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História Land Of All - Replay


Escrita por: Shiniz

Notas do Autor


Bom... como prometido, aqui está a nova fic u.u UOOOOOOOOOHHHH
É, hora de mostrar um outro lado que adoro, a ficção científica XD e olha lá o senhor JK de protagonista de novo~ Hohohohoh
Bom, eu tenho que agradecer muito pelo o 1k de favoritos na Castelo de Vidro, eu realmente não esperava que fosse chegar a esse nível 8'D e muito obrigada a todos os comentários e apoio por lá <3 (mais notas no final~)

E vamos conhecer esse novo universo sobre máquinas do tempo u.u
Todo mundo trouxe o colete e os lenços de papel? (sim, vai ter choro doido aqui)
Aproveitem o primeiro cap que está lindo e suave hohohohoho
Bjos ;D

Capítulo 1 - Replay


2027

— Não acredito!

Disse o físico surpreso com o que estava diante de seus olhos. Era um choque. Nunca pensou que, de fato, o seu amigo e superior conseguiria tal feito.

— Pode acreditar... eu consegui.

Respondeu o cientista que sorria nervoso. Seu coração faltava pular para fora do peito de tão acelerado que estava. A partir daquele dia, seu feito mudaria para sempre a história.

— Simplesmente não dá pra acreditar que isso é verdade. — O jovem físico continuava incrédulo. Viu o amigo sentar na cadeira em frente ao grande feito e temia pelo que fosse acontecer dali em diante. — Você vai usar? — Perguntou, embora soubesse a resposta que iria receber.

— Eu passei anos criando isso...

— Você vai usar? — seu tom de voz aumentou.

— Sim.

— Isso é suicídio, Jungkook! — Praticamente gritou em direção ao amigo.

— Se eu usar, evitarei um, Hoseok.

— Sabe o quanto isso pode dar errado. Mesmo que você já tenha feito isso antes, uma pessoa dentro dessa máquina é morte na certa. — Hoseok insistia.

— Eu preciso fazer isso...

— E se você não voltar? Jungkook, sabemos que funciona, mas... já chega! Você já mudou coisas demais...

— Eu o quero de volta, Hoseok. Foi por ele que eu dediquei todos os meus esforços, todas as minhas pesquisas, o resto da minha vida apenas para isso...

— Mas você pode nem mesmo conseguir ter tempo para salvá-lo... sabe disso.

— Eu preciso tentar. Eu preciso...

Hoseok sabia que não podia impedir o amigo de cometer tal loucura, e mesmo que estivesse relutante, abraçou Jungkook com muita força.

— Merda... merda... — Hoseok tentava se manter forte.

— Não se preocupe, tudo vai ficar bem.

Nessas horas, tudo o que se tem a dizer são apenas essas palavras: “Tudo vai ficar bem”, porém todos sabem que elas não passam de uma grande mentira.

 

-----§§§-----

 

2013

Um jovem de dezesseis anos estava sentado na arquibancada do campo aberto do colégio John Marshall, em Los Angeles. Mantinha-se concentrado em alguns livros e cadernos, gostava de aproveitar aquele tempo sozinho onde podia pensar e organizar a mente que vivia sempre cheia. O garoto era intitulado de “nerd” por conta de seu comportamento em sala de aula, mas sua aparência nada tinha a ver com tal apelido. O jovem tinha cabelos pretos, mas algumas mechas eram vermelhas, os jeans que costumava usar eram em sua maioria apertados e com vários rasgos nas pernas. Gostava de coturnos e estava sempre escondido em alguma blusa de frio um número maior que o seu, e mesmo que fizesse calor, o capuz nunca saía de sua cabeça. Era sua proteção para com o restante do mundo. Ou assim achava...

O jovem se chamava Jeon Jungkook, e estava tão atento em seus livros com escritas russas, que não percebeu que alguém se aproximava.

— Hey, JK!

