostaria de saber.

O rei ergueu as sobrancelhas, surpreso.

— Muito obrigado, Nappa. Peça para que ele me espere na sala do trono, estou indo para lá agora.

Nappa apenas concordou com a cabeça e rei Vegeta olhou para Bardock.

— Parece que chegaram em uma boa hora! Enfim. Acredito que já concluímos nossa conversa, você já sabe o que fazer.

— Com toda certeza.

Rei Vegeta levantou-se e caminhou em direção à saída, sendo seguido por Bardock.

~ ~ ~

A viagem tinha sido tranquila desde o incidente com o monstro marinho, e acabaram por chegar mais cedo do que o esperado na cidade Noroeste.

Era bom respirar os ares do reino saiyajin novamente, mesmo gostando de estar sempre em missões ou viagens que o levasse para longe do seu reino.

Mas estar de volta lhe proporciona uma sensação de paz, apesar de tudo, por mais que Vegeta soubesse que estar de volta naquele momento envolveria algo maior, como por exemplo, ter que depender muito mais apenas de si, treinar arduamente e procurar se fortalecer - e também porque estar de volta significava que iriam enfrentar uma guerra a qualquer momento.

— Príncipe Vegeta. — Nappa chamou sua atenção e ele olhou para o saiyajin. — Já informei seu pai sobre sua chegava, logo ele estará aqui.

— Ótimo. — Vegeta percorreu seu olhar pela sala do trono, onde podia ver Bulma que conversava com Tapion e Minoshia mais afastados. O príncipe estava encostado em uma mesa perto do trono, onde havia os mais variados tipos de frutas dispostas ao rei. — Como foram as coisas enquanto estivemos fora?

Nappa observou o príncipe por alguns segundos, parecia que algo tinha mudado nele. Talvez sua postura, ou expressões. Ou apenas uma suavidade diferente no tom da sua voz. Seja lá o que fosse, ele ainda era incapaz de dizer com exatidão o que havia de diferente nele.

— Bem, foi tudo tranquilo, dentro do possível. Redobramos nossa segurança nas muralhas, e Bardock está pegando cada vez mais pesado no treinamento. Mas ninguém sabe ainda sobre o que está movendo essa guerra, continuamos a manter em segredo sobre a Joia do Dragão para evitar que nosso próprio povo deseje possuí-la. Porém, você sabe que os saiyajins não são idiotas, eles perceberam que tem algo por trás disso tudo e já comentam sobre a suposta mulher não-saiyajin que está morando no castelo. — aquela revelação fez Vegeta olhar para Nappa. — E todos sabem que vocês saíram em uma viagem, mesmo não sabendo extremamente para onde e o porquê você viajaria sabendo que estamos prestes a entrar em guerra. — Nappa desviou o olhar de Vegeta voltando a olhar para Bulma e os outros dois seres que ele ainda não conhecia. — Temo que a curiosidade e insistência dos saiyajins sejam tão fortes a ponto de corrermos o risco de descobrirem a verdade.

Vegeta franziu o cenho.

— Isso é tão irritante! — exclamou baixinho. — Você acredita mesmo que os saiyajins seriam capazes de querer obter a joia?

— Nunca saberemos. — ele apenas falou. Vegeta não respondeu mais nada depois daquilo e Nappa inspirou fundo. — No mais, parece que seu pai irá para o reino humano hoje. — Vegeta ergueu uma sobrancelha, curioso, e olhou para Nappa.

— Como? Por que ele faria isso?

— Ele não contou para ninguém ainda o real motivo.

Vegeta não teve tempo para responder, pois a porta da sala foi aberta e ele viu seu pai entrar e caminhar para o meio da sala.

— Filho! Enfim, estão de volta. Não imaginava que voltariam tão logo.

— Parece que esperavam que fossemos demorar uma eternidade naquele local. — o príncipe se aproximou em alguns passos com um sorriso irônico.

— Bem, não tínhamos a certeza de quanto tempo levariam. Mas, é bom que já estejam de volta.

— Pois para mim, demorou mais do que eu gostaria. Aquele lugar era um tanto irritante.

— Vegeta! Isso não é verdade. A ilha shin é, sem dúvidas, o lugar mais maravilhoso em que eu já estive. — Bulma reprovou de repente, trazendo as atenções para si, e por um momento se arrependeu de ter aberto a boca.

