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História Lay Me Down (Ziam Mayne) - Sincerity


Escrita por: ZeeyumX

Notas do Autor


oizinho, ceis tão bem?

já abraçaram alguém hoje?

boa leitura <3

Capítulo 25 - Sincerity


Zayn teve alta naquele mesmo dia. Quer dizer, de madrugada. O médico insistiu que não poderia liberar o paciente sem que ele conversasse com o psiquiatra do hospital, mas Liam conseguia insistir muito mais.

Trisha não tinha sido avisada sobre o acontecido porque era melhor assim. Da casa, apenas quem sabia eram Elsie e Waliyha. Pobres mulheres.

Os quatro garotos estavam em silêncio no carro de Harry, que era quem dirigia. O destino era a casa dos Tomlinson. Zayn estava com a cabeça no ombro de Liam, os dedos dos dois entrelaçados sobre o colo do mais velho.

Ninguém parecia disposto a iniciar qualquer assunto, porque a tensão era maior do que tudo. Então era isso. A única coisa que Louis disse era que Liam e Zayn poderiam dormir em seu quarto, já que ele e Harry não ligavam de ficar na sala.

Payne concordou e agradeceu, segurando firmemente na cintura de Zayn que ainda não estava totalmente bem. Quando chegaram ao quarto, eles só tiraram os sapatos e deitaram abraçados antes de adormecer.

-

Na manhã seguinte, Liam foi o primeiro a acordar. Zayn ainda tinha as pernas entrelaçadas às suas, assim como suas mãos. Payne quis chorar, mas apenas sorriu e beijou o topo da cabeça do menor. Ele não conseguia acreditar que todo aquele inferno tinha acontecido na noite anterior. Ele quase perdeu o cara que amava, porque porra, Liam o amava com certeza. E não se arrependia de ter admitido isso naquelas condições.

Esse episódio o fez lembrar de quando tinha seus oito anos de idade. Ele não entendia muitas coisas sobre a morte, quase nada para falar a verdade. Mas concluiu em sua própria cabeça que quando alguém morria, significava que você nunca mais veria a pessoa. Foi o que aconteceu com seu avô.

A morte fazia parte da vida. Seu pai costumava dizer que a única certeza que se tinha na vida, era de que algum dia, morreria. Ele estava certo, claro que estava. Mas Liam achava que a morte deveria ser algo natural, e não induzido.

"Liam?" A voz rouca e falha de Zayn soou, arrancando Liam de seus devaneios.

"Sou eu." Respondeu.

"Onde a gente ta?" Levantou a cabeça, olhando em volta.

"No quarto do Louis, não lembra?"

"Ah, lembrei. É que não tava reconhecendo." Voltou a deitar a cabeça no peito de Liam. "Eu te devo explicações, não é?"

"Não é uma dívida, mas sabe, eu queria que você confiasse em mim pra abrir seus sentimentos."

"Eu já tentei, eu juro." Sua voz foi ficando mais baixa, mas nada que Liam não conseguisse escutar.

"Tenta de novo, to aqui pra te ouvir." Passou a acariciar a pele exposta da cintura de Zayn.

"Certo." Se ajeitou no abraço. "Tudo começou quando meus pais se separaram. Eu tinha uns quatorze anos. Meu pai se mudou pra Londres desde o divórcio, e eu só podia ir para lá nos fins de semana."

"Por que seus pais se separaram?"

"Isso ainda é meio que um mistério, mas eu acho que o amor tinha acabado." Fez uma pausa. "Quando eu tinha uns dezesseis, minha mãe levou o cara que é casada agora pra morar com a gente. No início ele era legal comigo, sabe? Mas quando eu me assumi gay, um pequeno inferno começou. Jacob começou a me destratar, me humilhava em lugares públicos, sempre quando minha mãe não tava por perto."

"Que filho da puta."

"Por isso eu comecei a mentir pra ela dizendo que ia dormir na casa do Louis, mas eu fugia pra casa do meu pai. A esposa dele, Norah, era a pessoa mais doce, sabe? Vivia me mimando, e eu via que não era forçado. Enfim. Um dia Jacob me viu embarcando para Londres e contou pra minha mãe. Eu o odeio tanto, ugh."

Uma pausa. Zayn dizia tudo muito lentamente, como se digerisse as próprias palavras antes de proferi-las.

"Quando eu voltei, minha mãe perguntou por que eu mentia, se meu pai me obrigava a ir pra lá ou algo assim. Eu pensei que ela acreditaria em mim, sabe? Então eu contei tudo o que Jacob fazia comigo."

"O que ela fez?"

"Disse que eu tinha enlouquecido, que meu pai tinha feito minha cabeça, porque nunca que o marido dela faria aquilo comigo. Enquanto isso ele estava atrás dela com sua melhor cara de surpresa."

Liam beijou o topo da cabeça de Zayn pedindo para que continuasse.

"Depois me colocou de castigo, me proibiu de ir ver meu pai e sair para qualquer lugar que não fosse a escola. Todos os dias eu conversava com ele por Skype, mas nunca ia ser a mesma coisa."

"Minha mãe me liberou desse castigo três meses depois, mas eu já tava entrando em depressão e todas essas coisas. Eu não tinha liberdade de ser quem sou dentro da minha própria casa, e ainda não tenho, tudo por culpa de um cara que não é nada meu."

