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História Land Of All - Hoje


Escrita por: Shiniz

Notas do Autor


Eitaaaa :D demorei mesmo gente, e bom.... as coisas vão indo assim T.T
mas eu nunca desisto e sempre volto quando posso. Bom, corre aí e simbora ler XD esse cap é no tempo "atual" da fic :D
é algo curto, mas que precisa ser mostrado, desculpe as confusões na mente, é um cap técnico por assim dizer, mas eu tentei simplificá-lo bastante.
o/

Capítulo 9 - Hoje


 

2027

 

Passos apressados podiam ser escutados naquele longo corredor branco que parecia não ter fim. O dono daquela pressa era um homem já com seus trinta anos. Ele ignorava qualquer pessoa que tentava falar consigo e apenas seguia reto em seu caminho. Estava nervoso e preocupado.

Naquele corredor haviam inúmeras portas fechadas e aquele homem sempre sentia um calafrio quando andava em frente delas. Aquelas salas fechadas por portas que chegavam a pesar cerca de dez toneladas de aço escondiam verdades de todo o planeta. Reuniam os principais segredos do Pentágono, NASA, Casa Branca, entre outros. Nada saía da ANSA, da Agência Nacional de Segurança Americana. Um verdadeiro forte misterioso. Pouquíssimas pessoas tinham conhecimento de sua existência, e os que sabiam, eram do tipo que nem sob tortura revelariam seu mistério. Mas o homem que ali caminhava achava o lugar de fácil acesso tanto para ele, quanto para a pessoa que estava indo ver. Mesmo com aquelas grossas paredes, andares secretos, seguranças fortemente armados, códigos de entrada e tudo mais que pudesse prevenir invasores, aquelas duas pessoas pareciam ser as únicas capazes de adentrar qualquer local da Agência e isso antes mesmo de fazerem parte dela.

Com a velocidade de seu caminhar, o longo jaleco branco que aquele homem usava balançava com o vento. Todos dali tinham grande respeito por ele. Todas menos uma pessoa…

Hoseok estava com um curativo no lado esquerdo do rosto, e mesmo que já não doesse mais, ainda o lembrava do ataque de fúria que recebeu do melhor amigo há algumas semanas. Hoseok não podia culpar Jungkook por aquele “presente”, aquilo era o mínimo que pensou receber depois de tudo o que foi revelado sobre o passado de ambos.

Foi até o final do corredor onde uma enorme outra porta maciça protegia o local. Maior e mais pesada que as demais daquele extenso corredor. Atrás daquela proteção estava escondia a nova arma americana. Uma que não era letal, não feria ninguém, mas que moldava a vida de todos os seres do mundo. Difícil de ser entendida e manipulada, e naquele momento havia apenas um seleto grupo de pessoas que eram responsáveis por ela, e uma dessas pessoas era Jeon Jungkook. Ele tinha o direito de mudar o mundo se assim desejasse. Tinha carta branca do próprio presidente para seus experimentos, porém, os últimos que fez acabou gerando desconfiança e alerta aos demais envolvidos.

Faziam dias que Jungkook estava trancado naquela sala junto com a “nova arma americana”, e somente Hoseok tinha permissão de entrar ali nos turnos de Jungkook. Ele estava com medo de que o amigo tivesse tirado seu acesso depois da briga, mas tentou a sorte indo até ali. Hoseok precisava colocar um pouco de juízo dentro daquela cabeça que andava mais perturbada do que o normal, e também precisava salvar o amigo do que estava por vir.

O presidente havia liberado parte do controle da arma para Jungkook, só que, após receber tão repentinamente todas essas regalias, Jungkook começou fazer coisas diferentes do que lhe era permitido. Não estava mais usando a arma em interesse do Estado, e sim do próprio. E pessoas da inteligência nacional alertaram o presidente sobre o que o cientista estava fazendo.