— Bulma. — rei Vegeta somente então olhou para ela e se aproximou. Não teve como não reparar na Joia do Dragão, que pela primeira vez ela usava livremente, e ele perdeu seu olhar na joia.

Num primeiro momento, Bulma pareceu estática e teve que respirar fundo para voltar a si e espantar aquele incômodo que sentiu dentro de si quando rei Vegeta fixou o olhar na joia.

— Ah, me perdoe, majestade. — ela forçou um sorriso e fez uma breve reverência, quando olhou novamente para ele viu que o mesmo riu baixinho.

— Não precisa dessas formalidades comigo, Bulma.

Bulma piscou algumas vezes, sem saber o que fazer, nem percebeu direito que o rei havia se aproximado tanto dela.

Sentia um incômodo estranho em relação a ele, principalmente quando olhava em seus olhos.

— Obrigada. — a voz suave escapou de seus lábios e ela forçou um sorriso.

— Você achou a ilha shin incrível, porque não esteve em muitos lugares durante toda a sua vida, não é mesmo, Bulma? — o príncipe falou e se aproximou de repente, se colocando entre seu pai e a álfar, a fim de afastá-lo dela. Percebeu que ela não estava confortável com a aproximação do seu pai, e por um motivo, sentiu-se no dever de afastá-lo. — De qualquer forma, deixamos conversas irrelevantes para outra hora. — Vegeta comentou e encarou o rei. — Vamos falar sobre algo mais importante, como o fato de eu ter trazido aliados. — apontou para Tapion e Minoshia, e só então o rei pareceu perceber a presença deles.

— Majestade. — Tapion se aproximou e o reverenciou assim que foi mencionado, juntamente de Minoshia que vinha logo atrás. — Eu sou Tapion e venho do reino Konats. É uma honra poder estar aqui e lutar ao lado dos saiyajins.

— Interessante. — rei Vegeta falou baixinho enquanto analisava os dois konatsus.

— A cidade deles foi atacada pelos cavaleiros encapuzados, a fim de torná-los aliados. Mas parece que não conseguiram. Bem, isso significa que os icejins estão tentando expandir e se aliar à outras raças para nos atacar. — Vegeta explicou.

— Me parece óbvio que isso iria acontecer. Mas, agora somando os konatsus, significa que temos três reinos ao nosso lado. Essa guerra já está ganha, afinal.

— Me perdoe, mas não acredito que isso signifique vitória. — Tapion falou. — Os icejins estão muito mais fortes do que pode imaginar. Eles devem estar se preparando para isso há muito mais tempo do que nós.

Rei Vegeta fitou Tapion por um tempo, não gostando muito da intromissão e opinião dele.

— Ainda sim, você está ao lado de saiyajins. — dava para ver através do olhar de Tapion que ele estava reprovando mentalmente a autoconfiança excessiva de rei Vegeta, e tudo o que o rei fez foi lhe lançar um sorriso arrogante. — De qualquer forma, é sempre bom conhecer os reinos amedrontados contra os inimigos e recebê-los como aliados, afinal, uma guerra não é feita apenas com força. — o rei percebeu o olhar irritado de Tapion após suas palavras, mas ele não queria causar uma má impressão. — Mas… estamos treinando e nos preparando para isso, não? Não quero que entendam errado, apenas acho que devemos estar confiantes acima de tudo.

— Com certeza. — Tapion respondeu irônico, o que não passou despercebido pelo rei, e tudo o que o saiyajin queria era acabar logo com aquela conversa.

— Bem, Konatsu, sinto por não poder continuar por mais tempo, pois em breve estarei de partida. — o rei falou — Mas quero que fique o tempo que achar necessário no nosso reino, afinal, agora somos aliados.

— Eu agradeço pelo convite, majestade, mas Minoshia e eu iremos apenas descansar rapidamente antes de seguir para nosso reino novamente, temos muito que nos preparar ainda, e nossa cidade precisa de um apoio.

— Como achar melhor. — antes que o rei pudesse falar mais alguma coisa, ou sequer se mexer, ouviu a voz de seu filho ecoar, trazendo sua atenção.

— Então é verdade que está indo até o reino humano? — Vegeta perguntou e Bulma olhou surpresa após aquela revelação — O que teria de tão importante lá para fazer com que você queira sair do reino saiyajin?

