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História Lances da Vida - CAPÍTULO 3 Reunindo coragem


Escrita por: Malfoy_Nina

Capítulo 3 - CAPÍTULO 3 Reunindo coragem


Título: Lances da Vida

Autora: Nina Malfoy

Beta: Samantha Tiger

Fandom: Harry Potter

Casal: Draco x Harry

Classificação: + 16

Gênero: Romance Colegial, Realidade Alternativa, Slash (Homem com Homem, entenderam???)

Resumo: Harry e Draco são namorados há pouco mais de três meses e mantêm o relacionamento deles em segredo. Ocorre que numa noite os dois são flagrados aos beijos... Situações fortes e conflituosas. Bullying, preconceitos e injustiças. Seriam os sentimentos deles grande o suficiente para sobreviver a tudo?

Avisos: Yaoi. Menção de Violência Física e Sexual, Estupro.

Disclaimer: Essa história é baseada nos personagens e situações criadas e pertencentes a J.K. Rowling, várias editoras e Warner Bross. Não há nenhum lucro, nem violação de direitos autorais ou marca registrada

Dedicatória: Dedico essa Fanfiction para minha grande amiga Samanta Tiger, que sempre me incentivou a escrever e sempre teve muita paciência para me ajudar e orientar. Minha primeira fic publicada é pra você Samie!! E é de Coração!!

 

 

 

LANCES DA VIDA

 

 

 

CAPÍTULO 3 – Reunindo coragem

 

 

— O Harry anda muito estranho. – comentou Fred assim que Jorge deu a partida no carro.

 

— Eu concordo com o Fred. – disse Jorge. — Ele anda muito estranho.

 

— Ele tá mais distraído que o normal. – falou Fred.

 

— E mais distante também. Não consigo acreditar até agora que ele perdeu o posto de capitão do time por besteira. – Jorge demonstrou seu inconformismo.

 

— Deixar o treino no meio, ainda mais na situação em que o time está, não foi uma boa decisão. Você sabe o que está acontecendo com ele, Ron? – perguntou Fred.

 

— Eu não faço ideia. Mal temos nos falado esses dias. Ele tem feito de tudo pra me evitar. – respondeu.

 

— O Harry tem evitado todo mundo, Ron. – consolou Fred.

 

— Confesso que estou começando a me preocupar com o Harry. Nem mesmo Hermione conseguiu arrancar dele o que estava acontecendo, e olha que ela é boa nisso…

 

— Eu não sei o que o Harry tem, mas tem a ver com Malfoy. – disse Neville se manifestando pela primeira vez na conversa.

 

— Como assim? O que você quer dizer com isso? – perguntou Ron meio rude.

 

— Nada. – defendeu-se Neville — Só estou dizendo que esse comportamento estranho do Harry começou na segunda feira, mesmo dia em que decidimos fazer alguma coisa para tirar Malfoy do time.

 

— Talvez seja só coincidência... – tentou Ron.

 

— Não, Neville está certo. O Harry não concordou nem um pouco com aquela ideia para tirar o garoto do time. Ele foi contra o tempo todo – disse Fred.

 

— Ele também se recusou a assinar o abaixo assinado. – completou Jorge.

 

— Eu nunca vi o Harry fazer alguma gracinha, brincadeira ou qualquer coisa sobre o fato de Malfoy ser gay. – falou Neville — Inclusive ele sai de perto quando começamos.

 

— Também nunca vi o Harry participar dessas brincadeiras – falou Fred.

 

— Nem mesmo rir das que fizemos. – completou Jorge.

 

— E o que isso significa? Que o Harry gosta do Malfoy? – perguntou Neville.

 

— Não, mas ele já deixou claro que se importa com ele. – constatou Jorge.

 

— Isso é ridículo! Nem amigos eles são. Só se toleram por causa do time, pra poderem jogar. Vocês lembram que ano passado foram suspensos por causa de brigas. – comentou Ron.

 

— Talvez alguma coisa tenha mudado entre eles. – insinuou Fred.

 

— O que você está querendo dizer com isso Fred? – indagou Ron se exaltando.

 

— Não dá pra ter certeza, mas se olharmos com atenção para aquelas fotos, o cara que está com Malfoy bem que podia ser o Harry.  O mesmo tipo físico, altura, cor de cabelo…

 

— O HARRY NÃO É GAY! – gritou Ron assustando os outros três ocupantes do carro. — Não é! E nunca mais repitam um absurdo desses, ouviram?! – falou Ron totalmente exaltado.

