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História Le Beau Monde - Capítulo 1


Escrita por: GuaxiLexa

Notas do Autor


Bom, eu eu já tinha avisado antes, aqui está o capítulo da nova tradução. Essa é bem diferente mesmo de Feels Like Home e eu acho que vai despertar várias opiniões diversificadas de vocês.
Mas enfim, boa leitura :3

Capítulo 1 - Capítulo 1


Lexa nem sequer queria estar aqui. Uma vez, ela tinha pensando que assim que fizesse dezoito anos os seus pais iriam parar de arrastar ela para esses eventos estúpidos, que seus ‘’amigos’’ ricos faziam.

Mas levando em conta que seu irmão e sua irmã, de 24 e 21 anos, ainda iam a esses tipos de festas, era um sinal, um sinal de que não importa a idade que ela tiver, ela ainda vai ser obrigada a comparecer nessas festas.

- Eu odeio isso – Lexa resmungou puxando sua camisa. Já que ela estava sendo obrigada a ir, ela iria vestir o que quisesse. Lexa usava uma camisa xadrez vermelha e um Jeans preto rasgado e suas botas de combate. Lincoln não estava muito melhor, ele tinha uma calça jeans preta, camisa branca com uma jaqueta de couro por cima. Apenas um dos irmãos Woods parecia ter feito algum esforço, Anya. Que vestia um lindo vestido verde e tinha seus cabelos ondulados, ela era um completo contraste de Lexa, que mal escovou seus cabelos hoje.

- Se considere com sorte – Lincoln sussurrou, se encostando na parede e trazendo sua bebida até seus lábios. – Eu tenho que vim nessas festas a seis anos a mais que você.

Lexa revirou os olhos e trouxe seu próprio copo, com uma bebida não alcoólica até seus lábios. – Pelo menos você pode beber.

- Eu estou feliz que Anya é o orgulho e alegria dessa família – Lincoln sussurrou, enquanto inclinava a borda do copo na direção de Anya, que estava rindo ‘’De um modo falso’’ com algo que um velho havia dito. 

- Pelo menos não estamos sendo apresentados como cavalos de raça a venda para essas pessoas.

- Hum – Lexa cantarolou com seu copo – Ter que olhar isso me faz querer larga tudo e me tornar uma decepção.

- Eu não acho que ia funcionar.

- Deu certo pra você. – Ela brincou e riu quando Lincoln lançou um olhar de morte pra ela. – Eu estou brincando, bom... mais ou menos.

Lexa assistiu sua irmã Anya sair de perto do Velho e seu sorriso instantaneamente desapareceu, e seu rosto fez uma careta de nojo quando ela começou a fazer o caminho para perto de seus irmãos.

- Às vezes eu queria não ter terminado minha graduação – Anya sussurrou, pegando a bebida de Lincoln e engolindo ela com apenas um gole. Ela se encolheu quando finalmente registrou o gosto e um arrepio fez seu caminho por todo seu corpo. – Jesus, que porra é essa?

- Uísque – Lincoln respondeu com um sorriso

- Misturado com o quê?

- Com mais Uísque. – Ele deu de ombros quando Anya olhou de forma incrédula pra ele. – O que? Eu preciso de muita ajuda para conseguir passar por essas festas.

- Bom, eu estou indo pegar outra Coca, você quer? – Lexa perguntou, colocando sua taça vazia na mesa ao lado dela e olhando em direção ao bar.

- Sim, por favor.

Lexa girou sobre suas botas e se dirigiu para o bar, assim que chegou descansou os cotovelos no balcão, a espera de alguém para poder atende-la. 

Ela batia os dedos inquietos sobre a superfície até seus olhos irem à sua direita, quando ela sentiu alguém vindo ao lado dela. Uma mulher bonita, não parecia muito mais velha que Lexa, ela tinha cabelos loiros, lábios vermelhos rosados e um vestido azul, que Lexa observou bem e combinava com os olhos da moça.

A loira continuou andando e sorriu quando viu Lexa olhar pra ela, a loira abriu a boca pra falar mais o Barman apareceu, perguntando se Lexa queria alguma coisa.

Ela fez seu pedido e olhou para a mulher ao seu lado, agora ela estava se inclinando contra o bar e seus cabelos loiros estavam por cima do ombro enquanto seus olhos percorriam Lexa de cima a baixo.