— Apenas alguns assuntos aleatórios para tratar, trarei as notícias assim que eu voltar. Aliás, Bulma, o guerreiro Yamcha está aqui no reino novamente. — falou para desviar do assunto de seu filho e conseguir sair dali logo sem mais nenhuma pergunta.

— Yamcha? — Bulma perguntou surpresa, e logo em seguida seu rosto se iluminou e sorriu.

— Achei que gostaria de saber, mas agora, preciso ir, tenho muito que organizar ainda antes de partir. — foi a última coisa que disse antes de sair da sala, deixando uma Bulma surpresa e um Vegeta que se sentiu incomodado de alguma maneira em saber que o humano Yamcha estava ali. Olhou de canto para Bulma que sorria animada com a notícia.

E assim que o rei saiu, ao ver que Tapion ficou conversando com Vegeta, Bulma decidiu por percorrer pelo castelo a procura do guerreiro.

Sentia-se ansiosa para vê-lo, já que Yamcha, além de ser alguém muito especial para ela, fazia parte de sua vida que ficou para trás na cidade do Oeste, e por mais que tenha encontrado amigos ali no reino saiyajin, ainda não era como se encontrar com alguém que cresceu ao seu lado em uma vida simples antes de todo seu mundo mudar.

Não foi difícil achar seu amigo de longa data, após olhar através de uma das grandes janelas do castelo pelo segundo andar, e ver que ele se encontrava do lado de fora nos jardins, juntamente de alguém que de longe ela não identificou imediatamente, mas ficou curiosa. E rapidamente, desceu em direção à saída, seguindo até os jardins do castelo.

Em nenhum momento imaginou que fosse encontrar o guerreiro humano tão cedo novamente, depois que se despediram ainda na escuna na Ponta Oeste, não havia uma previsão de quando fossem se encontrar de novo, apenas a promessa de que a distância temporária entre eles faria Bulma pensar e procurar ficar menos confusa sobre tudo o que estava acontecendo - sobre eles.

Talvez por isso estava ansiosa por vê-lo. Sua vida bagunçada de quando tudo começou a mudar ao seu redor, já estava aos poucos voltando aos trilhos, e não estava mais confusa, pois agora tinha certeza de quem era, do que deveria fazer, e do que queria.

E quando se aproximou mais, reconheceu Kuririn ao lado de Yamcha, deixando-a surpresa pela presença dele também ali. Os dois conversavam tranquilamente, sentados em um banco de madeira, mas o som de seus passos se aproximando pela calçada chamou atenção fazendo com que eles olhassem em sua direção.

Foi uma surpresa enorme para ambos, pois até onde sabiam, Bulma ainda não havia voltado da ilha shin. Num primeiro momento, Yamcha cogitou a possibilidade de estar delirando, ou apenas sonhando. Mas não. Quando Bulma se aproximou mais, e chamou pelo seu nome com sua voz tão suave, ele levantou ansioso e teve a certeza de que aquilo era real. Bulma tinha realmente voltado e estava na sua frente.

Ele abriu um largo sorriso, sentindo como se o coração fosse pular pela sua boca, estava estranhamente nervoso por se reencontrar com Bulma - talvez porque sabia o que aquele encontro pudesse significar novamente para eles, ou porque estava ansioso demais em vê-la novamente.

Bulma apenas se aproximou e o abraçou.

— Que surpresa encontrar você por aqui! — Bulma tentou se desvencilhar dos braços fortes do humano, mas ele não a soltou assim tão logo, o que começou a deixá-la um pouco incomodada.

— Por um momento, eu achei que chegaria a hora de ir embora e não fosse te ver. — ele admitiu quase como um lamento, e só então se desfez do abraço olhando nos olhos azuis dela. Bulma sorriu e olhou para Kuririn que apenas assistia, ainda sentado no banco.

— Kuririn! Que surpresa ver que você também veio.

— Olá, Bulma, é bom poder revê-la. — ele apenas falou sorrindo para a amiga.

— O que vocês estão fazendo aqui, afinal?

— Dessa vez, viemos a pedido de Chichi. Entregar uma carta ao rei Vegeta. — Kuririn respondeu.

Bulma ergueu uma sobrancelha.

— E isso deve ter algo a ver com o fato de ele estar indo para o reino humano? Vocês sabem o motivo? — ela perguntou, curiosa.

