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História Le Beau Monde - Capítulo 2


Escrita por: GuaxiLexa

Notas do Autor


Boa leitura \o

Capítulo 2 - Capítulo 2


Lexa só chegou ao aeroporto às sete e meia da noite, como uma forma de rebeldia por seus pais obrigarem ela a ir nessas festas. Aurora (Sua cachorra) estava sentada no banco de passageiros de seu Porsche.

Ela não surpreendeu ninguém quando saiu do carro, usando seus óculos escuros apoiado em seu nariz, com Aurora ao seu lado enquanto ela era bombardeada por Flashes e gritos. Havia sempre algumas pessoas que voavam de Los Angeles para essa festa em Milão, os paparazzi provavelmente sabiam disso, porque estavam todos como abutres no aeroporto.

Lexa manteve seu queixo para cima e sua careta de sempre no rosto, mexendo um pouco mais que o necessário seu quadril enquanto caminhava, ignorando todos os gritos vulgares de pessoas atraídas pelos paparazzi.

Ela já estava sentada a meia hora no Jato. Aurora estava deitada de bruços enquanto ela digitava uma mensagem para Octavia, já que sua amiga estava na Europa, mas infelizmente em Moscou e muito ocupada, elas não iriam ser capazes de ser ver. Mesmo tendo chegado meia hora mais tarde, Lincoln acabou levando o prêmio de atraso.

- Eu estava ocupado. – Foi tudo que Lincoln disse quando chegou. Lexa sabia exatamente o que isso queria dizer, ele estava com Bellamy e ela não deveria tocar no assunto.

Lexa passou a maior parte do seu voo tentando fazer sua lição de casa que ela tinha planejado terminar nesse fim de semana, mas graça a seus pais, ela não teria tempo. Eles chegaram em Milão às duas da manhã (11:00 no horário de Milão) E fizeram mais uma viajem, até o centro da cidade que era onde seus pais iriam estar.

- Eu não acredito que ela trouxe esse cachorro – Seu pai sussurrou enquanto acompanhava Lexa para um quarto vazio. Aurora não saia dos pés ela. Até mesmo um cachorro meio lobo tinha medo de seu pai. Ela largou suas coisas em qualquer lugar e saiu de novo pelas ruas de Milão. Aurora estava obedientemente ao seu lado, caminhando seu rumo pela rua. Lexa não tinha um plano ou um lugar certo para ir, ela só não queria ficar naquela casa por muito tempo.

Não demorou muito antes dela reconhecer alguém andando em sua direção. E parece que o mundo estava conspirando contra ela, porque se tinha uma pessoa no mundo que ela pensou que não iria ter que se preocupar mais, era Clarke, e a loira estava vindo a caminho dela.

- Fala sério, você está me seguindo? – Lexa resmungou e Clarke tirou seus olhos do seu celular, com sua sobrancelha franzida, para subir sua visão e encontrar Lexa.

- Seu sonho, pirralha. Eu vim aqui para uma festa. – Houve uma pequena raiva no tom de voz de Clarke, mas o ‘’Pirralha’’ disse a Lexa que a loira não estava com tanta raiva dela assim. – Nós alugamos o prédio ao lado do que seus pais estão hospedados, mas eu não achei que você fosse vim.

- Eu não queria, mas não tinha escolha.

Clarke apenas balançou a cabeça e deixou seus olhos caírem até o cachorro que estava sentado obedientemente ao lado da perna de Lexa. – É seu?

- Não, ela só começou a me seguir do nada – Lexa cortou, revirando os olhos. – Sim, ela é minha.

Clarke apertou os olhos e fez uma careta para Lexa, se agachando para ficar na frente do animal e chamando ela com a mão. Aurora olhou para Lexa como se pedisse permissão para ir em direção a Clarke. – Ok – Lexa sussurrou.

- Você é bem treinada, não é? – Clarke perguntava ao cachorro fazendo carinho em sua cabeça. – Quantos anos ela tem?

- Um ano e não é difícil treinar, se você fizer direito – Lexa deu de ombros.

- Para onde você estava indo? – Clarke perguntou, sussurrando alguma coisa para o cachorro enquanto arranhava atrás de sua orelha.

- Lugar nenhum, eu só tinha que sair daquela casa.

Clarke levantou seus olhos para Lexa, ainda acariciando o cachorro e começou a observar melhor a mulher acima dela. – Você parece cansada.

