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História Laura e a última canção de amor - Capítulo 23


Escrita por: Cissabks

Notas do Autor


Pronto, podem respirar. Aqui está o capítulo novo hahahaha
Perdão pela demora!

Capítulo 23 - Capítulo 23


Fanfic / Fanfiction Laura e a última canção de amor - Capítulo 23

Ross está na sala de música. Eu estou procurando por ele há um tempo e esse foi um dos meus últimos palpites. Eu o vejo pela janela. Ele está concentrado em mudar as posições de seus dedos, mesmo que não precise disso, ele já toca por tanto tempo que sabe as posições sem precisar vê-las.

Porém o que lhe faz estar com os olhos atentos em suas mãos e no instrumento não é o medo de errar, o rosto dele está sereno, e sim a adoração pelos movimentos que faz. A admiração em perceber que o simples fato de mover seus dedos nas casas certas cria o som e a música.

Ele anota algo num caderno ao seu lado e volta a encarar o violão. Coloca a palheta na boca e dedilha as cordas do instrumento tudo de novo até provavelmente adicionar o novo acorde. Eu espero ele tocar o trecho antes de entrar, o barulho da porta o desconcentraria e até agora ele não me viu parada atrás do grande quadrado de vidro. Eu não consigo ouvir a música, mas sei que ele está tocando pelo movimento de seus braços.

Ele vira para o caderno outra vez e quando está escrevendo eu entro na sala.

- Compondo? - Pergunto, fechando a porta marrom escuro.

Ele sorri quando me vê.

- Acordei com uma melodia. Quer ouvir?

Faço que sim e sento ao seu lado.

Ele toca o que tem da música até agora e eu gosto. Parece uma balada romântica, mas não é muito lenta nem agitada demais. É uma melodia gostosa de se ouvir, o tipo de música que você consegue ouvir repetidamente antes de ficar com dor de cabeça.

- Eu gostei muito. - Falo.  

- Eu não sei se posso confiar em você. - Ele diz. Isso me choca.

- O QUÊ?!? - Exclamo.

Ross ri.

- Não posso confiar porque não sei se você gosta da música pela música ou se gosta dela porque está perdidamente apaixonada pelo irresistível criador dela.

Finjo uma expressão de dúvida.

- É… pode ser isso. - bato os dedos no queixo e ele sorri. - Larga disso Ross, sua música é ótima. Como eu já disse uma vez você deve ser bom em tudo.

- Menos numa coisa. - Lembro de ele já ter me falado isso uma vez.

Eu duvido.

-  Em que?

- Em ficar longe de você. - Ele sorri, mas não é alegria o que tem em seu olhar.

Seus olhos castanhos e verdes me derretem. E a dor de saber que vou perdê-lo grita novamente.

Ele coloca o violão ao lado e pega minha mão.

- Vem cá. - Eu levanto e ele me coloca em seu colo. Eu passo meus braços no pescoço dele. Quero gravar seu rosto na minha memória, passo os olhos pelo queixo, a linha do maxilar, o nariz, os olhos, as sobrancelhas e o cabelo jogado na testa.

Ele me beija. É suave e delicado.

- Eu vou dar um jeito nisso. - Ele diz ainda com os lábios nos meus. - Eu prometo.

Nós vamos juntos até o refeitório. Eu não quero perder nenhum minuto com ele. Ele vai embora em dois dias e se eu pudesse grudaria meu corpo no dele. Porém sei que ele tem que se afastar de mim após o almoço. Ele tem o horário livre e vai tentar um jeito de não ir embora. Ele não vai tentar, ele vai conseguir. Repito isso para mim mesma várias vezes ao dia.

Nós almoçamos com nossos amigos e se eu fingir que nada está acontecendo tudo fica ótimo. Conversamos e rimos como fizemos durante todo o ano, porém agora nossas mãos estão entrelaçadas. Ele passa o polegar em círculos sobre a pele exposta sob seu dedo, e isso causa pequenos impulsos elétricos, mas também um conforto gigantesco. Quando estou com Ross por um momento sinto como se estivesse pegando fogo, mas logo depois ele é como uma brisa fria e água calmas. Se não fosse eu mesma quem tivesse criado essa comparação diria ser impossível alguém assim.