— Não sabemos de nada sobre o que se trata ainda. — Yamcha respondeu.

— Deve ser algo relacionado a guerra. Não é mesmo? — Bulma comentou tentando ser o mais lógica possível, mesmo no fundo achando tudo estranho e suspeito. Algo a incomodava com aquela conversa.

— Eu acredito que sim.

O assunto não deu continuidade, pois viram Nappa se aproximar chamando atenção. Sabiam que ele traria alguma notícia e apenas esperaram para saber o que seria.

— Guerreiros. O rei mandou avisar que partirá dentro de alguns minutos. Estejam prontos. — o saiyajin não esperou por resposta, apenas se retirou, o que deixou Bulma confusa com suas palavras e Yamcha percebeu.

— Rei Vegeta nos convidou para voltarmos junto na escuna que vai levá-lo até o reino humano, e nós aceitamos. Assim será mais rápido, por isso vamos partir com o rei. — ele comentou, como quem estivesse se justificando por ter que partir tão em breve, mesmo acabando de se reencontrar com ela. Bulma percebia através do olhar o desânimo dele por causa disso.

— Tudo bem, Yamcha. É melhor mesmo voltarem pelo mar, é mais seguro. — Bulma tentou tranquilizá-lo.

Kuririn sabia que o problema de Yamcha não era em como, ou com quem iriam voltar, mas sim pelo fato de já terem que partir tão em breve assim, principalmente por ter recém reencontrado Bulma. E Kuririn também não era idiota para saber que provavelmente, os poucos minutos que continuariam ali, Yamcha iria querer passar a sós com ela.

Por isso, levantou-se de onde estava sentado, e pigarreou.

— Se vamos ter que partir logo, então eu irei organizando nossas coisas para a viagem, Yamcha. — ele falou e passou a mão pela cabeça sorrindo, Yamcha logo entendeu a verdadeira intenção de Kuririn, e agradeceu mentalmente o amigo por isso. — Foi bom te rever, Bulma, espero que possa nos visitar lá na cidade do Oeste em breve.

— Ah, claro que sim! Irei assim que eu puder. Estou morrendo de saudade de todos. — ela falou sorrindo tranquilamente, e ele apenas concordou com a cabeça.

— Até breve, então. — foi tudo o que disse antes de sair dali e piscar para Yamcha que sentiu-se ficar tenso assim que ficou a sós com Bulma.

O humano inspirou fundo, procurando algum autocontrole. Nunca antes sentiu-se assim por estar sozinho com a álfar, mas tudo tinha mudado tão rápido que era como se fosse um estranho na frente dela, e quase não sabia mais nem como se portar.

— Então, como foi lá na ilha shin? — ele perguntou, apenas a fim de começar algum assunto, não sabendo ao certo como chegar no ponto que queria.

— Foi incrível, pode ter certeza. — ela respondeu, percebia a agitação em Yamcha e ela sabia o motivo. Ele esperava uma resposta dela, e ela queria acabar logo com aquilo. Ao contrário da primeira conversa que tiveram ainda quando estavam na escuna, agora ela sabia muito bem o que sentia e o que queria, e ela estava determinada, certa de sua resposta. — Foram dias bem intensos, sabe? De todas as maneiras. — ela disse com um vago sorriso e olhou para o céu, procurando as palavras certas para dizer. — Mas aprendi muito, e principalmente sobre mim.

Yamcha olhava para ela, a respiração pesada, apenas ouvindo o que ela tinha para lhe dizer. Bulma não parecia nervosa como ele, na verdade, estava parecendo calma demais.

— Conheci meus poderes, aprendi a controlar a Joia do Dragão e… — ela emudeceu por alguns segundos, o que mais pareceu uma eternidade para Yamcha, conforme mais ansioso ficava. — Agora eu entendi melhor minha missão, sobre o que tenho que fazer, e sobre tudo o que eu sinto e o que eu quero de verdade. — ela finalizou com um sorriso.

Yamcha piscou algumas vezes, sentindo a garganta seca, mas sorriu também.

— Isso é realmente muito bom. Deve ter sido uma grande mudança. — foi a única coisa que ele conseguiu dizer, sem parecer um idiota.

Bulma suspirou. Não queria enrolar mais, percebia que ele estava tenso e ansioso.

— Eu pensei muito sobre nós… sobre o que eu sinto.

