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História Laike - OneShot - Capítulo único


Escrita por: Luck_33 e DaviPlay

Notas do Autor


...
<3

~Até as notas finais

Capítulo 1 - Capítulo único


Fanfic / Fanfiction Laike - OneShot - Capítulo único

Davi Mage POV ON

Eu não queria mais nada. Minha mente estava um caos e estava desabando ao mesmo tempo. 

Por mim, não tinha mais salvação. 

Eu não sabia o que fazer. Palavras não são e nunca foram o suficiente para expressar os sentimentos, e sinceramente eu cansei disso. Entrar em casa. Ver o quanto ela é vazia agora. Se acostumar com esse vazio, tanto em casa quanto no meu coração. Não dá. Não é possível. Nada é possível pra mim. 

Eu achava que eu tinha tudo sobre controle. Eu achava que tudo estava bem. Tudo parecia estar bem. Tão, tão bem. 

Então porque? Porque o destino fez isso comigo? Eu tinha tudo na palma da minha mão. Meu passado estava arrumado, meu presente concertado e eu tinha planos para o que fazer no meu futuro. Mas agora não. 

Agora os acontecimentos do meu passado estão tão bagunçados que deixam o meu presente despedaçado e confuso. E meu futuro? Eu não sei mais. Eu não sei nada sobre meu futuro, porque se eu aprendi uma coisa com tudo isso é que nunca estamos certos em relação ao nosso próprio destino.

~duas semanas antes~

-Filho, vem vamos jantar! -gritou minha mãe da sala de jantar.

-Pode jantar sem mim, eu tô estudando! -gritei de volta, sorrindo. 

Ouvi os passos da minha mãe se aproximando e batendo na porta, para logo depois entrar no quarto. 

-Deixa isso pra lá, eu estou com saudades de ficar com você. -disse ela.

Minha mãe era uma mulher com cabelos castanho claros e longos. Seus olhos eram azuis e sua pele morena. Quando olham para mim, dizem que sou igual ela. De fato, tenho a mesma cor de pele, de cabelo e de olhos. 

-Você vai me agradecer quando formos ricos! -eu continuei lendo meu livro de matemática.

-Eu não ligo pra isso. -ela arrumou seu colar e fechou a porta novamente- A única coisa que importa pra mim é que estejamos juntos.

~duas semanas depois~

Eu queria ter jantado com ela. Eu queria ter largado aquele maldito livro e abraçado ela enquanto eu ainda podia; eu queria ter valorizado meu tempo com ela enquanto eu ainda tinha. Mas o destino me puniu por ser ignorante e só prestar atenção no meu futuro e em quanto eu seria rico se estudasse muito. O destino me puniu, ontem, quando a minha mãe morreu em um acidente de carro. 

E eu queria ter tido mais tempo com ela. Como eu sinto falta dela. Eu sinto muita, muita falta dela. Do cheiro dela. Do sorriso dela. Do jeito como ela ficava revoltada quando meu pai passava na televisão com a namoradinha dele. Sentia falta dela. Mas eu me pergunto. Se, por acaso, ela ainda estivesse aqui comigo, na sala, assistindo televisão, faria alguma diferença? Não. Eu continuaria sendo egoísta e estudando sozinho, pensando apenas no meu futuro.

Eu não queria mais ir para a escola. Eu não queria ir morar com meu pai. Eu não queria morar sozinho. Eu não queria mais estudar. Eu não queria fazer nada que minha mãe não fosse mais capaz de fazer. 

Então eu me decidi. Parece ser a decisão mais complicada do mundo, parece ser duro fazer uma decisão dessas, mas para alguém como eu, que perdeu tudo, e que não sabe mais o próprio nome, é fácil acabar com a própria vida.

Eu estava pronto para fazer isso. Eu subia as escadas daquele prédio abandonado, sem nenhum objetivo aparente. Eu abri a porta que levava ao telhado, e olhei para a paisagem. 

Acho que sou curioso o suficiente para saber o que tem depois da morte.

Assim que cheguei perto de pular daquela construção gigante, olhei para algum lugar, não sei bem onde era, mas eu vi. Eu vi uma caixinha, uma caixinha de papelão, e ouvi barulhinhos parecidos com latidos de um cachorro filhote. ​

Eu me aproximei e olhei dentro da caixa. Um filhote de husky. Na caixa estava escrito a palavra 'Layke'.

Um cachorro filhote em uma caixa de papelão, no telhado de um prédio abandonado. 

Que irônico.

Essa pessoa não tem coragem para cuidar do cachorro, mas tem pra dar um nome pra ele. 

...

Acho que sou curioso o suficiente para saber o que tem depois da morteMas não sou corajoso o suficiente para desejar isso para alguém.

