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História Last Stop - A little bit closer


Escrita por: DesnecessauraMM

Notas do Autor


Olaaaar

Tive uns problemas no final de semana e não pude postar, perdão!

Boa leitura e desculpem os erros!

Capítulo 3 - A little bit closer


Os meus dedos deslizavam pelas teclas do piano, seguindo a melodia como eu sempre fazia. Também mantia meus ouvidos atentos aos ruídos, ouvindo coisas como "ela é incrível" ou "adoro essa música".

- Estou ouvindo vocês... - Falei, com um sorriso no rosto.

Assim que acabei, virei o corpo para a turma, que continuava a soltar suspiros de admiração. Me guiei até a mesa e encostei na ponta, pensando no que falar.

- A música sempre foi algo misterioso... - Dobrei meu bastão e dei pequenas batidas na mesa com ele. - Até no nosso inconsciente ela está presente. Às vezes, você está batendo os dedos sobre a perna e está lembrando de um momento, com um sorriso no rosto, marcados pela música. Hoje eu quero que vocês apenas escrevam o que a música significa para vocês.

Dei a volta na mesa, me guiando pela madeira, e sentei. Enquanto ouvia eles começarem a fazer suas respectivas atividades, peguei a folha grossa, com escrita em braille, relembrando meus próximo horários.

A lembrança da noite anterior surgiu na minha cabeça, atrapalhando o meu foco. Apoiei a mão no queixo, pensando em como ele era tão gentil, nem acreditava que realmente era de verdade.

Tinha alguns anos a mais que eu, mas eu não me importava, ele também parecia não ligar. Eu não via nada, mas já tive minha visão quando pequena. Um modo de guardar as poucas lembranças que ficaram era relacioná-las a algo bom.

A cor azul, do meu cabelo, era impossível de esquecer. A cor vermelha também, havia uma pessoa que sempre usava ela, era tão forte e tão suave ao mesmo tempo. Entre tantas, nunca achei nada que pudesse relacionar a cor verde, até ouvir sua voz. Era simplesmente um encaixe perfeito.

- Professora, por que está sorrindo? - Me recompus e lembrei de quem era aquela voz.

- Ora, Anna, as pessoas dão sorrisos inconscientemente o tempo todo. - Passei a mão, sem graça, por meu cabelo. - Já iniciou sua atividade, mocinha? Eu não vejo, mas lembrem-se de que a Professora Lucy me ajuda nessas correções...

- A gente sabe... - Dessa vez, foi a voz do Steve. - Mas que a senhorita estava sorrindo que nem gente apaixonada de filme de menininha, a senhora estava sim!

Alguns riram e eu bati a mão na testa, sem saber o que fazer com essas crianças. Levantei novamente e passei pela mesa, parando em frente da turma.

- Se vocês não fizerem a atividade, vou colocá-los para assoprar flautas até explodirem sem ar! - O coro de risadas saiu alto e eu não resisti, começando a rir também. - Estou falando sério!

(...)

- Você tem alunos muito talentosos, e não só com instrumentos musicais. - Lucy comentou, enquanto nós duas comíamos e ela olhava as redações. - Fico feliz que os pais deles tenham concordado com atividades como essa, você sempre sabe o melhor a se fazer.

- Eu apenas mostrei a verdade. Uma aula de música você consegue em qualquer lugar. Uma aula de valorização da arte musical, respeito à vida, respeito ao próximo? Não, isso é raro. Essa sempre foi a proposta da nossa escola, não tive medo de que eles se negassem a permitir que os filhos recebessem tarefas do tipo.

- Concondo com você Levy. Aproveitando que estamos almoçando, tenho curiosidade a respeito de algo, pode me tirar uma dúvida? - Assenti. - Como você se alimenta no dia-a-dia? Aqui, temos tudo na mão, apenas precisamos montar os pratos. E fora daqui? Desculpe se estou sendo indiscreta.

- Imagina, esteja á vontade para perguntar. - Soltei o garfo e me alonguei. - Bem, a semana toda eu como aqui. Em casa, tudo fica bem organizado na minha cozinha. O café da manhã não tem muito segredo, faço um café ou suco e como com biscoitos, torradas ou pão... No almoço eu como comida congelada, marmitas pedidas por telefone ou qualquer outra coisa e no jantar o mesmo.

