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História Lágrimas Negras - Capítulo Único


Escrita por: CarolinaSunny

Notas do Autor


Fanfic parte da coleção Pequenos Reitukis!

Mais pequenos reitukis no meu perfil <3 ! Me adicione aos seus autores favs se você ama reituki ou histórias vanguardistas diferentonas!

Capítulo 1 - Capítulo Único


 

 

"No abismo de desespero, a resposta deseja por tudo

Para ser um sonho irreversível.

Este lugar é um Inferno."

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.

.

.

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Não sabíamos. 

Nosso amor era proibido.

Naquele final de semana eu e meus dois namorados finalmente consumaríamos nossa poligamia.

Aoi era o dono do carro, Kai levava a comida e eu me sentia inútil no banco de trás. Estávamos determinados a ir o mais longe possível e nos instalar em um chalé japonês bem tradicional. Desde o começo fui contra, por mim faríamos em um motel qualquer, mas Aoi deixou bem claro que "teria que ser especial".

- Uruha, Por que não deita um pouco? - Kai notou minha expressão de tédio do retrovisor.

- Estou sem sono. - Respondi seco, parte da culpa por eu ser obrigado a ir até o cu do mundo era do Kai, ele nunca contestava o Aoi.

- Já estamos chegando, não precisa ficar de mal humor. Ei, já disse que esse chalé tem uma fonte termal? - Aoi realmente estava empolgado.

- Pode ser um pouco perigoso já que está frio... - Kai sempre se preocupava demais.

A conversa fiada continuou até que eu ironicamente peguei no sono.

"Este lugar é um Inferno" foi o que ouvi em meu sonho.

- Uruha! Uruha! - Aoi gritava para me acordar. - Oe, Uruha! Chegamos!

- Droga, já ouvi... - Levantei do banco do carro e logo vi o chalé. Não era tão pequeno como achamos que era... 

Era tão tradicional que parecia um templo, tinha apenas um andar e a água quente das termas cercava a casa, para entrar havia uma ponte preta e vermelha que agradava muito o olhar.

- Não é lindo, Uruha? Ainda melhor que as fotos! - Kai estava realmente animado, pegando as malas quase todas sozinho e correndo até a porta do chalé.

- Ei Kai! Cuidado com as minhas coisas! - Aoi foi atrás de Kai para ajuda-lo.

Tratei logo de sair do carro e pegar o resto das malas, enquanto retirava a bagagem do porta-malas olhei para o horizonte... Quase que inconscientemente... e vi um homem de pele extremamente banca com um kimono preto. Ignorei achando ser um dos habitantes da redondeza.

Aoi batia na porta do chalé sem parar, estávamos esperando o dono nos entregar as chaves em meio a um frio desgraçado. Depois de umas trinta batidas a porta se abriu e revelou um homem loiro que estranhamente tinha uma mascará preta tapando parte de seu rosto.

- Ah! Graças aos céus! Sou o hospede que ligou essa semana, o senhor poderia nos entregar as chaves? Está muito frio aqui fora! - Aoi tentava dançar ou ao menos se mexer para se aquecer enquanto falava com o estranho homem.

- Me desculpe, mas isso não foi o que combinamos... - O homem ameaçou fechar a porta, mas Aoi forçou-a a ficar aberta. 

- O QUE?! Como não?!

- Alugamos o chalé apenas para casais, não alugamos para amigos em grupo, grupos de homens fazem muita bagunça.

- Mas o senhor não entendeu! Somos um casal! Um casal estranho de três pessoas. - Aoi disse com o rosto vermelho. - O senhor tem que acreditar, não quero os desapontar... Os amo muito...

Desde que a porta se abriu eu não parei de encarar o homem de mascara... "Alugamos o chalé"? Será que tem mais alguém? O local parece muito rustico para pertencer a uma companhia.

-... Muito bem... Mas tomem cuidado por aí - O homem mascarado me encarou de longe por um tempo. - Não vai ter problema. Nós concordamos, venha, vou te mostrar a casa.

- Ótimo! Obrigado! - Seguimos o homem pela casa, por dentro era só mais uma casa tradicional comum. O que me intrigava era o homem estranho sempre falar como se ele estivesse com mais alguém.

