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História Laura e a última canção de amor - Capítulo 11


Escrita por: Cissabks

Notas do Autor


Atendendo a pedidos (e também porque eu tava super ansiosa pra saber a opinião de vocês) adiantei esse capítulo.

Capítulo 11 - Capítulo 11


De: [email protected]

Data: segunda, 30 de agosto de 2016  19:20

Para: [email protected]

Assunto: (feriado)

Então você vem?

 

De: [email protected]

Data: segunda, 30 de agosto de 2016  22:30

Para: [email protected]

Assunto: Re:(feriado)

Não vai dar Claire!! Eu quero chorar! Você acredita que um professor passou um trabalho pra nós? Quem não vai viajar já ficou irritado, imagina pra quem viaja! Mesmo se eu saísse daqui no sábado não valeria a pena, porque aí teria apenas o domingo e já teria que voltar na segunda! Estou tão chateada!

De: [email protected]

Data: terça, 30 de agosto de 2016  10:30

Para: [email protected]

Assunto: (AI NÃO)

ESTOU ODIANDO ESSE PROFESSOR AGORA!! eu estava tão animada! já tinha planejado tanta coisa pra gente fazer! queria socar todo mundo!

 

De: [email protected]

Data: quarta, 31 de agosto de 2016  14:00

Para: [email protected]

Assunto: Re:(AI NÃO)

E o pior é que ainda vou ficar sozinha aqui. Meu pai tem uma conferência em Washington e vai passar o feriado lá, a Rydel vai viajar com o namorado, a Amaya e o Romeu vão para casa, e o Ross provavelmente vai passar com a namorada dele. Vou ficar completamente sozinha nos quatro dias de feriado!

 

De: [email protected]

Data: 30 de agosto de 2016  11:12

Para: [email protected]

Assunto: (viu um gato preto?)

Isso é muita falta de sorte hein… falando no Ross, como você está? em relação a ele e você sabe…

 

De: [email protected]

Data: segunda, 30 de agosto de 2016  14:18

Para: [email protected]

Assunto: Re:(viu um gato preto?)

Eu tô bem. Logo vou superar isso. Nosso relacionamento não mudou por causa disso.

 

De: [email protected]

Data: segunda, 30 de agosto de 2016  11:26

Para: [email protected]

Assunto: (isso é bom)

Que bom Lau! Mas e quanto às passagens o que você vai fazer?

 

De: [email protected]

Data: segunda, 30 de agosto de 2016  14:33

Para: [email protected]

Assunto: Re:(isso é bom)

Vou trocar para o dia 7, aí passo o feriado do dia 10 de outubro com você! E NÃO ME IMPORTA OS TRABALHOS!

 

De: [email protected]

Data: segunda, 30 de agosto de 2016  11:40

Para: [email protected]

Assunto: (ótimo)

HAHAHA ISSO É REALMENTE ÓTIMO!

 

Os dias passaram e eu já estava ficando chateada por saber que estaria sozinha. Por um lado seria uma boa coisa, pois teria tempo para fazer o trabalho, mas por outro eu sabia que terminaria o trabalho na sexta e aí passaria os dias sozinha. E foi isso mesmo que aconteceu, na sexta à noite eu já estava com o trabalho todo feito. Olhei para o teto por dois minutos pensando no que fazer. Ficar no meu quarto pensando no nada não vai adiantar. Decido ir ao cinema. Procuro por um cinema próximo e escolho a sessão das 19h. Tomo um banho e escolho uma roupa bonita. Escovo meu cabelo, faço uma bela maquiagem e chamo um táxi. Desço para esperar o táxi e quando estou atravessando a porta do prédio do dormitório encontro uma pessoa conhecida.

- Ross? - Pergunto. O que ele está fazendo aqui?

- Laura? - Ele passa os olhos por mim. - Nossa, você está linda.

- O que você está fazendo aqui? Pensei que fosse passar o feriado com a Courtney. - Digo.

