História Last 12 Calls - Truth

JACOB

Ando de um lado para o outro discando o número de Katrina, fecho os olhos e pressiono o circulo verde a ligando. Ouço o barulho do celular no meu ouvido e quando penso em desligar, o barulho é substituido por sua voz.

-Alô?

-Hã... Oi Kat.

-Ju... Jacob?

-É. -rio fraco, sinto que aquela conversa era tão estranha para ela como era pra mim, ridiculo como fomos de ótimos amigos para praticamente desconhecidos. -Eu queria, conversar.

-Ah, claro, o que posso te ajudar?

-Na verdade eu gostaria de saber isso.

-O que quer dizer?

-Eu passei tanto tempo sendo, hã, não eu mesmo, que eu me esqueci do que eu era, sei que não me conhecia mas aos poucos eu acredito que eu volte.

-Acredite em mim, você só precisa de alguém especial para te ajudar.

-Você e Matthew hein?

-Que?

-Você sabe como é, eu lembro dos seus desabafos.

-Isso é tão...

-fodido?

-Sim, e estranho ouvir você falando um palavrão.

-Eu sei, nem eu lembrava de como soava. Mas enfim, eu só queria dizer que eu quero ser seu amigo, você é uma boa garota Kat, e eu tenho certeza que você vai gostar do Jacob muito mais do que do Julian.

-Ah eu também, contanto que Jacob não segure uma faca no meu pescoço. -ela disse me fazendo rir.

-Ele não vai eu prometo.

-Então você achou?

-Achou o que? -pergunto confuso.

-Seu Matthew.

-Metáfora estranha, mas sim eu a achei, há um bom tempo atrás. Lox.

-Ah Deus, como vocês combinam, e então o que ela disse?

-Eu ainda não falei com ela.

-Ta brincando?

-Não...

-Ela não sabe que você voltou.

-Ah sim... Cassie me falou, mas eu só acho que deve ficar assim por enquanto.

-Ela vai saber de qualquer jeito, e ela pode te ajudar.

-Mas... -pensei bem e realmente, temos o mesmo grupo de amigos, acho que talvez esconder isso dela talvez só estrague tudo. -Tudo bem.

-Ótimo.

-Ótimo.

-KAT, EU PRECISO DE AJUDA COM A LIÇÃO. -Ouço um berro de um garotinho, provavelmente o irmão que Kat falara sobre, Nicholas.

-Ei Jacob, preciso ir, boa sorte.

-Obrigado Kat. -sorrio e desligo o celular discando o número de Mahogany, não penso duas vezes, me jogo no sofá e aperto em ligar antes que eu mude de ideia.

-Alô? -assim que ouço sua voz, era como se aquilo fosse minha salvação, sinto como se meu coração fosse completamente explodir, lembro de cada momento que passamos juntos, e quero me dar um soco por não ter resistido por ela, eu tive que ceder, mesmo que os primeiros testes tivessem falhado em mim, eles não desistiriam. -Isso não é divertido, quem é? -respiro fundo.

-Mahogany? -sem respostas. -Lox?

-Isso é uma brincadeira?

-Sou eu, Jacob, eu juro, eu voltei.

-Isso é impossivel.

-Eu sei que é, e eu sinto muito, eu sinto muito por ter feito você passar tanto tempo sozinha, eu sinto muito por ter te deixado, eu sinto muito por não ter feito parte da sua vida nos ultimos tempos, eu sinto muito que eu não esteja ai agora, e eu sinto muito por não ter sentido isso antes, eu amo você Mahogany, eu amo você com a minha vida, e o único motivo que eu ainda insisto é que eu tenho uma pontinha de esperança que você talvez ainda me ame e me de uma chance, eu tentei sobreviver por você, porque eu sabia que de um jeito ou de outro Cassie nunca deixaria de me procurar, e me salvar, mesmo que eu dissesse para ela não fazer isso. Eu sei que talvez seja tarde demais, mas por favor eu preciso de uma chance, eu preciso de uma chance para te ter de novo tanto quanto eu preciso de você. -Ouço um ruído, o choro dela, eu não poderia confundir isso de nenhum jeito, toda vez que eu ouvia, meu coração se quebrava.

-Tudo bem. -ela disse se recompondo. -Me encontre na cafeteria perto da minha casa em quinze minutos.

Vou caminhando até lá, já que não é um grande caminho, quando entro, vejo seus cabelos ruivos presos, e ela brincando com o canudo. Ela estava linda, não se deu o trabalho em colocar maquiagem, usava um moletom e uma calça legging, era tão simples mas mesmo assim eu amava como aquilo a destacava, ela olha para mim e leva um pequeno choque como se não tivesse acreditado até agora, sorrio, e vejo seus olhos se enchendo de agua novamente, ela corre até mim e me abraça, ela finalmente estava nos meus braços novamente, não tinha dinheiro que pagasse aquilo.

-Não ouse fazer isso de novo. -Ela diz segurando meu rosto e selando meus lábios, aquela velha sensação, que eu nunca nem sequer por um segundo esqueci.

[…]

Quando abro a porta da casa dos Griers, Cassie corre até mim.

-POR QUE VOCÊ NÃO ATENDE O CELULAR? -Ela gritou.

-O que foi? -ela não responde apenas fecha a porta.

