1. Spirit Fanfics >
  2. Lágrimas do Dragão >
  3. Romanticide

História Lágrimas do Dragão - Romanticide


Escrita por: MayaBriefs

Capítulo 26 - Romanticide


Fanfic / Fanfiction Lágrimas do Dragão - Romanticide

 

Romanticide (Romanticídio)

Cidade do Noroeste, Reino Saiyajin

Os braços ao seu redor a seguravam firme, mas mesmo assim ela tentava de maneira inútil se afastar, pois estava se sentindo realmente incomodada pela atitude de Yamcha, mas não demorou muito para o humano perceber o incômodo da álfar e parou, apenas para olhar em seus olhos, e ver que o olhar dela era pior do que se estivesse irritada ou com raiva, seu olhar era de decepção sobre ele, e se repreendeu mentalmente pelo o que fez.

Perdeu as forças que tinha em seus braços, e Bulma aproveitou o momento para se manter longe dele, e se afastou em uma distância segura o suficiente para que ele não pudesse sequer tocá-la.

No final, por mais que fosse algo que desejava muito, e por mais que tenha esperado tanto por aquele momento, Bulma não queria, e acabou sendo egoísta o suficiente para se sentir no direito de beijá-la porque ele queria.

— O que você pensa que está fazendo, Yamcha? — a voz de Bulma não parecia mais suave como de costume e ele não gostou de ouvir aquele tom de voz dela se direcionando a ele, era pior do que qualquer tipo de ofensa que poderiam dizer, ou pior do que ser golpeado por um guerreiro mais forte. Tudo o que ele menos queria era que Bulma se afastasse por causa disso.

— Me desculpe, eu--

— Desculpar? Eu… eu tentei ser o mais racional e compreensiva com seus sentimentos, mas você… você agiu de maneira egoísta!

Yamcha passou a mão pelo rosto e olhou para os lados, se sentindo incapaz de encarar Bulma por muito tempo, completamente envergonhado.

— Eu acabei agindo por impulso. Eu sei que não devia… — Bulma inspirou fundo, fechando os olhos, tentando manter algum controle. — Não quero que isso estrague nossa amizade. — Yamcha concluiu. Àquela altura, tudo o que mais importava para ele era que Bulma pelo menos continuasse sua amiga, entretanto não havia muitas esperanças em seu olhar sobre isso.

— Não posso permitir que isso volte a se repetir. Você tem noção do quão idiota você foi fazendo isso? — ele criou coragem para olhar para ela novamente, tentando endireitar sua postura e se manter firme. Precisava encarar as consequências de frente, e não fraquejar diante de seu erro.

— Eu sei que eu não devia, mas não pode agir como se tivesse sido assim tão ruim. Você já tinha me beijado outra vez, e bem, nada mudou, não é mesmo?

— Acontece que são momentos muito diferentes. Muita coisa mudou, Yamcha! — ela se calou, e percebeu que o humano ainda esperava por uma explicação, mas como ela poderia simplesmente dizer que naquele momento estava ficando com outro, ou apenas que aquele outro era Vegeta? — Na verdade, eu não sei nem porque estou me explicando, simplesmente você não deveria ter feito o que fez. Não importa a situação. — e sem esperar por resposta ela deu as costas e saiu dali, voltando de novo para o castelo, não queria discutir com Yamcha, e sabia que o melhor naquele momento era se afastar e esfriar a cabeça.

Yamcha suspirou e permaneceu no mesmo lugar, parado, se sentindo incapaz de ir atrás dela e sem saber dizer exatamente por quanto tempo ficou ali, até que sentou-se, derrotado. Se sentia um completo idiota por forçá-la a algo que não queria, e acabou magoando-a, mesmo sendo a última coisa que queria ter feito.

Passou a mão pelos longos cabelos, logo teria que partir do reino saiyajin, e estava se sentindo perdido, sem saber o que fazer.

— Droga. — ele resmungou baixinho, com mil e um pensamentos de culpa assombrando sua cabeça.

