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História Last Stop - New Sensations


Escrita por: DesnecessauraMM

Notas do Autor


Olaaaar

Sem tempo para responder comentários :v

Atrasada como sempre 😅

Boa leitura e desculpem os erros!

Capítulo 5 - New Sensations


Me encolhi na poltrona bem maior para o meu tamanho, abraçando meus joelhos. Sim, eu tinha errado ao tratá-lo daquela forma e tê-lo afastado como se fosse nada... Gajeel tinha sido tudo nos últimos três meses.

 

Eu só queria que ele soubesse que eu não estava pronta para aquele tipo de coisa. Que ele visse que eu estava tentando, mas que era difícil e doloroso demais. Eu não comemorava meu aniversário por ter perdido quem eu mais amava nesse dia.

Os restos que sobraram de mim desandaram depois daquilo. O resto da minha visão, minha vida - que ainda tinha grande valor, mesmo que não parecesse - e a minha expectativa de vencer tudo aquilo, de alguma forma. Mas nem tudo é como queremos, certo?

Foi aí que eu me toquei de que não merecia Gajeel, não merecia tudo que ele tinha feito por mim e não merecia encontrar alguém como ele. Eu merecia a minha solidão.

- Me desculpe, amor.

(...)

Uma semana se passou e não recebi nenhuma ligação dele, também estava envergonhada demais para ligar. A escola havia entrado em recesso por um mês e o orfanato estava na época de visitas para adoção. Quando mais precisava de contato com as pessoas, eu estava mais sozinha do que nunca.

Acordei cedo naquele sábado, começando a arrumar o pouco da casa que ficava bagunçado. Eu não precisava enxergar para saber que a minha aparência não era das melhores.

Depois da louça, fui lavar as roupas. Liguei a música no som da sala - único eletrodomestico no cômodo -, dançando enquanto esfregava peça por peça na mão, jogando na máquina depois.

Talvez eu devesse fazer compras, já que tinha tirado recentemente alguns vestidos para doação. Ter um tempo livre era estranho e eu só pensava que eu deveria estar gastando ele com Gajeel.

Um pouco de espuma caiu no meu pé e eu parei. Será que ele sentiria aquilo? Assim como eu tinha dores e traumas, ele também tinha. Me senti ridícula por meu egoísmo e com saudade demais para raciocinar.

- Droga... - Larguei tudo ali e corri para sala.

Senti uma mínima inteligência em mim na hora em que tirei o telefone do gancho, eu não havia dado o número do telefone de casa para ele. Mesmo se estivesse com raiva, havia uma chance de falar comigo, pois seria um número desconhecido e ele provavelmente não exitaria em atender.

- Alô? - Congelei com a voz rouca do outro lado, me atendendo no segundo toque.- Hm, alô?

- Sou eu... - Disse baixo, ouvindo apenas o som de trânsito e passos do outro lado, ele estava na rua.

- Ah, Levy... - Parou de falar com um tom diferente. - Como vai?

- Estou bem, quer dizer, eu acho. - Bati a mão da testa, que resposta idiota. - E você?

- Tudo indo. - Ouvi uma mulher falar ao fundo "aqui está seu suco", enquanto ele suspirava. - Faz tempo que não nos falamos.

- Você não ligou. - Sussurrei.

- Não achei que quisesse falar comigo. - Sentei numa almofada grande que ficava no chão. - Como andam as coisas?

- Estou de férias. Do orfanato e da escola. É bem chato, mas estou descansando. Seus projetos como estão?

- Caminhando...

Eu sabia que o primeiro passo deveria ser meu, eu só precisava criar coragem e falar com ele, falar tudo o que eu tinha guardado nessa semana de distância.

- Podemos nos ver hoje? - Disparei. - Pensei que -

- Estou ocupado hoje, na verdade, nem estou na cidade. Vim aqui com alguns amigos fazer compras especiais, enfim, não dá.

