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História Last Stop - Emotins the flower of the skin


Escrita por: DesnecessauraMM

Notas do Autor


Olaaar

Voltei e desculpem, estava hibernando

Boa leitura e desculpem os erros!

Capítulo 4 - Emotins the flower of the skin


Dei mais uma risada ao ver o canto da sua boca sujo com o molho de sanduíche, já que ela não conseguia tirar sem colocar mais um pouco no rosto.

- Pare de rir! - Desviei do seu tapa, que acabou acertando meu ombro. - Limpa para mim.

- Certo... - Segurei seu rosto e passei o guardanapo, observando a face avermelhada. - Pronta para destruir o próximo lanche.

Os rápidos quarenta minutos que eu tive de horário de almoço estavam rendendo bons momentos e ainda trazendo um certo alívio para a saudade que eu sentia. Não a via há uma semana, já que nossos trabalhos resolveram caminhar a todo vapor ao mesmo tempo, causando desencontros inesperados.

- Tenho que voltar. - Eu disse, descendo a mão até seu ombro. - Bufou e se afastou, tomando mais do seu suco.

A tarde estava muito quente, mesmo com o guarda sol nos protegendo era fácil ver que a temperatura não iria aliviar naqueles dias.

- Passou tão rápido. - Suspirou. - Vou dar aula até as oito hoje.

- Tudo isso? - Assentiu. - Por quê?

- Aulas de reposição.

- Então, nada de sair hoje? - Encostei a cabeça no seu ombro. - Que injusto.

- Você tinha que ser chefe de produção.

- Você tinha que ser professora. - Tateou a mesa e pegou o celular, seguindo a sequência de teclas decoradas até que o alto falante anunciasse "quinze e quarenta e dois". - Por que não me perguntou as horas?

- Costume. Só uso o celular para me ajudar a ser um pouco menos diferente, é frustante não saber as horas. Às vezes me esqueço de que agora posso contar com você. - Deixei o dinheiro da conta sobre a mesa e, infelizmente, fomos embora.

Parei o carro na frente da escola de música sete minutos depois, exatamente onde eu havia encontrado ela e o Mike antes. Com uma certa frustração destravei as portas e virei para ela.

- Te ligo. - Falei.

- Não fique chateado, vamos nos ver no sábado.

- Hoje ainda é segunda. - Relembrei, tentando ver algo com humor.

- Que droga. - Soltou o cinto, se virando levemente. - Se for me beijar, a hora é agora.

- Não deveria falar isso se estamos sem tempo.

Soltei meu cinto e a puxei pela nuca, já aproveitando o máximo que podia daquele beijo. Suas mãos pararam nos meus ombros e dei dois selinhos no seu rosto, voltando para a boca. Antes que eu sentisse mais um pouco, ela se afastou, tateou até a trava da porta e a abriu rápidamente saindo do carro.

- Me ligue.- Ela disse.

- Mas já? - Assentiu com uma expressão divertida. - Ei, não é justo!

- Aquele chupão não foi justo! - Bateu a porta e se apoiou na janela. - Passei um constragimento grande na farmácia e não pude descontar.

- Revide agora. Só não me responsabilizo se acabar fazendo mais alguns...

- Até depois... - Fez sinal com a mão e a boca como se me soprasse um beijo. - Vamos, Mike.

- Até. - Fiquei olhando ela se afastar mas dei partida antes de vê-la entrar, sentindo o mau humor dar o ar de sua graça, ou melhor, da sua desgraça. - Droga, já estou com saudade.

(...)

Eu queria que os dias passassem rápido e justamente por isso, tudo aconteceu ao contrário. Muito trabalho, muitos problemas e nenhum tempo livre. Resumindo tudo: sem Levy, exceto nas pequenas ligações.

- Ainda fazendo os novos planos de estudo? - Perguntei enquanto esperava meus amigos para uma rodada no bar, já que ela estava ocupada novamente. O telefone era a nossa saída.

Tentava pensar positivamente, como ela me instruía a fazer. Pelo menos, era sexta e teríamos toda a noite de sábado livre. Dos três meses em que estávamos saindo, era a primeira vez em que eu havia planejado nossa noite.

- Sim, não acho que vou acabar tão cedo. - Suspiramos juntos. - Acho que eles estão enrolando você.

- Está querendo se livrar de mim, mocinha?

- De jeito algum! É apenas um comentário.

