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História Le Beau Monde - Capítulo 17


Escrita por: GuaxiLexa

Capítulo 17 - Capítulo 17


- O que você tá fazendo? - Lexa franziu a testa assim que Clarke pulou em seu carro na manhã seguinte.

- Dirigindo para o Canadá com você, oras.

- E o seu Carro?

- Raven vai levar ele. - Clarke explicou, emparelhando seu celular com o painel do carro. Um celular que estava no modo avião desde que tudo começou.

- Eu não sabia que você era do tipo pegajosa. - Lexa suspirou, quando Clarke olhou para ela com os olhos arregalados. A morena estendeu sua mão e acariciou a nuca de Clarke, puxando ela para mais perto. - Eu estou brincando. - Ela sussurrou, beijando a Loira. Elas se separaram assim que Octavia colocou sua cabeça pela janela do passageiro e gritou - Arrumem um quarto, por favor.

- Pronta? - Clarke sussurrou.

Lexa mordeu seu lábio inferior e sorriu. - Pronta!

Clarke sorriu, um sorriso que iluminava todo seu rosto e plantou um beijo na testa de Lexa antes de voltar completamente para seu assento. - Então vamos.

A viagem de vinte e duas horas teve poucas pausas. Na maioria no tempo, Clarke comandou o rádio do carro, Octava e Raven vinham dirigindo ao lado delas na estrada que estava praticamente deserta, hora ou outra elas faziam alguma palhaçada pela janela ou tentavam ultrapassar o carro da outra.

Em cinco horas de viagem, Clarke decidiu ligar para seu advogado querendo saber sobre os papéis do seu divórcio, os mesmos que ela já tinha pedido há algum tempo. Ela perguntou como deveria proceder agora que tudo explodiu e pediu para que os papéis fossem enviados para seu novo endereço, avisando ao seu advogado que ela não se importava se não fosse ter nada do patrimônio de Jeff. Ela só queria ele fora da sua vida e encerrou a ligação.

- Eu me senti tão bem com isso, é como se eu tivesse ficado mais leve - Clarke sussurrou e Lexa inclinou a cabeça rapidamente para olhá-la. Uma mão no volante e outra indo de encontro com a mão da Loira para dar um breve aperto.

- E ai?

- Eu disse a ele para mandar os papéis para o meu apartamento, um apartamento que eu vou compartilhar com a garota que eu amo e uma cadela que eu amo, com um trabalho que eu vou amar - Clarke suspirou de forma alegre. - Se fosse no ano passado, eu iria ter certeza que ainda estaria presa nesse casamento até ele encontrar alguém mais nova que eu.  Então você apareceu, como uma cavaleira em uma armadura brilhante e me fez flutuar, literalmente. - Clarke piscou.

- O que... Uma cavaleira em uma armadura brilhante? - Lexa riu, deslizando novamente sua mão livre até a perna da Loira. - Essa é definidamente nova pra mim.

- Só... obrigada, Lex. - Clarke segurou a mão dela e deu um suave aperto. - Obrigada por ter visto mais em mim, mais do que apenas uma pessoa que só pensa em dinheiro.

- Você é várias coisas, Clarke. Mas jamais uma pessoa que só pensa em dinheiro. Você teve um motivo para casar com ele e eu não julgo isso. - Lexa disse com um pequeno sorriso, tirando sua mão do aperto da loira e abrindo seu braço. - Vem aqui.

Clarke se inclinou e apoiou sua cabeça no ombro de Lexa. A posição era desconfortável, mas ela realmente não se preocupava com isso.

- Eu te amo e assim que chegarmos ao Canadá, vamos resolver tudo sobre esse divórcio - Lexa jurou, plantando um beijo em sua testa.

- Você se lembra do que conversamos no começo? Quando estávamos na sala de cinema e começamos a falar sobre o amor e você descreveu isso como uma força indomável, algo que se você tentar controlar de alguma forma, vai te destruir. - Lexa lembrou, com os olhos na estrada mas sem realmente prestar atenção no que via, enquanto lembrava daquela noite. - Eu não acreditei em você. Na época eu pensava que você estava vivendo em algum tipo de conto de fadas. Eu não acreditava que uma única pessoa pudesse fazer outra se sentir assim. - Clarke fez uma pausa pensativa de poucos segundos. - Bom, não acreditava até você me fazer sentir isso.