— Hã? — Virou-se rapidamente em direção ao garoto que chegava. Hoseok, o garoto das calças folgadas e camisetas de basquete. O “popular” da sala. Para Jungkook, Hoseok seria alguém irritante se não fosse por suas mentes brilhantes estarem sempre em sintonia. — O que faz aqui?

— Eu que te pergunto isso. Está matando aula? Que coisa feia... — Fingiu uma expressão de desapontado que fez Jungkook sorrir.

— E qual é o problema? Matar uma aula não vai interferir em nada em minhas notas, sabe disso. — Sorriu triunfante ao dizer mais uma vez o quão bom ele era. Jungkook tinha um ego enorme.

— Mas de qualquer forma, faltas mancham seu diário escolar. — disse o garoto que subia sobre os acentos da arquibancada para se aproximar mais do amigo.

— Nada pode manchar meu diário, Hoseok! — Jungkook falou já fechando seus cadernos e livros. — Mas o que você faz aqui? Está em horário de aula, está matando também.

— Aish... Sabe que tanto eu quanto você poderíamos muito bem dar aulas para os nossos professores. — disse debochado, fazendo o outro rir. De fato aqueles dois eram alunos exemplares por seus Qis altos, e se eles diziam que podiam dar aulas aos professores, era que de fato podiam. — E sabe que apesar de gênio eu sou um rebelde.

— Ah sim, claro... mas eu não quero um assistente rebelde.

— Assistente?

— Sim! Um dia você será meu assistente em minhas pesquisas revolucionárias. — Jungkook informou animado. — Daqui um ano iremos para Harvard e mandaremos naquele lugar. Vamos mostrar para esses americanos a inteligência dos grandes coreanos.

— E esses grandes somos nós? — Hoseok falou sem muita animação. Gostava de não levar a sério o que o amigo dizia apenas para irritá-lo.

— Claro que somos nós, Hoseok. Ninguém mais conseguiria tal feito.

— Que feito? Nem fizemos nada...

— Mas faremos. Coloque essa sua cabeça com QI elevado para funcionar.

— Estou com preguiça no momento, e... — olhou para as coisas do amigo espalhadas na arquibancada. — Sobre o que está estudando? Algo para o projeto de ciências do ano que vem?

Jungkook sorriu em desdém.

— Não. Isso aqui é pesquisa pra vida.

Hoseok franziu o cenho estranhando o que acabara de ouvir, e Jungkook entendeu que soou como um dos pobres coitados daquele lugar. Até mesmo tinha parecido sentimental no que disse.

— Pesquisa para o meu futuro promissor. Sabe que busco fazer algo grande. — Jungkook se corrigiu.

— Às vezes tenho medo das suas ambições...

— Medo? Que coisa mais besta, Hoseok. Não deveria temer ter um Nobel nas mãos.

— Eu?

— Não, eu. Você estará ao meu lado no dia que eu ganhar um.

— Como assistente?

— Sim. Falarei seu nome e te agradecerei por tudo. Você é a pessoa mais digna a estar ao lado do grande Jeon Jungkook, sabia disso?

Hoseok girou os olhos enquanto ria do amigo.

— Então eu só sirvo para ser o assistente do grande Jeon Jungkook?

— Não tenho culpa se você só dedica seu cérebro para coisas irrelevantes ao invés de se tornar meu sócio logo.

— Irrelevantes? Eu só não busco criar um Jaeger ou coisa do tipo.

Jungkook gargalhou. Adorava o senso de humor do amigo. Era o único capaz de fazê-lo rir verdadeiramente.

— Criar um Jaeger é coisa para idiotas, Hoseok. Eu falo de coisas revolucionárias, coisas que farão todos me admirarem pelo resto dos dias desse planeta.

— E um Jaeger não seria revolucionário? Seria criar algo para salvar a humanidade. — Levantou os braços fazendo uma expressão de um grande líder diante de seus seguidores.

— Salvar a humanidade é tolice. Este mundo está condenado a se afundar cada dia mais.

— Então? Criar algo que mude esse triste rumo seria revolucionário e grandioso para o grande Jungkook.