Algumas vozes se aproximaram e eu só reconheci a de Laxus, no meio de femininas e masculinas, interagindo com ele. Afastei o aparelho do ouvindo, segurando a vontade de chorar.

- Ainda por aí?

- Sim... - Respirei fundo. - Fica para a próxima.

- Bem, estarei em casa amanhã. Quer assistir um filme ou coisa assim?

- Assistir? - Brinquei.

- Ouvir... É apenas uma opção. Mas eu tiraria suas dúvidas.

- Claro, estou com tanta saudade... - Certo, eu não era boa com indiferença.

- Bem, posso te buscar...

- Não, irei de táxi. - Ele me passou o endereço e eu marquei no notbook adaptado, usava o aparelho para quase tudo. - Que horas?

- Às quatro, certo?

- Claro, estarei lá. Se cuide e boa viagem. Beijos.

- Até amanhã. - Desligou.

Apertei o telefone contra o peito, pensando naquele pouco tempo que havia ouvido sua voz. Nem tinha me dito onde ele estava, mas parecia se divertir. E eu estava aqui.

Foi frio, assim como eu merecia, mas não achei que realmente fosse me tratar assim. Finalmente levantei e coloquei o telefone no lugar, ainda sem me perdoar. Como pude ser tão ingênua?

Voltei para a lavanderia, esfregando as roupas enquanto pensava nele. Não me surpreenderia se ele disesse que era melhor pararmos antes mesmo de começar. Meu coração se despedaçava dentro do peito só de pensar nisso.

Era melhor assim, não é? Evitar sofrimento para os dois lados? Evitar mais dor e tristeza? Era melhor não arriscar? Foi em meio a tantas dúvidas que o sábado terminou.

(...)

O carro se movia rapidamente pelas ruas, eu tinha até saído mais cedo. Tony, um taxista conhecido meu, falava várias coisas que aconteceram na cidade nos últimos dias.

- Viu que teremos um show semana que vem? - Assenti, com a testa encostada no vidro no banco de trás. - Quer dizer, ouviu... Desculpe, Srta. McGarden, não sei me expressar.

- Não tem problema, Tony. Estamos chegando?

- Chegamos agora. - Parou o carro. - Qual é o número mesmo?

- Cento e quarenta e dois.

- Uau, é uma casa bonita. Vou te acompanhar até lá.

- Não pre - Tarde demais.

Ele deu a volta, me ajudou a sair e me deu o braço de apoio até chegarmos na calçada. Tocou a campanhia e ninguém atendeu, até ele falar que o portão estava aberto.

- Vou entrar, é a casa de um amigo.

- Certo, me ligue se precisar de algo. - Agradeci e ouvi seus passos se afastando.

O portão era fechado e eu senti a chave pelo lado de dentro, tranquei e segui o caminho adaptado. Com meu bastão pude perceber que seu carro estava na garagem, uma aflição enorme tomou conta do meu peito.

O caminho antiderrapante me levou até uma porta, que também estava aberta. Um tapete sob a sola da minha sapatilha me avisou que eu estava no lugar certo. Por que sua casa também era adaptada para decicientes visuais?

- Gajeel? - Chamei.

Achei um sofá logo perto da porta, sem saber se deveria ou não continuar meu caminho. Meu ouvido me alertou sobre uma televisão ligando, virei na direção do som, ouvindo:

"Sente-se, por favor, Levy." Uma voz feminina saiu de dentro do aparelho.

Me sentei no sofá, ainda em dúvida, arrumando o vestido depois, ouvindo mais uma vez a voz: "Se acomode e aproveite.".

Uma música conhecida por mim começou a tocar por um piano, meus dedos acompanharam a melodia com facilidade. Sweet Lorraine, a história dela era linda.