Todos os envolvidos com a arma queriam entender os motivos para que o chefe da nação tivesse depositado tanta confiança nas mãos do coreano. Jungkook sempre atendeu prontamente a todos os pedidos do governante com assuntos relacionados à arma, ganhando assim cada vez mais a confiança de todos que trabalhavam na ANSA, assim como de todos os poderes dentro da América. Alguém como Jungkook que sabia manipular tal poder era de grande valia, muitos ficaram impressionados quando o jovem de vinte e cinco anos entrou na ANSA já começando como o chefe da Criptografia, área em que melhor se destacava. Obteve acesso ao sistema de segurança do local e assim que assumiu o posto, fez questão de mudar toda a rede de segurança, sendo mal visto pelas grandes mentes dali. Sentiram-se ofendidos pelo novato dizer que aqueles míseros códigos podiam ser decifrados por uma criança -o que de fato aconteceu- e que não estavam com seus segredos a salvo. Pouco tempo depois acabou se tornando vice-diretor de toda a ANSA. Muitos desconfiavam de como o jovem conseguiu subir de posto tão rápido, talvez pelo seu modo de manipular qualquer pessoa apenas com jogos mentais e boa lábia, mas também não podiam negar o quanto ele era uma das mentes mais brilhantes já encontradas por todo o mundo.

Entretanto, a confiança que depositavam em si era grande demais. Ele tinha poderes demais dentro da ANSA e era uma pessoa misteriosa. Pouco se sabia sobre seu passado, e isso era algo que todos deveriam informar logo nas primeiras entrevistas para cogitarem serem aceitos naquele secreto lugar. Não sabiam muitas coisas sobre Jungkook e era estranho alguém tão inteligente ter passado despercebido pelos olhos da atenta ANSA durante tanto tempo.

Normalmente a Agência era quem observava as pessoas que eram importantes para si. Davam um telefonema para que tais pessoas comparecessem lá e depois de longas baterias de testes, entrevistas e exames, contratavam alguém. Mas o caso de Jungkook foi diferente. Em um belo dia ele apareceu diante da ANSA pedindo para conversar com o diretor Bearwalker e estranhamente este aceitou a conversa. Algumas pessoas comentavam que o diretor foi a pessoa que fez todos os testes e entrevistas com Jungkook naquele mesmo dia, e dois dias depois o jovem estava trazendo suas coisas pessoais para a fortaleza tecnológica mais secreta do mundo.

A ANSA sabia ser bastante discreta em relação a todos que passavam por lá, e se suspeitassem que Jungkook havia frequentado a Divisão-8 coreana, aquele detalhe acabaria com toda e qualquer chance do jovem de entrar para Agência. Seria acusado de traição, omissão de fatos relevantes, espionagem e, com certeza, faria uma visita a Área 51 para que todas as informações secretas fossem arrancadas. Usariam de todo e qualquer “argumento” para aquilo. Afinal, pessoas que tivessem conhecimento sobre as instalações da ANSA e não fossem totalmente fiéis a ela, teriam de acertar contas.

Porém, mesmo com o alto posto, Jungkook tinha apenas um interesse ali, a sala principal do quarto subsolo. O lugar onde os melhores cientistas do mundo trabalhavam. E o principal deles tinha mais de sessenta anos. A arma que produziam ali era conhecida por todos os viciados em ficções científicas como Máquina do Tempo. A tal máquina capaz de fazer alguém ir para o passado ou futuro, podendo alterá-lo da maneira que bem entendesse. Entretanto, não era nada divertido como se viam em filmes. Só haviam conseguido de fato, fazê-la funcionar mais ou menos trinta anos atrás. O antigo responsável pela sala, Sr. Namjoon, conseguiu de algum modo enviar uma mensagem para o passado utilizando o aparato, em um salto de cinco dias atrás, na época.