- Você é uma Woods, não é? – Ela perguntou em um tom divertido enquanto ainda continuava correndo seus olhos pelo corpo de Lexa.

- Sim. Como você sabe?

- Você seu irmão tem esse mesmo estilo Punk Rock ‘’Eu não devo nada a essa merda de mundo’’ Também tem a sua estrutura facial, vocês Woods tem um rosto muito fino e esculpidos.

- Você conhece meu irmão? – Foi tudo que Lexa poderia pensar em dizer naquele momento e ela queria dar um chute na sua própria bunda por isso. Essa loira bonita estava obviamente flertando com ela e é isso que ela responde??

- Os Woods são bastante infames. Seus pais desembolsam uma fortuna nesses eventos.

- Esse evento é pra que mesmo?

- Não tenho a menor ideia – A mulher deu de ombros e Lexa riu, enquanto pagava ao barman. – Bom, eu sou Clarke.

- Legal – Lexa sussurrou e gentilmente tomou a mão que a Loira tinha estendido. – Lexa, a mais jovem Woods.

- Mhm – Clarke praticamente ronronou, escovando seu polegar contra a mão de Lexa antes de se afastar.

- Com quem você está?

- Meu marido. – Clarke inclinou a cabeça para um homem que estava de pé ao lado dos pais de Lexa. Ele deve ter, pelo menos, o dobro da idade de Clarke. Ele era um pouco careca com cabelos brancos apenas nos lados e um pouco gordinho.

- Sério? – Lexa franziu a testa mais sorriu de forma brilhante quando seus pais se viraram para olhar pra ela, levantando uma mão como um comprimento. – Ele tem o dobro da sua idade. No mínimo. – Ela disse com o canto da sua boca e seu sorriso caiu assim que seis pais voltaram a falar com o homem. O marido de Clarke.

- Idade é apenas um número, Woods.

Lexa revirou os olhos. – O quanto, é o que vale a pena, não é mesmo?

- Um pouco rude, você não acha? – Clarke perguntou, mas seu sorriso não vacilou. Ela andou um pouco mais perto de Lexa e correu os dedos na pele do antebraço da morena.

- Bom, por qual outro motivo você iria ficar com ele? – Lexa perguntou em forma de desafio, quando sentiu a respiração de Clarke tomar conta de seu rosto. Elas estavam em um lugar aberto, o marido de Clarke estava a pouco passos de distância e Clarke estava tão perto dela, olhando ela como se fosse um pedaço de carne. – Quer dizer, com certeza iria fazer sentido se ele fosse bem equipado mas eu tenho certeza que ele é como um saco de batatas na cama, e eu não acho que seu coração frágil poderia dar conta de qualquer coisa mais exigente que você queira.

- Oh, então você acha que pode dar conta de mim? – Clarke levantou uma sobrancelha, dando mais uma olhada por todo comprimento do corpo de Lexa, a morena sabe que ela devia dar um passo pra trás agora e parar de fazer isso. Mas ela continuou.

- Princesa, por favor. Eu poderia te mostrar coisas que iriam degenerar sua mente. Coisas que os caras que você já namorou não iriam sequer sonhar.

Clarke sorriu e seus cílios vibraram com as palavras de Lexa.

- Ei garota, cadê minha Coca? – Anya perguntou, aparecendo por trás de Lexa.

Clarke deu um passo pra longe dela, mas seus olhos não deixaram Lexa enquanto ela pegou sua bebida e seguiu sua irmã.

- Porra, você está louca? – Anya falou entredentes assim que chegaram até Lincoln. – Certamente você deve saber que ela é casada com aquele cara. Que é o bilionário que possui essa mansão em que nós estamos.

- Eu só estava perguntando o que ela viu nele – Lexa deu de ombros. – Foi ela que deu em cima de mim.

Lincoln cutucou o ombro de Lexa com o cotovelo e bateu a borda do copo com a parte superior do copo da sua irmã. Lexa assentiu, permitindo Lincoln derramar uma quantidade generosa de Uísque em sua Coca.

Anya fez uma careta para ambos.

- Vamos lá, Anya. Relaxa. – Lincoln suspirou. – Este lugar é chato e se ela não pode flertar com as mulheres de homens velhos e ricos, ela vai precisar de um pouco de ajuda.