"Oi, Levy!" - a música diminui e a voz começou a falar por cima, como se fosse uma cena de filme, podia imaginar imagens escolhidas a dedo. - "Como vai a garota azulada?" - Tampei a boca com força, sentindo meu coração acelerar como nunca. - vida."Sou eu, Ana, sua amiga de faculdade. Fiquei sabendo que você está fazendo aniversário, vim te desejar toda a felicidade do mundo! Você quis cortar o contato com todos, mas nunca vou esquecer o que fez por mim aquele dia. Tirar aquela faca da minha mão, mesmo com risco de ser ferida... Você salvou minha  Tenho três filhas agora, gostaria que elas te conhecessem. Sua vida vale mais do que qualquer coisa, não esqueça disso. Milhões de beijos, me ligue!".

As lágrimas já escorriam no meu rosto, então outra música começou a tocar. Someone Like You, Adele. Cantei e toquei ela no dia da minha formatura.

"- Quem é a Tia Levy? - Uma voz feminina questionou entre os risos.

- Minha fada! - O menino respondeu alegre, me ajeitei sobre o estofado, reconhecendo sem dúvida alguma, apesar do tempo.

- Por que ela é sua fada?

- Ela me ensinou a ler, escrever e tocar flauta... O cabelo dela é azul e o abraço é quentinho.

- Filho, manda um beijo para ela.

- Beijos, Tia Levy! Eu amo você!

- Você é mais que uma fada, Levy, você é um anjo. Alex é o meu maior sonho e você fez com que ele se tornasse realidade, você lutou tanto naquele orfanato e agora eu tenho um filho lindo. Nem todo o dinheiro do mundo pagaria a eterna dívida que tenho com você. Sua vida vale muito mais. Até mais..."

Eu sorria entre as lágrimas, com os cotovelos apoiados nos joelhos e os fios de cabelos embolados nos meus dedos.

Falling awake, de Gary Jules, invadiu o lugar e eu levantei, caminhando até a televisão e toquei a tela. Ouvi aquela música no hospital, quando ela teve uma parada cardíaca e...

- M - Ma... - Meus lábios tremiam e a música diminuiu.

"Uma assistente social surpreendeu a cidade de Meulborne ao abrir um processo contra os Estados Unidos, já que o país se recusou a aceitar a denúncia que ela levantou sobre seus estudos de doenças oculares em crianças. Segundo ela, erros assim são imperdoáveis e precisam ser revistos e corrigidos.".

Voltei para o sofá e o sorriso tomou conta do meu rosto, quando Wake Me Up When September Ends tocou. Minha primeira turma na escola tocou aquela música no dia da conclusão do curso.

"- Nos somos os formandos da Srta. McGarden, 2B, de três anos atrás!" - A voz de Natasha anunciou. - "Amamos você!" - Gritaram todos juntos.

A voz de James Bay era inconfundível, não importa quanto tempo passava. Let it Go foi a música que eu ouvi durante toda a adolescência, nos dias bons e ruins. Vieram mais coisas, mais vozes, mais risos. Mais "eu te amo", mais "sua vida vale mais". Muito mais amor que eu já tinha esquecido que tinha.

- Você é mais, Levy. - Ao som de You Make it Real a voz de Gajeel me tirou do transe, quase desmoronando de uma única vez. - Você fez o meu mundo se tornar real, colorido e esperançoso.

- O - Onde você está? - Precisava bater nele e o beijar, tudo ao mesmo tempo.

- Fique quieta aí, não terminei. Demorei muito tempo para juntar tudo isso, pesquisando cada detalhe da sua vida. Cada detalhe dessa vida que é a melhor coisa da minha, que foi a melhor coisa que já tive nesses trinta anos. Mas não quero te ver apenas no final de semana, não quero apenas quarenta minutos de almoço, não quero beijos no carro. Quero você como minha mulher, mas temos que ir com calma. Se é preciso dar o primeiro passo, que seja esse.

Sua mão pegou a minha, apertando com força. Minha cabeça baixa foi trazida para cima com seu dedo, eu sabia que ele esboçava um sorriso enorme nesse momento.

- Quer namorar comigo? Eu ficaria de joelhos se pudesse mas o que vale é a intenção. - Concordei desesperada. - Esse sim é em relação ao meu pedido ou a -

- É para qualquer coisa que você queira. - Sorri abertamente.