Namjoon era filho de Fuuma Neumann, um dos homens que trabalhou como responsável no misterioso Projeto Filadélfia em 1943. O jovem teve todo o tipo de conhecimento sobre o trabalho do pai. Fuuma havia ensinado ao filho sobre como o Projeto havia sido feito, lhe dando dados, informações, e até mesmo o apresentou a pessoas envolvidas. Namjoon também era um gênio prodígio, e o pai queria que ele seguisse seus passos em assuntos secretos, o que sempre fora a graça que encontrou para viver. E Fuuma ficou bastante feliz por ver o pequeno encantado com as histórias sobre a névoa verde e o salto no tempo que o navio tinha feito. Ser filho daquele homem era um dos motivos de Namjoon ter grande prestígio dentro da ANSA, mas também por ter se tornado um dos maiores matemáticos de sua época. Maior até mesmo que o pai.

Aos doze anos, Namjoon já era empregado da grande Agência americana. E talvez fosse o mais importante de toda ANSA durante o tempo em que a serviu.

Antigamente, mesmo com precários computadores para a população, a ANSA possuía os mais avançados, e desde aquela época, os cientistas buscavam a criação de uma inteligência artificial que os ajudassem com problemas e situações que a mente humana não conseguia compreender totalmente.

Namjoon e o pai conseguiram construir juntos a primeira inteligência artificial neural. Trabalho esse que levou alguns anos e vidas em pesquisas e testes. Um deles foi utilizado no próprio Fuuma e que por mais incrível que sua mente fosse, o computador simplesmente a destronou. O matemático não chegou a morrer, mas perdeu suas atividades cerebrais rapidamente. Assustado e também se deixando levar pela perda do pai, Namjoon acabou deixando o projeto de lado. Trancafiando todos os seus segredos em sua própria casa que permaneceu sob segurança militar até o dia que foi obrigado a retomar os projetos quando integrantes da Macy (Conferência Macy - 1946) disseram que assumiriam as obras de Fuuma. E um desses integrantes era o avô de Namjoon.

Com medo de que seu neurocomputador acabasse se tornado propriedade do Estado e se tornasse uma arma sem igual, Namjoon exigiu que fosse uma das cobaias para o teste de conexão neural. O projeto foi melhorado e introduzido a mente do jovem, que teve aceitação total. O Neu.AI-01 era o que faltava para juntar todas as peças da Máquina do Tempo.

Namjoon unia suas ideias com precisão do computador para criar dados concretos ao que apenas era visto como teorias de grandes gênios. Facilmente a Teoria do Campo Unificado que falhara anos atrás em Filadélfia ganhou sua expressão matemática e foi colocada em prática. O teletransporte veio pouco tempo depois e quando o jovem completou seus vinte e dois anos, o Neu.AI-01 já estava completamente fundido ao seu cérebro, e ambos pensavam juntos. Namjoon já não precisava de crachás, telefones ou mesmo a sua velha mesa com um computador. O Neu.AI-01 parecia dar ao jovem superpoderes. Programado para ter acesso a qualquer coisa que fosse controlada por computadores, Namjoon se divertia em acessar “remotamente” os e-mails dos colegas de trabalho apenas com um piscar de olhos. Tudo era baixado em sua mente e se unia as suas memórias.

Pouco tempo depois a tão sonhada Máquina do Tempo ganhava seus primeiros testes. Utilizando de grande parte da energia de toda ANSA, Namjoon enviou para um computador qualquer uma mensagem simples, e quando notou que a mensagem estava registrada como se tivesse sido escrita cinco dias atrás, o jovem quase caiu da cadeira. Mas não tinha certeza se tal feito foi realmente válido, porém, em poucos segundos sentiu uma leve pontada na cabeça e se lembrou de ter visto aquela mesma mensagem exatos cinco dias atrás. Era como se do nada alguém tivesse implantado aquela lembrança em sua cabeça.