 

— Hei, se acalma Ron. O Fred não disse por mal. Mas devemos admitir que aquele cara bem que podia ser o Harry, não que seja, mas que podia ser, isso podia.

 

— Não é o Harry naquelas fotos. Não há a mínima possibilidade de ser ele. O Harry e a Ginny estão praticamente namorado. O Harry gosta de mulheres! Sempre gostou. Ano passado ele correu atrás da Chang praticamente o ano todo e não desistiu até ficarem juntos.

 

— Mas não durou muito o relacionamento deles. Ela voltou pro Cedric logo depois que as aulas iniciaram…

 

— Isso não quer dizer nada. Só que não deu certo o namoro.

 

Depois disso os ocupantes do carro resolveram deixar o assunto morrer e o carro seguiu em silêncio. Os garotos passaram no Drive thru do Mac Donald's para comprarem lanches como haviam combinado e depois Jorge deixou Neville na casa da namorada indo para sua em seguida.

 

*** Drarry ***

 

 

— O que aconteceu? – perguntou Ginny ao ver os irmãos entrarem em casa com cara de poucos amigos.

 

— Esses babacas insinuaram que o Harry pode ser gay... E ter um caso com Malfoy. – respondeu Ron indignado.

 

— É sério isso? – indagou a garota olhando para os irmãos gêmeos que haviam sentado no sofá de dois lugares ao lado de onde a ruiva estava sentada para comerem seus lanches — Vocês só podem estar brincando – falou ao constatar que era verdade.

 

— Não, não estamos cara irmã. – respondeu Jorge — E por mais que o Ron não goste da ideia…

 

— Existe sim uma pequena possibilidade do Harry ser gay. – Fred completou a frase do irmão.

 

— Isso é um absurdo. O Harry não é gay. Nós ficamos no domingo. – afirmou a garota. — Estamos praticamente namorando!

 

— Eu disse isso a eles. – informou Ron.

 

— De onde tiraram uma ideia maluca dessas? – indagou Ginny também inconformada.

 

— Estávamos analisando o comportamento estranho do Harry essa semana… – disse Jorge.

 

— Que começou com a ideia de tirar Malfoy do time. – Fred emendou a frase.

 

— Harry não gostou da ideia. – falou Jorge.

 

— Foi contra o tempo todo. – informou Fred.

 

— Não assinou o abaixo assinado.

 

— Nunca fez piadas com o fato de Malfoy ser gay.

 

— Nunca riu de nossas piadas a esse respeito.

 

— E o principal:

 

— O cara das fotos.

 

— Ele se parece muito com o Harry.

 

— Já até tínhamos zoado o Harry sobre isso antes.

 

Falaram os gêmeos intercalando e completando as frases um do outro.

 

— Isso é a coisa mais absurda que já ouvi na vida! Harry não é gay e muito menos está tendo algo com o Malfoy. Eu já falei, nós ficamos no domingo. Se ele fosse gay não teria ficado comigo.

 

— Ele pode ser bi.

 

— E gostar tanto de homem quanto de mulher. – Mais uma vez falaram os gêmeos completando as frases um do outro.

 

— Ok, mesmo que o Harry fosse… bi… Se ele estivesse com o Malfoy ele também não teria ficado comigo. Isso seria traição.

 

— Eles podem ter brigado…

 

— Já chega dessa palhaçada! Pra mim já deu. Vou para meu quarto que ganho mais! – disse Ron subindo as escadas do sobrado onde morava rumo ao seu quarto, decidido a comer seu lanche longe dos irmãos.

 

— Vocês estão errados sobre o Harry. – afirmou a garota após Ron subir.

 

— Pode até ser que estejamos.

 

— Mas também pode ser que estejamos certos.

 

— Eu vou provar que vocês estão errados. Harry e eu vamos ficar juntos. Seremos namorados. Boa noite pra vocês. – despediu-se a ruiva, indo também para seu quarto.

 

— O que você acha Fred?

 

— Eu acho que teremos problemas com Ron caso nossa teoria se confirme.

 

— E com Ginny também. Ela é apaixonada por Harry desde pequena.