- Certo... - Puxou minha mão direita e colocou um anel ali, deixando um beijo longo na minha mão. - Minha namorada.

- Toda sua. - Subi no seu colo de frente para ele, o trazendo para perto pela gola da camisa. - Nunca mais me deixe assim.

- Não vou. - Beijei ele com pressa, necessidade e saudade. Tantas coisas que eu nem sabia o que falar, a não ser aquilo.

- Eu te amo. - Afastei nossas bocas, mas não as testas. - Amo você com tudo de mim.

- Eu também te amo, meu amor. - Confetes estouraram sob nossas cabeças me assustando um pouco e várias vozes conhecidas apareceram. - Surpresa.

- Você não fez isso...

- Fiz sim, ainda não comemoramos seu aniversário. - Ri, voltando a me aproximar. - Pensei que não gostasse de beijar na frente de outras pessoas.

- Eu nunca mais vou parar de te beijar.

 

[…]

 

Sentada no meu colo, ela ria com as piadas dos meus amigos. Girava no dedo a aliança que combinava com a minha. Beijei sua nuca, apertando meus braços em volta da sua barriga.

- Gostou da festa?

- Tem como não gostar? - Virou para mim, cheirando meu rosto. - Você bebeu.

- Só um pouquinho...

- Não pode dirigir nem com um pouquinho. - Alertou. - Nem você e nem ninguém.

- Eles trouxerem a bebida mas deixaram os carros em casa, vão ficar todos bem, não se preocupe. Não tenho planos de pegar o carro hoje, você pode dormir aqui... - Mordeu o lábio inferior. - Hoje você conhece a minha e amanhã posso conhecer a sua...

- Você está sugerindo algo a mais? - Arqueou a sobrancelha ao perguntar.

- Não, longe de mim... - Passei o polegar na sua boca.

- Está me deixando sem jeito.

- Era o que eu queria. - Tentei beijá-la, mas desviou. - Está quebrando sua promessa.

- Quero ir para um lugar tranquilo com você, alguma ideia?

Me movi entre as pessoas, indo para a cozinha. Ainda sinalizei meu caminho para Laxus, que assentiu. Ao passar pelo balcão arrastei a porta de vidro para o lado, fechando depois de passar.

- Onde estamos? - Sentou apenas na minha perna esquerda, virando o corpo totalmente para mim.

- No meu quintal... Tem alguns pés de fruta, bastantes árvores, um banco de madeira e uma linda vista para a lua.

- Ah... - Deitou a cabeça no meu ombro. - Tenho tanta coisa para te falar.

- Leve o tempo que quiser, não passei do limite que você tinha me imposto, não sei nada sobre como você ficou assim.

Um vento forte bateu contra nossa pele e Levy escondeu mais o rosto no meu pescoço. Fechei os olhos para sentir a mesma coisa que ela, para abraçar até o que era impossível, para sussurrar que a amava quantas vezes fosse preciso.

- Quando nasci, meus pais não souberam que eu poderia ter uma doença ocular, pois nem fizeram os exames recomendados. Eles não se importaram com isso, na verdade. Quando fiz três anos e comecei a esbarrar nas coisas enquanto andava, eles viram que tinha algo estranho. - Senti as lágrimas quentes dela na minha pele. - Eles gostavam de viajar e já tinham dois filhos, não puderam parar a vida por minha causa.

- Eles te abandonaram?

- Eles me deixaram para passar "uma semana" com a minha madrinha, que não tinha filhos. Ela dizia que tinha esperança de que voltassem, mas... Isso não aconteceu. Eu não me lembro deles, de nenhum dos quatro. Ela deu um fim nas fotos, para eu não me torturar, sabe?

- Sim, entendo.

- Ela me criou como filha, me deu uma educação de qualidade e tentou, com todas suas forças, reverter o caso grave de glaucoma. Mas não obteve sucesso.

- Ei, meu amor, não chora.

