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História Lay Me Down (Ziam Mayne) - Tea


Escrita por: ZeeyumX

Notas do Autor


oi xente, tudo bom?

boa leitura <3

Capítulo 51 - Tea


Zayn não gostava de ir na casa de pessoas que não tinha tanta intimidade, até porque era horrível não ter assunto e apenas concordar com o que a pessoa dizia. Mesmo assim, ele estava segurando sua xícara de chá com as duas mãos enquanto prestava atenção em Norah.

"Minha ficha pareceu cair de vez quando você voltou pra casa da sua mãe. Eu me vi sozinha tendo que cuidar da Safaa além de mim mesma, e isso foi desesperador."

"Você sabe que eu queria ficar com vocês, né?"

"Sei sim, eu amava a sua companhia, mas você tava tão mal que eu me vi obrigada a pedir ajuda pra Trisha."

"Eu não lembro desses detalhes." Sorveu sua bebida.

"Sua mãe foi bem cruel comigo, sabe? Me proibiu de manter contato com você alegando que eu te fazia mal, mas eu sabia que era mentira."

"É sério?!" Se exaltou. "Eu não acredito."

"Não se preocupa com isso, ta tudo bem agora. Já passou." Se esticou para tocar o braço do enteado.

"Eu não consigo." Continuou, balançando a cabeça em negativa. "Eu não entendo o porquê de ela ter feito isso, você nunca fez mal à ela."

"Zayn." Norah chamou. "Ela podia se sentir insegura por você me preferir naquela época, ou da mesma forma, apenas fazer o que Jacob mandava."

"Tem razão." Pousou a xícara sobre a mesa. "Isso me faz odiá-lo mais ainda."

"Meu amor, você não precisa odiar a ninguém. Esse sentimento só faz mal pra você mesmo, sem contar que a vida vai dar o que ele merecer. Já ouviu o ditado 'a gente só colhe o que planta'?"

"Sim." Zayn bufou uma respiração.

"Então é isso." Sorriu. "Se sua mãe se separou dele que nem você me disse, ótimo. Tudo o que ele fez um dia voltará, e nós não podemos fazer nada."

"Queria ter pelo menos um porcento da sua sabedoria e paciência." Sorriu de lado.

"Quer ir num encontro budista comigo?" Bebericou seu chá enquanto esperava uma resposta.

"Você é budista?" Franziu o cenho.

"Eu sou." Sorriu abertamente. "Já levei Karen em algumas reuniões e ela gostou bastante."

"Verdade." Se lembrou. "Ela comentou comigo e com o Liam uma vez."

"Que bom, será que ele aceitaria?"

"Tenho quase certeza de que sim." Meneou a cabeça. "Eu quero ir, e mesmo se ele não quiser, não vai me deixar sozinho."

"Tudo bem, mas eu não quero causar incômodo. Se ele não quiser ir, não obrigue. É um convite."

"Não se preocupa." Garantiu. "Quando vai ter uma?"

"Hum, hoje." Norah riu fracamente, brincando com o saquinho de chá dentro de sua xícara.

"É sério?" Riu também, tirando o óculos para coçar os olhos.

"Hoje é uma reunião especial para quem ainda não conhece, eu acho que você vai gostar."

"Vou mandar uma mensagem pro Liam, daqui a pouco te dou a certeza." Tirou o celular do bolso.

"Como vocês se conheceram?" Perguntou um tempo depois, apoiando o queixo numa das mãos em interesse.

"Bem." Coçou a bochecha, rindo por antecipação. "Na estação de trem daqui, a gente se esbarrou e acabamos caindo."

"É sério?" Abafou o riso nas mãos.

"Yeah." Comprimiu os lábios num sorriso torto, os dedos mexendo ansiosamente num guardanapo. "Mas só nos percebemos mesmo no dia seguinte, na cafeteria que Jade trabalha. Foi totalmente por acaso, e foi ele quem me reconheceu."

"E aí?" Norah parecia encantada.

"Ele tava com um amigo falando sobre um show que o Ed faria, e bem, eu ofereci um ingresso pro Liam." Fez uma pausa tentando não ruborizar tanto. "Eu não ia pedir nada em troca, só deixaria a magia acontecer, mas ele insistiu tanto que eu sugeri que ficasse comigo."