— A única coisa que salvaria esse lugar seria se eu criasse uma bomba atômica capaz de destruir todo o planeta, mas eu não duvido nada que esses hipócritas americanos já não tenham tal arma em mãos. — Jungkook cruzou os braços e encarou a grama verde e bem aparada do campo de rugby que logo seria usada para um treino do time do colégio.

— Deixe de pensar nisso. — Hoseok levou a mão a cabeça do amigo, bagunçando seus cabelos por baixo do capuz que Jungkook quase nunca tirava. — Como ganharia um Nobel destruindo o planeta? Sabe que esse prêmio só ganham aqueles que criam ou descobrem coisas capazes de beneficiar a vários.

— Sim eu sei. — suspirou. — Mas fazer algo que beneficie a todos não é muito do meu interesse, porém serei capaz de fazer algo que nenhum humano poderá fazer. E isso vai me colocar no topo.

— Cara, você tem dezesseis anos e fala como um velho chato. Deixe de pensar só no seu ego, tá? Sabe que eu te apoio seja lá qual for a loucura que você pensa em fazer, e eu ficaria feliz de te ver ganhar um Nobel, mas não me peça para ser seu assistente, sabe que a ciência não me fascina.

— Tá, eu também ficaria feliz de te ver ganhar um Grammy. Mas também não me peça para entrar em uma banda ou coisa do tipo.

— Embora você seja excelente com a música, ter você como parceiro de banda seria terrível. — Os dois sorriam animados.

Desde os seus quatro anos, Hoseok já sabia tocar qualquer instrumento que pudessem imaginar, além de conseguir criar músicas e recriar grandes clássicos. Hoseok em toda sua infância foi conhecido por toda a Coreia, sua terra de origem. No entanto, a pressão de já ser enfiado em uma daquelas empresas de idols tão cedo fez sua mente entrar em colapso. Hoseok até gostava de ser o centro das atenções, mas sua rotina estava se tornando cansativa e cheia de regras. Quando descobriu que seus pais teriam que se mudar para a América, por conta do trabalho do pai, o garoto não pensou duas vezes em abandonar aquele mundo das estrelas coreanas. Ir para a América o abriria portas maiores, melhores e com mais liberdade.

Alguns meses antes da mudança, Hoseok conheceu Jungkook. Eles estudavam na mesma escola, porém nunca haviam se falado antes. Ficaram amigos rapidamente, suas mentes se davam bem. Um realmente conseguia conversar com o outro sobre qualquer coisa que o restante do mundo parecia não entender.

Jungkook sempre foi mais fechado ao mundo, ao contrário de Hoseok que tinha todas as amizades que quisesse. Jungkook achava difícil socializar com qualquer pessoa, até mesmo com seus pais. Foi uma criança quieta, não costumava brincar ou achar graça em qualquer outra coisa que os meninos da sua idade gostavam. Preferia passar horas trancado em seu quarto apenas com seus livros. Era de fato uma criança extremamente inteligente, mas seu costumeiro olhar cansado era de alguém maduro demais.

Hoseok foi a única pessoa que conseguiu entrar no mundo de Jungkook, e só agora era que Jungkook conseguia parecer com um garoto normal. Hoseok o ensinou sobre música e esportes, e com sua memória fotográfica Jungkook era capaz de aprender qualquer coisa. Tudo que precisava era observar algo apenas uma vez para reproduzi-lo perfeitamente.

Jungkook também planejava se mudar para a América, no entanto iria sozinho, arriscar-se em uma republica estudantil, mas depois de algum tempo de conversas entre os pais dos dois garotos, Hoseok acabou convencendo Jungkook a se mudar consigo e sua família. O que deixaria os pais de Jungkook mais tranquilizados.

Os dois garotos mantinham seus olhos nos alunos que entravam no campo de rugby.

— Hora de treino dos hyungs. — Jungkook falou, olhando com total desinteresse para aqueles americanos com seus casacos vermelhos que os identificavam como integrantes do time do colégio.

