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História Lances da Vida - Capítulo I - Você me traiu!


Escrita por: Malfoy_Nina

Capítulo 1 - Capítulo I - Você me traiu!


 

Título: Lances da Vida

Autora: Nina Malfoy

Beta: Samantha Tiger

Fandom: Harry Potter

Casal: Draco x Harry

Classificação: + 16

Gênero: Romance Colegial, Realidade Alternativa, Slash (Homem com Homem, entenderam???)

Resumo: Harry e Draco são namorados há pouco mais de três meses e mantêm o relacionamento deles em segredo. Ocorre que numa noite os dois são flagrados aos beijos... Passam por situações fortes e conflituosas. Bullying, preconceitos e injustiças. Os sentimentos deles seriam grandes o suficiente para sobreviver a tudo?

Avisos: Yaoi. Menção de Violência Física e Sexual, Estupro.

Disclaimer: Essa história é baseada nos personagens e situações criadas e pertencentes a J.K. Rowling, várias editoras e Warner Bross. Não há nenhum lucro, nem violação de direitos autorais ou marca registrada

Dedicatória: Dedico essa Fanfiction para minha grande amiga Samanta Tiger, que sempre me incentivou a escrever e sempre teve muita paciência para me ajudar e orientar. Minha primeira fic publicada é pra você Samie!! E é de Coração!!

 

 

 

LANCES DA VIDA

 

 

 

CAPÍTULO 1 – Você me traiu!

 

 

Segunda feira

 

— Malfoy! – chamou Harry ao ver que o loiro iria passar por ele sem parar.

 

— O que você quer Potter? – indagou Draco irritado.

 

— Quero falar com você, a sós. – disse olhando para os garotos que acompanhavam o loiro.

 

Os amigos de Draco olharam de maneira interrogativa e desconfiada, afinal o que o ‘garoto de ouro’ poderia querer falar com Draco Malfoy e ainda por cima a sós?! Os dois nem amigos eram! Ao contrário disso, eram inimigos declarados desde que entraram na escola. Uma rixa que só fez piorar com o passar dos anos, culminando no ano passado com os dois suspensos por um ano do time de basquete, que acabou perdendo o campeonato regional e, por conseguinte ficando fora do campeonato estadual. E todos culparam aos dois pela derrota vergonhosa que tiveram, já que eram os principais nomes do time, sendo ambos muito bons jogadores.

 

Hoje em dia as brigas entre eles eram mais 'cordiais’ e raramente chegavam às vias de fato, ficando nas ofensas e insultos, cujas punições eram mais brandas, não passando de detenções depois das aulas ou aos sábados, até porque eram companheiros de time e precisavam conviver o mais pacificamente possível se pretendiam continuar jogando basquete no time da escola.

 

— Não tenho nada para falar com você, Potter. – disse Draco se virando para sair.

 

— Mas eu tenho. Preciso falar com você Draco. – disse Harry usando propositalmente o primeiro nome do loiro, que tremeu levemente ao ouvir seu nome ser pronunciado.

 

Draco olhou para Harry como se lançasse adagas invisíveis, tamanha raiva que sentia do moreno naquele momento. Porém ele conhecia Harry bem o suficiente para saber que ele era teimoso demais e não desistiria de falar consigo, então resolveu ouvir de uma vez o que ele tinha a lhe dizer.

 

— Podem ir na frente que depois encontro com vocês – falou o loiro dispensando os amigos que lhe aguardavam. Esses saíram sem questionar, mas totalmente curiosos. Draco sabia que teria que inventar uma boa desculpa para lhes dar depois.

 

— Você está louco de vir falar comigo assim na frente dos meus amigos?! – repreendeu Draco controlando seu tom de voz para que não o alterasse, após ver que seu grupo havia se afastado o suficiente para não ouvirem a conversa deles.

 

— Eu não teria feito isso se você tivesse atendido meus telefones ontem à noite, ou respondido às mais de 20 mensagens que te enviei.

 

— Se eu não respondi as mensagens e nem atendi ao telefone é porque não queria falar com você. Isso não é óbvio, Potter? – falou Draco já dando as costas e deixando Potter sozinho no corredor onde estavam. Ele não queria mesmo falar com o moreno. Só que Harry queria, e muito falar com o loiro e então, vendo-o se afastar, resolveu falar de uma vez, antes que ele se afastasse demais.

 

— Me desculpe! Por favor! – pediu esperançoso.