-Esqueceu de um detalhe?

-O que?

-As fãs. Não sei como conseguiu se esconder tanto tempo por Los Angeles.

-Ah é que...

-Não quero saber. Há algum tempo atrás eu fiz uma entrevista para a Twist Magazine, e acabei, tendo... hã... um lance com um dos estágiarios, o que acontece é que ele me ligou falando que tinha uma coisa que eu tinha que saber e que ele se sentiria péssimo se não me avisasse, você foi visto, seja lá aonde você foi, tiraram fotos de você, a gente tentou acobertar isso o máximo possível, as fãs criavam teorias, mas mesmo assim a gente nunca dizia o que aconteceu com você, e se isso vazar estamos ferrados. -Eu passava a mão pelo cabelo, não sabia o que fazer.

-E qual é a sua brilhante ideia?

-Você tem que contar pra policia o que aconteceu.

-Hã, você quer dizer tudo?

-Hã, eu não sei, provavelmente sim. Eu não sei o que você fez, nem o que aconteceu, mas nós matamos pessoas, e se isso for divulgado pro mundo estamos fodidos.

-Mas tudo o que eles sabem é que eu voltei.

-Sim, mas quanto tempo vai demorar pra eles descobrirem algo a mais?

-Tudo bem... Mas eu preciso da Kat lá, eu vi o quão focada ela era pelo menos, nas primeiras semanas, e sei que ela pode me ajudar a contornar essa história.

[…]

Toco a campainha da casa que Jack me deu o endereço e Kat atende.

-Sim?

-Eu preciso da sua ajuda Kat. -a garota loira revira os olhos me deixando confuso.

-KATRINA, TEM UM GAROTO AQUI PRA TE VER. -Devo ter parecido muito confuso ao ver aquela cena, porque quando Kat veio a porta ela riu fraco.

-Bem, você deve ter conhecido minha irmã gemêa do mal. -ela brinca, mas sinto uma ponta de verdade na frase.

-Hã... Sim.

-Então, como foi?

-Foi bom... mas na verdade eu preciso da sua ajuda.

-Ah sim, claro, com o que?

-Eu preciso que você seja a minha advogada. -ela gargalhou mas quando percebeu que eu não estava rindo franziu o cenho e me encarou.

-Um momento, você está falando sério?

-Sim...

-Eu mal conclui meus estudos do primeiro ano da faculdade.

-Eu sei, mas tudo que eu preciso é...

-Jacob...

-Por favor, eu confio em você.

-É uma péssima escolha.

Eu dirigia a caminho da delegacia enquanto contava a Kat a história de tudo que aconteceu desde quando explodimos um lugar cheio de pessoas alteradas.

-E por que vocês não chamaram a policia para salvar Yane e Tay.

-Por causa das mensagens.

-Droga Jacob...

-Mas está tudo bem, isso está tudo contornado na policia, porque no fim prenderam Octavio. E como é ruim para eles deixarem casos abertos por anos, eles mal se importaram em me procurar e Cassie sabia que não seria inteligente criar um drama e espalhar a noticia sendo que eles ainda me tinham.

-Mas como você escapou?

-Bem, quando aquele liquido finalmente alterou meu cérebro e eu comecei a mudar eu fiquei cansado de ser tratado como um animal, quase como se eu sentisse raiva, mas era diferente, era como um desconforto que crescia em mim, eu não tinha nada a perder, e a única pessoa que estava lá era a mãe de Cassie, e eu simplesmente não me importava.

-Você executou ela? -limpo uma lágrima que caia pelo meu rosto.

-Eu ganhei a confiança dela, e quando ela menos esperava eu atirei nela como se fosse nada, e não parecia errado, eu estava indiferente quanto a situação. Eu fui a pessoa mais egoista, e então eu fui atrás de você... -estaciono em frente a delegacia e apoio minha testa no volante.

-Tudo bem Jacob... Eu tenho uma ideia, mas eu preciso saber, tem mais algum liquido que possa transformar em alguém totalmente sem coração circulando por ai?

-Não, a mãe de Cassie apenas enviou quinze para o hospital, e enfim, o seu foi o penultimo.

-E o de Nicholas o ultimo... -ela disse raciocinando. -Tudo bem, o que você vai contar é que te sequestraram e que se não te acharam foi por culpa da própria policia que não fez o trabalho deles direito. E que a mulher te torturava, se você ainda tiver marcas, seria bom mostrar para o delegado e enfim, diga que um dia você teve a chance de fugir mas ela te viu você conseguiu desarmar ela e a matou, foi auto-defesa, eles não podem te prender, você entendeu?

-Sim. -digo nervoso.

-Ótimo, diga que não sabia o que fazer e começou a pirar e então escondeu o corpo dentro da casa no meio do nada, de a localização e eu te prometo que vai ficar tudo bem.

-Obrigado Kat, eu sabia que podia contar com você. -sorri fraco.

-Tudo bem, apenas... Boa sorte J.

Saio do carro respiro fundo e entro no local, subo as escadas e a recepcionista pergunta do que preciso, não sei exatamente o que falar, então apenas peço para conversar com algum policial.

Entro em uma sala e vejo um sujeito com uniforme, usando o computador.

-O que foi garoto?

-Eu tenho algo para dizer... Eu tenho que dizer a verdade.