— Yamcha, acho que já precisamos ir. — Kuririn se aproximou, depois de alguns minutos e só então percebeu a tensão sobre o corpo do amigo, e ao olhar para os lados, não viu nenhum sinal de Bulma. — O que foi que houve? Onde está Bulma?

— Kuririn, tudo o que eu menos preciso nesse momento é de alguém me questionando! — ele falou irritado, e afundou o rosto em suas mãos.

— Ei, calma. Eu não quero incomodar. Se não quiser falar, está tudo bem. — Kuririn ergueu as mãos em sinal de rendição, não precisou muito para entender que as coisas não fluíram muito bem entre eles.

— Acontece que eu estraguei tudo. — o guerreiro confessou em um suspiro. Sabia que podia confiar em Kuririn, e talvez falar fosse aliviar um pouco aquela pressão dentro dele. — Bulma disse que não queria ficar comigo, mas ela não estava irritada até então, parecia pelo menos querer manter nossa amizade. Mas… acabei beijando ela e… estraguei tudo!

— Bem… — Kuririn quase não sabia o que dizer. — isso é mesmo um problema.

— Eu já sei que é um problema e não preciso de muito para perceber que também fui um grande idiota.

— Olha, fique calmo. A Bulma pode ter ficado incomodada por ora. Mas ela vai acabar relevando e esquecendo tudo isso. Ela não é do tipo que iria simplesmente estragar uma amizade de tantos anos por algo tão bobo como isso.

— Eu só queria que tudo isso passasse de uma vez. — confessou.

— Eu também… Mas, de qualquer forma, não é hora para ficar lamentando, precisamos ir, o rei saiyajin não parece alguém que tolera atrasos.

Yamcha concordou com a cabeça e, juntamente de Kuririn, seguiram em direção ao castelo, já que logo eles partiriam com o rei de volta ao reino humano.

~ ~ ~

A sua respiração estava pesada e ele inspirou fundo segurando o ar nos pulmões por alguns segundos, tentando fazer o corpo relaxar e manter o pouco de calma que lhe restava - se é que lhe restava calma ainda dentro de seu corpo.

Mentalizou exatamente o que precisava fazer para descontar sua raiva, e no fundo estava ansioso para isso. Caminhou pelos corredores do castelo, sem desviar o olhar para os lados, ignorando qualquer distração que pudesse ter pelo caminho, apenas focando em seu objetivo, procurando por ele através de sua presença.

Até que chegou no hall de entrada, no mesmo momento em que viu Yamcha atravessar a porta entrando com seu outro amigo humano.

E então parou no topo da escada do hall que levava até a sala do trono, e cruzou os braços com um sorriso no canto dos lábios ao vê-los entrar, sem se importar com a presença daquele outro humano que estava ali.

Kuririn o avistou e mesmo ainda não conhecendo ele, o reconheceu. Sabia que aquele parado no topo das escadas era o tal príncipe Vegeta, afinal, ele era quase igual ao rei saiyajin, exceto pelo olhar, visto que o príncipe parecia quase como se fosse um psicopata prestes a matar alguém.

Yamcha franziu o cenho quando viu Vegeta. Nunca gostou muito dele desde o momento em que trocaram as primeiras palavras, ainda antes de o príncipe partir com Bulma até a ilha Shin. Ele era arrogante, egoísta e um tanto idiota, no seu ponto de vista, mas se sentiu desconfortável quando percebeu que ele olhava diretamente em seus olhos, sem desviar o olhar por um segundo sequer.

— Ora, ora. — Vegeta falou alto e num tom de voz mais grave que o normal, e começou a descer alguns degraus lentamente, mas tão lentamente que parecia que levaria longos minutos até chegar na base. — Nem bem nos reencontramos e já vamos ter que se despedir, humano. Que pena. — não apenas Yamcha, mas Kuririn também percebeu as notas de ironia nas palavras do saiyajin, e por algum motivo o humano sabia que passaria por algum momento de tensão com o príncipe, sem mesmo saber o porquê.