- Tudo bem – Anya pegou a garrafa de sua mão e derramou um pouco em sua própria bebida antes de devolver para seu irmão – Mas não deixe ela ficar bêbada, entendeu?

Lincoln balançou a cabeça de forma inocente, esperando Anya se afastar novamente antes de cutucar sua outra irmã. – Apesar de tudo, ela é gostosa. – Ele comentou, batendo seu copo contra o de Lexa. – Mas Anya tem razão, se envolver com a esposa de um homem rico nunca iria acabar bem.

- Eu não ia atrás dela – Lexa argumento com uma risada indiferente, tomando outro gole de sua bebida e se encolhendo quando o líquido queimou sua garganta. – Ela que estava flertando comigo. Eu acho que ela só está entediada, você não pode culpa-la, ela é casada com algo tão pré-histórico.

- Para ser justo, ele não é tão velho assim – Lincoln disse e Lexa espiou por cima do copo para ver Clarke, que estava de pé atrás de seu marido, mas algo estava errado. Seu marido estava prestando atenção a um grupo de meninas que cercavam ele, o quê? Clarke era a garota mais bonita da festa (Bom, ela estava lado a lado com Anya, mas Lexa nunca iria admitir isso). – Ele deve estar na casa dos setenta e ainda faz o maior sucesso com as meninas.

- Seu dinheiro é o verdadeiro sucesso com as meninas. Eu aposto que ele precisa usar alguns medicamos para ter um pouco de diversão.

- Não seja má – Lincoln riu, dando um tapinha no ombro da sua irmã. – Eu tenho certeza que você vai encontrar uma menina sexy em breve.

- Eu não estou sendo má, só to dizendo, esse cara é um canalha.

- Mm, mas isso é apenas algo que acontece com todos os homens velhos, ricos e solitários. Eles vão atrás de um modelo mais novo. Aquelas com corpos apertados deixam eles loucos.

- Cara, para de ser tão nojento. – Lexa resmungou, apontando seu copo na direção do homem. –Talvez seja você ali, daqui a alguns anos.

- Você diz como se isso fosse uma coisa ruim – Lincoln deu de ombros, com um sorriso parcialmente escondido por seu copo.

- É nojento – Lexa bufou. – Quer dizer, ele é casado e ele deixa as mulheres como cadelas com tesão atrás dele, e bem na frente da sua esposa.

- Se isso vai fazer você sentir menos nojo, eu não vou casar.

- E você vai ficar solitário, trabalhando naquela empresa, podre de rico pelo resto da sua vida?

- Eu vou ter mais dinheiro que você. Zoologia não paga muito.

- Eu não preciso disso. – Lexa deu de ombros enquanto drenava o resto de sua bebida. – Eu não quero comprar uma esposa.

- Ah, você quer casar por amor? – Lincoln perguntou de forma provocativa, despenteando o cabelo de sua irmã. – Isso é bonito. Mm, minha garota.

- Vai se foder – Lexa resmungou, ajeitando seu cabelo enquanto fazia uma careta para seu irmão. – Eu não sei se quero casar, mas eu não quero estar com alguém que só está comigo porque eu tenho dinheiro.

- Bom, isso continua sendo legal.

- Então, talvez você possa se casar com aquele rapaz da piscina, Bellamy? – Lexa jogou seu sorriso por cima do ombro enquanto ela fez seu caminho de volta para o bar.

Lincoln adicionou um pouco de Uísque para aquela Coca também, e as três seguintes depois dessa e não muito tempo depois, Lexa foi procurar algum banheiro, ela percebeu que Lincoln não tinha mantido sua promessa para Anya sobre não deixar ela ficar bêbada.

Lexa tropeçou enquanto empurrava algumas portas aleatórias, um pouco de ‘’ooops’’ e umas risadinhas escapavam de seus lábios sempre que ela percebia que era um quarto e não um banheiro.

Ela se virou rapidamente, tropeçando de novo sobre um tapete. A próxima porta que ela tentou estava trancada e isso levou vários cenários em sua cabeça sobre ela ser algum tipo de calabouço do sexo, ela rapidamente parou de pensar sobre o velho, mas ela não se importaria de pensar em Clarke usando esse quarto. Ela finalmente encontrou um banheiro, era sua quarta tentativa, mas ele não estava vazio, a loira bonita do bar estava lá.