Lexa olhou brevemente para Clarke antes de voltar seus olhos para a estrada. Ela sabia que Clarke ainda não tinha terminado então não disse nada.

- Eu pensei que quando alguém dizia amar outra pessoa, era como se estivessem só ''Apaixonados'', se divertiam do jeito que a sociedade nos faziam acreditar que era amor. Mas eu nunca pensei que pudesse sentir algo tão forte por uma pessoa. - Clarke falou e uma pequena risada escapou de seus lábios. - Nunca pensei... Mas agora eu sei como é. Nunca ninguém me amou como você e eu nunca amei alguém como eu te amo.

Lexa passou os dedos pelo cabelo de Clarke. - Eu fico feliz por você saber o quanto eu te amo.

- É difícil não notar, no seu rosto parece ter dois corações me olhado e não dois olhos - Clarke sorriu, beijando a bochecha da morena.

                                                     ____

Raven e Octavia ajudaram elas a levar tudo para dentro do seu novo apartamento antes de dizer que iriam ficar em um Hotel. Ambas tentaram argumentar com a decisão das duas, avisando que elas tinham um quarto de reposição e que as amigas eram mais do que bem vidas para ficar, mas elas insistiram que não queriam ''Atrapalhar a primeira noite'' delas na nova casa. No fundo, Clarke e Lexa sabiam que elas só queriam fazer sexo sem ter que ficar quietas.

Lexa acompanhou as duas até a porta e voltou para a sala, sorrindo quando notou Clarke no meio dela com um sorriso satisfeito em seu rosto enquanto olhava ao redor. 

- Caminhando cinco minutos para lá - Lexa falou, apontando para a esquerda. - Tem um dos parques nacionais mais belos do mundo. Trinta minutos para lá - Ela apontou para direita. - É onde fica meu novo trabalho. E quarenta e cinco minutos para esse. - Ela apontou para trás com o polegar. - É o seu novo local de trabalho.

Os olhos de Clarke cintilavam enquanto ela observava Lexa olhar para ela.

- Isso não vai ser um conto de fadas. Vai ser difícil, vamos trabalhar muito, brigar, as vezes ter raiva uma da outra... As coisas podem começar a ficar tensas demais entre a gente. - Lexa disse, pegando as mãos de Clarke. - E quando isso acontecer, vamos precisar dar um passo para trás e tentar ter um pouco mais de calma. Mas temos que prometer que nunca vamos dormir com raiva uma da outra, temos que conversar sobre qualquer coisa que estiver nos incomodando. Se fizermos isso, vamos ser felizes juntas.

- Parece justo para mim - Clarke disse, puxando Lexa de forma suave contra ela, descansando sua testa contra a da mais jovem. Um sorriso animado tomou conta de seus lábios enquanto ela olhava para os olhos de Lexa. - Nós fizemos isso. Eles não podem mais nos tocar, nunca mais.

Os lábios de Lexa se curvaram em um sorriso ao ouvir às palavras de Clarke.

- Mas deveríamos ligar nossos celulares, seus irmãos devem estar preocupados e tentando entrar em contato com você.

- Podemos deixar eles assim só mais esta noite? - Lexa suspirou, abraçando a loira. - Vamos fingir que estamos nos mudando juntas porque queríamos e porque nos amamos, não porque estamos fugindo ou algo do tipo.

- Mas nós queríamos nos mudar juntas e a gente se ama - Clarke assegurou, dando um aperto suave na parte inferior das costas de Lexa. - Nós tivermos que correr por causa das circunstâncias, mas eu definitivamente queria isso e eu definitivamente te amo - Clarke deslizou as mãos sob a camisa de Lexa. - Agora... já que estamos nesse assunto, eu sei que as pessoas têm como costume batizar a cama assim que se mudam para uma nova Casa.

Uma pequena risada escapou dos lábios de Lexa. - Eu já ouvi dizer que não era só cama, o chuveiro também estava incluído nisso - Lexa sussurrou, beijando Clarke rapidamente. - E o sofá - Ela beijou novamente, movendo a loira e a colocando contra a porta do quarto. - Balcão da cozinha, mesa... -

- Parece que vamos ter uma noite ocupada, hein? - Clarke sorriu, abrindo a porta do quarto, ambas tropeçando animadamente para dentro. - É melhor começamos então.