- Ela era assistente social, dedicou a vida por mim e para me curar. Após ganhar o processo contra os países que se recusaram a receber meu caso, finalmente ganhei uma vaga na Alemanha. Quando íamos viajar, ela teve um infarto. O corpo estava sobrecarregado demais, foi uma longa semana no hospital. Até que ela não voltou da sexta parada cardíaca.

- Quantos anos você tinha? - Perguntei.

- Era madrugada do meu aniversário de dez... - Me senti péssimo nessa hora. - Sem um responsável, eu não poderia fazer o tratamento, nem queria. Perdi a visão completamente aos doze anos. Fui encaminhada para um centro onde menores deficientes recebem abrigo. Morei sete anos lá e fui, ainda menor de idade, para a faculdade. O resto você já sabe.

- Me desculpe, eu não devia ter ficado tanto tempo sem ligar, mas queria fazer uma surpresa, não sabia o que você tinha passado. Me perdoe, sim?

- Não haja desse jeito, está tudo bem agora, não é? - Levantou o rosto e nos beijamos rapidamente. - E com você?

- Bem, não é algo tão surpreendente. - Respirei fundo. - Meu irmão e eu morávamos juntos na cidade, desde a morte da nossa mãe. Ele tinha vinte anos e eu quinze. Ele era instrutor de paraquedismo e eu estava no ensino médio. Nunca quis saltar, tinha medo de altura. - Ri com a lembrança. - Mas ele me convenceu a saltar naquele dia. Minha mãe não sabia quem era meu pai, sou fruto de uma aventura de uma noite.

Respirei um pouco, pensando num modo de falar sem me machucar ou fazer ela se sentir mal por mim. Estávamos ali, com todas as cartas na mesa, não podia esconder mais nada.

- Pegamos o avião, estava tudo certo e então saltamos. Ele apertou minha mão enquanto caíamos, foi então que eu vi tudo lá de cima. Era lindo. O paraquedas abriu mas simplesmente não diminuiu a velocidade da queda. O reserva ficou preso e os cem metros de altura passaram tão rápido... Jurei que iria morrer, quem sobreviveria?

- O que houve depois?

- Meu irmão deu um jeito de cair por baixo de mim, infelizmente ele não resistiu a queda. Acordei depois de duas semanas de coma induzido, com uma grande cicatriz na cabeça, nas costas, e bem... sem o movimento das pernas. O acidente não danificou toda a coluna cervical, por isso ainda tenho alguns espasmos e não perdi toda minha masculinidade, se é que me entende. - Disse fazendo piada sobre a última parte.

- Ficou sozinho? - Questionou com a voz baixa.

- Não, nunca. Laxus era meu amigo desde a infância, os pais dele me abrigaram e não deixaram nada nos faltar. Fizemos faculdade juntos, aprontamos juntos... Depois conhecemos os outros, me fazendo ganhar uma terceira família.

- É uma linda história. - Riu e beijou minha bochecha. - Estou aliviada em te contar tudo.

- Eu também. - Nos abraçamos fortemente. - Vamos entrar, quero ver você dançar.

- Eu sou péssima dançarina!

- E eu estou doido para ver isso.

(...)

Depois que todos foram embora, comecei a tirar as bagunças do meio da casa e ela insitiu em lavar a louça. A pia adaptada não parecia nem ser fora do normal, já que a pequena estava longe de ser alta.

- Porra, derramaram cerveja na minha almofada, acredita? - Riu e voltou a esfregar os copos.

- Eles são incrível, sua família.- Disse contente.

- Bem... - Deixei tudo sujo na lavanderia e voltei para a cozinha. - Agora são a sua também.

Deu um sorriso tímido e voltou a fazer o que fazia no começo. Fui para meu quarto e parei para pensar, onde ela iria dormir? Claro que era normal dormir no meu quarto, assim como era normal dormir no quarto ao lado do meu.

- Levy, vou pro banho! - Gritei e ela me respondeu com um simples "ok".