- Oh, hey... Desculpa. Eu fiquei procurando por um banheiro nesse lugar por dez minutos – Lexa tropeçava em suas palavras enquanto balançava a porta, observando o reflexo de Clarke enquanto a loira termina de reaplicar o batom antes de sorrir através do espelho para Lexa.

- Você está bêbada? – Ela perguntou, limpando a linha de seu batom com o polegar antes de se virar para Lexa, descansando a parte inferior das costas contra a pia.

- Defina bêbada,

- Você quer a definição de Oxford ou a minha? – Clarke cruzou os braços e Lexa não conseguiu impedir seus olhos de cair para seu decote, que parecia ter sido ainda mais empurrados para cima pelo cruzamento dos braços.

- Uhm... Os dois. – Lexa gaguejou.

- Ok – Clarke cantarolou dando um passo para mais perto de Lexa, usando dois dedos para levantar os olhos da morena e levar até os olhos dela própria. – Bom, definição de Oxford é que alguém está sendo afetada pelo álcool quando estar a ponto de perder o controle de seus comportamentos. Minha definição é alguém que está balançando na porta do banheiro com um sorriso adorável e pateta no rosto.

- Você tem olhos lindos – Lexa suspirou, seus ombros estavam caídos para frente e os dedos de Clarke sob seu queixo era a única coisa que estava segurando ela.

- E você está bêbada.

- Claro – Lexa concordou, acenando com a mão. – Mas eu vou estar sóbria e acordada na parte da manhã e você ainda vai ter olhos lindos.

Clarke lançou uma risada, ainda segurando os ombros de Lexa para força a morena a ficar de pé. – Você tem idade o suficiente para beber?

Lexa encarou Clarke, através de seus olhos turvos e apontou preguiçosamente para a loira. – Não. Mas eu posso legalmente casar e me juntar ao exército.

- Não foi o que eu perguntei, mas ok – Clarke sorriu. – Que tal não se casar ainda e nunca se juntar ao exército. Eu vou te levar para o quarto de hóspedes para você dormir um pouco. O evento deve durar algumas horas ainda, eu posso avisar ao seu irmão e irmã onde você está.

- Eu não preciso dormir, eu estou bem – Lexa garantiu sorrindo de forma radiante para Clarke, mas que logo virou uma careta depois de uns segundos. – Por que ele estava ignorando você?

- Quem?

- O vovô que você chama de marido. Ele não estava prestando atenção em você e toda vez que você falava, ele só mexia a cabeça. – Lexa comentou, permitindo Clarke guiar ela até o banheiro, ela sentou sobre a tampa fechada do vazo (Provavelmente só porque quase caiu enquanto falava). – Tipo, eu não entendo.

- O que você não entende? – Clarke perguntou de forma curiosa, se sentando na borda enorme da banheira. – Você esperava que ele fosse um marido atencioso com todas aquelas garotas bajulando ele?

- Ok, claro – Lexa bufou, segurando a mão na direção de Clarke. – Aquelas garotas eram bonitas, mas você, você é incrível, elas não chegam aos seus pés. Se eu tivesse uma menina tão bonita como você, eu jamais iria desviar minha atenção para outra.

- Isso é fofo – Clarke sorriu, dando um aperto suave no joelho de Lexa. – Mas tanto quanto qualquer um, você sabe que quando se tem dinheiro, você pode comprar tudo o que quiser, seja uma esposa ou uma bela amante.

- Não sei muito sobre isso, meus pais não parecem do tipo que iriam se separar ou dar abertura pra outra pessoa. Anya tinha um namorado, mas ele era um idiota e Lincoln tem uma espécie de alguma coisa com o cara da piscina.

- E você? – Clarke perguntou, olhando para Lexa através dos seus cílios.

- Nãaah – Lexa sacudiu a cabeça e deu de ombros. – As pessoas sabem quem eu sou, e tendem a me evitar.

Houve uma pequena careta no rosto de Clarke, mas ela não perguntou por que Lexa provavelmente já sabia que ela sabia o porquê. Todos tinham ouvido as histórias sobre como cruel era o pai da morena, sem contar nas histórias que ela tinha escutado sobre como o Senhor Woods cuidava rigidamente de seus filhos.

- Você tem idade suficiente para beber? – Lexa perguntou, tentando mudar de assunto. 