Os testes foram seguindo, dia após dia. Todos os cientistas estavam perplexos e entusiasmados com o possível salto do tempo. Novamente Namjoon enviou mais algumas mensagens para os computadores dos colegas cientistas. Elas apareciam nas telas como se tivessem sido mesmo enviadas dias atrás. Porém um detalhe chamou a atenção de Namjoon: Ninguém além deve se lembrava que aqueles testes estavam acontecendo. Não lembravam dos experimentos e perguntavam para o rapaz o porquê dele ter mandando aquelas mensagens estranhas. As lembranças entravam apenas na mente de Namjoon. Coisas como as brincadeiras e chateações dos colegas nos exatos dias que as mensagens chegaram. Era como se apenas ele soubesse sobre os testes da Máquina do Tempo, para os outros, era como se ele nunca tivesse feito aquilo.

Agora estava ficando cada vez mais difícil explicar aos superiores que a Máquina do Tmpo realmente funcionava. Algum tempo depois Namjoon descobriu o motivo para apenas ele lembrar dos acontecimentos, e ele estava muito bem implantado em sua cabeça que controlava a Máquina. O detalhe foi explicado a todos, e agora precisavam encontrar um jeito de conectar todos os envolvidos a Máquina. No entanto, como tinham dificuldades de implantar mais Neu.AI em pessoas mais velhas, descobriram que uma boa forma de deixar a mente de todos unidas aos testes da Máquina era fazer com que elas tivessem participação junto as viagens de tempo. E assim prosseguiam com os estudos.

Algum tempo depois expandiram as dimensões da Máquina do Tempo, tornando-a o “Tevatron”, que foi nomeado de acelerador de partículas criado pelo Laboratório Nacional de Física dos EUA. Uma clara e convincente fachada para o que a supermáquina realmente era. E assim, a Máquina do Tempo seguia com força total.

Agora, em vez de mandar apenas mensagens digitais para o passado, os cientistas da ANSA conseguiam enviar objetos. Tudo deu errado a princípio. Alguns dos objetos que eram colocados em seu interior explodiam, derretiam, viraram geleias ou ficavam com aparência translúcida. Namjoon e seu neurocomputador estavam enfrentando problemas, mas logo conseguiam enviar uma pequena carta para um dos cientistas, que chegou intacta ao seu destino. E o sonho de mudar o passado agora estava perto de acontecer, assim como chegar ao futuro.

E Jungkook era o atual responsável por aquela Máquina. Depois de conseguir fazer grandes avanços que ninguém dentro da ANSA havia conseguido, sentiu-se no direito de restringir o acesso da Máquina para um seleto grupo, e ele ainda contava com a presença de Hoseok.

 

-----§§§-----

 

Hoseok se aproximou do leitor digital e colocou a mão sobre a tela de reconhecimento. Sentiu alívio ao ver que ainda tinha acesso, pois o painel ficou verde. No local onde havia colocado a palma agora apareciam códigos para que ele digitasse uma senha. Quem visse a tela nada entenderia, pois as letras e números ali pareciam dançar desordenadamente, mas nenhuma delas, apesar de repetirem a sequência depois de um tempo, não eram iguais. Uma letra “A” poderia significar várias outras coisas e apenas as pessoas autorizadas sabiam o que era.

Digitou a senha, e a porta girou em 180 graus e uma outra, logo mais atrás, fez o mesmo procedimento em sentido oposto. Hoseok entrou na sala e deu de cara com vários monitores holográficos ligados. Os barulhos que ouvia dentro da sala eram um zumbido grave emitido pela Máquina que, depois da intervenção do novo responsável, agora possuía vinte e sete quilômetros de circunferência e se encontrava a mais de cento e setenta metros abaixo do solo. A Máquina emitia uma intensa luz roxa que forçava a todos que entravam ali a utilizar óculos especiais. No centro do imenso túnel circular, havia uma espécie de sala branca onde tudo o que precisava ser enviado através do tempo precisava ser posto. As paredes daquela sala eram tão maciças quanto às portas por onde Hoseok precisou entrar, e vários fios saíam do túnel circular e se acoplavam a sala branca. Era assustador toda aquela estrutura, mas um dispositivo capaz de fazer viagens no tempo necessitava de bastante energia e algoritmos quânticos. E tudo o que precisavam se encontrava ali, ou quase tudo…