Lexa gemeu, carregando Clarke e jogando a Loira a cama gentilmente. O sorriso não deixou seus lábios quando ela começou a tirar sua camisa.

- Confortável? - Lexa perguntou, engatiando pela cama, rastejando pelo corpo de Clarke e a beijando assim que chegou em seus lábios.

- Agora que você subiu aqui, sim. - Clarke sorriu.

 

                                                    ---

 

- Eu pensei em me matar uma vez, quando eu tinha dezesseis. - A admissão saiu do nada, elas estavam relaxando juntas após batizar alguns lugares da casa. O calor do corpo de Lexa estava fazendo Clarke quase cair no sono.

- O que te impediu? - Ela perguntou de forma sonolenta, passando a mão pelo estômago de Lexa.

- Lincoln. - Lexa respondeu, acariciando o cabelo da Loira. - Eu me lembro de estar sentada na minha cama e tinha alguns antidepressivos na minha mão, eu sabia que se engolisse tudo, acabaria meu sofrimento e eu não viveria mais deprimida e com medo. Lincoln entrou no quarto naquele segundo dizendo que iriamos para o zoológico mais tarde. E depois disso nós passamos o resto do dia com nossos amigos e comendo pizza, isso me fez perceber que eu não podia fazer isso por eles, não podia deixar Anya e Lincoln.

- Então você só ficou viva por seus irmãos?

- No começo, sim. Mas quando eu completei dezoito, decidi que não iria deixar meus Pais me deixarem tão mal a ponto de querer morrer.

- Eu estou feliz por você não ter feito isso - Clarke apertou a morena.

- Sim - Lexa sussurrou, sorrindo para Clarke, seus olhos brilhavam de felicidade e seu corpo estava mais relaxado do que nunca, coisas que Clarke nunca tinha visto. - Eu também. Se alguém me dissesse que eu teria algo tão bom assim no futuro, que eu iria me afastar do meu Pai e ficar ao lado da garota que eu amo, eu não teria acreditado nessa pessoa.

- Olhe pra você agora... olhe para nós. - Clarke sorriu de forma suave. - As coisas melhoraram muito.

- Eu acredito nisso agora.

- Então, eu sei que ainda temos o balcão da cozinha para batizar, mas eu realmente não tenho mais forças.

- Eu também - Lexa riu, apertando a carne da Loira. - Mas a gente pode fazer isso amanhã, temos todo tempo do mundo agora.

- Ainda precisamos redecorar, essas paredes são nojentas - Clarke sussurrou, ficando mais confortável nos braços de Lexa.

- Vamos comprar o material antes de começar o trabalho - Lexa respondeu, plantando um beijo preguiçoso na testa de Clarke, sussurrando um ''Boa Noite'' antes de se permitir dormir.

Ambas acordaram na manhã seguinte com um estrondo na porta da frente. Lexa ficou pálida, seus olhos preocupados se moveram para Clarke e as perguntas rodeavam sua cabeça. O Pai dela tinha seguido elas? Havia um rastreador em seu carro? Será que ele encontrou as duas e veio arrastar ela de volta pra casa?

Um suspiro de alívio deixou seus lábios quando ela ouviu o som da voz de Raven chegando aos seus ouvidos.

- Pessoal, abram essa maldita porta!

- É assim que sempre vai ser? Viver constantemente no limite? - Lexa sussurrou enquanto se levantava da cama, oferecendo sua mão para Clarke.

Clarke segurou sua mão e deixou ser puxada. - Eu não vou tentar mentir para você e dizer que isso nunca vai acontecer, que ele nunca vai aparecer aqui. Mas se ele fizer, nós vamos chamar a polícia, ele não tem mais nada sobre você.

- Sim, você tem razão.

- Lexa, Clarke! - Os gritos do outro lado da porta continuaram.

- Dois minutos - Lexa gritou de volta, dando um suave sorriso para Clarke antes de vestir uma das camisas do tempo de universitária de Clarke.

- Ei, isso é meu - A loira apontou, vestindo outra peça de roupa.

- Era, agora não é mais. - Lexa brincou, agarrando a mão da Loira e a puxando para um beijo. - Vou abrir a porta.

- Se você for ficar usando o meu, eu vou usar os seus. - Clarke gritou e Lexa riu, abrindo a porta para suas amigas que pareciam muito irritadas.

- Desculpem, estávamos dormindo.