- Eu tenho sim – Clarke disse com um sorriso insolente. – Você deve ter uma fila de pessoas que querem sair ou namorar com você, porque essas pessoas sabem que você tem dinheiro.

- Bom, sim. Claro. Mas isso não é o mesmo.

- Isso faria você se sentir menos solitária.

- Não, eu ainda iria me sentir solitária. Quer dizer, eu iria ficar quente, mas essa pessoa não vão me conhecer, o real eu, sabe? – Lexa disse. – E você? É solitária?

- O que isso tem a ver? 

- Nada. Eu só estou curiosa. – Lexa deu de ombros. – Você age como se isso não te incomodasse sabe, toda vez que ele ignora você, você age como se estivesse tudo bem, mas não está. Eu pude ver em seu rosto quando ele te dispensou como se você não fosse nada.

- Ok, mas nós só vamos falar sobre isso porque você está bêbada e provavelmente não vai se lembrar de nada amanhã. – Clarke suspirou. – Sim, eu estou sozinha. Mas não da mesma forma que você.

- O que isso quer dizer?

- Meu pai morreu e minha mãe entrou em um espiral de depressão, ela não saia para trabalhar, então eu tive que manter as coisas para ela. É por isso que foi fácil para mim, casar com o Jeff, o amor não significava nada para mim, ele não existe.

- O que aconteceu com ele?

- Um acidente de carro. Inteiramente minha culpa, eu saí e fiquei bêbada e ele teve que ir me buscar. A razão que me fez estar fora e ficar bêbada foi porque meus pais estavam passando por uma fase difícil, brigando constantemente. Eu tenho certeza que minha mãe estava transando com o chefe dela desde que eu tinha 13 anos de idade.

- Isso ainda não é uma razão para estar em um relacionamento infeliz. Você e o Vovó renda não estavam felizes.

- Sem ofensas garota, mas você realmente não sabe de nada. Você foi criada em uma família feliz e com dinheiro, você não tinha nada com o que se preocupar quando era mais nova.

- Minha mãe nunca estava em casa, eu fui criada pelo meu irmão e irmã, meu pai me bate sempre, todos nós temos pelo menos 20 marcas de cintadas nas costas se a gente não se comportar. Eu tenho que tomar pílulas contra depressão para não quebrar em público – Lexa atirou de volta com os olhos embriagados se estreitando enquanto falava. – Mas com certeza, só porque eu tenho dinheiro, não preciso me preocupar com mais nada.

Clarke olhou Lexa por alguns segundos, ela não estava inteiramente certa do que dizer, em vez disso apontou para o vaso. – Faça seu xixi e então vamos voltar lá para baixo. Podemos evitar seus pais na sala de estar, fica longe de todos.

Lexa olhou para o vaso. – Com você aqui?

- Isso é um problema?

- Sim – Lexa grunhiu. – Eu vou ter ansiedade de desempenho

Clarke riu e se levantou, segurando os cotovelos de Lexa e puxando ela para cima. – Sinto muito pelo que eu disse e o que eu fiz você dizer.

- Tanto faz – Lexa resmungou, desajeitadamente puxando a tampa do vaso para cima e olhado Clarke por cima do ombro. – Eu não estava brincando sobre a ansiedade de desempenho, eu não vou conseguir com você aqui.

- Vou esperar lá fora, ok?

Lexa assentiu bruscamente e apontou de forma acusadora para Clarke. – Não escute.

- Porque eu iria querer escutar você fazer xixi?

- Mm, verdade – Lexa disse, esperando por Clarke sair antes de fazer xixi.

Elas acabaram no salão depois disso, Lexa se deitou preguiçosamente em uma poltrona enquanto Clarke se sentou no braço. – Então, o que você faz? Trabalha para seus pais?

- Não, eu faço faculdade.

- O que você estuda?

- Zoologia, com especialização em Criptozoologia. – Lexa disse, virando a cabeça para o lado para que pudesse ergue os olhos para Clarke. – A parte da Criptozoologia é só porque eu acho interessante, eu realmente não quero um emprego nessa área.

- Qual trabalho que você quer?

- Eu quero cuidar de lobos.

Clarke pareceu um pouco perplexa com isso. – Cuidar deles?

- Sim, em jardins zoológicos de conservação e outras coisas, sabe? Eu quero reabilitar os lobos feridos. – Lexa explicou, observando o rosto de Clarke ir de um olhar confuso para um suave e impressionado. – O que?