No banheiro espaçoso do meu quarto fui para a outra cadeira, indo para o box. Talvez eu devesse levar as coisas dela para o quarto de hóspedes e sair. Talvez devesse deitar e chamá-la.

- Droga, você está parecendo um adolescente.- Disse inconformado para mim mesmo.

Terminei meu banho, voltei para minha cadeira e vesti uma calça de moletom antes de sair. Encontrei ela sentada na cama, com as mãos cruzadas na frente dos joelhos.

- Hm, posso tomar um banho? Derramaram bebida na minha roupa...

- Claro, espere aqui... - Fui até meu guarda roupa, procurando uma camiseta confortável para ela. - Vou colocar sua roupa para lavar.

Dei a camisa para ela e a acompanhei até o banheiro, para que conhecesse o caminho, o que não achou difícil de se adaptar. Peguei travesseiros e coloquei na minha cama, ignorando a ideia do quarto ao lado. Movi meu corpo para a ponta da cama e esperei por ela.

- Nossa, me sinto nova em folha. - Mirei seu corpo passando pela porta e tive que sorrir, com um misto de coisas dentro de mim.

- Que bom. - Estava sem o bastão, só que seguiu minha voz, se guiando pela parede e parou na minha frente, com as pontas do cabelo molhadas.

- Estou muita envergonhada. - Colocou as mãos no meu ombro e subiu no meu colo, exalando cheiro de creme corporal. - Isso é muito constragedor.

- Isso está longe de ser constrangedor. - Apertei sua coxa sem nada para impedir e beijei sua boca, sendo correspondido na hora.

Deitei e puxei seu corpo por cima do meu, sem separar nossas línguas. Minhas mãos encontraram a parte debaixo da roupa dela e sua pele se arrepiou quando toquei suas costas nuas.

- E - Espere. - Voltou a sentar e eu também. - Eu qu -

- Desculpe, eu não deveria ter... - Segurou meu rosto com as duas mãos.

- Me deixe falar. - Parei, concordando logo depois. - Eu quero, mas... Preciso te mostrar algo antes.

- É uma tatuagem ou algo do tipo? - Negou. - O que é?

- Estou sem as lentes... Tire meus óculos.

Fiquei parado durante um tempo, apenas ouvindo sua respiração acelerada. Subi as mãos para as laterais e tirei a armação, vendo seu olhar para baixo. Ergui seu queixo e finalmente vi seus olhos. As pupilas pareciam estar dilatadas, a cor marrom se misturava com a amarela, fazendo seu olhar lembrar mel.

- Pareço estar te olhando diretamente?

- Sim. Por que demorou tanto para me mostrar isso? - Beijei seu rosto com carinho. - Você fica mais linda a cada dia.

- N - Não sei o - o que fa - zer.

- Não se preocupe, eu te mostro. - Voltamos a nos beijar.

Cruzou os braços em volta do meu pescoço, invadindo minha boca com sua língua. Segurei a barra da camisa que ela usava e puxei para cima, encontrando um conjunto de lingerie preta, cheia de rendas.

- Uau. - Foi apenas assim que consegui me expressar.

- Pare com isso. - Mordi seu queixo, descendo para o pescoço. - Isso é muito estranho...

- Quer parar?

- Não. É estranho, mas não deixa de ser bom. - Chupei seu pescoço e ela jogou a cabeça para trás. - Oh.

Minhas mãos apertaram sua bunda e as unhas arranharam meu peito, aquilo era melhor do que eu imaginava. Voltei a cair de costas na cama, nosso beijo já era rápido e quente demais. Meu corpo já queria mais do que aquilo.

Rolei sobre a cama, colocando ela por baixo de mim. Ocupei sua boca com a minha, me esforçando para não deixar meu peso cair sobre si completamente.

- Tire o sutiã... - Afastou as mãos da minha nuca e colocou embaixo das costas, soltando a peça.

Fiz um esforço para subir mais seu corpo e passar a língua sobre o esquerdo, as mãos delas buscaram apoio no lençol. Chupei o bico com calma, Levy se contorceu e gemeu.