"As coisas começaram a melhorar quando eu fui morar com o meu pai. Eu já tinha dezoito nessa época. Nossa, parecia outra vida, outro mundo. Meu pai começou a pagar psicólogo pra mim, e o caralho a quatro. Eu tinha até começado a faculdade em Londres, tava indo tudo bem."

"Então veio a última onda?"

"Yeah." Riu sem humor. "Eu lembro claramente daquele dia. Meu pai tinha saído pra trabalhar, e a previsão do tempo dizia que tinham grandes índices de chuva. Mas como nossa condição financeira não era uma das melhores, ele não queria faltar."

"Estávamos apenas eu, Norah, e a minha irmãzinha Safaa em casa. Nunca te falei dela. Enfim. O noticiário mostrava as tempestades ao longo de Londres, e em algum momento resolveram focar num acidente na estrada." Sua voz começou a embargar. "Então a jornalista disse: Motoqueiro atingido por um caminhão voa cerca de sessenta metros por conta do impacto. Bombeiros no local identificaram o corpo como Yasser Malik."

"Babe." Liam puxou Zayn mais para cima tentando encontrar seus olhos.

"Não fica com pena de mim." Tentou esconder o rosto, mas Liam o impediu.

"Eu não to com pena." Insistiu. "Eu sinto muito, amor."

"Eu também." Engoliu tentando conter as lágrimas. "Nos primeiros meses eu sentia que minha vida era um pesadelo que nunca acabaria. Comecei a ter dificuldades para dormir, chegando a ficar uma semana inteira sem pregar os olhos; sentia como se pudesse enlouquecer a qualquer momento."

Uma longa pausa. A respiração de Liam estava pesada.

"Eu descobri..." Limpou a garganta. "Uma forma de, ahm... me sentir melhor sem fazer barulho socando as coisas." Fungou. "Comecei a me cortar, e só então entendi o porquê das pessoas fazerem isso."

Uma pausa maior ainda enquanto Zayn insistia em tentar não chorar. Que merda, ele estava se sentindo tão patético.

"Eu fazia isso com uma frequência doentia. Eu era doente, e ainda sou." Engoliu em seco. "Mas na mesma quantia, sou um ótimo ator. Por isso as pessoas não percebem. Faz parte de mim."

"Por isso tantas tatuagens nos braços?" Liam perguntou cauteloso, sua voz soando falha.

"Não, eu não me cortava nos braços." Fungou, apertando ainda mais os olhos fechados. Era mais fácil falar daquela forma. "Norah nunca me deixava, mas isso a matava aos poucos. Me ver daquela forma, quero dizer. Com vinte e um anos, eu cheguei a pesar quarenta e seis quilos. Você tem noção?" Abriu os olhos brevemente, encontrando os marejados de Liam. "Eu já quase morri tantas vezes..."

"Isso é sério?"

"Muito." Umedeceu os lábios, os olhos ainda abertos. "Mas não vou falar de nenhuma. Vai que você desiste de mim."

"Não vou fazer isso. Não por esse motivo, e nem por qualquer outro."

"Você é tão bom." Roubou um selinho rápido. "Você me faz querer viver."

"Posso te ensinar a querer viver por você mesmo." Ergueu os lábios, pouco demais para ser considerado um sorrido.

"Podemos mudar de assunto?" Voltou a fechar os olhos.

"Tudo bem." Concordou. "Obrigado por me contar."

Zayn apenas assentiu.

"Quer dormir mais?" Liam mordeu de leve a bochecha de Zayn, beijando-a na sequência.

"Não, to matando a saudade de você. Mas eu quero muito mijar."

"Então vamos."

"Só mais cinco minutos."

-

"Mãe?" Zayn chamou assim que abriu a porta de sua casa.

"Zayn!" Waliyha gritou em algum lugar da casa, e o Malik nem teve tempo de pensar antes de ser enforcado num abraço. "Eu te amo, seu desgraçado."

Liam só estava parado atrás de Zayn com sua mochila nas costas e as mãos nos bolsos da calça jeans.

"Eu to vivo." Apertou os braços em torno da irmã, inspirando seu cheiro. "Me perdoa."

"Perdoar o caralho, eu te odeio." Empurrou Zayn pelo peito, o fazendo se desequilibrar.

"Cuidado." Liam segurou os ombros do moreno, olhando com cautela para Waliyha.

"Desculpa." Ela se prontificou. "A mamãe ta em casa, e o fornecedor também."

"A gente vai pro quarto." Zayn sorriu de lado. "Aliás, esse é o Liam, meu namorado."

Conforme os olhos da garota se arregalavam, suas mãos cobriam sua boca aberta.

"Ai céus, muito prazer. Você é mais lindo pessoalmente, Poseidon que me segure."

"O prazer é meu." Liam riu, dando um passo à frente para cumprimentar a cunhada.

"Sem muita melosidade, eu preciso de um banho." Zayn empurrou os dois para que conseguisse fechar a porta.

"Vai tomar no cu." Waliyha resmungou, soltando Liam.

"Se Deus quiser." Zayn disse mais alto ao que subia as escadas.


Notas Finais


gostaria de dizer que ontem comecei a postar uma short fic que terá três capítulos, mas por enquanto eu só postei um. ela chama Late Night, e o Zayn é garoto de programa. se quiserem dar uma conferida, ela ta no meu perfil :) não querendo me gabar, mas passarinho me contou que ela ta muito boa alsdasç

vocês tem algum medo estranho?

eu tenho aracnofobia ugh

beijo na bunda <3


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