 

O problema foi que essas palavras fizeram o efeito contrário ao esperado por Harry. Ele deveria ter imaginado que isso poderia acontecer. Sabia que seria difícil o loiro desculpá-lo. Ele tinha uma personalidade nada fácil e muito pouco dócil. É claro que as circunstâncias não ajudavam muito. Harry tinha pisado na bola feio com o namorado. Ele e Draco namoravam escondidos há pouco mais de três meses, desde quando foram obrigados a realizar juntos um trabalho de química e no meio das brigas e discussões durante a elaboração do projeto acabaram atracados aos beijos e desde então estavam juntos.

 

— Me desculpe?!!! Me desculpe?!! Você é inacreditável Potter!!!

 

— Draco, me escuta. Eu posso explicar…

 

— Explicar o que? Que você mentiu pra mim? Que me traiu?

 

— Eu não traí você!

 

— Sério? Então me explica o que foi aquela ruiva sem sal agarrada a você e te beijando de 10 em 10 minutos, porque se aquilo não foi traição eu não sei o que essa palavra significa pra você.

 

— Você não entende. Eu não tive escolha. Meus amigos me colocaram numa situação sem saída. Eu não queria ter ficado com ela.

 

— É muita cara de pau pra uma pessoa só! Se você não queria ter ficado com ela era só ter dito não, ou melhor ainda, não ter nem saído de casa. Poderia ter feito como fez comigo ao me dispensar para sair com ela: Inventava uma desculpa.

 

— Por favor, Draco. Eu nunca tive a intenção de trair você – pediu de novo.

 

— Não foi sua intenção me trair? Você mentiu pra mim! Me dispensou com uma mentira, dizendo que precisava ajudar sua mãe, pra ir ao boliche com uma garota! E ainda vem me dizer que não tinha a intenção de me trair?!!

 

— Você também foi ao boliche! – acusou.

 

— Eu não queria ter ido. Só acabei saindo pra me divertir com meus amigos, porque o meu namorado não podia sair. Ao contrário de você, Harry, eu não saí em um encontro. E só para constar caso você não tenha percebido, estávamos em um grupo de oito pessoas, oito amigos se divertindo no final da tarde de domingo, jogando boliche. Já você estava em um encontro duplo com a irmã do seu melhor amigo!

 

— Mas a Parkinson também estava lá se insinuando e jogando charme pra cima de você o tempo todo, lhe tocando sempre que podia, falando no seu ouvido – falou Harry não contendo o ciúme.

 

— Todo mundo tá cansado de saber que a Pansy gosta de mim, Harry. Ela está no direito dela de tentar me conquistar, mas nem por isso eu saí por aí beijando ela. Nem mesmo quando você estava praticamente engolindo a ruiva aos beijos na minha frente, ou devo dizer agora, sua namorada?

 

— Eu não estou namorando a Ginny.

 

— Jura que não?! – perguntou sarcástico — Então porque estão dizendo o contrário? Eu mal cheguei na escola e já vieram me contar a novidade: ‘O capitão do time de basquete está namorando a mais nova cheerleaders.’ - falou com a  voz em falsete.Isso não é incrível!  O par perfeito! – Ao término da frase Harry pôde ver os olhos marejados do garoto a sua frente.

 

— Draco, por favor. Eu lhe imploro, me desculpe. Eu já te disse que não tive escolha. Me jogaram numa cilada e não tive como sair. Se eu não ficasse com ela poderiam desconfiar de algo. O que você queria que eu fizesse? Que eu dissesse que não ia ficar com a Ginny porque que estava namorando com…

 

— Com Draco Malfoy. – completou a frase. — Era o que éramos Potter, namorados. Mas acho que você está certo. Você não poderia dizer aos seus amigos, afinal nenhum deles sabe que você é gay, não é mesmo, ao contrário dos meus, que descobriram que gosto de garotos também e não se importaram com isso e ainda me apoiaram quando mais precisei. Não sei se você percebeu Potter, mas essas últimas semanas não têm sido nada boas pra mim.

 

Essa doeu. Harry sentiu o golpe lhe atingir direto no estômago. Três semanas atrás os dois haviam sido flagrados em um Pub aos beijos, porém, Harry que estava de costas prensando o loiro na parede, não havia sido reconhecido pela pessoa que viu e nem nas fotos tiradas por ela devido ao ambiente escuro e esfumaçado, o que não ocorreu com Draco, dando para ver perfeitamente que era ele nas fotos que foram fixadas no mural da escola. E desde aquele dia Draco vinha passando por maus bocados, tendo inclusive que enfrentar um forte bullying do time de basquete, cuja maioria dos jogadores o queriam fora do time. E o pior de tudo era que Harry nada havia feito para defender ou proteger o garoto, pelo contrario. Ele havia se mantido afastado de toda aquela situação, como se não estivesse envolvido, com medo que descobrissem que era ele com Draco, mesmo que o loiro não tivesse dito a ninguém quem era o outro rapaz, protegendo a ele.