Desci a mão até sua calcinha, passando o dedo por cima com calma. Ela apertava os olhos com força e eu passei para o outro lado, tentando fazer com que fosse o melhor para ela.

Pedi para que subisse mais um pouco e ela o fez. Sua calcinha ficou na frente do meu rosto e eu controlava todos os meus impulsos mais profundos.

Beijei sua coxa e depois sua virilha, tirei sua calcinha após uma segunda afirmação. Seu rosto estava vermelho e a respiração extremamente acelerada.

Comecei a passar a língua em sua intimidade, meu corpo todo queria um maior contato do que aquele. Os suspiros dela eram intensos, tão intensos que faziam meu corpo todo se render mais a ela. Chupei cada parte, dando uma atenção especial ao seu clitóris.

- Oh, n - não isso é... Gaj. - Molhei o indicador e enfiei dentro dela. - Ah.

Esperei algum tempo até ela se acostumar e abrir mais as pernas. Meus movimentos começaram lentos, apenas para ela relaxar. Estimulei seu ponto sensível e juntei mais um dedo ao primeiro.

Coloquei mais velocidade, era óbvio que ela não aguentaria muito tempo e estava quase no seu limite. Seu peito subia num ritmo descompassado, sua boca se mexia várias e várias vezes, mas nenhuma palavra saía.

Fechou as pernas o quanto pode, amassando minha mão ali no meio. Todo o lençol do lado esquerdo tinha saido do lugar, graças a seus movimentos. Com as pernas dela trêmulas eu subi sobre seu corpo, mordendo seu pescoço.

- Tudo bem? - Perguntei.

- Sim... - Abriu os olhos com dificuldade. - N - Não está can - sado de ficar assim?

- Por incrível que pareça, tenho braços fortes. - Sorri e voltei a beijá-la.

- Estou com medo... - Segurou meu rosto.

- Confia em mim? - Fez sinal de positivo com a cabeça. - Fale.

- Confio.

- Então esqueça qualquer coisa, eu estou aqui e te amo. Posso?

- S - Sim...

Tirei meu membro de dentro da calça e subi um pouco mais, apoiando o corpo no braço esquerdo e ajeitando suas pernas com a mão direita.

- Eu te amo. - Ela puxou meu rosto para perto.

-Eu também te amo.

Sorri e comecei a entrar, ficando o mais perto possível. Apertou meu pescoço entre os braços, gemendo sem parar. Depois de alguns segundos, eu estava completamente dentro do seu corpo, sendo apertado como nunca.

Eu não poderia estar mais feliz.

 

[…]

 

Doía muito e eu não sabia o que fazer além de abraçar seu corpo, as lágrimas escorriam sem dó, mas a felicidade daquele momento superava qualquer outra sensação.

Sua boca beijava meu rosto e os dedos brincavam com meu cabelo.

- Sei que doí, vou esperar o tempo que você precisar.

Passei as unhas no seu braço, não dava para explicar todas as informações novas que o meu corpo recebia. Cruzei as pernas no seu corpo, dando sinal verde para prosseguir.

Eu não precisava ver para saber que ele estava se controlando, indo e vindo com calma. Passei as mãos pelos seus braços sentindo as veias alteradas, a voz muito rouca e o corpo muito quente.

Aquela dor que senti no começo, mesmo não desaparecendo totalmente, foi dando espaço para uma sensação de necessidade . O maior incômodo era querer mais de algo e eu não sabia o que era.

- Tenho a namorada mais linda do mundo. - Mordeu minha orelha. - E a mais gostosa também.

- Não fale algo assim. - Gemi alto contra sua pele quando ele fez um movimento com mais força. - Isso.

- É assim , meu amor? - O tom era sacana e provocativo.

- Talvez seja. - Fez novamente. - É exatamente assim. - Disse ofengante.

- Certo, eu darei o que você quer.

Ele veio com força e minhas costas se arquearam automaticamente. Quando também colocou velocidade eu gritei e afundei a mão no seu cabelo, beijando ele desesperadamente.