— Príncipe Vegeta. — o tom na voz de Yamcha não era agradável e fez o saiyajin rir ao sentir o gosto de desprezo.

— Parece que você teve a sorte de termos chegado da ilha Shin antes de você voltar ao reino humano... assim pode matar um pouco da saudade de Bulma, não é mesmo?

Yamcha olhou sem entender muito bem, e por algum motivo Kuririn estava sentindo o clima começar a pesar, se afastando um pouco, conforme mais perto Vegeta chegava.

O príncipe parou apenas alguns passos de distância de Yamcha. Ele era um pouco menor que o humano, mas olhava para ele como se Yamcha fosse tão insignificante quanto uma formiga.

— De qualquer forma, é uma pena que não possa ficar mais tempo aqui para ficar ao lado dela. — a ironia escorria pelas palavras, deixando Yamcha cada vez mais incomodado, sem entender onde o saiyajin queria chegar o incomodando com esse assunto. Mas seja o que fosse, não podia cair na lábia dele.

— Tudo bem. É só uma questão de tempo. Tenho esperanças de que tudo isso vai acabar logo e que Bulma vai ficar livre novamente para voltar para a cidade do Oeste.

Vegeta ergueu mais a cabeça, sem desviar o olhar de Yamcha e sorriu.

— Não conte tanto com isso, humano. Talvez você nem sobreviva a essa guerra, e mesmo se esse milagre acontecer, talvez Bulma não queira mais voltar para a cidade do Oeste.

Yamcha piscou algumas vezes, não exatamente ofendido pelo fato de Vegeta insinuar que era fraco e talvez não sobreviveria, mas porque ele mencionou o fato de Bulma talvez não querer voltar, e ele não gostou muito, mesmo sem entender o motivo para isso acontecer.

— Eu sei que Bulma sente muita falta da cidade do Oeste, ela jamais iria pensar em ficar aqui, sendo que não teria mais motivos para isso. Assim que tudo isso acabar, ela não vai mais precisar de você.

Vegeta fechou os olhos e riu baixinho.

— Acontece que… eu não tenho costume de deixar certas coisas que pertencem a mim ficar longe.

Yamcha franziu as sobrancelhas e não conseguiu falar nada, quando finalmente as palavras de Vegeta começaram a fazer algum sentido na sua cabeça, e abriu a boca na intenção de falar, eles foram interrompidos.

— Ah, que bom que vocês já estão aí! — rei Vegeta e Nappa desciam as escadas juntos, enquanto Nappa carregava para o rei todos seus pertences que levaria em sua viagem em algumas bolsas. Yamcha e Kuririn voltaram toda atenção ao rei, enquanto Vegeta parecia ignorar seu pai. — Espero que já estejam com tudo pronto, não quero perder mais tempo.

— S-sim, majestade, não se preocupe. Kuririn já deixou tudo pronto. Estamos apenas aguardando. — Yamcha respondeu, tentando ignorar a presença perturbadora de Vegeta na sua frente.

— Ótimo! Peguem logo suas coisas então e vamos, a escuna já está pronta para a viagem.

Yamcha concordou com a cabeça.

— Certo, prometo não demorar, majestade. — ele falou tentando se mostrar o mais cordial possível, mesmo no fundo sentindo que algo lhe incomodava ao agir assim, e fez sinal para Kuririn segui-lo e irem pegar suas coisas, tentando desviar de Vegeta que ainda insistia em permanecer na sua frente.

— Espere, eu não vou estar aqui quando voltar, então, acho melhor já nos despedir. — Vegeta falou antes que Yamcha pudesse se mexer, e ergueu a mão na sua direção, esperando por um cumprimento.

Yamcha olhou para Vegeta, sem gostar muito da maneira como ele estava lhe olhando. Um sorriso fino e irônico, com um olhar que mais aprecia assustador.