- Nada. Eu só pensei que você iria segui os negócios da família, sabe? Como seu irmão. Ou se torna uma medica, como a sua irmã.

- Nãaah – Lexa apontou os dois polegares para si mesma. – Decepção da família.

- Sério? Seus pais consideram o que você está fazendo tão decepcionante assim?

- Sim. Eu não vou acabar com um emprego que pague centenas de milhares de dólares, isso é decepcionante para eles.

- E para você? – Clarke chutou seus calcanhares para fora, colocado seus pés sobre as pernas de Lexa. Isso pareceu captar toda a atenção da morena, os olhos da menina correram para baixo, passando por toda a extensão das pernas de Clarke, um olhar que Clarke não tinha recebido desde que estava no colegial. Estalando os dedos na frente do rosto de Lexa, a menina subiu o olhar com um sorriso tímido em seus lábios.

- Desculpa, o quê?

- O que você acha? Você acha que vai ser decepcionante não ganhar muito dinheiro?

- Eu realmente não me importo. O dinheiro não está no top das minhas prioridades e eu sei que eu só digo isso porque é uma coisa na qual eu nunca tive que me preocupar, mas o amor, sabe... isso é a felicidade para mim – Lexa explicou, preguiçosamente lambendo seus lábios e tocando ele com seu dedo indicador, tentando manter suas mãos tão longe quanto o possível das pernas de Clarke.

- Depende do seu conceito de amor.

- Amor não pode ser apenas ‘’Minha renda mensal’’ Tem que ser mais do que isso.

- E se só for isso?

Lexa ficou pensativa por uns segundos antes de balançar a cabeça de forma definitiva. – Não é. Eu já vi o amor, ok? Meu irmão tem um namorado, Bellamy, o cara da piscina. E você pode ver o amor em seus olhos. Quando você fala com um sobre o outro, seus olhos se acendem e você pode notar o quanto eles se amam apenas pela alteração da linguagem corporal. Eles são a minha prova que o amor existe.

- Bom, então seu irmão é um dos sortudos.

- Talvez. – Lexa cantarolou, perdendo sua luta com ela mesma e tocando as pontas dos dedos na canela de Clarke. – Mas eu não vou desiste de encontrar o que eles têm.

Clarke observou a mão de Lexa, enquanto deus dedos iam para cima e para baixo no osso de seu tornozelo.

- Lexa, onde você está?

Lexa estava fora da cadeira em um segundo, jogando as pernas de Clarke para longe dela (E quase derrubando completamente a cadeira), seus olhos pausaram em seu pai, enquanto ela balançava a cabeça freneticamente.

Clarke maliciosamente colocou a mão nas costas de Lexa, enquanto se levantava, em uma tentativa de manter a mais nova em pé e sorrindo docemente para o pai de Lexa. – Desculpe, Sr Woods. Lexa e eu acabamos esquecendo da festa.

Os olhos do homem desceram pela extensão do corpo de Clarke e seus lábios se viraram em desgosto. – Eu percebi isso.

- Pai, isso não é o que parece. Nós só estávamos conversando.

- Eu tenho certeza disso. – O homem sussurrou, nivelando seus olhos sobre Lexa. – Você bebeu?

- O que? Não, pai. Não bebi. – Lexa mentiu.

- O que eu disse sobre mentiras? – O homem disse e ele tinha um sorriso doentio no rosto. – Vamos lá, eu acho que chegou a hora de ir para casa.

Lexa deu um passo adiante, olhando para Clarke quando a Loira fechou a mão na parte de trás de sua camisa. Ela abriu a boca mas fechou rapidamente quando Lexa sacudiu a cabeça. – Te vejo por aí. – Lexa disse, e disse de uma forma que não deixava Clarke nem argumentar, porque iria agravar as coisas se ela o fizesse.

Clarke engoliu a seco e assentiu. – Sim. Até mais.

Lexa seguiu seu pai para fora do salão, onde seus irmãos e mãe estavam à espera.

- Tudo bem? – Lincoln perguntou em sussurro, enquanto esperavam o manobrista trazer o carro.

Lexa apertou a mandíbula e olhou para seu irmão, balançando a cabeça.

- Eu vou dizer a ele que eu te dei.