- Certo, vamos mudar um pouco.

Se afastou e eu continuei deitada, sentindo ele se mexer sobre a cama. Sua voz sussurrou um "aqui". Engatinhei sobre o colchão e cheguei até onde ele estava, ele pôs as mãos na minha cintura.

- Já está mais solta, não é? - Virou meu corpo, trazendo minhas costas para encostar no seu peito.

- Pare de falar. - Fez alguns movimentos atrás de mim e desceu minha cintura, entrando novamente. - Ah, Gaj...

- É bom, não é? - Colocou meu cabelo para frente e beijou minha nuca. - Vamos lá, Lev.

Segurou meu corpo por baixo e começou a me mover. Apertei seu braço e ajudei do jeito que conseguia, implorando internamente para receber mais daquilo.

Soltou assim que teve certeza que eu já sabia o que fazer, apenas para alisar todo meu corpo. Espremeu meu peito com as mãos grandes e voltou a segurar minha cintura.

Minha cabeça caiu para frente e meu corpo também, espalmei as mãos no colchão e fiquei muito mais excitada naquela posição, com cada célula me incentivando a movimentar sobre ele.

- Ah, que visão. - Me movi com força. - Isso, Levy.- Então, continuei daquele jeito, subindo e descendo. A mesma sensação se aproximou, a mesma vontade de transformar tudo aquilo em algo eterno.

- Droga. - Falei.

- Venha. - Puxou minhas costas para trás e me girou com certa pressa, para que eu ficasse de frente para ele.

Sua respiração bateu no meu peito, agarrou minha nuca e me trouxe para mais um beijo. Meus joelhos se movimentavam sozinhos, satisfazendo nossas vontades de uma vez.

Minha voz falhou nas duas vezes em que tentei falar algo, como se fosse muito para colocar em palavras. Forçou minha cintura contra sua perna e gruniu ao soltar um último suspiro, eu já nem sabia o que estava sentindo, apenas que já tinha chegado ao meu limite e não podia mais me mexer.

Até que o ar voltasse para meus pulmões ficamos em silêncio. Ergueu meu queixo e deu um selinho longo e quente na minha boca, sem soltar meu corpo.

- Nunca me senti assim antes. - Falou. - Já disse que te amo?

- Talvez. - Ri e saí de cima dele, deitando ao seu lado.

Se mexeu um pouco, senti um um lençol sobre nós e me puxou para mais perto dele. Apoiei a cabeça no seu peito, enroscando nossas pernas. Não importava o tempo lá fora, aqui não faltava nada.

(...)

Acordei com uma sensação estranha e sentei na cama procurando por meu bastão. Como não achei, apoiei a mão na parede e fui me guiando por ela até o banheiro.

A tampa do vaso estava fria, porém eu me sentei lá e respirei fundo. Passei os dedos pelo rosto, por que eu estava tremendo?

Passei a mão em tudo até achar a pia e molhar o rosto. Chamei seu nome baixinho, mesmo sabendo que não era o suficiente para que ele me ouvisse. Sequei a pele, mas ela ainda estava molhada.

Minhas pernas me traíram e eu caí, tendo sorte de ir parar sentada no chão. Um cheiro conhecido foi tudo o que eu senti, passei o dedo no rosto e reconheci a textura diferente. Sangue? Dos meus olhos?

- Gajeel... - Chamei novamente.

Eu sabia que podia achar qualquer coisa para fazer barulho e chamá-lo, mas eu não consegui levantar. Fui esquecendo o que eu queria fazer e deixando que tudo perdesse o sentido.

Não consegui evitar todo aquele frio e deixei minha consciência vagar até a escuridão.

 

Apenas um beijo em seus lábios ao luar

Apenas um toque do fogo ardente

Não, eu não quero confundir as coisas

Eu não quero forçar demais

 


Notas Finais


O próximo é o último ❤

Comenta, se gostou! Beijos 💞


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