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Fomos a cidade, Aoi e eu, a fim de comprar mantimentos para nossa estadia. Aoi recomendou não demonstrar afeto em publico, ele mesmo vinha de um lugar bastante tradicional e preconceituoso, e ele sabia que o desconhecido faria as pessoas nos tratarem mal.

Apesar de não termos demonstrado afeto ou se quer dado pinta, o povo da pequena cidade nos olhava como se soubesse o que havíamos feito.

Como se pudessem ver no fundo de nossas almas...

O pecado.

Estávamos pagando nossas compras no mercado quando uma menina me olhou nos olhos fixamente, deu três passos para trás e começou a chorar. Aquilo fez meus olhos arregalarem e meu corpo ficar imóvel, Aoi percebeu que eu estava assustado e me arrastou correndo até o carro.

- Amor, não liga, vamos para o chalé relaxar, certo? 

Aoi apenas engoliu seco e voltamos para o chalé, mas eu sabia que havia algo de errado. Como se as pessoas soubessem sobre nós, como se tivessem medo de nós. 

Meu desconforto não poderia ser maior.

Quando voltamos para o chalé já estava escuro, ao adentrarmos a casa pude notar que kai estava na terma, a luz acesa do lado de fora e o vapor se destacavam em meio a escuridão do lugar isolado.

Aoi correu para dentro animado e eu apenas entrei normalmente. Enquanto tirava os sapatos na porta a luz que iluminava a sala de estar piscou, me assustei um pouco mas ignorei. A seguir ouvi gemidos, deduzi que vinham de Kai e Aoi, mas as vozes não eram nada parecidas com as dos meus dois amantes. Dei de ombros achando que estava maluco, como o que aconteceu na cidade.

Nas termas Aoi já estava nu e dentro da água, ele empurrava Kai contra uma pedra enquanto o beijava. Eu adorava observar os dois. Aoi era sem duvida um homem bonito e galã, enquanto Kai possuía um corpo incrível e uma personalidade amorosa. Os dois combinavam de certa forma. Eu apenas não compreendia onde eu me encaixava nessa relação, então fiquei quieto sentado na varanda.

- Uruha! Não fique assim, entre aqui, a água está ótima. E a água não é a unica coisa ótima aqui... - Aoi tentava me convencer a entrar e continuava a estimular Kai. 

- Vamos, Uruha! Me sinto estranho com você aí só olhando... - Disse Kai com o rosto vermelho.

Decidi me juntar aos dois, tirei minhas roupas e as larguei por aí enquanto ia em direção a água. A água era quente e relaxante, deixava meu corpo em transe, mas me estimulava de alguma maneira. Fui na direção dos dois, beijei Aoi enquanto acariciava o peito de Kai e me esfregava contra os dois ao mesmo tempo, estando no meio deles.

- Uruha estava escondendo toda essa animação. - Disse Kai sorrindo.

- Não quero amor hoje, venham os dois. - Disse sem temer, queria esquecer as coisas estranhas que estava vendo.

Aoi levou a sério meu pedido e me virou de frente para Kai, ele colocou os dois dedos de vez na minha entrada arrancando de mim gemidos que foram abafados pelo Beijo de Kai. Mesmo que a dor estalasse, minhas pernas continuavam abertas e minha bunda empinada.

- Acho que já da, Kai segure-o se não ele vai cair... - Kai se apoiava em uma pedra e segurava firme meu quadril. - Muito bem, aí vai! - Aoi entrou em mim sem dó, eu grunhi de dor e lacrimejei contra os ombros de Kai, mas o prazer que senti quando aquilo havia entrado completamente pagou por tudo. - Pobre Kai... Uruha, não acha que ele precisa de atenção? - Aoi bateu na minha bunda. 

- Kai quer entrar também? Isso me faria feliz... - Eu arfava enquanto falava, sorria eroticamente e o estimulava. Kai pensou por alguns segundos, isso poderia me machucar, mas logo de deu um beijo na bochecha, como se dissesse que seria gentil.

Aoi segurou minha perna direita no ar e Kai a esquerda, Kai se espremia para entrar em mim.

- Ah... Tão apertado... - Disse Kai. - Estou te machucando? - Fiz que não com a cabeça.