 

Harry sabia que se descobrissem que ele gostava de garotos e que era ele aos beijos com Draco naquelas fotos, provavelmente perderia seu posto de capitão do time e o tratariam mal, assim como estava acontecendo com o loiro, que só continuava no time por ser realmente muito bom e por uma teimosia sem fim. Harry sabia que se fosse ele no lugar de Draco não teria aguentado todo aquele bullying e já teria desistido de jogar. Ele não estava pronto para enfrentar tudo aquilo. Ele amava jogar basquete e queria continuar jogando.

 

— Bom, nosso assunto acaba por aqui Potter. Tenho coisas mais importantes a fazer do que perder meu tempo com você. Fui.

 

Num reflexo, Harry agarrou o braço de Draco, não permitindo que ele se afastasse, segurando com mais força que o necessário.

 

— Me larga Potter! – disse o loiro entre dentes.

 

— Se eu te soltar você vai embora. Não quero que vá. Preciso que me perdoe antes.

 

— Me solta, agora! – ordenou Draco aumentando o tom de voz pela primeira vez desde que começaram a conversar no meio do corredor.

 

— Harry?! – chamou Ginny Weasley se aproximando dos garotos. Harry, ao ouvir seu nome ser chamado soltou imediatamente o braço de Draco, que deu um passo para trás, buscando uma distancia do outro rapaz, levando a mão ao braço que havia ficado com as marcas dos dedos estampadas na pele clara.

 

— O que está acontecendo aqui? – indagou a garota ao notar o clima tenso entre os dois — O que você quer com meu namorado, Malfoy? – perguntou em tom acusatório.

 

— Pergunte ao seu 'namorado’ o que ele quer comigo, Weasley, já que foi ele quem me parou no meio do corredor dizendo que precisava falar comigo.

 

— O que o Harry poderia querer falar com você?

 

— Não estou dando em cima do seu 'namorado' se é isso que está insinuando. Caso você não tenha visto as fotos que estavam no mural, eu já tenho um namorado.

 

— Harry? – falou a garota agora se dirigindo ao moreno, insistindo em saber o motivo da conversa, e principalmente se Malfoy dizia a verdade.

 

— Eu só queria falar com Malfoy sobre umas jogadas em que eu estava pensando, pra saber a opinião dele antes de passá-las ao time no treino de hoje. Não é nada demais – A ruiva assentiu, aceitando a desculpa inventada.

 

— Viu só, eu disse que não estava dando em cima do seu 'namorado'. Se me dão licença… – disse dando as costas ao casal pronto para sair.

 

— Nos vemos no treino hoje à tarde Malfoy, e vê se não se atrasa de novo. O treinador já está ficando irritado com seus constantes atrasos – disse.

 

— Eu me esqueci de lhe dizer, Potter – disse voltando-se para o garoto — Não vou poder ir ao treino hoje. Vou ter que ajudar minha tia com umas coisas lá em casa.  Agora tenho que ir. Já estou ficando realmente atrasado pra próxima aula. E parabéns pelo namoro. Vocês fazem um lindo casal.

 

Harry sentiu mais uma vez o golpe das palavras de Draco lhe atingirem certeiras e ele as merecia, sabia disso, mas saber não as fazia doer menos. Era oficial, ele havia perdido o namorado por pura covardia. E embora sua vontade fosse de chorar naquele momento ele não podia. Não no meio do corredor na escola.

 

— Não sei por que ele ainda está no time, Harry.

 

— Ele é um bom jogador, Ginny – disse controlando a vontade de chorar — Um dos melhores se quer saber.

 

— Mas ninguém quer ele lá. O treinador deveria tirá-lo do time. E eu entendo os rapazes, afinal deve ser muito constrangedor jogar um jogo de contato como o basquete com um gay no time. Aposto que no vestiário deve ser ainda pior.

 

Harry achou melhor ignorar o comentário preconceituoso e desnecessário da ruiva e perguntar de uma vez por todas o que estava lhe incomodando.

 

— Desde quando estamos namorando, Ginny?

 

— Eu pensei que depois de ontem… – disse a garota agora constrangida.