— Será que vão nos deixar ver? — Hoseok já ficou animado.

— Eu não quero. — Jungkook levantou. Catou a grande mochila que estava jogada em um dos bancos e a jogou nas costas. — Ver esses idiotas se acharem com uma bola na mão acaba com o meu dia.

— Deixa de ser chato cara, esportes são legais.

— Então por que você não entrou para o time? Aposto que você faria esses perdedores vencer.

— Não quero me machucar. Meu interesse “irrelevante” é a música. — Sorriu ao amigo que tentou esconder o pequeno sorriso por suas palavras. — Hey! — chamou. — Vai a festa de formatura dos veteranos?

— Claro que não.

— Devia ir. Próximo ano seremos nós os veteranos do colégio. É melhor começarmos a circular em festas importantes e mostrar nossa linda carinha oriental pra esse pessoal, o que acha?

— Não tenho interesse nessas festas. — Ignorou o amigo, já seguindo em rumo do portão do campo para dentro do colégio.

— Se continuar chato desse jeito nunca vai arrumar uma namorada. — Hoseok o seguira.

— Não tenho interesse nisso também.

— Não diga isso. — Hoseok jogou o braço nos ombros do amigo. — Mulheres são o maior bem da natureza.

— São mais complicadas do que criar a cura do câncer.

— Que coisa mais feia de se dizer, Jeon Jungkook. — Hoseok fez uma cara de nojo pelo comentário do outro. — Mas enfim, elas não precisam ser entendidas, apenas... — Interrompeu a fala vendo o olhar de reprovação do amigo.

— Você só pensa em coisas irrelevantes e isso me irrita.

— Sou jovem e cheio de energia e tenho que contribuir com a cultura deste grande país. Sabia que os rapazes detestam ir virgens para a universidade? Eu concordo plenamente.

— Céus! Como assim seu QI é de 160? — Jungkook tirou o braço do amigo de cima de seus ombros e caminhou mais apressado. Não voltaria para a sala de aula e por isso seguiu em direção ao portão de saída do colégio.

Hoseok cruzou os braços e sorriu vendo o amigo sumir ao longo do corredor, passando pelas grandes portas de madeira sem se preocupar em ser pego por algum monitor ou os próprios seguranças. Ninguém costumava se meter no caminho do gêniozinho mesmo...

 

-----§§§-----

 

Jungkook olhava, certamente com ódio nos olhos, para Hoseok que apenas se arrumava com um belo sorriso no rosto. Ao checar que estava pronto, acenou para o amigo pelo reflexo do espelho, que girou os olhos em revolta.

— Você vai continuar com essa cara, Kookie? — A mãe de Hoseok descia as escadas, observando os garotos que estavam prontos para a festa do colégio. Ela achava graça da forma como Jungkook estreitava os olhos para o filho que apenas sorria enquanto fazia poses frente ao espelho. — Você devia se divertir mais, querido. — Passou a mão nos cabelos do garoto que continuou calado, e ela sabia que tentar qualquer conversa com Jungkook irritado era uma luta.

— Não se preocupe, mãe. Quando chegarmos à festa ele melhora o humor. — disse Hoseok indo em direção a bela mulher de quase quarenta anos. Mas idade era algo que parecia não afetar sua mãe, ela continuava com o mesmo semblante de vinte e poucos anos. O garoto abriu os braços e deu uma volta para que ela avaliasse suas roupas.

— Está lindo, querido.

Hoseok sorriu contente com o elogio.

— Tenho que agradar as moças não só com a minha inteligências, mas também com minha aparência, não é?

— Exatamente, mas não se esqueça de ser um perfeito cavalheiro também.

Hoseok sorriu com segundas intenções para o amigo que ainda o fuzilava com o olhar. Jungkook não considerava as americanas como considerava as coreanas. Para ele, de fato, aquelas mulheres não passavam de interesseiras atrás de jovens bonitos com casacos vermelhos do time de rugby. Nunca seriam boas esposas como sua responsável, ou como todas as garotas que conheceu antes da mudança de país. Porém, teria de se acostumar com aquele lugar, afinal, voltar para a Coreia estava fora de questão.