"Meu Deus!" Riu abertamente, se inclinando para trás na cadeira.

"Eu nem sabia se ele era gay." Riu também, influenciado pela outra. "E ainda o amigo parecia prestes a bater em mim, mas eu não desistiria."

"Você é muito cara de pau."

"Liam me disse isso esses dias! Mas não discordo." Deu de ombros.

"Quem se apaixonou primeiro?"

"Acho que fui eu, não sei." Parou pensativo. "Eu fui o primeiro a verbalizar, mas a forma como nos tratávamos já dava a entender. Liam é uma pessoa magnífica."

"Você realmente o ama." Ela disse com um sorriso largo.

"Você não faz ideia do quanto." Sorriu acanhado, o rosto aquecendo juntamente com seu peito.

-

A casa onde seria feita a reunião era bem simples, e pelas vozes parecia ter em torno de dez pessoas. Norah foi quem tomou a frente por já conhecer tanto as pessoas quanto o local.

"Tudo bem?" Zayn questionou, beijando a bochecha de Safaa que estava em seu colo.

"Posso descer?" Ela sussurrou, brincando com a barra de sua camiseta.

"Com certeza, perdão." Colocou a garotinha no chão, entrelaçando seus dedos aos de Liam na sequência.

Quando o casal finalmente adentrou a casa, foram recebidos por pessoas que pareciam realmente felizes, tanto que contagiaram os dois. O lugar era aconchegante e tinha um leve cheiro de incenso. Zayn adorava, Liam nem tanto.

Todos se cumprimentaram e foi pedido para que se sentassem pois a reunião já ia começar. Safaa estava no colo de um homem sorridente que a fazia sorrir também, com Norah os observando com um sorriso nos lábios.

"Boa noite." Uma garota simpática de no máximo dezoito anos falou um pouco mais alto. Ela era a única de pé.

"Boa noite." Os demais responderam.

"Sejam todos bem-vindos à Reunião para Convidados do mês de Agosto." Olhou para a folha que tinha em mãos. "Para iniciar essa atividade, faremos a leitura da Liturgia do Sutra do Lótus em torno de Parker Mckenna."

Liam observava tudo com atenção, esperando o que ia acontecer. A moça citada se levantou e cumprimentou os demais com um aceno de cabeça antes de se sentar em frente a o que parecia um santuário.

"O que é aquilo?" Sussurrou para Zayn que estava à sua esquerda.

"Eu não sei, mas tem um parecido na casa da Norah."

O som de um sino ecoou pelo ambiente e todos começaram a falar a mesma coisa exatamente ao mesmo tempo, mantendo o ritmo. Eles tinham as mãos juntas em frente ao rosto e olhavam fixamente para um pergaminho dentro do oratório.

Ao mesmo tempo que as vozes preenchiam a mente de Zayn, traziam paz ao seu coração. Era como se fizesse brotar esperança em seu peito lhe dizendo que as coisas podiam sim se resolver. Parecia surreal.

Tudo terminou em pouco mais de dez minutos, e a mesma garota que havia falado primeiro voltou a ficar de pé. Ela estava sempre sorrindo, e era perceptível a sinceridade.

"Para dar continuidade, ouviremos palavras de incentivo com Beatrice Russel."

Todos aplaudiram, e uma mulher que aparentava ter por volta dos vinte e cinco anos se levantou.

"Boa noite mais uma vez." Ela disse. "Quando me convidaram para fazer as palavras de incentivo, só consegui pensar em contar um pouco da minha história. Então gostaria de pedir a permissão das senhoras e senhores para estar lendo."

"No ano em que completei quatro anos de idade, me vi dependente de cadeira de rodas. O motivo disso era o osso de um dos meus tornozelos que havia necrosado, me impedindo de andar. O médico que me examinou disse para os meus pais que a única solução era esperar que outro osso nascesse no lugar, o que era quase impossível."

"Lembro de ter ficado arrasada, pensando que nunca mais correria com os meus colegas. No entanto, assim que chegamos em casa, minha mãe disse com toda a sua sabedoria: 'Que bom que não é nada que coloque sua vida em risco. Vamos orar Daimoku que as coisas vão se resolver.'. Ela me disse isso com uma certeza tão grande que não fiquei mais com medo."