Estou arrumando minhas coisas na mala para o feriado prolongado de Natal. Passarei duas semanas em casa e quero ter tudo o que preciso. Já está certo, Vanessa vem me ver e em agosto eu vou na sua formatura.

Rydel bate na porta aberta antes de entrar.

- Pelo jeito está animada pelo feriado. - Ela diz.

- Estou tentando ficar.

- Ele vai dar um jeito Laura, eu sei que vai.

- Eu quero muito acreditar nisso. - Desabafo.

- Meu pai já não estava mais tão convencido em mandar ele para lá. Ross é menino demais para comandar uma empresa grande e sem supervisão. Eu sei que ele é responsável, meu pai sabe disso também por isso está mandando, mas ser responsável é diferente de ter o controle da situação, foi isso que ouvi ele dizer a minha mãe. Ross vai dar um jeito de mostrar a ele que pode ser mais útil aqui. Eu sei que vai.  - Ela dá um sorriso encorajador.

Eu sorrio de volta.

- Espero que sim.

 

Amaya está impaciente. Ela balança as pernas de modo frenético e irritante.

- Amaya! Para com isso! Você está balançando a mesa. - Reclamo.

Estamos sentadas numa pequena mesa redonda com duas cadeiras na lanchonete de sucos do Yau. Aqui vendem apenas sucos, mas tem de tantos sabores e combinações diferentes que Amaya e eu nos deslocamos até aqui toda semana para um sabor diferente. Eu escolhi o suco “2M” que é manga com mirtilo e ao contrário do que esperei, está muito bom. Amaya pediu o “colorido” graviola, morango, banana e uva, separamos por camadas de gelo, o que deixa o copo com as várias cores sem misturá-las.

- Oh desculpe. - Ela para por um segundo. - Mas é inevitável. - E balança outra vez.

- O que está acontecendo? - Pergunto.

- Minha prima Cindy vem passar o feriado aqui! - Sua expressão é de terror.

- E ela é tão ruim assim?

- Ela é maléfica. É melhor em tudo e adora mostrar isso para mundo. Ela faz com que eu parece uma inútil e feia. Sempre jogando os cabelos e piscando os olhos e fazendo biquinhos com batons roxos e cor de rosa para conseguir o que quer. E ela consegue tudo o que quer!

- Ela parece ser uma pessoa odiosa.

- É sim. Muito. E quando eu estou falando ela faz uma cara de tédio como se estivesse prestes a revirar os olhos. Só não faz para não ficar exposta e seus pais verem sua falta de educação, mas eu sei que ela está tentando influenciar as pessoas em volta a revirar os olhos também.

- Ela chega hoje?

- Provavelmente já chegou. E está bolando planos naquela cabecinha infernal com um sorriso como a própria esposa di demone.

- Esposa de quem?

- Di demone. Diabo em italiano.

Não consigo segurar o riso.

- Então além de inglês e japonês você agora fala italiano também?

- Estou aprendendo. Quero saber muitas línguas um dia. Para que eu todos os lugares que eu vá eu possa conversar e falar com as pessoas.

- Meu deus! Ela não se contenta em ser uma tagarela em inglês e ainda quer ser uma em todas as línguas? Alguém segura essa menina. - Digo rindo.

Ela também ri.

- Falar e o que nos torna diferente dos animais Laura. Temos que valorizar isso. - Diz.

- É, você está certa.

Nós caminhamos de volta ao campus e eu acompanho Amaya até seu quarto. Ele é como ela. Louco e misturado. As paredes são cheias de pôsteres, a roupa de cama é de personagens de um desenho japonês e as prateleiras são contornadas por pisca-piscas coloridos. O tapete dela é uma grande joaninha.

Volto para meu quarto mais leve, durante meu encontro com Amaya não me senti nervosa nem chateada pelo fato com Ross, milagrosamente por alguns minutos não me lembrei da tempestade que está sobre nossas cabeças. Estou colocando as últimas peças de roupa na mala e ele ainda não voltou.