- Mmhmm - Octavia disse de forma cética, empurrando Lexa para entrar completamente no apartamento. - Nós pensamos em chamar vocês para tomar um café da manhã juntas antes de termos que dirigir de volta pra casa.

- Mas parece que vocês já comeram. - Raven comentou com um sorriso.

- Café da manhã parece bom - Lexa disse. - Deixa só eu acabar de me vestir.

Tanto ela como Clarke terminaram de se vestir, mas mantiveram os suéteres universitários uma da outra.

- É nessas horas que eu sinto falta do meu Jato - Raven gemeu assim que elas entraram no pequeno café local.

- Sim, só o pensamento de ter que dirigir por mais vinte e uma hora, me dá vontade de chorar - Octavia sussurrou.

- Vocês vão depois do café? - Lexa perguntou.

Octavia assentiu, oferecendo um sorriso reconfortante a sua melhor amiga. - Mas vamos voltar, muitas e muitas vezes.

- Mas não com tanta frequência assim - Lexa provocou.

Elas comeram, conversaram e riram. Se Lexa estivesse sendo honesta com ela mesma, ela se sentia muito bem, leve e relaxada. Ela nem conseguia mais se lembrar da última vez que se sentiu assim, provavelmente, ela nunca tinha. Octavia e Raven saíram ao meio dia naquela manhã, deixando as duas sentadas em silêncio no sofá. - Temos que ligar nossos celulares - Lexa sussurrou, virando para Clarke que mordeu o lábio inferior e assentiu.

Elas pegaram seus celulares da bolsa e ligaram. As notificações começaram a chegar primeiro no celular de Lexa. Ela tinha mais de 30 mensagens e 10 chamadas perdidas. As chamadas perdidas vieram de seus irmãos, as mensagens vieram dos seus amigos e família, perguntando se tudo estava bem. Ela resolveu começar com as dos seus Pais, haviam 7 mensagens deles e pelo menos 2 eram mandando ela voltar para casa. Ela foi para as de seus amigos logo depois.

[20:12] Jasper: Eu acabei de ler a notícia. Você tá bem?

[01:13] Jasper: Eu estou realmente preocupado com você. 

[03:00] Jasper: Me chame quando puder, por favor.

Lexa sorriu para a preocupação de Jasper e enviou uma mensagem rápida para o garoto, dizendo que ela ligaria em breve e foi para as mensagens de Monty.

[21:17] Monty: Woods, sabia que você tinha bom gosto ;)

[21:20] Monty: Sério, você tá bem?

Lexa ignorou Monty, ela sabia que Jasper falaria com ele e resolveu ir para as mensagens de Monroe.

[00:12] Monroe: Parabéns Lex, ela é sexy ;)

[00:14] Monroe: Eu acabei de descobrir o motivo por ela sempre rosnar para mim e lançar um olhar de morte quando estava falando com você, haha

[07:00] Monroe: Me diga que você está bem, ninguém tem notícias de você e eu sei que seu Pai não engoliu isso muito bem.

Lexa respondeu dizendo que estava bem, antes de respirar fundo e ir para as mensagens de seus irmãos. Havia 9 de Anya.

[20:01] Anya: Lexa, onde você está?

[20:35] Anya: Eles estão loucos aqui.

[22:20] Anya: Não volte para casa hoje.

[01:34] Anya: Mas por favor, me deixe sabe que você está bem.

[02:06] Anya: Eu te amo, Lex. Vamos dar um jeito nisso.

[05:48] Anya: Ok, agora eu estou preocupada, me ligue.

[10:40] Anya: Lexa, por favor.

[14:03] Anya: Lexa, isso não é engraçado. Eu estou preocupada com você.

[16:30] Anya: Eu falei com Octavia. Me ligue quando você chegar para onde quer que você esteja indo.

Havia 8 de Lincoln.

[20:40] Lincoln; Lex, me diga que ele não machucou você?

[23:20] Lincoln: Me ligue assim que puder.

[03:40] Lincoln: Você desligou o celular, ótimo.

[05:20] Lincoln: A julgar pelo vazio do seu quarto, você foi embora.

[12:03] Lincoln: Apenas se mantenha em segurança.

[18:37] Lincoln: Eu ouvi nosso Pai receber uma chama de Jeff. Espero que Clarke esteja com você.