O outro barulho que Hoseok escutava eram de teclas sendo apertadas freneticamente. O homem de trinta anos que estava diante dos monitores nem ao menos notou sua presença. Seus olhos sem vida estavam presos as telas, e pelo óculos que usava, se via apenas a luz dos mesmos refletidos. Hoseok fechou a cara e andou em direção aquela pessoa, tocando em seu ombro com força, girando-o junto com a cadeira. Os olhos sem vida do homem agora se transformavam em um mar de ódio.

— O que faz aqui, Hoseok? — Soltou em um rugido.

— Vim saber o que você anda fazendo Jungkook. — Encarou os olhos do amigo com firmeza. Os óculos que usavam ainda possuíam uma leve transparência. A tecnologia daquela época permitia que aquelas lentes pudessem bloquear qualquer luz externa. Eles nem mesmo notavam que tudo ao redor deles brilhava de roxo.

Jungkook levantou irritado e se colocou em frente daquele que um dia considerou seu melhor amigo, e agora o acusava injustamente por tudo o que lhe aconteceu de ruim.

— Isso não é mais da sua conta. Agora saia daqui, Hoseok! — Fuzilava o outro com o olhar, ato que sempre foi um costume seu.

— Isso é sim da minha conta! Ainda mais quando o Serviço Secreto me liga as três da manhã perguntando o porquê de ter ocorrido um blecaute em 60% do país e o motivo ser esta sala.

— Já disse que o problema não é mais seu.

— O que você estava fazendo? — Hoseok segurou os ombros de Jungkook com força.

— Eu fiz o mesmo que você, só estava querendo mudar o passado. — Falou em desdenho, dando um sorriso de lado.

— Não foi só isso. Não precisaria de toda essa energia apenas pra isso. — Falava tentando buscar a verdade dentro dos olhos do outro. Sabia que tinha algo errado ali. Desde que a máquina aumentou de tamanho, eram preciso uma grande descarga de energia para fazê-la funcionar perfeitamente, o que era gerado pelo tubo de aço circular. Porém, o que tinha acontecido horas atrás foi de longe o maior blecaute que ocorreu em todo solo americano. Mandar recados digitais, objetos e cartas ao passado não consumiam tanta energia, a menos que o amigo estivesse tentando mesmo fazer o que Hoseok tinha feito há mais de vinte anos. Mas ainda não achava que se tratava daquilo. Eram proibidos de fazer aquele tipo de coisa.

Jungkook se desvencilhou das mãos do outro e o empurrou.

— Saia daqui! Não interfira mais na minha vida! — Gritou. — Tudo isso que está acontecendo é por sua culpa.

— Minha? — estava pasmo. — Não me culpe pelos seus erros Jungkook.

— Quê? Você destruiu a minha vida, a vida do Jimin e continua dizendo que a culpa não foi sua? — Retrucou.

— VOCÊ DESTRUIU A VIDA DELE! — Seu grito foi mais alto do que o zumbido grave da Máquina.

Jungkook se calou encarando os olhos escuros de Hoseok. Não conseguia admitir que tinha errado, que tinha sido tão burro com Jimin. Em sua mente girava apenas que o culpado de tudo aquilo era Hoseok. Era mais fácil pra ele pensar assim…

— Eu errei com você… — Hoseok começou um pouco mais controlado. — Mas eu abri mão da minha vida para estar ao seu lado porque queria poder te recompensar pelos anos que tirei da sua vida, mas você… Você nunca esteve disposto a isso. Sempre se sentindo a vítima, sempre descontando nos outros as suas mágoas. Você e apenas você acabou com a vida do Jimin. Não coloque mais essa culpa nas minhas costas. — Falou em um tom tristonho, pensando que o amigo jamais entenderia seu lado.

— Não se preocupe, assim que eu resolver isso, você não fará mais parte da minha vida.