- Ela foi viajar, vou ficar por aqui mesmo. Pensei que você fosse para São Francisco. - Ele diz.

- O professor de microbiologia passou um trabalho e tive que adiar minha passagem. E você não vai para casa?

- Eu ia, passei aqui para deixar algumas coisas, mas fico com você. Ou você está indo para a casa do seu pai?

- Não, meu pai está em Washington. - Falo. Ficamos em silêncio por um tempo. - Eu estou indo ao cinema quer ir?

Ele sorri.

- Eu quero.

Chegamos ao cinema. O salão é todo coberto por um tapete vermelho e os cartazes dos filmes estão enfileirados na parede. Ross e eu compramos nossos ingressos e vamos direto para a sala indicada. Ele pergunta se quero pipoca, mas ainda estou cheia do jantar. Seguimos as luzes pontilhadas no chão e escada e escolhemos uma fileira exatamente no meio da sala. O filme começa e o título aparece na tela.

Apesar do filme parecer interessante, me distraio pela presença de Ross ao meu lado. Seu cabelo bagunçado e o braço tão próximo ao meu. Até seu cheiro tira minha atenção. Olho sua mão no encosto da cadeira, tão próxima e tão grande em comparação a minha. Sinto vontade de tocá-lo. Tocar os nós de seus dedos e passar a mão pelo seu pulso. Ele muda de posição. Tenho a sensação de que ele tem tanta consciência de mim quanto tenho dele. Não consigo raciocinar. Vejo as legendas e os personagens em ação, mas o que dizem e o que fazem são apenas borrões. Quanto tempo perdi?

Ross tosse e muda de posição novamente. Sua perna está roçando a minha. Ele não se move. Ela permanece onde está. Estou paralisada. Eu deveria me mover, me sinto tão esquisita. Presa numa massa de ar. Como ele não se dá conta que sua perna está tocando a minha? Do canto do meu olho, eu vejo o perfil fo seu rosto. A curva do nariz e o desenho dos lábios.

Ele olhou para mim. Eu sei que ele olhou.

Olho para a tela tentando entender o que está acontecendo e provar que estou realmente prestando atenção. Ross endurece, mas não tira a perna. Ele está segurando a respiração? Eu acho que está. Eu estou segurando a minha. Inspiro e expiro e isso soa tão artificial.

Mais uma vez. Outro olhar. Dessa vez eu me viro, automaticamente, assim ele disfarça. É como uma dança, e agora há um sentimento no ar como se um de nós devesse dizer alguma coisa.

Atenção Laura, presta atenção.

Você gostou? - sussurro.

Ele faz uma pausa. - Do filme?

Eu agradeço as sombras por esconderem meu constrangimento.

Eu gostei muito. - Ele diz.

Eu arrisco um olhar, e Ross me encara. Profundamente. Ele não olha para mim como antes. Eu me viro primeiro, e sinto-o desviar depois.

Eu sei que ele está sorrindo, sinto meu coração acelerado.

Tão rápido como fomos, já estávamos de volta ao dormitório. Eu queria falar com Ross, obter um sinal de que algo entre nós havia mudado, mas assim que entramos um garoto Matthew nos interrompeu. Eu não poderia abraçá-lo sem expor meu coração acelerado e por isso nos despedimos com um adeus xoxo.

E então eu fui para a cama, confusa como sempre. O que aconteceu? Talvez eu tenha exagerado na minha imaginação, porque ele não agiu de forma diferente no café da manhã no outro dia. Nós tivemos uma conversa amigável, como sempre. Além disso, ele tem Courtney. Ele não precisa de mim. Tudo o que posso imaginar é que devo ter montado meus próprios sentimentos frustrados em relação ao Ross. Combinamos de nos encontrarmos em meia hora para um passeio.

Ele chega ao meu quarto vinte minutos depois, seu cabelo está um pouco molhado e todo embaraçado.

