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História Last Kiss - Capítulo Único.


Escrita por: Nekochibiwalker

Capítulo 1 - Capítulo Único.


Oh, onde? Onde estará o meu amor?

O Senhor tirou-a de mim

Ela foi pro céu, então eu tenho que ser bonzinho

Assim eu poderei ver o meu amor quando deixar este mundo

Onde estava o meu amor?

Ela nunca poderia estar próxima a mim de novo. Não mais estaria perto de ninguém, somente dele, do Senhor que mora nos céus e que havia a tirado de mim. Tão precocemente eu tinha perdido aquilo que tinha feito do meu último ano do colegial uma loucura, que tinha chego de forma avassaladora em minha vida, e também saído tão rapidamente que eu nem mesmo conseguia sabia se aquilo tinha mesmo acontecido. Eu estava fadado a sofrer por este amor que não tinha dado certo e carregar esta culpa pelo resto da minha vida.

Foi no outono de 2000 que tudo aconteceu. Eu tinha dezessete anos, era um estudante comum, que vivia numa casa comum e fazia coisas comuns. Vivia numa cidade pacata da Califórnia, num bairro tranquilo e ia bem nos estudos, e parecia que minha adolescência não seria como a de um jovem americano normal. Graças aos filmes e séries que assistia, eu imaginava que meu colegial — ou Ensino Médio, que seja — seria uma aventura, com bebidas, mulheres e perigo, achava que eu seria o capitão de um dos clubes da escola e que todas as garotas do colégio iriam me desejar. Mas não, eu era um rapaz tranquilo, estudioso e também péssimo nos esportes, muito diferente do padrão dos outros jovens. Logo eu seria um adulto, eu terminaria a escola e iria para a faculdade, e não tinha acumulado nenhuma história para poder contar para meus filhos futuramente. Estava no meu último ano da escola, já tinha me conformado que não teria nada demais e que iria para a faculdade sendo tachado de careta. Foi então que tudo mudou, vizinhos novos se mudaram para a casa ao lado da minha que há tanto tempo se via vazia, e eu a conheci.

Quando a vi pela primeira vez, saindo de casa com seu lindo vestido azul até a altura dos joelhos e os cabelos daquele vermelho que eu jamais esqueceria, daquele escarlate que mais parecia sangue trançados maravilhosamente, senti como se uma avalanche de sentimentos se depositasse sobre mim. Eu estava saindo para algum lugar e ela também, e nossos olhares se cruzaram. Ela me sorriu, um sorriso angelical e tão incrível quanto um raio de sol, e nesse momento eu senti coisas que nunca tinha sentido antes, sensações esquisitas como calor, minhas bochechas se tornaram brasas e minhas mãos suaram, minhas pupilas se dilataram e eu engoli seco, e enquanto meu coração passou a bater num ritmo tão acelerado quanto quando eu andava de bicicleta com meus amigos. A ruivinha mais linda do mundo então acenou para mim e saiu, e eu fiquei ali, me perguntando o que estava acontecendo, porque me senti daquela forma, como se estivesse andando nas nuvens apenas por conta daquele olhar e daquele sorriso. Eu tinha me apaixonado a primeira vista.

As coisas se tornaram piores quando as aulas começaram. Cheguei à minha sala e lá estava ela, sentada na última fileira lendo um livro, e novamente eu pude ver aquele sorriso que me marcaria para sempre. “Olá, vizinho. Que bom que caímos na mesma sala, não vou ficar sozinha!” ela me falou assim que me viu, me chamando para sentar-me ao seu lado. Conversamos, e eu enfim descobri seu nome, Erza Scarlet. Senti-me bobo ao saber que esse era o nome dela, tinha tudo a ver com seus cabelos, e também com seu rosto ruborizado quando nossos olhares se cruzavam por muito tempo. Eu me apresentei, Jellal Fernandes, e foi assim que tornamo-nos amigos, para mais tarde sermos bem mais do que isso.

E eu me perguntava todos os dias desde então se foi bom ou não isso ter acontecido.

Erza também era bastante estudiosa, chegava a ter notas melhores que as minhas, na verdade. Seu jeito amigável e amável logo conquistou todos na classe, e logo também se tornou a nova representante de sala, por ser autoritária demais. Entretanto, apesar de muito disciplinada, Erza tinha um sangue quente correndo por suas veias. Gostava de sair, de se aventurar, de perigo. E ela acabou me arrastando para esse universo.