— Pode deixar, mãe. — Hoseok se virou para o amigo. — Vamos?

Jungkook piscou algumas vezes, respirando fundo como se contasse mentalmente para não matar o amigo e estragar todo o seu brilhante futuro. Ele odiava ter que sair, odiava lugares cheios, músicas ruins e aqueles idiotas de sua escola. E nem mesmo sabia como Hoseok conseguiu o colocar dentro daquele terno ridículo, ou o porquê de estar mesmo a caminho daquela festa chata. Aquilo só faria Jungkook perder horas importantes de seu precioso tempo.

— Vamos, você tem que treinar sua vida social, Kookie. Saber se relacionar com todos é de grande valia para nós.

— Não pretendo ser um astro da música como você, então não há razão para que eu socialize com certos tipos de pessoas que amanhã estarão dirigindo o meu carro ou cortando a minha grama.

— Não fale desse jeito, Jeon. — A mãe do amigo o repreendeu. Olhando de forma negativa ao garoto que não costumava medir suas palavras grossas.

E Jungkook teve que respirar fundo para não fazer uma careta para a sua responsável. Mas ele sentia que não podia ser contrariado, era um insulto tal ato.

— Isso seu mané, não fale assim. — Hoseok o deu um tapinha leve na nuca. — E esses trabalhos são bem dignos, então aprenda a ser gentil com seus futuros empregados.

— Gentil com aqueles idiotas do colégio? Tá bom... — Jungkook girou os olhos e se dirigiu até a porta de casa. Pegou o capacete que ficava na pequena estante perto da saída e olhou para Hoseok que se despedia da mãe. Foram para a garagem e partiram dali em cima da moto de Hoseok. Eram adolescentes de apenas 16 anos, mas para a sorte deles, nos Estados Unidos a carteira de motorista era permitida para a idade deles.

Seguiram para a festa e Hoseok torcia para que o amigo pudesse relaxar e se distrair de seus estudos tão puxados.

 

-----§§§-----

 

As festas de formatura nos colégios americanos eram de fato como todos viam em seus filmes. Era um grande evento levado bastante a sério pelos estudantes daquele país, os calouros comemoram a passagem para o segundo e último ano, enquanto que os veteranos festejam a graduação no ensino médio. E Hoseok estava animando vendo aquela mini festa do Oscar. As alunas passavam o dia no salão se arrumando e compravam vestidos longos e caros, já os alunos arrumavam ótimos ternos e costumavam contratar limousines para buscar as garotas. A decoração no ginásio de basquete também era muito bem caprichada, e Hoseok estava feliz por saber que no ano seguinte teria tudo aquilo de novo para curtir.

— Cara, isso não é demais? — Disse Hoseok já pegando refrigerantes para ele e Jungkook. No entanto, a única resposta que teve foi um girar de olhos do amigo. — Poxa... que cara de velório, hein? — Deu de ombros. — Bom, não vou deixar que você fique emburrado a noite inteira, vou procurar aquelas meninas da sala de literatura pra você conversar.

— Não quero conversar com ninguém.

— Ah Jungkook, desfaz esse nó, tá? Olha, eu te arrumei todo gatinho e por isso tá todo mundo olhando pra você. — Indicou com a cabeça para um grupo próximo que os encarava. — Como você vive escondido atrás de uma touca ou capuz, o pessoal nem sabe que você é do colégio, então está na hora de socializar mais.

Jungkook desviou o olhar para a pista de dança e realmente sentia falta de algo cobrindo sua cabeça. Não gostava de ter tantos olhares em sua direção e muito menos de lugares cheios. A festa não estava mal, tinha que concordar pelo o que entendia de eventos como aqueles, mas Jungkook não gostava do ambiente e muito menos das pessoas dali. Aquele lugar era o antro de “corpos cheios e mentes vazias”. Muita gente bonita circulava por ali, mas era deprimente seus ideias. Jungkook julgava todo mundo. Pensava que se talvez estivesse na Coreia as coisas não seriam um pouco melhores. Entretanto, sabia que o país jamais seria capaz de lhe proporcionar tudo o que ambicionava e, infelizmente, o centro do mundo era a América, não havia para onde fugir.