 

— E Ron é homofóbico. Será difícil para ele aceitar que seu melhor amigo seja gay, ou bi…

 

— Espero que estejamos errados…

 

— Também espero.

 

*** Drarry ***

 

 

— Harry, filho, você está bem? – perguntou Lilian ao ver o filho chegar em casa com os olhos vermelhos, indicando que havia chorado recentemente.

 

Harry, apesar de não estar mais chorando, aparentava estar fazendo um enorme esforço para conter-se e a qualquer minuto ameaçava desabar. Cansado como estava, apenas negou com a cabeça, recebendo um abraço da mãe.

 

— O que aconteceu? – perguntou Lilian solícita.

 

Harry negou com a cabeça novamente, demonstrando que não queria falar, deixando Lilian ainda mais preocupada. Ela já havia notado o comportamento estranho do filho, que na última semana havia se calado e vivia trancado no quarto. Uma mudança e tanto, já que Harry era falante e extrovertido. Dava para ver o semblante triste que havia se formado no rosto tão belo que antes era só sorrisos.

 

— Eu vou pro meu quarto. – informou Harry, subindo pro andar de cima sem esperar resposta.

 

Lilian olhou o filho subir até ele entrar em seu quarto e fechar a porta. Ela sabia o que estava acontecendo com o filho. Dor de amor era difícil de esconder. Meia hora depois Lilian bateu na porta do quarto do filho, levando com sigo uma xícara de chá de camomila.

 

— Harry, eu lhe trouxe um chá, lhe fará bem – anunciou entrando no quarto.

 

Harry limpou as lágrimas com a mão ao ver a mãe entrando com a bandeja de chá nas mãos, recolocando os óculos que havia tirado. Lilian sentou-se na cama e Harry pegou a xícara de chá dando um longo gole na bebida quente esperando sua mãe começar a falar, já que ele não possuía a intenção de dizer nada. Também, o que ele poderia dizer: ‘mãe, sou gay e traí meu namorado por que sou um covarde’. Lilian adoraria ouvir isso.

 

— Sente-se, melhor, Harry? – perguntou Lilian quando Harry terminou de tomar o chá e lhe entregou a xícara, ficando claro que ele não pretendia dizer nada.

 

— Não muito. – respondeu levemente mais relaxado. — Mas obrigado pelo chá.

 

— Filho… – começou Lilian cansada de ver o filho sofrer — Já há algum tempo eu tenho notado que tinha algo acontecendo com você. De uns três meses para cá mais ou menos você parecia mais feliz que o normal, sempre com um sorriso bobo no rosto. Eu sabia que mais cedo ou mais tarde você me contaria que estava namorando. Mas você não contou. Resolveu manter segredo. E eu confesso que isso me chateou um pouco, já que eu estava louca pra conhece a pessoa que lhe fazia tão feliz. Mas respeitei sua decisão. Entendi que você deveria ter seus motivos para manter seu relacionamento em segredo.

 

— Mãe…

 

— Deixa eu terminar filho. – pediu Lilian.

 

— Três semanas atrás notei que algo tinha acontecido. Você havia ficado um pouco mais triste, levemente apreensivo, mas seu sorriso bobo ainda estava lá. Mas agora acredito que vocês tenham terminado de vez e pelo modo como você vem se comportando durante a semana toda, não foi você quem terminou o relacionamento. Esses olhos vermelhos demonstram que você ainda gosta muito dele e está sofrendo.

 

— Você disse...  dele? Vo… você sabe? – perguntou Harry nervoso.

 

— Sim querido. – disse Lilian de forma terna — Confesso que levei um choque quando vi o filho de Lucius Malfoy em cima de você e os sons que saiam de suas bocas, bem como os movimentos de seus corpos nus, não deixavam dúvida alguma do que estavam fazendo. – falou Lilian de forma natural vendo o constrangimento do filho por ter sido pego em um momento tão íntimo.

 

— Eu… me desculpe – pediu Harry com a cabeça baixa, sem coragem de encarar a mãe.

 

— Está tudo bem Harry, só que da próxima vez preste mais atenção se há alguém em casa e certifique-se de fechar a porta. Foi realmente constrangedor ver meu filho fazendo sexo. São coisas que os pais definitivamente não precisam ver… – falou Lilian com um enorme sorriso.

 

— Você não está brava comigo?