Saíamos às escondidas para andar por aí, ficávamos conversando até tarde da noite, íamos aos barzinhos do centro da cidade escondidos de nossos pais, somente ela e eu. Eu amava essa adrenalina que era estar com ela, sua companhia, eu a amava por completo, ela tinha sido a melhor coisa que acontecera na minha vida nos últimos anos, trouxera movimento para minha adolescência tão monótona. Porém, não tinha coragem de contar isso a ela, guardando esse sentimento para mim por muito tempo. Erza era tão incrível, talvez nunca fosse querer alguma coisa com um garoto tão careta quanto eu. Mas eu estava enganado, ela não se importava se eu era um adolescente que não tinha muito o que contar, que mais ouvia do que falava. Ela me amava justamente por eu ser desse meu jeitinho todo especial.

Ela também escondeu isso de mim por um tempo. Nossa relação evoluiu aos pouquinhos, estávamos voltando para a casa um tanto bêbados após assistirmos a um show de uma banda de rock quando aconteceu nosso primeiro beijo, e vieram outros depois desse. Eu não conseguia entender porque ela aceitava ser beijada por mim, e eu também não queria algo assim sem compromisso, eu queria namorar Erza. Foi quando a peguei para conversar, queria esclarecer tudo, queria confessar meus reais sentimentos. Abri meu coração para a garota que eu amava, e quando pensei que ela fosse rir de mim, ela se emocionou, dizendo com sua linda expressão tímida que me correspondia, que desde a primeira vez que me viu havia se sentido diferente. Dessa vez nosso beijo não foi vago como tinha sido os outros, eu me senti completo, eu sabia que meu amor era recíproco. E nosso namoro começou.

Infelizmente, tudo durou muito pouco. Estávamos namorando escondidos por ora, tínhamos medo de como nossas famílias reagiriam a tudo isso então resolvemos esperar um tempo até oficializarmos tudo. Estar com Erza me deixou mais corajoso, e eu queria leva-la a um lugar muito especial, eu queria que nossa noite fosse a mais especial de todas. Peguei o velho Opala de meu pai, busquei Erza e saímos. Fomos até uma colina onde os casais costumavam parar para namorar. De lá podíamos ver a lua completamente cheia a nos iluminar, e somente ela foi a testemunha do nosso amor que se desabrochou nos bancos de trás, pude tocar com minhas mãos sua pele nua iluminada pelo luar, pude beijá-la até cansar-me, pude escutá-la dizer que me amava a cada novo toque meu. Havia sido o dia mais feliz de minha vida, e como nada de errado tinha acontecido, repetimos várias vezes, até o destino cruel nos parar. Eu me arrependia amargamente daquele dia, e se pudesse mudar o passado, eu o faria agora mesmo.

Era tarde da madrugada enquanto voltávamos para a casa ouvindo música, cantando a melodia que tocava no rádio, completamente felizes. Eu não estava tão concentrado assim na estrada, estava com acostumado com aquele percurso que não dei a atenção necessária, e esse foi o maior erro de minha vida. Não fui capaz de ver a tempo um carro parado no meio do caminho, desviei bruscamente e perdi o controle da direção, e capotamos. Erza, sem cinto de segurança, foi arremessada para fora. Consegui me salvar graças a isso, mas minha ruiva não estava mais do meu lado. A última coisa que ouvi antes de apagar foram os vidros se partindo, os pneus cantando e também o grito do meu amor, isso ficaria em minha memória para sempre, assim como quando vi seu sorriso pela primeira vez.

Já estava amanhecendo e chovia quando acordei, os pingos de chuva gelados em minha pele me causavam frio. Estava confuso, havia muitos curiosos em volta, eu não conseguia mover um dedo, tudo doía. E então, ao pensar em Erza, eu arregalei os olhos em desespero. “Onde ela está?!” eu perguntei, foi quando notei que ela estava ali, bem ao meu lado, virada para mim, com sangue a sair por sua boca. Ela estava à beira da morte, não tinha tantos machucados externos, mas uma hemorragia interna causada pelo impacto de seu abdome com o chão quando foi arremessada havia tirado sua vida. Seus olhos estavam distantes e ela suava e tremia muito, sua pele estava fria, ela já sabia que iria morrer, mas eu tinha fé que o resgate chegasse a tempo.