[20:37] Lincoln: Eu te amo, me avise quando estiver em segurança.

[20:38] Lincoln: Estou orgulhoso de você por conseguir sair.

Lexa sentiu um poço de culpa em seu estômago, ela se sentia horrível por fazer seus irmãos passarem por tanta preocupação. Ela ligou para Anya primeiro.

- Lexa? - Ela atendeu em poucos segundos.

- Oi, An.

- Graças a Deus - Anya respirou e ela pôde ouvir a voz de Lincoln ao fundo perguntando se ela estava bem.

- Sim, eu estou bem e estamos no Canadá. Eu tenho um emprego, Clarke também e temos um lugar para morar. - Lexa explicou. - É legal, vocês deveriam vim ver.

- Você estava planejando isso? - Anya soou um pouco magoada.

- Eu não podia contar. Não podia correr o risco dele saber que vocês sabiam.

- Podemos ir ai? - Lincoln perguntou.

- Sim, Claro. Me diga quando e vamos busca-los.

- Que tal nesse fim de semana? - Lincoln ofereceu. - Eu preciso ver para ter certeza que você está bem.

- Claro, vamos acertar os detalhes depois.

- Clarke está bem? - Anya perguntou.

- Sim - Lexa disse olhando para Clarke que estava com a testa franzida olhando para seu Celular. - Ela está, eu tenho que ir agora. Eu amo vocês e... Ele não fez nada contra vocês, não é?

- Não, estamos bem - Lincoln respondeu.

- Até mais, Lex, nós te amamos.

Lexa desligou, largando seu celular e chamou a atenção de Clarke.

- Clarke, o que houve?

- Minha mãe me mandou uma mensagem pedindo para ligar pra ela - Clarke franziu a testa. - A maioria das outras são do Jeff, me chamando de coisas que eu nem sabia que existia. Meu advogado também mandou uma, dizendo que já mandou os papéis para mim e uma cópia para Jeff.

- O que você vai fazer?

- Eu deveria ligar para ela, né? Ela é minha mãe.

- Não se sinta obrigada, ela foi uma completa idiota com você. Você não lhe deve nada - Lexa apertou a coxa de Clarke.

- Eu ainda acho que deveria ligar, eu quero ver o que ela quer.

O que acabou resultando em Clarke sabendo que a mãe dela realmente se importava. Ela só queria garantir que Clarke estava bem e até pediu para poder visitá-las algum dia, Clarke respondeu que iria pensar no assunto e sua mãe parecia entender, ela sabia o quanto tinha machucado sua filha.

- Devíamos ir comprar os matérias para começar a redecorar amanhã - Clarke sugeriu.

- Soa como um bom plano.

 

                                                                    --

 

- Seu Pai me mandou um e-mail hoje - Clarke comentou enquanto elas cobriam o sofá e a TV, preparando para decorar o lugar.

- O que ele queria? - Lexa perguntou, prendendo seu cabelo em um coque.

- Ele me ofereceu um milhão para te levar pra casa e deixar você em paz.

Lexa sentiu o pânico tomar conta do seu peito, ela deveria saber que isso iria acontecer. - Eu não... não - Lexa sacudiu a cabeça freneticamente, empurrando Clarke para longe quando a loira tentou segurar suas bochechas. - Eu não voltar.

- Ei Lex, calma. Eu disse que não!

Lexa parou de balançar a cabeça e tentou normalizar sua respiração enquanto olhava para Clarke. - Sério?

- Claro amor, eu te amo.

- Você não pode fazer isso comigo - Lexa ofegou, tropeçando para trás até suas pernas atingirem o sofá, ela se sentou e enterrou seu rosto em suas mãos, enquanto tentava afastar o ataque de pânico que estava borbulhando em seu peito. Clarke estava em sua frente no segundo seguinte, segurando seu rosto e plantando beijos lentamente, até sentir Lexa corresponder e então se afastou. A respiração de Lexa ainda era pesada, mas desta vez estava regular. Ela já tinha controle do que estava sentindo.

- Me desculpa, Lex. Eu não quis te assustar assim.

- Não... É só que, isso me lembrou da Costia. Eu não sei se ia conseguir lidar com isso se você fizesse também.

- Eu não faria, ok? - Clarke jurou, segurando a nuca de Lexa, forçando a mais jovem a olhar para ela. - Nunca, por nenhuma quantia de dinheiro.