 

— Você é um adolescente de 16 anos! Fazer sexo é normal, principalmente nessa idade. Não é como se eu não esperasse por isso. Mas como eu disse antes, não é algo que os pais gostem de ver, mas não estou brava por isso.

 

— Eu quanto ao outro motivo?

 

— Qual outro motivo eu poderia ter para estar brava?

 

— Você… bem, eu… eu estava com outro garoto…

 

— Harry, querido, eu jamais ficaria brava por isso. Admito que levei um choque no início, mas era porque eu não esperava, principalmente por ser com o filho de Lucius Malfoy, com quem você vivia brigando desde sempre. Eu também fiquei chateada por você não ter me contado sobre isso, afinal você mostrou não confiar em mim, mas brava, nunca. Eu amo você e não faz diferença alguma pra mim se você gosta de homens ou de mulheres. Só o que me importa é ver você feliz.

 

— Você... não liga pro fato de eu ser… gay?

 

— Nem um pouco. Mas ligo pro fato desse garoto estar fazendo meu filho sofrer. O que ele fez pra você e por que ele terminou o namoro se estavam tão felizes juntos? Ele não gosta mais de você?

 

— Ele não me fez nada mãe. Foi eu quem fiz pra ele. – confessou.

 

— Oh, querido! Mas ele não pode te perdoar? Quem sabe se você for atrás dele, pedir desculpas…

 

— Eu já tentei isso, mas ele não quer nem me ouvir. E com toda razão.

 

— E o que você fez de tão grave para não ser perdoado por esse garoto? Você é uma das melhores pessoas que conheço e não digo isso só porque você é meu filho não.

 

— Você está enganada quanto a isso mãe. Eu não sou tão bom assim, e o Draco definitivamente merece alguém melhor do que eu.

 

— Não diga uma coisa dessas Harry.

 

— Mas é verdade mãe! Você estava certa quando disse que três semanas atrás aconteceu algo. Nós tínhamos ido a um Pub do outro lado da cidade. Pensávamos estar seguros das vistas de conhecidos e aproveitamos para curtir a noite sem nos preocuparmos. Mas estávamos enganados.  Alguém nos viu lá naquela noite. Na segunda-feira seguinte, quando chegamos na escola havia fotos nossas espalhadas por todos os lados e pregadas no mural para que todos os alunos pudessem ver. Nas fotos Draco estava contra a parede comigo colado a ele e nos beijávamos. Não dava para me reconhecer direito, já que eu estava de costas para a pessoa que bateu as fotos, além do fato do lugar estar escuro e esfumaçado, mas o mesmo não aconteceu com Draco. Dava para ver perfeitamente que era ele e as pessoas não perdoaram. As brincadeiras, ofensas e provocações começaram quase que instantaneamente. Queriam saber quem era o outro garoto, mas Draco recusou-se a dizer. Disse que não havia necessidade de nós dois sermos expostos. Eu fiquei feliz e aliviado pela decisão dele. Eu não queria que soubessem que era eu.

 

— Então vocês terminaram depois disso, para que não descobrissem que era você com ele?

 

— Não. Nós continuamos o namoro, mas as coisas não estavam mais iguais. Acabamos nos afastando um pouco para que não desconfiassem de nós e Draco passou por poucas e boas sozinho. Ele, apesar de todo bullying que sofria, nunca demonstrou nada a respeito. Sempre pareceu forte e encarou tudo de frente. No sábado eu notei ele mais abatido. Estava na cara que não estava tudo tão bem quanto ele fazia parecer estar. O time de basquete não queria que ele jogasse mais e haviam boicotado ele a semana toda. Ele estava cansando e mesmo assim não reclamou e eu deixei para lá, porque ele me garantiu que estava tudo bem. Disse que era só uma fase que logo passaria. Domingo Ron ligou e praticamente me obrigou a ir ao boliche com ele e Hermione. Eu havia combinado com Draco então inventei uma desculpa para dispensá-lo sem chateá-lo. Ginny foi também ao boliche e começou a pressão para que eu ficasse com ela. Os meninos do time já haviam insinuado algumas vezes que eu parecia o cara da foto. Eu me senti encurralado, e com medo de que as pessoas descobrissem sobre nós, acabei traindo o Draco para que não descobrissem... – Harry interrompeu o relato aos prantos.

 

— Harry, meu filho… – Lilian tentou consolar o filho, envolvendo-o em um abraço apertado.