Claro que ela estava cansada, Lexa teve que se levantar às seis da manhã para sua aula ontem e logo em seguida teve que viajar, enquanto fazia sua lição de casa o caminho todo. Lexa estava mentalmente e fisicamente esgotada. Mas é claro que sua família não percebeu isso, ninguém percebeu. Não até ela se esbarrar em Clarke. – Sim, bom, eu viajei a noite toda.

- Wow, o seu luxuoso Jato particular não é confortável o suficiente para você poder dormi? – Clarke perguntou em forma de provocação, levantando sua sobrancelha para Lexa.

- Ah, ele é sim e ele também é duas vezes maior que o seu Jato particular. – Lexa sorriu de forma presunçosa. – Mas eu tinha uma pilha de lição de casa para fazer, e eu tinha planejado fazer nesse final de semana, mas meus planos foram interrompidos pelo fato que eu tinha que vir a uma festa de um cara que nem notaria minha ausência se eu não tivesse aparecido.

- A filha de um dos mais poderosos casais do planeta, não aparecer em uma das maiores festas do ano? – Clarke zombou, ficando de forma ereta e arrumando a bainha de sua camisa. Aurora voltou a ficar ao lado de Lexa. – Eu acho que as pessoas iriam sim, sentir sua ausência.

- Você superestima minha fama, princesa.

- Eu não penso assim. Você é como Paris Hilton, só que mais bonita e mais inteligente – Clarke comentou, com um sorriso fantasma aparecendo em seus lábios quando ouviu Lexa rir.

- Nunca mais me compare com a Paris Hilton.

- Ok, o que você acha de uma Kardashian? – Clarke ofereceu, com um falso olhar de inocência. 

- Ok, eu estou indo embora. – Lexa passou por Clarke com Aurora ao seu lado. Balançando sua língua a cada passo que dava.

- Quer companhia? – Clarke perguntou quando ela passou.

Lexa queria, ela realmente queria muito, mas a morena sabia que se houvesse uma foto das duas juntas, seu pai não iria gostar. – Não.

- Ok, tente não se perder – Clarke sorriu com os lábios fechados, fazendo seu caminho de volta para sua casa.

Lexa observou Clarke de pé, olhando para Aurora que estava olhando de forma curiosa para a loira. – Ela é problema, nem dê esse olhar – Aurora inclinou a cabeça para o lado, esperando Lexa continuar a andar para acompanhar sua dona.

Elas acabaram em uma catedral, que Lexa provavelmente teria apreciado mas sua mente estava em Clarke. Chegava a ser estúpido, na única interação que Lexa teve com a loira, resultou em uma surra, na lógica ela deveria querer ficar o mais longe possível dela. Mas não, ela queria ir direito para onde Clarke estava hospedada e passar algum tempo com a Loira.

Lexa não iria, é claro. Ela era uma estudante de 18 anos de idade e a última coisa que ela precisava era o stress de ter um caso com alguém que era casada com um homem que queria fazer parceria nos negócios com seu pai.

Lexa ficou por mais alguns minutos apreciando a catedral antes de decidir que deveria voltar e dormi um pouco. Ou ela iria estar cansada e mais irritada que o normal na festa de hoje à noite.

 

                                                        ****

Essa festa era tão horrível quanto a última que ela tinha ido semana passada, mas Lincoln não ofereceu bebida alcoólica para ela, o que foi bom, Lexa estava sendo desfilada com um cavalo de raça, dando um show para pessoas ricas. Ela sorriu educadamente, respondeu quaisquer perguntas que os amigos de seus pais faziam e seguia para a próxima rodada. Fácil. Pelo menos até sua mãe arrastar ela para conhecer Jeff Jefferson (Sim, esse era seu nome real e Lexa teve que fazer um esforço para não rir com a originalidade). A morena sorriu educadamente, ignorando a forma como os olhos do Velho estava correndo sobre seu corpo, assim como estiveram em Anya, semana passada. Ele deu um aperto de mão e um sorriso de lado para Lexa. A morena manteve seus olhos longe de Clarke, que estava ao lado de seu marido. – Prazer em conheço, senhor Jefferson.

O homem sorriu e apontou para Clarke. – Esta é minha esposa, Clarke.

Lexa olhou para seu pai, ela não estava inteiramente certa de como reagir ou o que fazer nessa situação, mas quando ele estreitou os olhos e olhou para a mão de Clarke que estava estendida, ela entendeu. Finja que o último fim de semana não aconteceu. Lexa endireitou sua postura e segurou a mão de Clarke. – Lexa Woods.

- Clarke Griffin.