 

— Pensou errado.

 

— Mas Harry… eu gosto de você. E você não está namorando ninguém. Além disso, você é o capitão do time de basquete e eu uma das cheerleaders. Todos esperam que fiquemos juntos. Somos o casal mais óbvio da escola. Somos perfeitos um para o outro. – disse praticamente as mesmas palavras ditas por Draco anteriormente, como se isso explicasse tudo.

 

— Se todos pensassem assim Ginny, seu irmão não estaria namorado a garota mais nerd da escola.

 

— Isso é diferente Harry.

 

— Diferente?

 

— Sim. Ele e Hermione são amigos desde o jardim de infância e se gostam desde sempre. Vamos Harry, dê uma chance a nós. Não custa nada tentar.

 

— Eu vou pensar no assunto. Mas agora tenho que ir. Nos vemos depois.

 

— Ok. – disse a ruiva dando um selinho nos lábios do moreno que não se afastou — Nos vemos depois Harry.

 

 

*** Drarry ***

 

— Onde está o Malfoy? – perguntou o treinador dirigindo-se ao time que o esperava no centro da quadra. Ele está atrasado de novo.

 

— Ele não virá hoje. – informou Harry tendo a atenção de todos. — Ele me pediu para avisar durante o almoço.

 

— E você sabe o motivo? – indagou o treinador.

 

— Não sei não, mas acredito que sejam pessoais. – disse Harry vendo o treinador assentir resignado. O loiro bem que estava tentando enfrentar o bullying que vinha sofrendo, mas estava difícil e o treinador sabia disso.

 

— Trinta voltas na quadra! – ordenou o treinador vendo os garotos lhe obedecerem imediatamente sem reclamarem, já acostumados ao aquecimento puxado.

 

 

*** Drarry ***

 

— Pessoal, não sei vocês, mas é muito bom poder tomar um banho depois do treino sem me preocupar que outro cara vai ficar me olhando nu, me analisando e cobiçando – disse Ron, melhor amigo de Harry enquanto saia do banho.

 

— Concordo com você. É um alívio não ter o gay do Malfoy aqui – disse Oliver.

 

— O treino até rendeu hoje. Fazia tempo que não jogávamos tão bem. – comentou Seamus.

 

— Eu concordo. O Malfoy só tem atrapalhado o time, sem contar que mancha nossa imagem. Não é legal ter um gay jogando no mesmo time. – falou McLaggen.

 

— Tínhamos que dar um jeito de tirá-lo do time. – comentou Cedric.

 

— Mas como? O treinador gosta dele. Nem mesmo nosso boicote contra ele fez o treinador tirá-lo. – foi a vez de Dean se manifestar.

 

— Além do fato dele ser um teimoso. Ele sabe que não o queremos conosco, mas insiste em jogar. – disse Oliver.

 

— Bem, podemos dar um jeito de Malfoy se machucar, o que acham? – sugeriu McLaggen maldosamente.

 

— Eu gosto da ideia. – concordou Ron que nunca gostou de Draco.

 

— Eu também – incentivou Cedric.

 

— Não daria certo. – disse Fred.

 

— Ele poderia voltar quando se recuperasse. – emendou Jorge.

 

— Então faríamos de novo, e de novo, até ele desistir. – concluiu McLaggen.

 

— Bem, podíamos tentar. O que você acha Harry? – perguntou Ron ao amigo que ainda estava trancado no box do banheiro tomando uma ducha e ainda não havia dito nada sobre o assunto.

 

— Não acho boa ideia. – respondeu Harry desligando o chuveiro.

 

— Está defendendo o gay, Harry? – indagou Cedric provocando.

 

Ele não gostava de Harry. Os dois já haviam se estranhado ano passado quando Harry havia ficado com Cho Chang, atual namorada de Cedric e líder das cheerleaders. Cedric também achava que, por ser mais velho e estar a mais tempo no time, que ele deveria ser o capitão e não Harry, que havia assumido o posto esse ano após a saída do capitão anterior que havia se formado. Ele era a escolha óbvia, não Harry.

 

— Não estou defendendo o Malfoy – “embora eu devesse” – disse a última parte apenas em pensamento — Só acho que se formos pegos poderemos tomar uma suspensão e ficar sem jogar. Vocês se lembram do ano passado quando fiquei fora praticamente a temporada toda. Não quero que isso se repita. – tentou o argumento.

 

— Você pode estar certo. A não ser que a pessoa não seja um de nós. Podemos achar alguém que esteja disposto a fazer isso pra gente. Não acho que seja difícil encontrar. Malfoy sempre foi um pé no saco de qualquer forma – disse Ron.