 

— Eu fui um canalha, mãe. – disse chorando — E fiquei com Ginny Weasley na frente dele, que também havia indo com alguns amigos no boliche, e ele não me perdoou. Eu fui um idiota covarde e o traí, mesmo ele tendo feito de tudo para me proteger. Você entende agora porque não mereço que ele me perdoe, por mais que eu queira isso?!

 

Harry ficou abraçado à mãe até recompor-se um pouco, voltando a falar em seguida. Agora que havia começado iria até o final. Precisava contar tudo.

 

— E as coisas não acabam por aí. – disse tendo a atenção da mãe toda voltada para si. — Essa semana começou uma campanha para realmente tirar Draco do time. Os garotos tiveram uma ideia besta de bater nele até ele desistir de jogar e pedir para sair, mas que graças a Deus não foi adiante. Mas ainda assim, com a ajuda de Ginny fizeram um baixo assinado, o qual foi assinando por quase a escola toda. Na terça-feira mesmo Draco estava fora do time. E ele realmente ficou mal. Saiu do vestiário chorando e nem se importou que todo mundo estivesse vendo.

 

— Mas isso não é culpa sua, querido.

 

— Não, não é. Mas eu podia estar do lado dele dando apoio. Ou talvez se eu tivesse me revelado e ficado do lado dele desde o inicio isso nem teria acontecido. Eu sempre soube que o time de basquete era muito importante para ele e ainda assim não fiz nada para tentar impedir. Mais uma vez fiquei escondido e com medo.

 

— Você realmente errou muito, Harry, mas isso não significa que você não possa ser perdoado. Eu acredito que se ele tenha te protegido dessa forma é por que ele gosta muito de você, o que significa que você ainda possa ter alguma chance de reconquistá-lo.  Você está certo quando diz sobre estar do lado dele o apoiando nesse momento difícil pelo qual ele está passando. Seria realmente muito importante estar com ele lhe dando apoio. Então porque você não vai atrás dele e revolve tudo de uma vez? Você gosta dele não gosta?

 

— Mais que tudo.

 

— Então o que está esperando? Vá logo atrás dele e não ligue para o que as pessoas vão dizer. Não tenha medo. Viva a sua vida e seja feliz. Seus amigos de verdade te aceitarão como você é e os que não aceitarem, problema deles. Isso só mostrará que não eram seus amigos como você pensava ser. Agora levante essa bunda da cama, lave esse rosto e vá atrás de reconquistar seu namorado.

 

*** Drarry ***

 

 

Quando Harry chegou já passava das 18:15 horas e o sol já começava a se por no horizonte, e ele ficou observando por alguns minutos o outro garoto jogar sozinho na quadra que ficava a três quarteirões da casa do loiro. Draco costumava treinar lá quase todos os dias depois dos treinos na escola e geralmente ficava até tarde.

 

— Achei que o encontraria aqui. Seus amigos estão preocupados com você. E eu também. – disse sendo ignorado pelo rapaz que continuava a jogar, quicando a bola e lançando-a na cesta, acertando o alvo da marca de 03 pontos.

 

— O que faz aqui, Potter? – perguntou sem parar de jogar. — Você deveria estar descansando para o jogo de amanhã. – falou ácido.

 

— Tô pouco me lixando para o jogo de amanhã, Draco. Quero saber de você.

 

— Como você pode ver, estou ótimo.

 

— Não, você não está. E já faz tempo que não está.

 

— Fala logo de uma vez o que você quer Potter e vá embora.

 

— Você sabe o que eu quero. – falou vendo o rapaz finalmente parar no meio de um arremesso para lhe dar atenção.

 

— Sinto muito, mas não posso te ajudar com isso.

 

— Eu sinto tanto sua falta – falou ignorando o que o outro disse e se aproximando dele, passo a passo até estar frente a frente. — O que aconteceu com seu rosto? – perguntou ao ver alguns hematomas escondidos pelo capuz do agasalho que Draco usava.

 

— Lucius – respondeu simplesmente, permitindo que Harry tocasse seu rosto numa leve carícia — Não é como se fosse a primeira vez que ele fez isso e você sabe.

 

— Mas porque ele fez isso dessa vez? Vocês discutiram de novo?

 

— O diretor achou que deveria informar Lucius sobre minha saída do time de basquete, bem como o motivo e lhe enviou uma carta, juntamente com o abaixo assinado e aquelas malditas fotos.