- Então, Lexa... O que você pensa sobre seu Pai e eu, entrarmos em um negócio juntos? Já que você é a princesinha dele, acho que pode me ajudar a convence-lo que é uma boa ideia. – Jeff disse com um sorriso condescendente.

Não era. Lexa sempre foi uma boa juíza de caráter e esse cara, obviamente era um ser humano horrível e nojento, que não hesitaria em passar seu Pai para trás se tivesse a chance. Clarke parecia saber o que ela estava pensando, porque seus lábios se transformaram em um sorriso fantasma. – Eu realmente não sei muito sobre isso, senhor.

- Você não quer seguir nos negócios com seus Pais e irmão?

- Na verdade, não.

- Então, o que você pretende fazer? – Ele perguntou e ela estava começando a sentir que estava em uma espécie de interrogatório. Lexa sabia que ele não iria entender, sabia que ele ficaria revoltado com o fato que ela não escolheu o obvio e mais fácil caminho para sua vida.

- Eu quero ajudar a reabilitar animais feridos.

O olhar de desgosto que apareceu no rosto de Jeff, acabou sendo um completo contraste do olhar suave e quase orgulhoso que Clarke estava dando à Lexa. A morena olhou para seu pai, que estava assistindo Clarke com cuidado. Lexa fez uma nota mental para evitar a loira a todo custo.

- Porque você iria querer fazer isso, quando você poderia assumir o lugar de sua Mãe e seu Pai?

- Essa realmente não é minha área, senhor. Eu não seria feliz se trabalhasse atrás de uma mesa como eles. Eu quero sair e ajudar, tipo Anya, mas eu quero ajudar os animais. – Ele não estava entendendo, Lexa poderia dizer pelo olhar confuso em seu rosto. Ele provavelmente estava completamente perplexo com a ideia de ajudar alguém ou algo.

- Ela se acha muito boa para trabalhar atrás de uma mesa como seu Pai – O tom na voz de seu Pai e o aperto que ele deu no ombro de Lexa, fez a morena recuar rapidamente.

- Não é isso que eu estou dizendo. Eu não acho isso, eu só não sou boa para esse tipo de coisa.

---

Lexa se sentia exausta no final da conversa, ficar com seu Pai respirando em seu pescoço e Clarke olhando fixamente para ela, drenou toda a sua energia (Que não foi muita, considerando que ela não conseguiu dormir mais cedo). Ela estava agradecida quando a festa terminou e ela ficou livre para vagar sozinha. A morena acabou chegando em uma varanda, apoiando o queixo no parapeito enquanto olhava para as casas antigas, casas que provavelmente tinham o dobro da idade de seus País. A coisa toda lembrou à Lexa sobre a história de Romeu e Julieta.

- Lindo, não é?

Lexa não precisou olhar para saber com exata certeza quem estava atrás dela, mas ela olhou de qualquer maneira para Clarke e balançou a cabeça. – Sim – A voz de Lexa era áspera e grave, coisa que só acontece quando ela está cansada. – Agora eu tenho certeza que você está me seguindo.

- Eu só queria checar se você estava bem.

Lexa parecia tão pequena agora, curvada na cintura com os braços apoiados no parapeito e seu queixo repousando sobre os braços. Seu rosto estava pálido e drenado, para não mencionar que ela tinha bolsas sob os olhos que nenhuma pessoa de 18 anos deveria ter (Pelo menos o seu olho que estava machucado, estava protegido com maquiagem) – Você não parece bem.

- Mas eu estou – Lexa assegurou, gemendo enquanto se levantava e torcendo seu pescoço e ombro. – Eu estou bem.

- Você não está – Clarka argumentou, se movendo para ficar ao lado de Lexa. – Você está sobrevivendo, há uma diferença.

- Bom, sobreviver é tudo que me resta de energia para fazer por agora. – Lexa suspirou de forma cansada e massageando o músculo base de seu pescoço.

- Aqui, deixe que eu faço isso – Clarke estendeu a mão e Lexa não estava certa se deveria. – Não se preocupe, seus Pais e Jeff já voltaram para o apartamento, o seu irmão está lá embaixo com um amigo. – Relutantemente, Lexa permitiu que Clarke agarrasse seus ombros, pressionando os dedos no músculo de Lexa, tentando aliviar o estresse.

- Uau, você tá tensa.

- Você pode me culpar? Meu pai está me observando como um falcão e eu acho que ele ficou chateado com o que eu disse ao seu marido. Aurora está sozinha no apartamento e eu não tenho horas suficientes para terminar meu relatório – Lexa disse com os olhos fechados, enquanto se derretia com os toques de Clarke. – Me desculpe por isso.