Aquelas palavras fizeram o humano congelar. Ele não sabia a resposta que viria a seguir, não dava para tentar adivinhar se seria algo positivo ou negativo, as expressões de Bulma eram neutras.

— Mesmo? — ele perguntou e sorriu, parecia que fazia esforço, mas estava apenas nervoso. — Então…?

— Acontece que… Yamcha. O que eu sinto por você é realmente algo muito forte, mas… — ela pareceu perder as palavras e sabia que precisava concluir logo seu raciocínio para que Yamcha não entendesse errado. — Mas é apenas um carinho enorme por toda nossa amizade que tivemos durante anos, e por tudo o que você fez por mim. Eu não posso confundir isso com algo a mais. Você sempre vai ser importante para mim e meu melhor amigo. Mas não dá para ficarmos juntos. Eu sinto muito por ter te confundido.

Yamcha sentiu algo semelhante a levar um soco no estômago, e ele se sentiu incapaz de dizer qualquer coisa. Era como se ainda estivesse tentando processar cada palavra que Bulma dissera.

— Eu sei que agi errado e que eu estava confusa com tudo o que estava acontecendo. Mas é que tudo aconteceu tão rápido. Era muita informação para processar em tão pouco tempo. Minha vida simplesmente virou de cabeça para baixo, eu perdi minha mãe, tive que fugir do local onde eu morava, além de toda essa história de descobrir que eu não sou humana, e que eu tinha uma missão tão pesada para cumprir… Tudo isso me deixou confusa. Mas esses dias na ilha shin me fizeram compreender tudo, aceitar essa minha nova vida, e eu pude entender exatamente tudo o que se passa dentro de mim. — Bulma via um pouco de decepção através do olhar de Yamcha.

Ela não queria magoá-lo, longe disso. Tanto que tentou ser o mais franca possível e não jogar a verdade nele de forma tão direta. Yamcha precisava compreender que o que aconteceu entre eles foi um erro, mas que ela reconhecia que ele era alguém especial para ela e ainda queria muito a amizade dele.

Yamcha inspirou fundo e fechou os olhos.

Não podia julgá-la. No fundo sempre soube que Bulma não sentia o mesmo que ele por ela. Mas de certa forma tinha esperança que ela pudesse lhe dar uma chance para prová-la que podia acabar sentindo o mesmo que ele.

— Yamcha. Diga algo, por favor… — Bulma já estava se sentindo angustiada com o silêncio dele.

Ele sorriu, mesmo que um sorriso um tanto triste.

— Não se preocupe, Bulma. — ele disse e aquilo tranquilizou-a um pouco. — Eu entendo. Eu estava ciente de que você pudesse acabar não querendo, mesmo eu desejando muito que quisesse. — ele riu sem jeito, e deu um passo em direção a ela, ergueu a mão em sua direção e tocou no rosto macio dela, pegando Bulma desprevenida.

Talvez ela não quisesse e não sentisse nada por ele, mas ele não desistiria assim tão fácil. Era só uma questão de tempo, iria tentar fazê-la mudar de ideia, mostrar que ele poderia sim ser mais que apenas um amigo. Depois da guerra, talvez. Depois que tudo aquilo passasse e eles pudessem respirar em paz.

— São tempos difíceis, e eu sei que por mais que eu esteja longe, por mais que eu não seja forte como um saiyajin, eu sempre vou tentar te proteger e estar ao seu lado, mesmo depois que tudo isso passar. — Bulma não soube como, mas de repente eles estavam tão próximos que ela podia sentir a respiração dele sobre sua pele. — Eu não sei quando vamos nos ver novamente. Mas a verdade é que eu não vejo a hora de tudo isso acabar e você estar de volta na cidade do Oeste.

— Yamcha...

Bulma tentou se afastar, não estava gostando muito daquela aproximação, mas sentiu Yamcha segurá-la. E ele apesar de tudo era mais forte que ela.

— Por favor, Bulma, me permita apenas mais uma vez... — foi tudo o que ele conseguiu dizer antes de beijá-la.

 


Notas Finais


E foi mais um capitulo!
O que será Chichi queria com rei Vegeta que fez ele se interessar tanto assim?
E Yamcha? Acabou indo longe, mas como Bulma vai reagir? Quais as consequências que isso pode causar?
Veremos no próximo!

Beeijos!


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