Ele sentiu a mão tremer levemente quando ergueu para cumprimentar o príncipe. E de repente, antes que pudesse alcançá-lo, o saiyajin desfez o sorriso e olhou mortalmente para ele.

Ali, Yamcha sabia que não viria boa coisa a seguir.

Tudo aconteceu tão rápido.

Quando Vegeta recuou, não deixando o humano tocá-lo, e em seguida acertou no rosto dele com força, fazendo o humano cambalear para trás e trazer todas atenções para cima deles.

Ninguém entendeu o que estava acontecendo e o porquê Vegeta havia feito aquilo, por alguns longos segundos, todos permaneceram imóveis, como se não soubessem o que fazer.

E sem permitir que Yamcha caísse com o impacto, Vegeta logo o segurou e puxou pelo colarinho.

— Você deu sorte de estar indo embora nesse momento, porque eu não vou permitir que volte a se aproximar de Bulma. — as palavras soaram baixas o suficiente apenas para Yamcha ouvir — Ela está comigo.

O saiyajin o soltou de maneira agressiva que Yamcha teve que se esforçar para ainda se manter em pé, completamente atordoado e sem entender o que estava acontecendo. Levou a mão até seu nariz e pode sentir o sangue quente escorrer pelos seus dedos.

Somente então os três que estavam ao redor conseguiram finalmente voltar a si.

Kuririn correu até Yamcha, preocupado, a fim de ver se o amigo estava bem.

— Vegeta! Volte aqui! Você enlouqueceu? — o rei chamou antes que o príncipe se afastasse o suficiente e sumisse do alcance de seus olhos. E Vegeta apenas olhou por cima dos ombros com um sorriso vitorioso.

— Apenas tenham todos uma boa viagem. — foi tudo o que falou, antes de finalmente alcançar o corredor que levava até o acesso à torre mais alta do castelo, ignorando completamente seu pai.

O rei suspirou, franzindo o cenho e passou a mão pelo rosto. Não sabia o que tinha acontecido para seu filho fazer o fez, e naquele momento não queria se estressar indo atrás dele para descobrir.

— Está tudo bem, Yamcha? — Kuririn perguntou, preocupado.

O humano respirou fundo, se sentindo completamente irritado pelas palavras de Vegeta, a vontade que tinha era de ir atrás do príncipe e dar o troco, mas o que mais o incomodava era tudo o que Vegeta tinha lhe dito sobre Bulma.

Precisava saber a verdade, e ignorando completamente Kuririn ou o rei, saiu praticamente correndo em direção ao quarto de Bulma.

— Yamcha! Onde você vai? — Kuririn chamou, mas não houve resposta e ficou quase sem saber o que fazer.

— Será que dá para me explicar o que foi que aconteceu aqui? — o rei perguntou diretamente para Kuririn, que engoliu em seco.

— E-eu não entendi exatamente, majestade. Príncipe Vegeta apareceu falando algumas coisas estranhas, e de repente ele bateu no Yamcha. Eu não imaginei--

— Falando sobre o quê, afinal? — rei Vegeta questionou erguendo a sobrancelha.

— É… algo sobre Bulma. — Kuririn falou com o tom de voz mais baixo e viu o rei fechar os olhos e passar a mão pelo rosto. — Mas eu não entendi muito bem qual era o problema entre eles… — ele complementou, mas rei Vegeta ignorou completamente o último comentário de Kuririn.

— Nappa? Você sabe algo que possa justificar o que aconteceu?

— Eu não sei de nada, majestade, me desculpe.

O rei suspirou.

— Não pretendo me estressar com isso neste momento. Sugiro que vá atrás do seu amigo, humano. Não esperarei mais que dez minutos para vocês chegarem até a escuna, caso contrário, partiremos sem vocês.

Kuririn concordou com a cabeça e viu o rei se virar e sair, sendo seguido por Nappa.

~ ~ ~

Três batidas na porta fizeram a álfar voltar à realidade e se afastar da janela onde estava observando a rua, perdida nos próprios pensamentos.