- Eles só devem estar zoando, já devem chegar.

- Você precisa interagir com eles, está mais rabugento que o normal. - Ri alto, ouvindo ela rir também. - Estou falando sério!

- Eu sou rabugento, querida. Rabugento, mau humorado, excessivamente sério, impaciente e tudo mais. Se você me escolheu, já devia saber...

Esperei sua resposta, mas não veio. Os idiotas se aproximaram e eu sinalizei para que ficassem quietos.

- Levy?

- Desculpa, estou exausta. Divirta-se , certo? Mas nem tanto, estou de olho no senhor. - Brincou.

- Ei, tudo bem?

- Sim, tudo ótimo, não se preocupe. Vou terminar essa parte e irei para casa.

- Não exagere.

- Não vou, boa noite. Estou com saudade...

- Eu também estou, boa noite. - Desliguei e tive que ouvir a marcha nupcial até chegarmos ao bar.

Mesmo que eu tentasse, não era possível me distrair ou fazer piadas com eles, imaginando que ela estava na escola, trabalhando numa sexta à noite e além de tudo, sozinha.

- Pessoal, preciso ir. - Dei minha parte, me despedi de todos rapidamente e finalizei. - Fica para a próxima.

Eu, literalmente, rasguei as ruas da cidade, praguejando em todo semáforo que insistia atrapalhar meu trajeto. Quando cheguei lá, não foi difícil conversar com um segurança e entrar pela diretoria.

Segui o caminho indicado por ele, admirando a construção que era bonita por dentro e por fora, com um ar aconchegante. No primeiro andar, a única porta aberta era o meu destino.

O rosto estava apoiado nos braços cruzados sobre a madeira e o óculos saía do lugar. Algumas olheiras marcavam a pele, só que nada podia diminuir aquela beleza, que me encantava a cada dia mais.

- Ei amor, acorda... - Se mexeu, ajeitando a armação no rosto.

- Gajeel? O que está fazendo aqui? - Passou as mãos pelo cabelo e o prendeu em um coque alto. - Devo estar horrível.

- Vim te levar para casa. - Sorriu. - Não quero ficar lá, se estou pensando em você.

- Não precisa se preocupar tanto, essa é a minha rotina. Estou acostumada a ficar sozinha.

- Esqueça isso daqui para frente... - Puxei seu corpo para meu colo, abraçando ela com força.

- Por quê? - Escondeu o rosto no meu pescoço, então dei um beijo rápido na sua boca e depois na sua testa.

- Nunca mais vou te deixar sozinha. Vou cuidar de você e é bom que a senhorita se acostume e não esqueça disso.

- Certo... - Fungou contra minha pele. - Estou ciente, Gaj.

(...)

Passei a mão sobre a perna, tirando a leve camada de suor que insistia em se formar ali. Estava parado exatamente no mesmo lugar onde havia deixado Levy no dia anterior, só que trajava um terno, pronto para o nosso jantar.

Querendo ou não, eu estava preocupado que ela se atrasasse por conta de ser um lugar que nunca tinha ido, ou seja, podia estar caprichando por não saber onde eu a levaria.

Esqueci aquilo quando o portão branco abriu e ela passou, descendo pela rampa com a ajuda do seu bastão. O cabelo estava preso num penteado bonito e com alguns fios mais lisos que o normal. O pano preto apertava seu busto num vestido tomara que caia, coberto de pedras brilhantes e renda, a sapatilha preta terminava o visual muito, muito aprovado por mim.

Antes que a baba escorresse, me estiquei para abrir a porta e ela entrou, deixando que eu ficasse mais empolgado ao sentir seu perfume na hora do beijo na bochecha.

- Vamos? - Parecia animada.

- Tudo isso é para mim? - Uma sobrancelha se arqueou atrás dos óculos. - Está muito bonita.

- Eu sei que estou, fui até ao cabeleireiro. - O ar de superior só me fazia querer rir. - E, talvez, seja para você. Mas não se anime.

- Não vou, pelo menos, não agora. - Sorriu. - Vamos lá.

(...)

- Quando você decidiu que iria fazer faculdade de música? - Questionei enquanto esperávamos a sobremesa.

- Assim que terminei o ensino médio, saí da casa de apoio a deficientes e passei no vestibular da federal. Não sabia nada sobre música, era apenas uma jovem de dezessete anos sem visão e sem grandes expectativas, além de uma formação para garantir algo. - Disse sem muita emoção.

