Naquela noite à tempestade finalmente acalmou-se. Após um banho quente, coloquei uma roupa seca em seu corpo e pedi que deitasse na cama, fiz um chocolate quentinho, liguei a TV e a envolvi em meus braços.
Era maravilhoso a sensação de tê-la para mim, só para mim, no entanto, apesar dos últimos acontecimentos, a curiosidade ainda me tomava, lembrei-me que algo de importante Lex tinha a me dizer.
-Amor, quando disse que teríamos uma conversa hoje, o que tu tinhas de tão importante a me falar?Estou curiosa.
-Estou buscando as palavras certas, não sei exatamente como dizer. -Respondeu apreensiva.
-Que tal falar sem rodeios?.
-Se é assim que prefere, okay Laur. -Respirou fundo e soltou o ar dizendo. -Eu vou ter que passar um tempo fora da Alemanha, voltarei ainda está semana para o meu país. -Seu olhar transparecia insegurança, por certo temia minha reação.
-E o que vai fazer por lá?Por que quer ir embora?Fiz algo errado?. -Lhe metralhei com perguntas, meu estômago revirava e tudo que eu conseguia pensar era na forte dor de ser abandonada.
-Não amor, você não errou em nada, não é por sua causa, é algo que eu já havia planejado há algum tempo, antes de eu vir à Alemanha, deixei em meu estado uma cirurgia marcada para minha redesignação sexual, eu dei início ao processo há muito tempo atrás, acompanhamento psicológicos, hormônios, aceitar a identidade do meu real gênero, retirada das minhas mamas, e agora falta apenas a parte final, prometo não demorar mais que o necessário, se você prometer me esperar, eu juro que voltarei assim que tudo acabar. -Me olhava como se estivesse fazendo uma suplica, não aguentei e chorei abraçando-a, eu estava de fato atordoada com a situação.
-Quando você vai?. -Indaguei em desespero.
-Estarei partindo em dois dias. -Completou.
Confesso que eu não estava preparada para receber aquela noticia, fui pega de surpresa, eu não queria ficar sem ela, e me sentia mais despreparada ainda para vê-la voltar completamente mudada.
-Quando você voltará?. -Indaguei com lágrimas.
-Não sei ainda, no entanto, juro que tentarei vir o mais rápido possível. -Era impossível controlar minha tristeza. -Calma Laur, não precisa ficar assim, vem cá e me abraça forte?. -No exato momento em que estávamos selando o momento com um abraço, do nada sentimos algo pular sobre a cama, era o cachorro, Alexa o juntou no abraço e disse:
-O Léo deve estar com frio também. -Deu risada.
-Léo?. -Repeti.
-É o nome que o dei, não gostou?.
-Gostei, mas ele já deve ter um dono e um nome, não pense que vamos ficar com ele.
-Ahh amor, enquanto eu estiver fora, ele será o homem da casa, vai te cuidar e te fazer lembrar de mim, deixa por favor?Eu já me apeguei tanto a ele, sei que faz menos de meia hora que o tenho em minha vida, mas quando o vi sentindo frio e fome, sem proteção alguma, eu queria o proteger tanto, acho que já me sinto dona dele.
-Como te dizer não em?Você sabe como me ganhar com esses dengos, agora vamos dormir, já é tarde e amanhã tenho trabalho. -Afirmei virando-me na cama.
Por mais que eu tentasse dormir, meus pensamentos ainda permaneciam absortos em relação a viagem de Alexa. Eu me virava na cama e me recusava a pensar na ideia de perder quem eu mais queria ter ao meu lado.
É incrível como as coisas sempre começam a dar errado quando me engano com a falsa ideia de que tudo está se encaminhando bem, sinto meus olhos pesarem e em cada piscar de olhos, percebo que é um segundo a menos que tenho para aproveita-la.
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