Talvez não foi exatamente uma surpresa ver Yamcha parado do outro lado, pois sabia que ele acabaria por procurá-la depois da conversa que tiveram. Ela o olhou ainda irritada, mas a expressão do humano era mais dura do que de costume, porém sua irritação sobre ele ter beijado-a praticamente à força, se desfez quando percebeu um filete de sangue escorrendo de seu nariz, então ela soube que algo de errado tinha acontecido.

— O que foi que aconteceu, Yamcha?

Yamcha respirou fundo e franziu as sobrancelhas, caminhou para dentro do quarto da álfar sem nenhum pudor e sem nem mesmo ser convidado. Não queria discutir no corredor.

— Eu só quero saber a verdade sobre você e Vegeta.

Bulma sentiu um batimento falhar e o ar escapar de seus pulmões.

Estava esperando que Yamcha fosse se ajoelhar na sua frente e pedir mil desculpas; pedir para esquecer o que aconteceu e pensar melhor sobre eles; ou apenas para se despedir, pois logo partiria de volta para a cidade do Oeste e não queria ir brigado com ela.

Poderia esperar tudo, menos que ele fosse lhe pedir explicações sobre algo como aquilo.

— Do que é que você está falando?

— Eu não sou um completo idiota, Bulma! Foi por causa dele que você decidiu não ficar comigo, não é mesmo?

Yamcha ficou em silêncio por alguns longos segundos, esperando uma resposta de Bulma, mas ela se sentia incapaz de falar qualquer coisa, ou apenas porque simplesmente não sabia o que falar. E o humano não precisou de resposta para saber a verdade. O silêncio da álfar já era o suficiente para fazê-lo entender.

— Tudo bem. Eu já entendi.

— Escuta, Yamcha. Não é bem assim que as coisas aconteceram. E não foi por causa dele que eu decidi que não queria ficar com você. É verdade que tudo aconteceu um pouco rápido demais entre Vegeta e eu, mas eu já estava consciente de que você e eu sempre seriamos apenas amigos e nada mais que isso.

Yamcha apenas fechou os olhos, como se aquele simples ato fosse impedir de ouvir o que Bulma estava dizendo. Por mais que tenha sido ele quem lhe perguntou sobre, tudo o que ele não esperava ouvir, era Bulma confirmar que tinha sim algo com Vegeta.

— Eu gosto de você, Yamcha, mas com Vegeta é diferente. — Yamcha não respondeu. — Eu não quero que entenda errado, você ainda é muito importante para mim, independe do que aconteceu ou não.

Yamcha balançou a cabeça.

— Certo. Eu entendo. — Bulma não sentiu firmeza nas palavras dele, e aquilo só deixou-a ainda mais apreensiva. Não queria que sua amizade acabasse daquela forma, por mais que ele tenha agido errado beijando-a, Yamcha ainda era seu melhor amigo e desde pequenos viviam juntos, e no fundo ela se culpou profundamente por ter dado falsas esperanças para ele desde o começo.

Algumas batidas na porta chamou atenção dos dois.

— Yamcha? Você está aí? Precisamos ir. — a voz de Kuririn soou do outro lado, mesmo que o assunto ainda não tivesse realmente encerrado entre Bulma e ele, sabia que não havia muito a ser feito mesmo afinal, precisava respirar fundo e seguir seu caminho.

— Está na hora de eu ir. — Yamcha falou, se sentindo incapaz de olhar para Bulma e seguiu em direção a saída, mas ela o segurou pelo braço e ele a olhou.

Não sabia dizer ao certo o que estava sentindo naquele momento quando olhou para ela, mas já não era mais a mesma coisa.

— Bom… tenha uma boa viagem então… — Bulma mordeu os lábios, aflita. — Diz a todos que eu estou com saudades já.

Yamcha apenas concordou com a cabeça e sem esperar, Bulma o abraçou.