Jungkook se irritava demais com aquele ambiente tão jovem e não via a hora de seguir para a faculdade, mesmo que ainda sentisse que passaria por maiores frustrações. Achava um saco ter que andar tão devagar e acompanhar aqueles lesados ao seu redor, mas as coisas precisavam ser assim. Jungkook era inteligente demais para a geração em que estava, e até mesmo já poderia estar formado em quantos cursos quisesse. Porém, o garoto precisava esconder sua capacidade, seu cérebro brilhante. E esse era mais um dos motivos que o fazia sempre andar com alguma coisa cobrindo a cabeça, se escondendo de todos. Mas Hoseok não entendia seus motivos e continuava a insistir em levá-lo para uma vida social mais agitada.

— Hey, eu vou subir no palco! — Disse Hoseok depois de um tempo andando pela quadra de basquete junto do amigo que faltava criar um buraco no chão e desaparecer da festa.

— O quê? — Jungkook ficou preocupado ao ver que o amigo já corria em direção ao palco onde uma banda se apresentava. — Hoseok!

— Espera aí que vou ali dar um verdadeiro show! — Hoseok gritou.

O jovem ignorou os olhares em cima de si quando subiu tranquilo no palco. Pegou a guitarra das mãos de uns dos garotos da banda e foi para o centro. Todos começaram a gritar quando viram o músico prodígio se mostrando todo, o colégio conhecia os talentos de Hoseok. E vê-lo tocar sempre animava qualquer um, Hoseok sempre foi uma das grandes atrações dos festivais de talentos não só do colégio como da cidade. Era um garoto bastante popular e adorava ter tal posto. Virou-se para os outros integrantes daquela banda e combinaram de tocar algumas músicas.

Em pouco tempo a pista de dança ficou lotada e todos se sentiam em um verdadeiro show de rock. Hoseok cantava e destruía na guitarra. Sua voz era tão perfeita quanto os dedos que deslizavam sem problema algum no instrumento. Ele mantinha seus olhos focados nas moças ali embaixo, piscando e jogando seu charme, deixando-as suspirar e gritar freneticamente.

— Idiota... — Era tudo o que Jungkook podia dizer enquanto observava o amigo de longe.

— Oi!

Jungkook ouviu a voz de alguém bastante próximo e se assustou. Olhou pro lado e manteve os olhos presos no garoto que estava parado ao seu lado com um sorriso também idiota no rosto. Era o “número 14”, um colega de sala. Jungkook dificilmente decorava os nomes das pessoas que não lhe tinham a menor importância. Mas o nome daquele garoto era Park Jimin.

— Que estranho ver você por aqui. — Jimin, comentou enquanto bebia um pouco de refrigerante. Ele sabia, assim como todo mundo, que Jungkook era bastante antissocial, mas estava surpreso e contente por vê-lo ali.

E embora Jimin mantivesse um sorriso amigável no rosto, Jungkook apenas o encarava com receio. Ainda assustado.

— Tá tudo bem? — Jimin perguntou e aproximou a mão do ombro do outro que deu uns passos para trás evitando o toque. — O que foi?

Jungkook ignorou a pergunta desviando os olhos para algum ponto naquela multidão a sua frente. Ele ainda tinha problemas com relacionamentos pessoais. Se ao menos Hoseok estivesse ali talvez ele não sentisse medo de conversar com outra pessoa.

— Você não é mesmo de conversar, não é?

Jungkook apenas o olhou de canto.

— Hmm... Sabe, o Hoseok toca tão bem... — Jimin resolveu mudar de assunto pra ver se conseguia conversar com o outro que parecia um bichinho acuado. — Eu também toco guitarra, mas acho que não sou tão bom quanto ele.