- Um milhão é muito dinheiro, Clarke. Mas do que eu tenho.

- Eu não me importo com isso, eu te amo.

Um soluço borbulhou em sua garganta quando Lexa escondeu seu rosto em seus braços.

- Você já tomou suas pílulas hoje?

Lexa balançou a cabeça e Clarke se levantou rapidamente, indo em direção ao banheiro, pegando seus comprimidos e um copo de água.

- Aqui - Clarke agarrou uma das mãos de Lexa e colocou a pílula nela. A loira começou a ler as embalagens enquanto esperava Lexa tomar os comprimidos. Ela nunca parou para perguntar para que servia as pílulas que Lexa tomava, mas assim que ela leu o nome em uma das embalagens, seu estômago ficou embrulhado.

- Há quanto tempo você toma isso? - Clarke perguntou, sacudindo a garrafa na frente de Lexa.

A morena deu de ombros. - Alguns anos - Ela respondeu, inclinando a cabeça para trás enquanto engolia os comprimidos.

- Lex, você não devia tomar essas coisas por tento tempo assim. Quem te deu isso?

- Meu Pai, de início eu tinha receita para Prozac, mas ele apareceu lá em casa com esses e eles funcionavam. - Lexa encolheu os ombros, mexendo suas pernas de forma ansiosa e nervosa. - Será que eu realmente vou conseguir me livrar dele algum dia? Ele conseguiu seu e-mail de alguma forma, e se...-

- Isso não importa, não importa se ele saber onde estamos. Ele pode vir aqui e tentar nos convencer a voltar, mas ele não tem como obrigar a gente a fazer isso, ele não pode mais nos forçar a nada. - Clarke assegurou. - Mas precisamos conversar sobre essas pílulas, Lex. Você não deveria tomar isso.

- Ele disse que isso iria fazer eu me sentir melhor e fez. Eu só ficava com sono, mas era um preço baixo a se pagar com os benefícios que eles traziam. 

- Isso - Clarke levantou a garrafa de comprimidos. - São inibidores seletivos da recaptação de serotonina. Eles limitam a reabsorção da serotonina e você sabe que ela está ligada a ansiedade, não é? - Lexa assentiu, observando Clarke atentamente enquanto ela falava.

- Sim, eu sei, mas continue falando porque assistir você entrar no modo médica é surpreendentemente calmante.

Clarke sorriu, mas não disse a Lexa que o efeito calmante provavelmente vinha das pílulas que ela tinha acabado de tomar. - A serotonina é um neurotransmissor que está associado a sensação de bem-estar e felicidade. Mas eles não fazem isso de uma forma legal. Você não pode continuar tomando isso, Lex. Você já toma a tanto tempo e se continuar pode se tornar dependente deles, viciada. E isso não é nada bom. - Clarke disse dando um aperto suave na coxa de Lexa.

- Eu vou parar de tomar.

- Não é assim, isso pode ser perigoso. Vamos diminuir a quantidade, tirar aos poucos. Você toma isso quatro vezes por dia, vamos começar pela metade, dois por dia. Um de manhã e um a noite. Vamos fazer o mesmo com o Xanax, até os que você tem acabar e então vamos cortar de vez. 

Lexa assentiu, inclinando para Beijar Clarke. - Por que ele me deixaria tomar isso por tanto tempo se é tão perigoso assim?

- Provavelmente ele gostava de te deixar calma e desligada - Clarke suspirou, encostando sua testa contra a de Lexa. - Você ficava menos propensa a se comportar mal.

- Você já se perguntou se isso seria possível? Tentar fugir dele e ele não conseguir nos achar - Lexa suspirou, agarrando a bainha da camisa de Clarke.

- Isso não importa - Clarke sussurrou. - Nós já fizemos isso, Lex. Nós saímos, deixamos tudo para trás. Vai levar algum tempo para a gente se readaptar, parar de sentir medo, mas vamos ficar bem.

Lexa assentiu. - Eu sei... E me desculpe ter pensando que você poderia aceitar a oferta dele.

- Não se preocupe com isso, tá tudo bem. - Clarke assegurou, bicando Lexa nos lábios. - Que tal a gente deixar a decoração para mais tarde? Vamos relaxar um pouco.

- Sim, é exatamente disso que eu preciso.


Notas Finais


Desculpem os erros u.u


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