Estou ansiosa e com medo de que estejamos perdendo os poços últimos momentos que passaremos juntos. Eu não ousei pensar em como vai ser depois que ele for, mas de modo algum tentarei esquecê-lo. Eu farei o possível para que as coisas deem certo entre nós, pelo tempo que for necessário eu viajarei até ele sempre que puder. Empurro o pensamento para o fundo da minha mente, não vou pensar nisso, não sofrerei por antecipação.

Estou com minha mala na sala de estar, não quero pegar o carro e ir para casa sem encontrar Ross primeiro, mas estou vendo que não será possível. O céu já escurece e ele ainda não retornou. Soube que ele não apareceu na aula de hoje, a última antes do feriado. Caminho até o estacionamento um pouco chateada e coloco minha mala no banco de trás. Ligo o rádio e faço o caminho com um grande peso nos ombros.

O trânsito não está ruim e enquanto espero pelo semáforo observo as pessoas no calçadão. A vida em Miami pode ser muito boa ao contrário do que eu imaginei cinco meses atrás, mas comigo ela não está muito satisfeita. Eu encontro o amor e se nada der certo ele será tirado de mim. Uma lágrima escorre pelo meu rosto, mas limpo rapidamente e expulso essa sensação horrível em meu peito. Mudo a rádio para outra estação e canto com uma música mais animada.

Chego em casa e sinto o cheiro do jantar. Essa é uma das minhas partes preferidas da minha vida aqui. É chegar em casa na sexta à noite e sentir o cheiro da comida preparada pelo meu pai. Ele me dá um beijo no rosto e diz que está acabando. Eu levo minhas coisas até meu quarto e desço para colocar a mesa.

Nós passamos a maior parte do jantar em silêncio. Ambos estamos cansados e com fome, mas quando estamos acabando ele me conta seu dia e eu conto o meu. Até chegar aqui eu não estava certa se contaria a ele sobre Ross. Faz menos de uma semana que as coisas deram certo entre nós e estamos já dois dias de elas darem completamente errado. Porém, se isso acontecer vou precisar muito do apoio dele. Então solto um “tenho novidades” e conto a ele tudo o que aconteceu nesse mês. Ele me ouve e me estuda enquanto falo, eu desabafo o que pode acontecer e o que tenho medo e seu rosto demonstra o quanto ele sente por mim.

- Não posso dizer que não estou com ciúme desse garoto. Eu não estou nem há um ano com minha filha e eu não sou mais o único homem na vida dela.

Eu sorrio.

Ele continua dizendo sobre o que pensa e diz que me apoiará independente do que acontecer. Se Ross for ele estará aqui para me acolher, me abraçar e ajudar sempre que eu precisar. Seja para encontrá-lo em Los Angeles ou abriga-lo aqui e se ele não for, para recebê-lo aqui quando eu estiver pronta para tornar esse relacionamento mais sério, e que se for esse o caso ele e a casa estarão de braços abertos para recebê-lo. Agora eu sei porque minha mãe amou tanto o meu pai um dia, ele é muito especial.

Subo para meu quarto e depois das coisas que meu pai me disse  meu coração está mais leve. Tomo um banho frio e deito na cama com um livro de magia e aventura. Meu celular apita e eu viro o mais rápido que posso para pegá-lo.

De: [email protected]

Data: sexta, 09 de dezembro de 20016

Para: [email protected]

Assunto: (sem assunto)

você pode abrir a porta para mim por favor?

 

De: [email protected]

Data:  sexta, 09 de dezembro de 20016

Para:  [email protected]

Assunto: Re:(sem assunto)

    Mas eu nem estou na FIU!!!!

 

    De: [email protected]

Data: sexta, 09 de dezembro de 20016

Para: [email protected]

Assunto: (eu sei)

estou na sua casa.


                     ELE ESTÁ AQUI? Largo o celular em cima da cama e olho pela janela. Não consigo vê-lo em frente a porta, mas vejo seu carro parado na calçada. Meu coração dispara, ele tem algo a me dizer. Saio correndo como um raio. O que pode ser?



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