- Não – Lexa grunhiu. – Não é esse o motivo dele estar assim. E se você disser, vai resultar em dois machucados sem necessidade.

 

                                                     +++

 

Lincoln disse ao seu pai de qualquer forma e como Lexa tinha dito, resultou nos dois sendo submetidos ao mesmo castigo.

No dia seguinte, ambos ostentavam olhos negros e provavelmente tinham marcas de fivelas de cintos muito semelhantes em suas costas.

Anya olhou cada um deles cuidadosamente no café da manhã, desejando o que ela sempre desejava quando algum deles apanhava. Que ela poderia parar seu pai de alguma forma e defender seus irmãos sem acabar tendo o mesmo destino.

Lexa estava em seu quarto estudando, naquele dia um pouco mais tarde, quando houve uma batida em sua porta.

- Eu estou ocupada, Lincoln – Ela gritou, sabendo que não era seus pais, já que eles iriam estar em um avião, em algum lugar sobre o Atlântico agora e Anya estava trabalhando. Ela suspirou quando a porta se abriu. – Cara, eu não quero falar sobre isso.

Quando ela olhou para cima, em vez de ser Lincoln em sua porta, era Clarke. A loira parecia um pouco desconfortável no início, mas seu olhar se transformou em preocupação quando ela fez seu caminho para Lexa. – O que ele fez com você? – Ela perguntou, suspendendo o queixo de Lexa. A morena tentou virar a cabeça para longe, mas Clarke não deixou. – Isso foi por você ficar bêbada?

- Não

Clarke franziu a testa nos primeiros segundos, se perguntando o porquê do pai dela bater em Lexa se não fosse por ela ter ficado bêbada. Logo em seguida, com a posição que elas foram pegas por ele ontem, tinha explicado tudo. – Isso foi minha culpa?

- Não. Foi minha culpa

- Não minta para mim, pirralha – Clarke suspirou, passando os dedos em torno da marca roxa na bochecha de Lexa.

- Eu não sou pirralha.

- Ok. Não minta para mim, jovem adulta. – Clarke disse em forma de brincadeira e ganhou uma risadinha de Lexa. – Eu não estou dizendo isso porque você é uma pirralha de verdade, é só um termo carinhoso.

Lexa ergueu uma sobrancelha e assentiu. Clarke virava a cabeça a procura de quaisquer outros danos. – Como você sabe que meus pais não iriam estar em casa?

- Porque eles estão no mesmo evento que está acontecendo em Londres, o mesmo que meu marido estar. Eu ouvi eles conversando sobre isso ontem – Clarke respondeu. – Tem mais algum lugar que esteja machucado?

- Porque você não foi?

- Eu não queria ir. Lexa, agora por favor, responda minha pergunta. Você está ferida em outro lugar?

Lexa olhou para Clarke e realmente passou por sua cabeça dizer a verdade, mas ela rapidamente vetou essa ideia. – Não.

- Eu não acredito em você – Clarke atirou de volta em poucos segundos. Lexa não estava acostumada com alguém, além de seus irmãos e sua amiga Octavia, não acreditar nela quando ela dizia que estava bem. – Eu não vou contar para ninguém – Clarke prometeu, tirando sua mão do queixo de Lexa.

- Por quê? Você acha que só porque tivemos um momento de embriaguez, nos tornamos grandes amigas? – Lexa bufou, dando um passo para longe de Clarke e passando as mãos por seu cabelo. – Nós não somos amigas e não podemos ser, se meu pai me ver com você de novo, eu vou ganhar outro desse. – Lexa apontou para seu olho preto e Clarke foi preenchida com uma mistura de tristeza ou raiva, pelo menos era o que parecia para Lexa. – Eu nem sei por que você veio aqui.

- Só para ver se estava tudo bem com você – Clarke disse, uma carranca assumiu seu rosto quando ela deu alguns passos em direção a porta. – Eu não sei porque eu estou te incomodando agora.

- Não, nem eu. Agora se você me der licença – Lexa fez um gesto em direção a porta. – Eu tenho que estuar.

- Ok – Clarke disse, girando seus calcanhares (E talvez os olhos de Lexa tenham caído para sua bunda, por um segundo ou cinco.) Mas a loira ficou parada antes de cruzar a porta. – Você está bem, né? Não está muito ferida? – Ela perguntou sem se preocupar em virar.

- Não, eu estou bem.