- Não faz comida em casa então?

- Antes de trabalhar aqui eu fazia, só que parei, ficaria difícil conciliar com mais uma atividade ... É isso.

- Bem, teremos um almoço na minha casa esse final de semana. Os outros professores não se sentem á vontade para te convidar pois você é muito reservada, mas se desejar ir...

- Eu realmente sou muito reservada... - Respirei fundo, apertando o pano do meu vestido entre os dedos. - Me desculpe.

- Não tem problema... Por onde começamos? - Perguntou.

- Vamos começar pela interpretação, certo?

- Certo.

(...)

Os sons contínuos da bola batendo no chão faziam com que minha cabeça não ficasse parada nenhum segundo sequer. Eles gritavam as jogadas, comemoravam fazendo escândalo e se xingavam. Era muito divertido estar ali.

- Porra, Gajeel está impossível hoje! Aposto que só está assim para se exibir para a Levy! - Balancei a cabeça negativamente para o comentário de Mest, mas era impossível não rir.

- Como ele está se exibindo para mim se eu não enxergo? - Questionei, entre os risos.

- Puta que pariu, é verdade... Foi mal aí, pequena!

- Para de xingar na frente dela, caralho. - A voz de Natsu surgiu e foi "vaiado" por sua frase equívocada. - Ai, merda, foi mal Levy...

- Não seja por isso! - Acenei com a mão em direção da voz.

- Podem, por favor, deixar ela em paz? Eu a trouxe para se divertir, não para lidar com um monte de macho mal educado! - A voz de Gajeel surgiu um pouco alterada e eu fiquei sem jeito até para pensar numa resposta. - Vamos continuar o jogo!

- Parece que alguém está com ciúmes, não é mesmo? - Laxus falou e isso causou mais barulho ainda, tive que esconder meu rosto com as mãos. - Ela está envergonhada, que casal lindo!

- Agora já chega. Natsu, você é o motorista da cadeira, vamos atropelar esse maldito!

- Opa, fechou!

- Não, não, não! - Ouvi alguns sons e mais risadas. - Ah, merda, essa cadeira machuca! Vai passar por cima do seu passado, seus merdas!

Desde que eu cheguei, todos foram muitos educados e atenciosos comigo. Pela convivência com Gajeel, nenhum me tratou como a "cega", mas sim como uma garota que um dos amigos trouxe para" assistir" o jogo.

Estava sentada na primeira fileira da arquibancada, ouvindo as vozes - tão diferentes e marcantes que não tive problema algum em me acostumar e poder diferenciá-las - me sentindo completamente bem. Nunca pensei que uma pessoa pudesse me divertir tanto em tão pouco tempo.

Depois do jogo, eles se revesaram na hora do banho. Um grupo foi e o outro me fez companhia, depois trocaram. Assim que ouvi a voz de Gajeel, levantei e fui me guiando por ela, até parar ao seu lado.

- Gostou? Perguntou, apenas para que eu ouvisse.

- Muito... Eles são incríveis. - Íamos um pouco atrás do grupo, que falava algo sobre quem pagaria a conta do bar.

- São suportáveis. - Dei um leve soco nele e tentei afastar minha mão, mas ele a segurou. Paramos durante alguns instantes.

Ele abriu meu punho e tocou cada um dos meus dedos, comecei a sentir minha respiração acelerada com o contato. Um arrepio muito forte subiu quando ele beijou ali e depois colocou sobre o seu ombro, sem soltá-la.

- Eu ofereceria o braço, mas acho que minha altura não ajuda. - Ri.

- Não acho que seja impossível segurar no seu braço, mas se acha que o ombro é melhor. - Apertei ali e ele tirou a mão de cima. - Obrigada pelo apoio.

- Também vou cobrar agradecimentos do Mike. - Voltamos a andar. - E vou logo avisar que vou roubar você algumas vezes...

- Não sei se ele vai aprovar a ideia. - Comentei sorrindo um pouco.

- Eu roubo ele também.

(...)

Duas semanas depois, estávamos juntos novamente. Haviamos saído várias vezes, fazendo programas diferentes e conversando sobre tudo. Às vezes, só conversamos por quinze minutos, mas já era suficiente para deixar meu dia sensacional.