- Que cabelo é esse? - Pergunto.

- Ah, é. - Ele olha para cima e dá de ombros.

- Vem aqui. - Eu o coloco no chão em frente a minha cama e pego uma escova. - Você lavou o cabelo e nem penteou? Eu não vou sair por Miami com você assim. - Passo a escova por seus fios loiros.

- Mas é um estilo. - Ele reclama, mas não me pára. Após um minuto ele suspira em derrota. Trabalho metodicamente pelos fios bagunçados deixando-os alinhados.

- Você tem um lindo cabelo. - Digo, resistindo à ideia de penteá-lo com meus dedos.

Ele resmunga.

- Eu estou falando sério. Você já deve ter ouvido isso por aí. Tenho certeza que as pessoas lhe dizem isso o tempo todo.

- Obrigado. - Ele diz quase baixo demais, mas consigo ouvi-lo.

- Vamos. Para onde é o nosso passeio?

- Você está contando comigo para planejar?

- É você que mora aqui a vida toda, não eu.

- Cadê meus sapatos? - Procuro meus sapatos pelo quarto. Encontro um par de alpargatas coloridas e as calço rapidamente. - Então vamos guia. - Sorrio.

    Ele dá um sorriso largo e deslumbrante, me pega desprevenida e sinto que meu coração vai afundar no peito. Eu o encaro até que meu sorriso desvanece. Ele me olha interrogativamente.

- Vamos. - Dessa vez sou eu quem fala baixo demais.

Ross e eu vamos até uma das praias mais movimentadas de Miami. Escolhemos duas cadeiras reclináveis na areia e observamos as pessoas. Estamos comentando das manias dessas pessoas, dos trajes do banhistas, dos vários tombos causados pelas ondas e rindo deliberadamente.

Eu não acredito que ela está fazendo isso. - Ross diz entre risos. Estamos vendo uma mulher que se enterrou na areia gritar depois que sentiu um tatu do mar em cima do corpo dela. Ela grita “ajuda” e “ele vai me morder” repetidamente e minha barriga dói do tanto que estou rindo. A cada vez que solto o típico grito agudo da minha gargalhada que me envergonha vejo Ross dobrar-se na cadeira e rir ainda mais.

- Eu adoro isso. - As palavras dele saem cortadas pelo riso. Eu ainda estou rindo por isso não respondo. - Como é? Kiiiiiii - Ele tenta imitar o chiado, mas não consegue terminar porque começa a rir mais ainda. Ele enxuga as lágrimas no canto do olho. - Meu Deus eu amo você. - Ele diz entre gargalhadas. Congelo. Paro de rir na hora. Ele demora para perceber o que disse, mas pára também. - Sabe, como amiga. - Ele conserta. Concordo com a cabeça. Não quero falar nada e deixar transparecer em minha voz a decepção. Por sorte um banhista gordinho é atropelado por uma onda quando tentava sair do mar e nós recomeçamos a rir. O momento estranho passou. E voltamos a ser apenas dois amigos se divertindo.

Levamos tempo examinando menus até escolhermos o cardápio do nosso almoço. A busca se transforma numa brincadeira, um jogo. Achar um almoço adequado para dois jovens solitários.

Quando finalmente descobrimos um prato que nos agrade vibramos. Nosso prato é macarronada ao molho quatro queijos com mignon e batatas rosti. Por algum motivo no pique das risadas decidimos que comeríamos a mesma coisa e então demoramos para escolher.

- Brilhante. - Ross diz quando recebemos nossos pedidos. - Para o êxito da escolha de um prato para dois jovens frescos para comida. - Ele lavanta seu copo com refrigerante.

- Eu não sou fresca. Você que é. - Levanto o meu. - Ao nosso prato bem sucedido.

Brindamos.

    Passamos o resto do tempo comentando sobre as pessoas na praia e decidindo qual seria o passeio da tarde. Talvez porque estava engraçado demais, decidimos voltar à praia.