 

— Droga. Eu sinto tanto. Eu sei que fui um idiota e covarde esse tempo todo. Fiquei me escondendo ao invés de estar ao seu lado. Deveríamos ter passado por tudo isso juntos. Eu jamais deveria ter deixado você sozinho. Me perdoa Draco, por favor. Se você voltar para mim eu prometo não me esconder mais. Não me importo com o que vão dizer, ou fazer, o que me importa é você e principalmente estar ao seu lado. Quero estar junto com você! Mais do que isso, quero que as pessoas saibam que estou com você e que você é meu namorado. Volta pra mim. Eu amo tanto você. – pediu, envolvendo Draco em um abraço seguido de um beijo que não foi negado. Zabini e Hermione estavam certos: Draco ainda gostava dele. Era só ele ter coragem e fazer a coisa certa. E era tão certo estar ali, nos braços do seu amado.

 

— Também amo você, testa-rachada. – falou ao final do beijo. — E também senti sua falta.

 

— Estou perdoado? – perguntou Harry sem soltar-se do namorado.

 

— Sim, mas se aquela ruiva sem sal se aproximar de você novamente eu juro que pulo no pescoço dela e arranco aqueles olhos de lagartixa sem dono que ela tem. Estamos entendidos?!

 

— Claro que sim! Tudo o que você quiser. Só promete que não vai mais terminar comigo. Eu achei que morreria sem você, ainda mais vendo o que estavam fazendo com você e não poder fazer nada para te ajudar.

 

— Você está aqui agora e é isso que importa.

 

— E o que você pretende fazer agora que não está mais no time?

 

— Não tem muita coisa que eu possa fazer Harry – falou Draco se afastando do moreno e lhe lançando a bola, num claro convite para jogarem. — A não ser continuar estudando, claro. Lucius cortou minha mesada e vou ter que trabalhar com ele nas férias, sem contar que ele me quer fora de todos os cursos extracurriculares no próximo ano. Só vou poder ficar nos essenciais para ter qualificações suficientes para entrar em uma boa universidade escolhida por ele. Quando eu acabar o colégio vou entrar na universidade que ele quer e quando eu completar 18 anos largo tudo e vou atrás de um emprego.

 

— Você vai desistir da universidade?

 

— Só por um tempo. Até eu me estabilizar. Quando der eu volto a estudar. O que não posso é continuar morando e dependendo de Lucius. Assim que for maior de idade vou embora para qualquer lugar, bem longe dele de preferência.

 

— Eu não vou deixar você desistir de estudar. Você é inteligente demais para isso, sem contar que você sempre quis ir para universidade.

 

— O que você sugere então?

 

— Eu não sei ainda, mas não se preocupe, nós vamos pensar juntos numa solução para isso. Você não vai desistir de estudar. Talvez eu consiga dar um jeito de você voltar pro time. Até porque sem você nossas chances de vencer diminuíram bastante.

 

— Isso é verdade. E sinto em dizer, na verdade não sinto tanto assim, mas amanhã vocês vão perder feio pro time do Durmstrang.

 

— E você vai estar lá para ver?

 

— Na moral? Eu não estou com a menor vontade de ir. Além de tudo que aconteceu, também não quero que me vejam assim, já que ainda é bem visível a surra que levei de Lucius.

 

— Foi por isso que você faltou às aulas?

 

— Também. Embora eu realmente quisesse ficar escondido no meu quarto por um tempo. Eu não tinha condições emocionais e nem psicológicas para ir às aulas. Se não fosse pelos machucados evidentes Lucius teria me obrigado a ir, então de alguma coisa valeu eu ter apanhado tanto.

 

— Deus do céu, não repita um absurdo desses nunca mais. Isso não está certo. Apanhar nunca vale a pena. Seu pai é um bastardo sem coração, isso é o que ele é.

 

— Bom, com isso eu concordo – falou Draco arremessando mais uma vez da linha de três metros e acertando a cesta.

 

— Convencido! – gritou Harry ao ver o namorado acertar a cesta.

 

 — O que posso fazer se sou muito bom nisso! – respondeu com um sorriso debochado no rosto.

 

 — Vem, vamos embora que eu te deixo em casa. Já está tarde – falou Harry puxando Draco para outro beijo.