Era feriado e estávamos tomando sorvete naquele dia. Ele falava mais sobre seu trabalho e o novo projeto para a estrutura da nova ponte da cidade. Depois disso, resolvemos ir a uma exposição no centro, a qual possuía varias atividade interativas. Eu perguntava sobre tudo e ele me descrevia, o que sozinha não poderia ver.

- Que barulho é esse? - Perguntei ao passar por um lugar cheiroso.

- Te colocam num lugar e soltam milhões de bolhas ao mesmo tempo... - Respondeu, sem ânimo. - Não parece ser legal.

- O que vamos fazer?

- Algo que seja legal... - Balancei a cabeça. - O que foi?

- Você consegue ser chato de vez em quando.

- Ei, não deixei a senhorita reclamar assim. - Soltei um riso ao sentir ele segurar meu pulso.

- Pelo jeito isso vai ser tão divertido quanto você assistir uma sessão de cinema mudo. - Parou de andar, ainda me segurando. - O que foi?

- Está duvidando que eu conseguiria assistir cinema mudo? - Assenti. - É claro que eu conseguiria.

- Certo. - Abaixei um pouco. - Vamos voltar e você prova para mim.

- Qual vai ser minha recompensa? - Sua voz sugestiva me fez morder os lábios. - Alguma ideia?

- Farei o que você quiser, é claro, levando em conta nossa lógica.

- Lógica? - Riu de modo debochado.

- Eu assistiria a uma sessão de cinema mudo se enxergarsse. O que você faria, caso pudesse andar, e eu não?

Ele suspirou, parecendo pensar. Deu a volta e saiu me puxando, me fazendo correr um pouco. Voltamos para o lugar em que passamos antes e pedimos algumas informações, para ter certeza de que ele não me passaria a perna.

- Eu vou te vencer. - Falou ao me guiar até um banco de espera. - E você vai me pagar depois disso.

- Até daqui há uma hora, Gajeel. - Beijou meu rosto e ouvi ele dar o ingresso para o atendente antes de entrar na sala.

Fechei o bastão e guardei na bolsa, tentando não pensar muito no tempo. Creio que, não haviam se passado nem dez minutos, quando ouvi o som da sua cadeira de rodas e dos seus resmungos, vindo até mim.

- Certo, você venceu. - Dei um pulo de alegria. - É impossível ficar uma hora vendo aquilo, mas se fosse uma comédia eu teria vencido!

- Sem justificativas... - Parou a mão na minha cintura e me puxou para perto. - Ah, e sem golpes baixos...

- Estou com muitas ideias... Mas, agora, tenho um trabalho para você...

(...)

- Respirem fundo... - Eu ouvia a mulher falar. E eu respirava, tentando não enlouquecer.

Gajeel havia me desafiado a fazer uma aula experimental de yoga. Teria que passar uma hora "relaxando" em completo silencio, fora as vezes em que a guia falava para dar alguma instrução. Nesse momento eu teria que me equilibrar em um tijolo, enquanto tentava não pirar, por não ouvir nada, além da minha respiração. O meu mundo era o som e sem ele, eu não conseguiria me focar em nada.

- Agora, vamos trocar os pés e ficar por mais dez minutos. - Disse e esse foi meu limite.

Desci daquilo e pedi para sair, ela ainda tentou insistir para que eu ficasse, mas falei algo sobre não conseguir ficar mais tempo longe do meu cão-guia. Lá fora, Gajeel me esperava.

- Já? - Debochou.

- Nunca mais me obrigue a fazer algo do tipo. Vamos sair dessa exposição e comer algo bem gorduroso.

- Acho que isso é um empate. - Concordei com a cabeça. - Você fica linda envergonhada, já falei isso?

- Já... E isso só piora minha situação.

- Eu sei, por isso faço sempre.

(...)

- Ganhamos! - Pude ouvir a voz de um dos rapazes que jogava no time contra gritar, comemorando a vitória em cima do time do Gajeel.

- Como isso aconteceu? - Perguntei.

- Gajeel estava muito distraído olhando para você, perdeu muitos pontos! - Pigarreou ao parar do meu lado. - Calma, cara, não precisa fazer essa expressão de namorado ciumento.

- Vocês são uns idiotas... - Falou.