Me abrace, querido, apenas por um tempo.” foi o último pedido que ela me fez, e mesmo sem conseguir me mover direito, eu o fiz, chorando com medo de perde-la. Apertei-a com toda a força que pude, e a beijei, sentindo o gosto metálico do sangue que sua boca possuía. Fitei seus olhos e ela me sorriu uma última vez, de maneira fraca, para desfalecer completamente em meus braços. Sua cabeça caiu para o lado, e eu desejei mais do que tudo que aquilo fosse uma mentira, um pesadelo, chorei e gritei aos céus me perguntando porque isso estava acontecendo. Havia sido nosso último abraço, nosso último beijo, nossa última noite de amor. Eu jamais me perdoaria, havia sido o responsável pela morte de minha amada, e também de nosso filho, que ainda era uma sementinha em seu ventre quando aconteceu. Ela nunca pôde me contar que estava grávida, talvez nem mesmo soubesse disso, quem havia me dito foram os médicos que examinaram seu corpo. De uma só vez, eu perdi as duas pessoas que mais amava.

E agora, dez anos depois, eu não tinha mais machucados desse acidente, não pelo meu corpo, mas minha alma estaria para sempre ferida e marcada. Novamente estávamos no outono, e essa estação sempre me trazia lembranças dessa época. Eu hoje era um homem formado, tinha tocado minha vida para frente, encontrado uma nova pessoa que me fazia feliz na medida do possível. Porém, amor em sua forma mais pura e verdadeira eu sentira apenas uma vez, por uma única pessoa, por ela, por minha Erza Scarlet. Agora ela era uma estrela, a mais brilhante dos céus, ela e o nosso filhinho, e eles sempre olhariam por mim e me guiariam nessa caminhada que eu devia completar sem eles.

Onde estava meu amor? Ela estava nos Céus. E agora eu tinha que fazer tudo certo, ser bonzinho, afinal eu precisava ir aos céus também, eu precisava reencontrar meu grande amor.

Oh, onde? Onde estará o meu amor?

O Senhor tirou-a de mim

Ela foi pro céu, então eu tenho que ser bonzinho

Assim eu poderei ver o meu amor quando deixar este mundo

 

Nós saímos para namorar no carro do meu pai
Não fomos muito longe
Lá na estrada, bem lá na frente
Um carro estava parado, o motor estava morto
Não pude parar, então desviei pela direita
Nunca esquecerei o som daquela noite
Pneus cantando, os vidros estourando
O grito de dor que ouvi por último

 

Oh, onde? Onde estará o meu amor?
O Senhor tirou-a de mim
Ela foi pro céu, então eu tenho que ser bonzinho
Assim eu poderei ver o meu amor quando deixar este mundo

 

Quando acordei, a chuva caía
Havia muita gente em volta
Algo quente escorreu pelos meus olhos
Mas, de alguma forma, encontrei meu amor naquela noite
Levantei sua cabeça, ela me olhou e disse:
"Me abrace, querido, só por um tempo"
Eu a abracei forte e a beijei - nosso último beijo
Encontrei o amor que sabia que havia perdido
Bem, agora ela se foi, mesmo tendo abraçado-a com força
Perdi meu amor, minha vida, naquela noite

 

Oh, onde? Onde estará o meu amor?
O senhor tirou-a de mim
Ela foi pro céu então, tenho que ser bonzinho
Assim, verei meu amor, quando deixar este mundo


Notas Finais


MÚSICA >> https://www.youtube.com/watch?v=uvjTo-hRD5c

Olá, amorzinhos :3 Mais uma one-shot pra vcs ^-^ Dessa vez um dramão LSKDKSÇDSD Não tem como ouvir essa música e não querer escrever algo com ela :o
Mesmo que tenha sido uma tragédia, espero que tenham gostado da história ;u; Eu achei bem bonitinha *-* Digam o que acharam nos comentários :3
Obrigada a todos que leram e favoritaram *3* Um bjo e até a próxima <333


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