"Então, desde aquele dia, meus pais não deixaram de me trazer em reuniões como esta. E para fazer eu me sentir melhor ainda, me levaram em algumas bibliotecas, já que passeios com outras crianças me deixavam para baixo. Em seis anos eu li três mil livros, sem brincadeira."

Zayn não conseguia olhar para nenhum lugar além de Beatrice. A forma como ela falava fazia seu peito se aquecer com mais um pouco de esperança.

"Em nenhum momento eu via meus pais lamentando, ou algo parecido. Muito pelo contrário. Eles estavam sempre sorrindo e me incentivando a fazer o mesmo. Quando eu estava no sexto ano do Ensino Fundamental, fomos em uma consulta de rotina e os resultados foram incríveis. Até o próprio médico desacreditou, mas estava nascendo um osso novo no lugar do necrosado." Ela dizia tudo com um sorriso suave no rosto.

"Com tudo isso eu gostaria de dizer que não existe oração sem resposta. Se você tem fé, as coisas acontecem. Mas tudo tem o seu tempo, não é mesmo? Talvez se eu tivesse tido uma infância normal entre aspas, não teria lido três mil livros, e nem orado tanto também." Sorriu mais abertamente.

"Para finalizar, gostaria de citar uma frase do nosso atual presidente Dr. Daisaku Ikeda que sempre me motivou. Ela diz: 'O inverno nunca falha em se tornar primavera.'. Então, por mais rigoroso que o inverno esteja, ele sempre se tornará primavera. Só precisamos ter paciência e não desistir. Obrigado."

Todos aplaudiram novamente, mas Zayn não conseguia se mexer. Então era isso: mesmo que estivesse passando por um rigoroso inverno, não podia ter dúvidas de que a primavera chegaria. Como seu pai dizia, até a uva-passa, por que isso não passaria?

"Vocês gostaram? Querem me perguntar algo?" Norah perguntou após o término da reunião.

"Eu gostei muito, nossa." Zayn respondeu sorridente. "Liam me perguntou o que é aquele santuário, mas eu não sei."

"Oh, sim. Na verdade se chama oratório, e como o próprio nome já diz, é onde nós oramos. Dentro dele tem o Gohonzon, nosso objeto de devoção, conhecido também como o espelho da nossa vida. Quanto mais oramos, mais nos conhecemos, nos percebemos, nos entendemos."

"Uau, profundo." Liam concordou. "Ah, eu queria saber o que vocês ficam repetindo também. Não entendi muito bem."

"É nam-myoho-renge-kyo." Sorriu serena. "A repetição desse mantra é o que chamamos de Daimoku, que foi o que a Beatrice disse."

"Desculpa estarmos te enchendo de perguntas, mas o que isso quer dizer?" Zayn voltou a falar.

"Não precisa se desculpar, tem que perguntar mesmo."

"Mamãe." Safaa estendeu os braços na direção da mulher, que a pegou sem pestanejar.

"Cadê o Orlando?" A mais velha perguntou.

"Não sei, mamãe. Quer que eu procure ele?"

"Por favor, meu anjo." Beijou uma das bochechas de Safaa e a colocou de volta no chão. "Desculpem, meninos."

"Tudo bem." Zayn garantiu, alisando a mão de Liam entrelaçada à sua na altura de seu peito.

"Nós consideramos o nam-myoho-renge-kyo como a lei, a força que rege o universo, como o Deus que vocês acreditam. A diferença é que essa força está dentro de nós, e não fora. Para ativá-la precisamos recitar vezes seguidas, assim como fizemos no começo da reunião."

"Você tem muita coisa pra nos explicar." Liam sorriu suave.

"Podem ter certeza que vou adorar fazê-lo." Retribuiu o sorriso, acarinhando o rosto do enteado.


Notas Finais


tudo bem por aqui?

a perguntinha do dia é: com que frequência vocês querem que eu continue postando? é importante me responderem, mas também vou explicar o porque disso no capítulo 51 iundfasd a autora é louca, mas nem tanto (será?)

acho que preciso preparar vocês porque estamos chegando perto do fim de lay me down... faltam pouco mais de dez capítulos, né? e por isso gostaria de saber a frequência que vocês querem att (:

acho que é isso. não esqueçam de votar nos capítulos, e nem que a tia ama cada um de vocês

beijíneos <3


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