- Vamos ver se ele consegue gozar só por trás, segure as pernas dele... - Kai fez o que Aoi pediu, logo Aoi puxou meus braços para trás, me impedindo de tocar no meu próprio membro. 

- Não, não! Eu quero gozar! - Reclamei entre os gemidos. - Kai, por favor...

- Uruha, desculpe, mas essa sua expressão deixa tudo ainda melhor! - Kai atacou meu pescoço.

Eu então encarei a vista da floresta que cercava a casa, de longe pude ver um vulto.

Ele se aproximava rápido, logo percebi que era a figura branca de kimono preto e olhos pintados com vermelho.

Quando estava a pelo menos 4 metros de distância ele me encarou.

Tomei um susto e me debati contra Aoi e Kai gritando apavorado.

- Ahhhhh! Não, não! Não, sai! Fica longe de mim! Aoiii! Kai! - Eu berrava. Eles saíram de dentro de mim e se afastaram assustados.

- Uruha!? Você ta bem? Te machucamos?! - Perguntava Kai ansioso.

- Uruha, desculpe! Desculpe! - Aoi me abraçou forte, colando minha cabeça em seu peito.

- Me tirem daqui! Vocês não veem?! Ali! - Apontei para a estranha figura que continuava a me encarar.

- O que?! Não tem nada ali. - Aoi apenas via a floresta deserta.

- Aoi, leva ele pra dentro. Ficou tempo demais na água quente. - Kai se preocupava, mas também não conseguia ver.

Me debati contra Aoi que me carregava para dentro, insistindo que conseguia ver algo no meio da floresta. Ele me colocou no futom e me cobriu, Kai me trouxe água. Continuei gritando apavorado, pois a figura nos seguiu calada até o quarto.

- Aoi, Aoi! Atrás de você! - Meu rosto estava vermelho de tanto chorar, soluçava enquanto gritava.

- O que?! Meu deus, o que?! Uruha, para com isso! - Aoi estava tão preocupado que começou a chorar. - Kai, faz alguma coisa!

- Uruha, o que foi que você viu? - perguntou Kai que também chorava de nervosismo.

- Um homem, de kimono preto, maquiagem vermelha! - Eu expelia palavras tentando me explicar. - Ele continua aqui, ele está aqui! 

- Calma, ta tudo bem, ele vai embora. - Disse Kai, Aoi o olhou confuso. - Nós vamos proteger você, certo? - Aoi fez que sim com a cabeça e Kai se juntou ao abraço. - Ele não vai fazer nada...

Fechei os olhos esperando que quando abrisse aquela estranha figura não estaria lá, eu me ditava mentalmente, dizendo que ficaria tudo bem e que eu estava ficando maluco. Ficamos abraçados no grande futom até cairmos no sono.

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Pela manhã fiquei sentado na varanda em frente a terma, ainda podia ver o homem de kimono preto, mas disse a Aoi e Kai que ele havia ido embora.

- Pode me dizer ao menos o seu nome? - Perguntei. - Meu nome é Uruha.

- Eu sou Ruki. - Fiquei feliz com a resposta.

- Por que está me seguindo? 

- Olham para você como olhavam pra mim, apenas para você.

- E Aoi e Kai? Por que não podem te ver?

Ruki não respondeu, apenas olhou para a floresta.

- Está falando sozinho, Uruha? - Kai chegou logo em seguida.

- Não, só pensando alto! Haha! - Kai sorriu e me ofereceu chá.

- Aoi está querendo ir embora, eu também, você quer ir embora?

- Não, não. Viemos relaxar e é isso que faremos, certo? Estou melhor, juro! 

- Tudo bem então, vamos ficar! Vou falar para Aoi não se preocupar... - Quando Kai se foi, Ruki voltou a me olhar.

- Você é um fantasma? Um demônio?

- Um pouco dos dois. Mas as pessoas me fizeram assim...

- Quem? Quem fez isso com você? - Ele se levantou de onde estava sentado e começou a andar em direção a floresta. 

- Vou lhe mostrar...