 

— O problema será passar por aqueles brutamontes que andam com ele. – falou Oliver.

 

— Mas isso é fácil. Ele sempre vem sozinho pros treinos. É só emboscar ele quando ele estiver indo embora. Bem, de qualquer forma amanhã resolvemos isso. Agora vou indo que a Hermione deve estar me esperando em casa. – disse Ron.

 

— É, também vou indo. Fiquei de passar na casa da Luna pra terminarmos aqueles exercícios de matemática e namorar um pouco. Nos vemos depois. – despediu-se Neville.

 

— Quer uma carona Harry? – Ofereceu Ron antes se sair.

 

— Não obrigado. Eu vou terminar aqui e depois vou andando.

 

— Você quem sabe amigão. A gente se vê amanhã.

 

Harry observou seus amigos saírem um por um enquanto terminava de se arrumar o mais devagar possível, para só depois sair, sentindo-se a pior pessoa do mundo. Ele não poderia permitir que machucassem Draco. Iria dar um jeito de evitar isso.

 

Harry saiu distraído, pensando que era o último, sem notar que havia ficado alguém ainda no vestiário, que ouvira a conversa toda sem ser notado.

 

 

*** Drarry ***

 

Blaise estacionou a moto na frente da mansão onde o amigo morava. Não queria ser o portador de más notícias, mas precisa alertar Draco sobre as intenções do time de basquete. Respirou fundo antes de tocar a campainha e ficou aguardando que abrissem a porta. Ele estava preocupado com o loiro, e se ele não abrisse a porta, usaria a sua chave reserva para entrar.

 

Draco estava em seu quarto, quando ouviu a campainha tocar. Encontrava-se sozinho em casa, como quase sempre. Olhou no celular vendo o horário, já imaginando quem estava chegando. Desceu devagar as escadas, abrindo a porta e dando passagem para Blaise entrar.

 

— Boa noite, Draco! – cumprimentou o rapaz.

 

— Boa noite. – respondeu o loiro sem ânimo. — Vamos subir pro meu quarto. – convidou.

 

— Você está bem, Draco? – perguntou já no quarto.

 

— Sim.

 

— Não parece. Você está com uma cara péssima. Parece que andou chorando.

 

— Eu estou bem.

 

— Então por que não foi ao treino hoje?

 

— Eu só não estava com cabeça para aguentar aqueles babacas hoje.

 

— Você não estava com cabeça para enfrentar aqueles babacas ou não queira encontrar-se com Potter?

 

— Como? – indagou surpreso.

 

— Draco, não precisa mentir para mim. Sei que era com Potter que você estava saindo.

 

— De onde você tirou um absurdo desses?

 

— Draco, eu não sou bobo. Potter é o único do time além de mim que não pratica bullying contra você.

 

— Isso não quer dizer nada. A não ser que ele tenha um pouco mais de cérebro que aqueles idiotas.

 

— Draco, não minta para mim. – pediu novamente — Se antes eu tinha alguma dúvida, ontem no boliche eu tive certeza. Nem você nem ele conseguiram disfarçar. Por favor, você pode confiar em mim. Somos amigos a uma vida inteira. Vou estar sempre do seu lado.

 

— Ele me traiu. Eu o protegi e ele me traiu ontem com aquela vaca da Weasley. – disse num fio de voz, os olhos marejados, fazendo um enorme esforço para não chorar.

 

— Draco… – disse com pesar.

 

— Ele me traiu, Blaise! – disse agora com as lágrimas caindo — Me traiu mesmo depois de tudo que tenho feito para protegê-lo. Ele ficou com ela na minha frente! – falou rendendo-se de vez ao choro.

 

Blaise fez a única coisa que podia naquele momento. Ofereceu conforto ao amigo, envolvendo-o num abraço carinhoso. Desde que aquelas malditas fotos haviam vazado era a primeira vez que Draco desmoronava.

 

 

*** Drarry ***

 

— Draco, sei que é meio chato, mas preciso lhe contar uma coisa. – disse Blaise algum tempo depois, quando o loiro já estava mais calmo e havia parado de chorar. Os dois estavam deitados na grande cama de casal que tinha no quarto de Draco, ambos de barriga pra cima olhando o teto.

 

Draco sentou-se para ouvir o que o amigo tinha a dizer e Blaise fez o mesmo, sentando-se para lhe contar o que havia ouvido no vestiário algumas horas antes.