Foi assim que eu consegui um cachorro.

Foi assim que eu consegui o Layke. 

Foi assim que minha segunda vida começou.

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Abri a porta de casa e logo fui recebido pelos latidos agudos e calorosos do meu husky. 

-Isso, isso, bom garoto. -eu botei a mochila no chão e me inclinei para fazer carinho atrás da orelha de Layke. 

O cachorrinho latiu alegremente em resposta e correu em direção a cozinha. Eu o segui e botei sua ração em seu potinho. Ele comeu com toda a animação do mundo. Eu ri e fui tomar um banho.

Desde que Layke começou a viver comigo, eu não tive muito tempo para pensar em ficar triste. Minha rotina é bem cheia. 

Eu acordo as sete para ir para a escola (que eu finalmente decidi ir), boto ração para o Layke, saio de casa, volto as 14 horas, boto ração para o Layke, tomo banho, almoço, levo o Layke pra passear, volto, estudo, brinco com o Layke e durmo.

Acho que eu posso concluir que tem sido bem divertido ter esse cachorrinho por perto. 

Nós passamos por tudo juntos. 

Eu lembro que, alguns meses depois de te-lo, eu fui expulso do meu apartamento porque o filhotinho fazia muito barulho. Eu comecei a morar debaixo de uma ponte, e foi bem engraçado, pra ser sincero. Ele me ajudava em tudo, tinha virado meu melhor amigo em qualquer situação. Eu lembro que quando a escola soube da minha situação, me obrigaram a dar o Layke para um petshop. Eu fiquei muito triste. Mas não acabou por ai.

O Layke fugiu e ficou comigo no quarto. Obviamente, não demorou para que descobrissem. Finalmente, depois de muito pedir, eu consegui ficar com ele. 

Eu lembro do meu primeiro amor, também. Lembro que ela era orfã e estudava muito para conseguir se manter nessa escola. Ela tinha cabelos castanhos curtos no ombro, e olhos verdes brilhantes. Eu lembro que ela fingia ser extremamente angélica, e quando eu me declarei, ela começou a fazer de tudo, tudo para me deixar com ciúmes. Eu sofria. Ela ficava pegando tudo e todos na minha frente, me olhando provocadora.

Eu chorava.

Eu chorava e o Layke me olhava confuso. E eu apenas fazia carinho nele até a tristeza passar.

O que seria eu sem aquele husky por perto? 

Ele já salvou minha vida, tanto psicologicamente quanto fisicamente. Se eu fiquei triste, ele me fez feliz. Se eu tropecei e cai pela janela do último andar, o que aconteceu de verdade, ele corria e segurava minha blusa, salvando minha vida. Isso que eu citei aconteceu quando ele tinha dois anos. 

Eu lembro também quando mudei de escola e fui morar com meu pai, quando o Layke tinha 3 anos. Eu odeio meu pai. Ele abandonou minha mãe e eu para ficar com uma atriz famosa e rica. Eles viviam em uma mansão, e eu lembro que a tal namorada famosa dele era alérgica a pelo de cachorro. Por causa disso meu pai tentou expulsar, e até mesmo matar, o meu cachorro. Por causa disso eu fugi de casa e fui morar em um abrigo, ainda com o Layke. 

Aquele cachorro nunca me abandonou para nada. Quando eu olho nos olhos dele, quase posso ver o brilho azul que eu via nos olhos da minha mãe, e que tinha sumido dos meus, mais voltou, graças a ele. 

Quando ele tinha 4 anos e eu me formei da faculdade, finalmente pude comprar um apartamento para mim e sair daquele abrigo. Comecei a trabalhar como sorveteiro e queria virar veterinário. Afinal, eu me formei para isso. O Layke me ajudou muitas vezes a estudar para virar veterinário e ele obedecia quando eu mandava. 

Ele era a coisa mais incrível que já aconteceu comigo, e honestamente, se eu pensar sobre isso, a minha mãe ter morrido não foi a pior coisa. 

Mas eu prefiro não bater muito nessa tecla, porque como eu disse: o nosso destino não esta em nossas mãos, e o passado nunca poderá mudar, então porque remoê-lo? Vou apenas viver meu presente com o Layke e não pensar no que pode acontecer futuramente.

Hoje, o Layke tem 11 anos e nós vivemos juntos em um apartamento barato, bem ao lado da clínica que eu trabalho. 

O Layke me salvou. Eu salvei o Layke. Eu honestamente não preciso de mais nada se eu tenho ele. Se eu falasse cachorrês, eu diria obrigado. 

Se ele falasse português, diria obrigado.


Notas Finais


Pronto u.u
Atrapalhei a vida de vcs com essa OneShot?
COMENTEM! <3

Cami ^^


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