Segui Ruki por um bom tempo, ele olhava para mim e sorria infantilmente, como se estivesse muito feliz de ter me conhecido. Eu estava assustado, mas como esse parecia o melhor jeito de me livrar dele, eu o ajudaria a resolver seus pendentes.

Ele parou em frente a uma arvore, a neve escondia, mas metade da arvore estava queimada. 

- Foi aqui, onde me queimaram vivo.

Arregalei os olhos imaginando o horror, dos olhos de Ruki caiam lágrimas negras.

- Ruki, você quer que eu te ajude? - Ele fez que não com a cabeça e abraçou a arvore, as lagrimas caiam e sujavam o rosto dele.

- Quero que diga ao meu amor que me deixe, quero que faça-o ir embora! Você já o encontrou... Depois peço que vá embora rápido, antes que levem você!

- Quem vai me levar?! Ruki, por favor explique! 

Ouvimos então alguém gritar de longe.

- Não temos tempo, vamos voltar! - Ruki tocou minha mão e em um estante estávamos de volta ao chalé, mais precisamente na arvore onde o vi pela primeira vez.

Depois disso Ruki não estava mais ao meu lado.  Adentrei o chalé e escutei a conversa de Kai e Aoi, eles estavam chorando. Aoi se culpava dizendo que havia abusado demais do meu corpo e Kai o abraçava tentando ampara-lo. 

Comecei a procurar pela casa qualquer vestígio da passagem de Ruki; Fotos, pertences, diários... Achei uma passagem para o porão da casa, e lá estavam objetos pessoais empoeirados. 

Pendurados estavam dezenas de kimonos com estampas muito diferentes, imagino se esses eram de Ruki... Em uma caixa, ossos, cristais, correntes e mais objetos comuns para magia negra. E então finalmente encontrei fotos e um diário. 

Nas fotos Ruki sorria e usava um kimono cor de rosa, estava abraçado ao homem que nos entregou as chaves do chalé. Eu já imaginava... Aquele homem é mesmo misterioso.

Abri o diário em uma página aleatória.

"Hoje Reita e eu vimos a ultima folha cair, o inverno está a caminho!

O inverno é minha estação favorita.

Reita disse que durante o inverno é mais fácil falar com os deuses.

Espero que eles abençoem nosso casamento."

e na página ao lado.

"Já é inverno e eu não me sinto feliz.

Não aguento essa tortura.

Todos sabem sobre nós,

me olham como se tivesse cometido um crime.

Reita disse que as pessoas tem inveja do nosso amor.

Reita disse que elas não gostam quando ele fala com os deuses."

Suspirei.

Agora eu estava ainda mais confuso.

- Uruha! Vem aqui! - Kai me gritava. Desci as escadas com as fotos e o diário em mãos. - Uruha, o almoço está pronto.

- Vou comer, obrigado, Kai. - O beijei na bochecha.

- Ora... de nada.

Me servi e fui até a sala onde Aoi comia sozinho.

- Então, Kai me disse que você não quer ir embora. Já está melhor?

- Sim! Estou bem melhor, não se preocupe, Aoi. Eu te amo.

- Eu também te amo! - Aoi sorriu pra mim.

Escutei alguém bater na porta, instantaneamente senti um calafrio. Aoi se levantou e abriu a porta.

- Podemos ajudar? - Era o homem que nos entregou as chaves do chalé, o tal de Reita. Escondi o diário e as fotos embaixo do tapete.

- Ontem eu ouvi gritos vindo daqui. Gritos de terror, algo aconteceu? - Disse o homem.

- Eu... Fiquei muito tempo na água quente, hehe! - Menti enquanto ria falsamente.

- Tome cuidado. - Disse ele seco. - Vocês tiveram algum problema com as pessoas da cidade?

- Sim nós...

- Não! Nenhum problema! - Interrompi Aoi.

- Muito bem, então eu já vou...

- Espere! - O interrompi enquanto ele ia embora. - Se por acaso tivermos uma emergência, podemos te procurar pra conseguir ajuda? 

- Er... Sim. Moro em uma cabana ao leste, não muito longe daqui. Tomem cuidado.

- Obrigado!

O homem foi embora e eu o encarei de longe. Por que tomar cuidado?