 

— Não quero ir para casa. – confessou depois do beijo. — Não ainda.

 

— Lucius está lá?

 

— Não. Viajou a negócios e só volta domingo à noite. Por isso que saí.

 

— Então vamos pra minha casa. Você dorme lá hoje. – disse entrelaçando seus dedos nos do loiro e começaram a caminhar.

 

— E seus pais?

 

— Minha mãe já sabe sobre nós. Lembra aquele dia no meu quarto em que esquecemos a porta aberta, então, minha mãe viu a gente…

 

— Você está brincando, não é?

 

— Não tô não – disse Harry vendo a pele clara do loiro tingir de um tom de vermelho tomate, assim como a sua.

 

— Meu Deus, que vergonha!!

 

— E você vem falar isso pra mim? Minha mãe, que até então não fazia ideia que eu era gay, me viu dando pra você. Não tem nada mais constrangedor que isso.

 

— Pensando por esse ângulo… – disse debochado — Harry, isso quer dizer que ela já sabia sobre nós há algum tempo. – constatou Draco.

 

— Sim.

 

— E ela não se importa com o fato de você… gostar de garotos?

 

— Não, desde que eu seja feliz.

 

— Sua mãe parece ser muito legal.

 

— Ela é sim. Você vai adorar conhecê-la.

 

Draco cobriu a cabeça novamente com o gorro do agasalho evitando que as pessoas vissem os hematomas na pele e os garotos seguiram andando de mãos dadas pelas ruas, conversando até chegarem na casa de Harry, que estava feliz por ter Draco junto a si novamente e dessa vez faria tudo certo.

 

*** Drarry ***

 

 

— Mãe! – chamou Harry entrando na sala, acompanhado de Draco. Os garotos ainda mantinham as mãos unidas.

 

— Harry querido! Que bom que chegou. – falou Lilian saindo da cozinha secando as mãos em um guardanapo — Deu tudo certo? Oh!! Vejo que sim! – disse com um belo sorriso vendo Draco junto a seu filho na sala. — Como vai Draco? Tudo bem com você?

 

— Estou bem sim, senhora Potter, obrigado. – respondeu o loiro educadamente.

 

— Me chame apenas de Lilian – pediu vendo o garoto assentir meio encabulado, sempre mantendo-se perto de Harry.

 

— Mãe, tudo bem se o Draco dormir em casa hoje? – perguntou.

 

— Claro que sim. Será um prazer recebê-lo. Eu inclusive arrumaria o quarto de hospedes, mas acredito que preferem ficar juntos no seu quarto, estou certa Harry? – disse Lilian vendo os dois garotos ficarem corados.

 

— Lilian, o Harry já chegou? – perguntou James descendo as escadas.

 

— Sim querido. – respondeu — E temos visitas.

 

— Que bom que chegou, Harry. Estava começando a ficar preocupado com sua demora. – disse ao entrar na sala — E você, garoto, é o filho de Lucius Malfoy, não é?

 

— Sim senhor. – respondeu meio constrangido. Odiava o fato de ser fisicamente imensamente parecido com o pai.

 

— Pai? – chamou a atenção do pai para si. — Esse é Draco Malfoy, meu namorado. – disse Harry vendo os olhos de seu pai esbugalhar com a informação.

 

— Você disse, namorado?

 

— Sim Senhor! E ele vai dormir aqui em casa hoje. Espero que não se importe.

 

Vendo o silencio do marido Lilian achou melhor interferir, só para garantir.

 

— É claro que ele não se importa, não é mesmo James?!

 

— Ah, sim, claro. Não me importo. – afirmou vendo a postura defensiva de seu filho relaxar um pouco. — Seja bem vindo em nossa casa Draco.

 

— Obrigado, senhor Potter.

 

— Por que vocês não sobem para o quarto e tomam um banho enquanto preparo algo para vocês comerem? – sugeriu.

 

— Obrigado, mãe – agradeceu subindo pro quarto sem ter soltado por um único minuto sequer a mão do namorado.

 

— Ah, Harry, querido, certifique-se de fechar a porta corretamente dessa vez.

 

— Mãe! – repreendeu Harry totalmente roxo de vergonha.

 

— Só por garantia. – disse rindo vendo os dois garotos tão vermelhos como tomate maduro entrarem no quarto e fechar a porta.

 

 

 

 



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