 

Draco ouviu tudo em silêncio, sem interromper a narração feita pelo rapaz, incrédulo com a perversidade da intenção dos integrantes do time de basquete, mas sem abalar-se com isso. Não era como se não esperasse por isso de qualquer forma. Sabia que mais cedo ou mais tarde iriam partir para as agressões físicas, era apenas questão de tempo para isso começar. 

 

— O que você pretende fazer? – indagou após terminar de contar.

 

— Eu não sei. Mas não gostaria de sair do time. Você sabe: a bolsa de estudos é importante para mim. É minha chance de me libertar de Lucius.

 

— Eu sei sim. Nós podemos dar um jeito. Vou conversar com o pessoal e montar um esquema para não deixar você sozinho. Assim não terão como fazer nada. Andaremos sempre em grupo de no mínimo três, sendo um deles Crabbe ou Goyle.

 

— Pode dar certo. Obrigado Blaise.

 

— Os amigos são para isso Draco. Você não está sozinho. Vamos dar um jeito e você continuará no time.

 

 

*** Drarry ***

 

Terça feira

 

— Então, nosso plano ainda está em pé? – perguntou McLaggen juntando-se aos amigos no refeitório na hora do almoço.

 

— Já disse que não concordo com essa ideia estúpida. – disse Harry sem conter sua raiva.

 

— Podemos fazer uma votação – sugeriu McLaggen — Quem é a favor ou contra? – perguntou vendo todos em torno da mesa levantar a não, com exceção de Harry.

 

— A maioria venceu Harry. – disse Ron.

 

— Pois não contem comigo para ajudar com esse absurdo que pretendem fazer. – afirmou Harry, que só continuou sentado à mesa para poder ficar a par do que iriam fazer para evitar que machucassem Draco.

 

— Do que estão falando? – perguntou Hermione sentando-se ao lado do namorado e pegando a conversa no meio.

 

— Elaboramos um plano para tirarmos Malfoy do time de basquete, mas Harry não concorda conosco. – respondeu Ron.

 

— Ginny já está dando um jeito nisso. – informou a garota dando uma garfada na comida que estava em sua bandeja.

 

— Como assim? – indagou Ron curioso.

 

— Bem, ela teve a ideia de fazer um abaixo assinado pedindo para que Malfoy seja afastado do time, alegando que a opção sexual dele têm constrangido vocês, atrapalhando assim o desempenho de vocês em quadra.

 

— Será que isso pode dar certo? – perguntou o ruivo esperançoso.

 

— Eu não sei, mas ela já conseguiu muitas assinaturas. Olha lá, ela vem vindo. – disse apontando a garota ruiva que se aproximava do grupo toda alegre e sorridente.

 

— Boa tarde pessoal! Como vocês estão? – cumprimentou Ginny.

 

— Eu contei a eles sobre o abaixo assinado, Ginny – informou Hermione enquanto a cunhada sentava-se na mesa ao seu lado.

 

— Bem, eu já consegui que praticamente metade da escola assinasse.

 

— Me deixe ver isso! – pediu Ron olhando para o papel que a irmã lhe entregou.

 

— Ela está certa, tem muitas assinaturas. Talvez dê certo.

 

— E até o fim da tarde conseguirei ainda mais. – disse a ruiva confiante. — Muita gente não gosta do Malfoy, então eles simplesmente assinam, mesmo que não se importem com o fato dele ser gay.

 

— Me empresta uma caneta que quero assinar isso também. Faço questão que meu nome esteja nesse abaixo assinado. – pediu Ron.

 

Os rapazes do time também assinaram, imitando a atitude de Ron.

 

— Você não vai assinar Harry? – perguntou Ginny lhe passando a caneta.

 

— Não. – respondeu vendo os amigos lhe encarar abismados com a recusa.

 

— Você não quer que Malfoy saia do time, Harry? – perguntou ela.

 

— Para ser sincero, não. Não quero que ele saia. Ele joga muito. É um dos melhores armadores que já vi jogar. Sem ele nosso time perde muito e nossas chances de vencer diminuem drasticamente.

 

— Por mais que ele jogue bem, ainda assim não o queremos no time. Não queremos um gay como companheiro de time. – afirmou Ron.

 

— Como eu disse antes, não contem comigo para tirar Malfoy do time, nem com o plano anterior, nem com esse. Até porque não tenho nada contra o fato dele ser gay. – disse Harry saindo da mesa, deixando os amigos para trás, surpresos com a declaração dele.

 

 

 

 



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