A cabeça de Clarke se virou até Lexa, mas a morena levou seus olhos para seu livro, esperando Clarke sair logo. – Sinto muito. – Ela disse e antes que Lexa pudesse dizer a loira que aquilo não foi culpa dela e pedir a ela para ficar, ela foi embora.

Lexa agarrou seu livro de biologia e se sentou na poltrona reclinável que havia no canto.

Ela tentou voltar a estudar, mas ela só conseguia ler algumas linhas antes da visão meio turva de Clarke vagar por sua mente.

Algumas horas depois a porta se abriu e Anya colocou sua cabeça para dentro.

- Ei Lex

Lexa sorriu para sua irmã, que ainda estava vestindo roupas hospitalares e recebeu outro sorriso cansado em troca. – Como foi o trabalho? – Ela perguntou e Anya tomou isso como um convite para entrar e se sentar na cama de Lexa.

- Foi bom – Anya disse. – Eu fiquei sabendo que Clarke passou por aqui.

- Sim – Lexa suspirou, fechando seu livro de biologia, jogando no chão e puxando seus joelhos até o peito.

- O que está acontecendo, Lele? – Anya perguntou de forma suave e o apelido de infância foi uma lembrança agridoce para Lexa. Ela se lembrou de quando todos eram crianças, mas agora, os apelidos só eram usados depois de algumas punições de seus pais. – Ela é casada, você sabe disso.

- Sim, eu sei.

- Você não está tendo um caso ou qualquer outra coisa com ela, não é?

- Não – Lexa disse, sacudindo a cabeça. – Eu não sei, Anya. Eu pensei que ela era apenas mais uma pessoa qualquer que só se interessava em dinheiro, a parte do dinheiro é verdade, mas ela está longe de ser só isso.

- Eu acho que você está se sentindo solitária, só isso. Acredite em mim, Lex, você não quer se envolver com uma mulher igual a ela. – Lexa quis argumentar, dizer a Anya que ela não sabia que tipo de mulher Clarke era, mas ela estava cansada e suas costelas estavam começando a doer no local que seu pai bateu. – Quando Octavia voltar, você vai se sentir menos solitária.

- Sim, eu acho que sim – Lexa suspirou e esticou as pernas com cuidado, sem levantar muito os braços para evitar machucar mais suas costelas do que já estava machucado.

- Vai dormi um pouco, Lex. Você tem aula amanhã.

- Sim, eu já estava planejando dormi mais cedo hoje.

Lexa foi para a cama às onze, mas ela não adormeceu, não até as 04:30, e as seis, ela teve que se levantar para se preparar para aula.

Ela conseguiu se concentrar nas aulas, mas assim que terminou, voltou para casa e caiu na cama preguiçosamente. Acariciando o cachorro da raça WolfDog, meio lobo, meio cachorro (Que se chamava Aurora, por causa dos seus olhos intensos e pele preta) Quando ela subiu em frente aos lençóis e caiu ao lado de sua cabeça, enfiando seu nariz contra o braço de Lexa.

Lexa levantou um pouco o braço, permitindo o cachorro ficar por baixo e tocar seu nariz úmido na testa de Lexa.

- Seu hálito fede – Lexa sussurrou de forma sonolenta, levantando a cabeça quando ouviu a porta ser aberta. – Eu não estou no clima, Lincoln. Eu preciso dormi.

- Eu sei, eu só queria te avisar que nossa mãe ligou e ela quer que a gente vá para Milão no sábado, aparentemente fomos convidados para uma festa de aniversário por lá.

Lexa suspirou, se abraçando contra seu cão. – Ok

- Anya não vai poder ir.

Lexa sabia o que isso significava. Anya era o orgulho e a alegria dos irmãos Woods, mas quando ela não estava lá, esse papel era entregue a Lexa. – Como ela se livrou disso?

- Ela está de plantão – Lincoln respondeu. – Nós temos que estar no aeroporto às sete, amanhã à noite.O jato vai estar esperando por nós.

- Tudo bem – Lexa resmungou, fechando os olhos e suspirando de frustração, assim que ouviu a porta ser fechada novamente.

 

 

 


Notas Finais


Então, me falem o que acharam e se devo continuar xD
E desculpem pelos erros, traduzir duas fics diferentes ao mesmo tempo bugou toda minha mente x.x

besos.


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