— Eu espero que não esteja irritado comigo.

O guerreiro suspirou.

— Tudo bem, Bulma. Está tudo bem. Vamos apenas deixar tudo isso passar. — Bulma concordou e se afastou. — Até breve.

Bulma o acompanhou até a porta de saída e avistou Kuririn que apenas se despediram com algumas palavras e acenos, enquanto ela ficou ali, vendo os dois amigos se afastar pelo corredor.

Estava se sentindo completamente exausta com toda aquela confusão. Não sabia ao certo o que tinha acontecido, nem como Yamcha havia descoberto sobre ela e Vegeta, mas tinha uma sensação ruim quanto à tudo aquilo.

Nordeste, Reino Icejin

Conforme o mago caminhava lentamente com dois de seus servos pela estrada branca coberta de neve, avistava ao redor uma grande movimentação de criaturas obscuras que outrora viviam isoladas e distantes de qualquer povo e civilização; criaturas da neve que viviam nas montanhas, e até mesmo criaturas que viviam sempre em cavernas escuras e profundas; todas, cujo objetivo era nunca se aproximar de pessoas, naquele momento estavam ali no reino Icejin, sob o comando de Freeza, treinando a favor deles para lutar busca da Joia do Dragão, recebendo ordens e acatando as barbaridades do mestre dos icejins, com o objetivo de assassinar qualquer ser vivo que se atravessasse na sua frente.

E ao observar, ele concordou mentalmente que Freeza era um filho da mãe inteligente. Conseguiu controlar facilmente todas aquelas criaturas irracionais a seu favor, e com isso, conseguiria uma grande vantagem na guerra, visto que ali havia criaturas de apenas um metro de altura, onde poderiam distrair facilmente os guerreiros inimigos, até os gigantes de três metros de altura, robustos e resistentes que poderiam arrancar facilmente a cabeça de uma pessoa apenas com as mãos.

E conforme mais caminhava, podia ver ao longe, os cavaleiros encapuzados icejins treinando incansavelmente com suas espadas e força.

Não importava o quão frio poderia estar ali na rua, eles não sentiam e não se abalavam facilmente com aquilo.

Até que finalmente alcançou a base da torre e entrou após se identificar, deixando seus dois servos esperando do lado de fora.

Ali dentro, era quase tão frio quanto na rua. As paredes não pareciam bloquear nem um pouco do frio que predominava naquele lugar.

Tudo parecia ser de gelo ali dentro ou tudo apenas estava congelado. Subiu incansavelmente degrau por degrau, até chegar no topo e entrou na sala onde se encontraria com Freeza.

Ali ele encontrou uma lareira, mas duvidou que fosse para esquentar o ambiente, visto que as janelas eram grandes e estavam todas abertas, onde entrava bastante vento por ser o ponto mais alto da torre.

— Grande Freeza. — a voz aguda e esganiçada de Babidi ressoou pelo local trazendo a atenção do icejin, que olhou por cima dos ombros para vê-lo. Ele estava parado de frente para a lareira enquanto observava o fogo consumindo um pedaço de madeira, e em sua mão direita, segurava firme uma taça de vinho, como de costume.

Freeza se virou, com um sorriso nos lábios ao ver o mago Babidi.

— Ora, ora. Cheguei a pensar que nunca viria até mim. Já que somos aliados agora, deveria vir me visitar mais seguido, não é mesmo?

Babidi caminhou pela sala, e se aproximou um pouco mais do tirano.

— No final das contas, o importante é que eu vim, e vim com um plano infalível.

Freeza ergueu uma sobrancelha, começando a ficar interessado.

— Parece interessante. Vamos, me diga qual seria esse “plano infalível”? — perguntou, duvidando que o mago pudesse mesmo ter algo em mente que pudesse ser realmente útil.

Babidi pigarreou.

— Primeiramente, precisamos conversar sobre algumas questões, mestre Freeza. — Freeza olhou sem entender. — Você já está consciente de que a herdeira álfar está sob proteção dos saiyajins, não é mesmo?