Eu odiava saber que moramos na mesma cidade durante nossa vida toda e nunca nos encontramos. Eu tinha meus amigos e ela não tinha ninguém, ainda se recusava a contar como vivia antes de perder a visão. Quem era sua família?

- Apenas porque não sabia o que fazer... - Concordou de maneira triste. - E agora você tem vinte e quatro anos, o que -

- Que horas são? - Me interrompeu.

- Meia-noite e três. Não se preocupe, o restaurante fica aberto até de madrugada.

- Não estou preocupada, apenas queria saber antes de responder. - Jogou a cabeça para trás, suspirando. - Agora são vinte e cinco.

Pisquei várias vezes, tentando saber o motivo daquele sorriso. Por que ela fazia aquelas coisas? Trantando a própria vida como se não fosse nada... O silêncio pairou na mesa e a sobremesa chegou, fui o primeiro a começar a comer.

- Bem... - Falei assim que ela terminou também. - Vou aproveitar a situação.

Puxei sua mão e coloquei uma caixa pequena nela, deixando Levy um pouco surpresa. Dedilhou o embrulho e me devolveu, sinalizando para eu abrir para ela.

Abri, peguei seu pulso novamente e prendi o objeto ali, vendo o seu perfeito funcionamento. Ela passou os dedos por ele e sorriu, ainda se limitando com as palavras.

- Um relógio em braille... Já tinha ouvido falar, mas... Não acreditei que realmente existisse. - Passou a mão nos fios de cabelo soltos. - Obrigada, Gaj.

Um enorme sorriso se alargou nos seus lábios e ela levantou, deixando o bastão de lado. Estendeu as mãos na minha direção, mexendo a cintura com calma. As poucas pessoas ali começaram a nos olhar.

- Vamos dançar! - Falou, animada.

- Mas ninguém está dançando. - Justifiquei.

- Eu não ligo, já olham demais para gente de qualquer forma.

Dei a volta na mesa levando minha cadeira até lá, ela puxou as minhas mãos, dando passos para trás e cruzamos nossas mãos. Alguém deve ter se animado com a situação, já que uma música lenta começou a tocar.

- Todos estão olhando. - Ela afirmou mesmo sem poder ver. Resolvi conferir antes de responder.

- Até os garçons. - Deu um sorriso tímido. - Ué, agora está com vergonha?

- Não fale com desdém, seu sem coração...

- Venha aqui, senhora dona da razão. - Sentou no meu colo, circulando meu pescoço com os braços. - Por que não me contou?

- Não vamos falar disso agora. - Deitou a cabeça no meu ombro e puxou o ar com força. - Vamos apenas dançar.

- Não vai escapar dessa conversa.

- Eu sei que não.

(...)

Eram quase duas da manhã quando estacionei na frente do seu prédio, controlando a vontade de enchê-la de perguntas.

- Por que não me falou, Levy?

- É algo irrelevante. - Deu os ombros. - Não deveria se importar tanto com isso.

- Me importo, é seu aniversário.

- Nada que seja tão importante a ponto de fazer uma bagunça. Já sou grata por todos os outros dias.

- É mais um ano de vida.

- É mais um ano para esquecer de algo, Gajeel! - Gritou e eu fiquei sem reação, vendo ela abaixar a cabeça. - Esquecer de uma cor, esquecer de uma voz, esquecer de um momento bom. Meu cérebro não retém as informações por imagens, vai se livrando de coisas importantes e eu não posso fazer nada... Se eu enxergasse... Talvez. - Soltou o cinto, veio para perto e beijou minha bochecha. - Não há o que comemorar, é apenas uma data.

- Espere, Lev, amor...

- Foi uma noite incrível, amei o presente e nossa dança. - Tateou até a trava da porta, abriu e saiu do carro, abraçando o próprio corpo para evitar o frio.

Olhei para baixo, me esforçando o máximo que podia, enquanto ela ainda estava do lado de fora, mas era em vão. Eu não podia simplesmente me levantar e abraçá-la com força como gostaria.

- Me desculpe. - Passei as mãos pelas minhas pernas. - Eu só queria poder ir atrás de você.- Mas ela já havia sumido na escuridão da noite e entrado no prédio.

Não, eu não quero dizer boa noite

Eu sei que é hora de partir

Mas você estará em meus sonhos

Hoje à noite


Notas Finais


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