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A noite pedi novamente sexo a Kai e Aoi, queria que eles tivessem certeza de que esqueci sobre o homem do kimono preto. Após os dois caírem no sono, fui novamente até o porão.

 

Mas algo estava diferente. Uma vela estava acesa no meio do porão, tudo estava iluminado. Ruki estava lá, mas se espantou ao me ver.

 

- Uruha?! Não, não! Desça, você não pode estar aqui! Hoje ele vem me ver...

 

- Quem?! 

 

- Reita, Reita vem me ver! - Ouvimos passos na escada e gelamos. - Rápido, se esconda nas roupas!

 

Me escondi em meio aos kimonos. Reita apareceu logo após e encarou Ruki que sentava quieto em frente a vela.

 

- Você esta aqui... Meu amor... Eu... - Reita então tirou sua mascara, revelando então metade do rosto queimado e as lágrimas negras que caiam do olho queimado. - Esperei para que aparecesse... Você está zangado?!

 

- Não. Apenas cansado, por quanto tempo pretende manter isso? Por que você insiste nisso?

 

- Não se preocupe meu amor, logo logo você voltará a viver! - Disse Reita expressando máxima felicidade. - Eu vou te trazer de volta, vou te tirar daqui, e poderemos ser livres! - Ruki estava confuso, Reita chorava de felicidade.

 

- E como pretende fazer isso?

 

- Finalmente as achei as duas almas! As almas certas! Os darei para que você possa voltar a ser meu. Os turistas que estão aqui, o povo da cidade já sabe, virão atrás deles e então libertarão sua alma. E não se zangue, mas você passará a ter um novo corpo!

 

- O que?! - Ruki olhou para mim e arregalou os olhos.

 

- Agora vamos comemorar, faz tempo que não fazemos amor! Preciso que me dê confiança...

 

O que? Ele quer matar a mim, Kai e Aoi?! 

 

Reita deitou Ruki no chão e desamarrou-lhe o obi. O kimono aberto expôs todo o corpo branco de Ruki.

 

- Não... Minhas mãos estão geladas... Eu não sinto... Não sinto prazer... - Ruki olhava para cima expressando tristeza. - Reita por favor, me deixe... me deixe morrer.

 

- Eu te esquentarei. Deitarei com você e te farei sentir prazer. Esqueça a morte, fique comigo além tumulo, logo você será humano outra vez. - Reita o beijou, Ruki se debatia contra ele e dizia não, mas o homem o queria a força.

 

Logo Ruki parou de resistir e deitou-se enquanto o homem se satisfazia. Ele não gritava ou gemia, apenas olhava pra mim e chorava mais uma vez, lagrimas negras.

 

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Esperei até o amanhecer, foi quando a vela se apagou e Ruki desapareceu. O homem foi embora.

 

Assim que pude corri até Kai e Aoi, os dois ainda dormiam. Suspirei aliviado e fui para a varanda falar com Ruki.

 

- Ele sempre foi assim? Sempre teve você a força?

 

- Não... Ele está louco. - As lagrimas negras voltaram a correr. - Reita sempre foi amoroso e gentil, mas eu não sabia, não sabia que os deuses de quem ele tanto falavam eram pagãos. Não sabia que ele havia amaldiçoado toda essa vila.

 

- Mas que deuses são esses?

 

- Deuses Dogma. Todas as pontas da estrela. Ele achava que os deuses poderiam abençoar nossa união. Naquela noite cinco partes de animais foram postas a mesa... Da águia, do touro, do lobo, da coruja e do tigre. E foi quando todos descobriram sobre nós, quando me perseguiram e me queimaram vivo.

 

- Então o povo da vila... Fez isso com você?

 

- Sim. Eles são possuídos por demônios adormecidos, demônios que corroem seu próprio ódio. Sem perceber, Reita me deu como sacrifício. Então os demônios vieram atrás de mim. Ele disse a Dogma que sacrificaria o amor em troca da juventude, ele pensava que o amor falado era o amor das pessoas, mas era seu próprio e a pessoa a quem amou. 

 

- Ruki... - Tentei abraça-lo, mas minhas mãos atravessaram seu corpo. Ele riu baixo.