Freeza estreitou os olhos e maneou a cabeça.

— E você tem consciência de que isso pode ser perigoso para nós?

Freeza riu.

— Perigoso? Deixe de bobagens! Isso pode no máximo ser um pouco mais complicado, mas não vejo motivo para ser perigoso. Os saiyajins podem ser realmente fortes e tentar lutar para protegê-la ou mesmo que por acaso os saiyajins obtenham a joia dela, nada vai me intimidar. Eu vou possuir aquela joia nem que eu tenha que matar até o último saiyajin que estiver vivo e se colocar na minha frente.

Babidi balançou a cabeça de um lado para outro, lentamente.

— Não, eu não me refiro a isso. Me refiro a antiga profecia. — explicou, e uma dúvida surgiu no olhar de Freeza, sem entender aonde o mago queria chegar.

— Do que é que você está falando?

— Você não conhece? Aquela que fala sobre a união capaz de destruir o mal, a união entre a força dos saiyajins e a bondade dos álfars.

Freeza pestanejou, curioso.

— Bem, não me recordo de algo como isso. Mas não acredito que algo como uma profecia boba possa me prejudicar.

Babidi riu e começou a caminhar pela sala, com os braços para trás.

— É verdade que poucos sabem sobre. Ouso dizer que apenas os seres mais antigos da Terra ainda se lembrem. Afinal, foi há muito esquecida. — ele andou alguns passos até chegar em uma das janelas para observar a rua, antes de continuar a falar. — Mas precisamos ter cuidado, o que eu quero dizer, Freeza, é que com a álfar aos cuidados dos saiyajins, isso está muito próximo de acontecer, mesmo que eles talvez não saibam sobre a profecia, é algo que pode acontecer tão naturalmente quanto o cair das folhas no outono.

Freeza pareceu pensar por alguns segundos. Precisava admitir que apesar de tudo estava curioso para descobrir.

— E qual a probabilidade de isso acontecer?

— Na verdade, isso não aconteceu no início os tempos, mas tem a chance de acontecer dessa vez, isso se a álfar continuar no reino saiyajin, próxima do príncipe Vegeta. — Babidi se virou novamente em direção a Freeza. Percebia que ele estava curioso e até mesmo um pouco incomodado com suas palavras.

— Bem, o que afinal isso significa?

— Há apenas algumas especulações sobre esse assunto. O que se trata sobre uma união do reino saiyajin e álfar, ou da bondade com a força, como é citado na profecia. A herdeira Bulma inteiramente ao lado de príncipe Vegeta seria o mesmo que unir as forças da Joia do Dragão com a Espada Lendária, ou seja, eles formariam o reinado mais poderoso da Terra. Além disso, qualquer herdeiro a partir deles receberá não apenas a espada, mas também a joia como herança, isso quer dizer que seria tão invencível quanto Vegeta pode se tornar junto de Bulma. Nenhum mal será capaz de se formar na Terra após eles estarem verdadeiramente juntos, então se não fizermos algo para impedir isso logo, se tornará praticamente impossível possuir a Joia do Dragão.

Freeza por algum motivo se sentiu extremamente desconfortável após as palavras de Babidi. O poder que Vegeta poderia obter com Bulma, era o poder que ele almejava e que estava tentando alcançar. Se Vegeta o conseguisse antes, seria o mesmo que decretar a vitória do saiyajin nessa guerra.

Suas expressões endureceram.

— E qual é o seu plano?

Babidi sorriu e respirou fundo, antes de contar cada detalhe do seu plano para impedir que Vegeta e Bulma pudessem ficar juntos, apenas omitindo que com isso, na verdade, ele se aproveitaria para conseguir a joia e a espada para si, e depois derrotaria Freeza.

Nada poderia dar errado, principalmente agora que Freeza concordou.

 


Notas Finais


Parece que Babidi já tem tudo esquematizado. Qual será os planos dele?


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...