Depois do almoço sentamos nas cadeiras reclináveis e observamos as pessoas. Eu estou com calor e decido me refrescar no mar. Vou até a água bater na minha cintura e movo os braços por cima da água. Não quero me arriscar a ir mais para o fundo porque não sei nadar e porque Ross está na areia me observando o que torna tudo mais difícil, aumentando a probabilidade de um tombo monumental. Estou passando a mão sobre a água quando sinto um braço pegar na miha cintura.

- Banho de mar assim não vale. - Ross me prende ao seu corpo e me leva mais para o fundo.

- Ross! Eu não sei nadar! - Exclamo.

- Não é fundo. - Ele diz.

- Para você é fácil falar. - Digo, mas logo mudo de ideia e não quero mais que ele me solte. Seu braço direito está envolvendo meu corpo, minhas costas estão coladas no corpo dele e minha cabeça está muito próxima de seu peito.

Ele caminha um pouco mais e me solta, mas antes que ele solte completamente seguro seu braço em minha barriga. Ele me prende novamente.

- O que foi? - Ele pergunta.

- Como você sabe que é seguro? - Murmuro.

- Laura, fica tranquila. Vai dar pé. - Ele diz risonho.

- Eu não quero. - Falo. Ok, eu não estou com tanto medo assim. Estou um pouco, mas quero aproveitar mais senti-lo assim tão perto. Eu não sei se algum dia terei essa oportunidade novamente. Ele fica em silêncio por um tempo.

- Tudo bem, mas se você não vai me soltar vamos mudar um pouco. Estou no raso por você. - A água está um pouco abaixo do peito dele. Ele segura meu cotovelo e me vira de frente para ele. Grudo meus olhos em seu pescoço.

Ele está olhando meu rosto. Eu sei que está. Não consigo controlar e encontro seus olhos. Ele pega meu braço e passa por trás do seu pescoço. Estamos tão perto que sinto sua respiração. Com alguma força sobre-humana que descubro em mim desvio meu rosto e coloco meu queixo sobre seu ombro. Sinto o cheiro dele mais forte do que já senti antes. Sinto o calor de sua pele de um jeito que nunca experimentei antes. Sua mão está nas minhas costas no fecho do bíquini, ele desce um pouco tocando com os cinco dedos. Não consigo segurar o arrepio. Ele caminha mais para o fundo.

A água na minha nuca não refresca o que estou sentindo por dentro. É como se eu estivesse pegando fogo. Estamos em silêncio sentindo as ondas passarem por nós e o sol esquentando nossas cabeças.

- Você se importa se mergulharmos? - Ross diz no meu ouvido. Não, não me importo, eu estou em brasas e preciso apagar isso. - O sol está esquentando muito meu cabelo.

- Não. - Eu queria que minha voz saísse normal, mas ela sai como um sussurro rouco.

Ele dobra os joelhos e nossas cabeças afundam na água salgada. Eu abro os olhos e desencosto a cabeça de seu ombro. Olho para o rosto dele. Os olhos dele também estão abertos. Nos olhamos por tempo demais. Ele passa seu nariz no meu e é como se fôssemos pessoas totalmente diferentes debaixo do mar. Infelizmente o fôlego começa a faltar. Olho para cima indicando o que quero. Coloco a cabeça novamente em seu ombro. Ele pega impulso e subimos.

Não falamos nada. Estamos respirando ofegantes recuperando o ar que perdemos. Além disso eu estou ofegante pelo que acabou de acontecer. Não foi invenção. Não foi minha imaginação. Realmente aconteceu algo. Meu coração está acelerado, meus pulmões estão queimando. Nossos peitos estão subindo e descendo ao mesmo tempo. Num ritmo perfeito. Eu estou queimando e congelando ao mesmo tempo. E esse é só o primeiro dia.

 



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