- O que ele mais errou hoje foi cesta de três pontos, será que você consegueria fazer uma, Levy? - Gray perguntou, como um desafio.

- Essa eu quero ver... - Me virei para onde a voz dele vinha, realmente estava duvidando de mim? - Sei das suas capacidades, não precisa fazer isso.

- Está duvidando que eu conseguiria...?

- E se eu estiver? - Sorri com seu tom. - O que você vai fazer?

- Me dê a bola, Natsu... - Senti sua presença próxima a mim e estendi as mãos para pegar. - Por favor, me coloque em frente da cesta, a três metros de distância.

Ele me posiciou e todos ficaram em silêncio. Coloquei meu bastão de lado e bati a bola no chão, sentindo seu peso exato. Respirei fundo e lancei, esperando ouvir se havia acertado ou não.

- Três pontos na sua cara, Gajeel! - Pulei para comemorar ao ouvir Natsu gritar, fui tirada do chão e girada várias vezes. - Nova integrante do nosso time!- Ele disse.

Quando voltei para o chão, ouvi o som da cadeira de Gajeel próxima a mim, me entregou o bastão e eu ri de modo superior. Ele ainda cochicou um "você é terrível" e eu ri mais ainda.

- Fiz três pontos... E você se denomina o atleta.

- Agora você passou dos limites. - Fui puxada para o que pareceu ser seu colo, sem nenhum aviso prévio. - Pessoal, estamos indo, amanhã nos falamos.

- Está com medo de ser substituído?! - Zombaram enquanto nos afastávamos.

- Não, estou com medo de vocês assustarem ela ainda mais...

Eu estava sem jeito, afinal, ainda estava no seu colo. Parou depois de alguns minutos, dizendo que tinha ido para a parte lateral do ginásio, onde havia várias árvores.

- Desculpe por aquilo... - Falou.

- Gostaria de ver seu rosto, assim poderia saber o que você realmente está sentindo.

- Bem... - Pegou meus dois pulsos e colocou minhas mãos no meu rosto. - Veja.

Eu não tinha tocado no seu rosto tão diretamente antes, aquela noite estava cheia de estréias. Passei o indicador na sua testa, descendo a mão pelo cabelo.

- É realmente grande... - Comentei. - Deve ser muito bonito.

- Continue... - Sussurrou.

Voltei as mãos para seu rosto, descendo até encontrar seus olhos...

- São de um tamanho normal, mas muito expressivos. Parecem ser muito profundos.

- Seu nariz é fino... - Eu disse, sem parar de descer. - Sua boca é grande, mas fina... Acho que você é muito bonito.

- E eu acho que você é a pessoa mais linda que já vi. - Sua mão apertou minha cintura e me trouxe para mais perto.

- Ainda não sei o que você está sentindo... preciso saber.

Deslizei a mão por seu pescoço e puxei sua nuca, encostando nossos lábios. Abri a boca, sua língua entrou ali e eu suspirei, entrando no seu ritmo.

Sua mão deslizou sobre minhas costas. Coloquei uma perna de cada lado do seu corpo e rodeei seu pescoço com os braços, enquanto nosso contanto não acabava.

- Posso ver seus olhos? - Neguei com a cabeça. - Por quê?

- Uso lentes de proteção, elas mudam a cor deles. Além disso, não posso focar em lugar nenhum, é como se eu não estivesse prestando atenção. - Umideci os lábios. - E na verdade, eu estou muito atenta agora.

- Tudo bem... - Deu três selinhos rápidos, depois afundou a mão no meu cabelo. - Até estar pronta para me mostrar, eu vou esperar.

- Obrigada.

- Mas, até lá, vou te beijar muito. - Sorri. - Ainda mais se continuar a morder os lábios dessa forma.

- É bom saber de uma fraqueza sua, muito bom.

Voltou a me beijar, fazendo com que eu esquecesse do mundo e só pensasse em como era ruim, em alguns momentos, precisar de ar para respirar. Gostaria de não precisar, para poder beija-lo sem parar, para sempre.

Eu sei que se dermos tempo ao tempo

Isso só vai nos aproximar do amor que queremos encontrar

Nunca foi tão real

Não, nunca me senti tão bem


Notas Finais


Comenta, se gostou!

Tenho a impressão que tinha que avisar alguma coisa 🤔

Beijos da Tia 💘


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