— Jungkook… — Hoseok tentaria mais uma vez ter aquela conversa com o amigo, conversar sobre quando Jungkook descobriu toda a verdade sobre aquela máquina, mas assim que passou os olhos nos monitores, entendeu o motivo do grande blecaute. — O que é isso?

Jungkook se virou para os monitores e sabia que não era para Hoseok ter visto aquilo. Sabia o que ele pensava sobre as voltas no tempo, mas o que pretendia era muito mais radical.

— É isso o que você está tentando fazer? — Hoseok estava perplexo.

— Só agora veio perceber? Não é tão inteligente assim? — Sorriu em deboche.

— M-mas… Jungkook… tentar isso é…

— Isso não é mais da sua conta.

— Jungkook… você vai morrer.

Jungkook suspirou devagar, voltando-se para os monitores.

— Preocupado agora?

— Claro que… — Hoseok balançou a cabeça, não podia esquecer os motivos de estar ali. — Você precisa sair daqui Jungkook.

— Sair? — Falou, voltando a digitar algumas coisas.

— A conversa que tive agora pouco com o Serviço Secreto, e mais umas pessoas, não foi nem um pouco agradável.

Jungkook encarou Hoseok e não entendia a forma como ele o olhava nervoso.

— Do que está falando?

— Eles sabem sobre a Divisão-8, sobre o seu passado lá. Estão vindo buscar você.

Jungkook arregalou os olhos, não tinham como os americanos saberem sobre a D-8, sobre ele ter feito parte dela. Se estavam indo buscá-lo era porque o posto de vice-diretor já não existia mais.

— Você contou a eles? — Voltou a ficar irritado, indo novamente em direção ao amigo.

— Claro que não! Por isso vim correndo te avisar. Você precisa sair daqui logo! — Disse, dando alguns passos pra trás com medo que o amigo o atacasse mais uma vez.

— Eu não posso sair daqui, eu não posso deixar a Máquina. — Falou quase gritando. Tantos anos de avanços, estava quase terminado seu projeto, não podia abandoná-lo e deixar tudo aquilo nas mãos daquelas pessoas.

— Jungkook, você não pode é ficar aqui, sabe muito bem o que eles farão contigo.

Jungkook engoliu em seco. Se sabiam sobre a D-8, então pensariam que ele era um espião, alguém muito bem infiltrado. E pelas semanas que passou trancado com a Máquina em seu estagio avançado, sem relatórios ou intervenções de outras pessoas, utilizando de vasta energia do país, era bem possível que pensassem em mil coisas diferentes. O levariam sob custódia e teria horas intermináveis de investigações e perguntas sendo jogadas na cara, e posteriormente sofreria lavagem cerebral. E isso era o que mais o assustava. Ter sua mente roubada de si e assim, não ter mais a capacidade de salvar a pessoa que tanto amava.

Hoseok sentiu a vibração do celular, era Taehyung. Leu rapidamente a mensagem que dizia que haviam pessoas indo em direção aqueles dois dentro da sala da Máquina. Guardou o aparelho e segurou o pulso do amigo.

— Temos que sair agora, eles chegaram.

— Não. — Jungkook se soltou com brutalidade. — Vá embora você seu covarde, não é você que sempre tem medo de enfrentar os problemas e acha mais fácil fugir deles?

— Para com isso Jungkook. — Gritou. — Já chegou a pensar que se eu não tivesse feito aquilo, talvez hoje você não estivesse aqui? Que você nunca teria conhecido o Jimin?

— Ao menos hoje ele estaria vivo! — Também gritou, recebendo um soco como resposta. Deu alguns passos para trás sentindo o desequilíbrio, segurando-se na cadeira um pouco atrás de si. Passou a mão no local onde havia recebido o golpe, encarando Hoseok sem acreditar no que ele havia feito.

— Deixa de ser idiota… — Disse Hoseok. — Eu só quero te ajudar… Sempre quis te ajudar. Você é meu amigo, Jungkook.