 

- Reita pode me tocar por que vendeu a alma para tal, logo após minha morte ele queimou metade do rosto em troca de poder me prender nesse plano e poder me tocar. Mas obrigado mesmo assim, Uruha. - Ele sorriu. - Não há mais tempo, você tem que matar Reita.

 

- Eu?! 

 

- Sim. Não importa como faça, você tem que defender seu amor. Assim que matar Reita, as pessoas da vila voltarão ao normal, eu e reita passaremos para o mundo espiritual onde finalmente vamos poder voltar a amar, e é claro... Kai e Aoi viverão!

 

- Você tem razão... Mas me responda, se gostava de kimonos tão alegres, por que preto?

 

- Ele foi tingido com minhas lagrimas...

 

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Me armei com facas, um sinalizador e spray de pimenta. 

 

Era uma tarde fria, disse a Kai e Aoi que gostaria de caminhar sozinho antes de irmos embora e recomendei a eles que deixassem tudo arrumado. Não me sentia bem em deixa-los, mas eu precisava matar Reita.

 

Fui até a cabana de reita, olhei para dentro dela e não havia ninguém.

 

De repente ouvi passos rápidos, era reita... Ele tapou minha boca, e assim que tentei respirar, desmaiei.

 

 

 

 

 

Acordei ainda tonto, minhas mãos e pés estavam amarrados, eu vestia o mesmo kimono rosa que Ruki usava na foto, mas por cima de minhas roupas normais.

 

- Está acordado? Parece que tenho sorte, é difícil um sacrifício vir até mim. - Eu tentava me soltar enquanto ele continuava falando. - Antes de colocar Ruki dentro de você, eu preciso queimar a casa. E queimar as almas dos seus amados. Dogma vai ficar feliz! Ele me devolvera meu amor em troca de um amor duplo!

 

- Ruki não quer isso! Ruki quer que você o deixe! Ruki quer morrer, ele quer ir para o céu! - Gritei. 

 

- Ruki quer ficar ao me lado! Ruki sempre me amou, ele me disse que era meu eternamente. Até mesmo após a morte! - Reita me puxou pelos cabelos e me arrastou pela neve até o chalé, eu gritei, mas ele me amordaçou. 

 

Ao chegar no chalé, notei que a água da terma tornara-se vermelha como a ponte e que subia as paredes da casa as deixando igualmente vermelhas. Reita me jogou na água da terma, segurei meu folego, mas sabia que era meu fim.

 

- Desculpe, Ruki... 

 

Nesse momento senti algo me puxar para o fundo e libertar minhas mãos. Era Ruki.

 

Emergimos da terma juntos. Reita estava com uma tocha, ele incendiaria o chalé. Ruki sumiu novamente.

 

Tentei esfaquear Reita, mas ele notou minha presença, lutamos por algum tempo, mas Reita era forte...

 

- Você vai impedir?! Por acaso você liga para Ruki ou está tentando apenas salvar seus amados?! - A lagrima negra descia pelo olho queimado de Reita, eu estava no chão.

 

Foi quando Ruki veio caminhando até Reita segurando um machado, Reita virou-se sorrindo ao ver Ruki. Mas Ruki não sorriu de volta,

 

Ele desferiu o golpe de machado, que arrancou a cabeça de Reita. 

 

O sangue que jorrava de Reita era preto, o sangue se espalhou por toda a neve a raios de distancia. E o fogo que ele segurava queimou esse sangue e fez tudo voltar ao normal. 

 

Enquanto tudo pegava fogo, Ruki sorriu para mim e ergueu sua palma dizendo "adeus, obrigado por tudo".

 

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Fiquei com a chave do chalé e cuido dele para manter meu amigo Ruki feliz. 

 

Kai e Aoi não desconfiam de nada ainda, é claro que estranharam eu querer voltar ao chalé e ter a chave, mas Aoi gostava da fonte e Kai da casa, vamos dizer que eles apenas engoliram...

 

Sei que Ruki está feliz, pois de vez em quando, a vela do porão acende sozinha... E as pessoas da vila se revelaram ser gentis e amorosas.

 

Acho que podemos considerar esse um final feliz!


Notas Finais


Acho que foi minha primeira fic dramática com final feliz... n sei o que eu estava esperando -qq

mais pequenos reitukis por vir!


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