Nesse momento Jungkook sorriu em deboche.

— Rindo do quê? — Jimin perguntou levando o copo de refrigerante à boca. No entanto, mais uma vez não obteve resposta. — Vai ficar mesmo me ignorando?

Após um suspiro cansado, Jungkook resolveu criar coragem para abrir a boca e conversar com aquele outro garoto coreano. Haviam tão poucos orientais no colégio que ele podia contar com os dedos de apenas uma mão.

— Por que está falando comigo?

— Ah! Você fala. — Jimin sorriu ao outro que manteve a expressão fechada. Passou a mão nos cabelos negros, jogando-os para trás enquanto ria sozinho. — Bom, estou falando com você porque você é da minha sala? A gente se vê todo dia desde o inicio do ano.

— Isso não te dá direito de conversar comigo.

Embora a frase tivesse saído de forma negativa, Jimin apenas arqueou uma das sobrancelha e sorriu, dando um forte tapa nos ombros de Jungkook que se desequilibrou. E isso fez com que Jungkook encarasse o outro garoto como se o fuzilasse com os olhos.

— Direito de conversar? Deixa de ser besta, Jungkook.

— Baegchi...

— Idiota é você!

O comentário fez Jungkook o olhar confuso, Jimin sabia o que ele tinha dito?

— Esquece que eu sou coreano? — Foi tudo o que Jimin precisou dizer. — Bom, quer dizer, eu nasci aqui na América então isso me faz ser americano, até porque minha mãe é americana, mas meu pai é coreano e ele fez questão de ensinar a língua pra gente lá em casa.

— Hmm... — Jungkook girou os olhos mais uma vez. Perguntava-se o motivo de Jimin está tagarelando tanto do seu lado. Pouco lhe importava a vida de Jimin.

— Mas enfim... Não vai pedir desculpas, Jungkook?

— Desculpas? — Jungkook o olhou dos pés a cabeça com total indiferença.

— É! Você me xingou sem motivos.

— Não o xinguei. Só fiz uma constatação. — Jungkook deu de ombros, não se importando com a cara ofendida de Jimin.

— Mas você nem me conhece pra dizer que eu sou idiota. — O garoto acabou elevando a voz.

— Preciso te conhecer pra ter certeza de que é um idiota, então? — Olhou de canto para Jimin que já prendia a respiração para, provavelmente, não pular no pescoço do outro naquele instante.

— Nossa! Você nunca vai ser legal? — Jimin acabou virando as costas chateado e sumiu por entre os alunos na pista de dança. Sempre que tentava trocar uma ou duas palavras com Jungkook, era daquele modo que as coisas terminavam. Nas patadas. E aquilo não era só com ele. Todo mundo do colégio comentava sobre o quanto Jungkook era insuportável e arrogante.

Depois que Jimin se afastou, Jungkook o acompanhou com os olhos, dando graças por finalmente estar sozinho. Sabia que era rude demais com as pessoas, mas aquele era seu modo de manter todo mundo afastado. Desde criança que Jungkook agia assim. Aprendeu a ser um poço de frieza para que ninguém conseguisse se aproximar, pois os considerava inimigos e obstáculos, e os únicos que ainda tinham alguma importância em sua vida eram seus pais, por alguma obrigação, os pais de Hoseok, por consideração, e o próprio Hoseok, seu único amigo.

Já todo o restante do mundo… Eram descartáveis.

“Você nunca vai ser legal?” A frase de Jimin repetia em sua cabeça, mas Jungkook não via motivo algo para ser legal com ele, ou com outro alguém.

— Idiotas.


Notas Finais


Hmmmm~~mais um JK implicando com o Jimin? Eu gosto disso? Eu gosto 8D
Bom, não vou falar muito, pois já irei postar o capítulo 2 o/

Detalhe: As letras e números na capa são palavras e frases que muito tem a ver com a fic ;D
E vocês vão ter que se acostumar com códigos hohohohoho vai ter muita coisa pra brincar por aqui :*


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