Jungkook abriu a boca para retrucar aquelas palavras, mas percebeu pelos vídeos de segurança que já havia algumas pessoas em frente a sala. Eles já tinham chegado e seria uma questão de minutos até que decodificassem o acesso e entrassem ali. Por mais que a segurança da sala tivesse sido projetada por diversos gênios, eles não eram os únicos do mundo que podiam abri-la.

— Jungkook eles chegaram… — Hoseok virou para o amigo que já não estava mais diante dos computadores, procurou em volta e seus olhos pararam na porta de entrada da sala branca da Máquina. — O quê?

Jungkook estava usando algo semelhante a uma armadura preta um pouco colada. Era um dos uniformes que vinha desenvolvendo para o que pretendia fazer.

— Neu.AI-03, ligar a Máquina. — Falou e todos os computadores obedeceram seu comando. Porém uma voz baixa, que apenas ecoava dentro da mente do cientista o avisava dos riscos de sua ousadia. — Não me importo se isso é perigoso. Eu recriei você, reativei seu projeto das cinzas e lhe dei tudo que era necessário para este momento, computador idiota. — Após mais alguns protestos do neurocomputador, tudo seguiu como era de seu desejo.

Hoseok passou os olhos em tudo o que estava escrito naquelas telas, ficando boquiaberto. Era mesmo possível que o amigo havia conseguido fazer aquilo? Ele iria mesmo viajar no tempo?

— Jungkook…

— Me deixe, Hoseok. — Jungkook se aproximou dos monitores holográficos e sentou em uma das cadeiras dali enquanto pegava alguns dados impressos, destruindo-os enquanto utilizada do neurocomputador para apagar os demais dados que estavam sob o poder da ANSA. Poder controlar tudo com a “mente” era a melhor coisa que podia fazer, mais uma vez.

Logo a sala branca foi aberta e Hoseok pode perceber pelas últimas informações que apareciam nas telas que o projeto de enviar alguém ao passado iria mesmo ser feito. Aquele projeto de quase cem anos alterados em vários momentos estava mesmo para dar, talvez, sua última volta ao tempo.

— Não acredito!

Disse o físico surpreso com o que estava diante de seus olhos. Era um choque. Nunca pensou que, de fato, o seu amigo e superior conseguiria tal feito.

— Pode acreditar… eu consegui.

 


Notas Finais


Foi curto XD mas ou era assim ou não saía nada tão cedo. :D
Olha só, senhor Namjoon dando as caras hohohoho
NotAAASSS:
Projeto Filadélfia: Foi um suposto projeto naval militar realizado no Estaleiro Naval da Filadélfia por volta de 28 de Outubro de 1943, na qual o destroyer de escolta USS Eldridge tornou-se invisível aos observadores por um breve período.

O nome do pai do Namjoon da fic é ficticio, porém o sobrenome Neumann não, eu fiz ele ser filho de John Von Neumann (que na fic aparece como avó de Namjoon), esse cara era um físico e matemático importante na epoca e esteve envolvido com o Projeto Filadélfia.

Tevatron é um acelerador de partículas circular situado no Fermilab, próximo a Chicago. (as reformas que o Jungkook fez na porra toda o transformou no LHC da Cern, onde eu tomei base. Pra mim máquinas do tempo não seriam apenas uma salinha, precisa de muita energia nessas coisas para criar buracos de minhoca e etc, por isso eu estou utilizando a estrutura de um acelerador de partículas para criar as máquinas do tempo.

Em 2027, Jungkook e Hoseok estão com 30 anos e Namjoon já passa dos 60~

Próximo cap voltaremos para o ano em que o JK entra em Harvard~ :D ainda tenho muita coisa pra contar do passado que vocês estavam lendo ^^

Bjooos o/ Correr pra escrever CV agora :D
E dúvidas sobre o cap por favor me perguntem >_<
E quem quiser meu twitter (já vi muitos perguntando) é o @Shiniz_K


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