- Não se desculpe – Clarke sussurrou, cavando seus polegares um pouco mais forte no músculo de Lexa, causando um gemido ofegante da morena. – Você vai voltar para o apartamento, vai pegar suas coisas e me encontrar no Café que tem na rua debaixo. Eu posso te ajudar com o relatório e ainda recuperar um pouco de suas energias com café.

- Você vai me ajudar com células nervosas?

- Minha biologia é limitada, a maior parte é médica e farmacológica. E o sistema nervoso sempre foi um problema pra mim, mas eu tenho certeza que posso ajudar.

- Você foi para faculdade? – Honestamente, Lexa não queria parecer tão surpresa quanto agora, mas ela pareceu e ao julgar pela risada de Clarke, a loira notou.

- Não fique tão surpresa – Clarke disse dando de ombros – Na faculdade eu estudei medicina e farmacologia, eu fiz umas aulas de física também.

- Você era uma estudante de medicina? – Lexa nem sequer se incomodou em tentar esconder a surpresa em sua voz quando ela se virou para enfrentar Clarke.

Clarke balançou a cabeça. – Sim.

- Você é uma medica? – Lexa estalou – Por que então seu marido não te apresenta como Doutora Clarke Griffin?

- Você não tem ideia de como os homens trabalham, não é mesmo? – Clarke disse com um pequeno sorriso.

- Bom, sendo lésbica, entender como os homens trabalham não está na minha lista de coisas para se fazer.

- Então você é Lésbica? – Clarke perguntou com cuidado. – Porque eu tenho certeza que já te vi em muitas fotos com alguns caras.

- Uau, você anda mesmo me perseguindo, Stalker – Lexa resmungou, sorrindo quando Clarke ampliou os olhos. Ela se encostou contra o muro da varanda. – A maioria são amigos meus, e os poucos que estavam em fotos segurando a minha mão ou me dando um beijo, é só relações públicas, o famoso PR. Deus me livre que meu pai descubra que a princesinha mais nova dele gosta de meninas. – Lexa fez uma careta, com uma pequena risada e apontando para Clarke. – O que é hilariante, porque não é só eu. Lincoln curte os dois e atualmente fode o cara que cuida da piscina e Anya teve uma namorada ano passado, quando estava na faculdade, durou um ano.

- O que ele faria se soubesse? – Clarke perguntou de forma suave, se inclinando contra a varanda ao lado de Lexa e olhando com cuidado para a mais nova.

- Alguma coisa ruim – Lexa deu de ombros – Me expulsa de casa, me cortar do testamento, eu não tenho certeza e não sei se gostaria de saber. – Lexa correu os dedos por seu cabelo já bagunçado, despenteando ainda mais enquanto ela concordava. – Apesar de tudo, eu gosto da ideia de ir ao Café.

- Ok, eu vou pegar meu carro e te encontrar lá.

Lexa assentiu, observando atentamente enquanto Clarke se virou - Clarke?

A loira girou e levantou as sobrancelhas de forma interrogativa, para Lexa. - Sim?

Lexa mordeu o lábio inferior e apontou para a Loira. – Você está bonita.

Clarke se iluminou com essa revelação, ela tinha um sorriso nos lábios que dizia a Lexa que a morena tinha sido a primeira pessoa a dizer isso à ela essa noite. Bom, se seu marido não disse, alguém teria que dizer. – Obrigada, pirralha. Você também não está nada mal. – Clarke comentou, sorrindo para Lexa antes de sair.

Lexa riu rispidamente e inclinou a cabeça para trás, olhando o céu escuro e limpo. – Eu estou ferrada.

                                           ****

Lexa voltou para casa, pegando seus livros e Laptop, colocando tudo na sua bolsa de forma rápida e saiu novamente. Ela não queria explicar ao seu pai aonde estava indo. A morena espiou pelo vidro do café, fazendo um gesto com a cabeça quando Clarke viu ela. – Eu trouxe Aurora e não posso entrar.

- O que? – Ela ouviu Clarke falar enquanto a loira vinha em direção da entrada do café. Clarke percebeu que a morena estava falando de sua cachorra, quando chegou e viu ela aos pés de Lexa.

Para Lexa, Clarke parecia uma mulher completamente diferente agora, seu rosto estava sem maquiagem e seu vestido glamoroso se foi. Ele foi substituído com um conjunto simples, uma calça jeans que abraça suas curvas e uma camisa verde e branca. Seus cabelos ainda estavam ondulados mas presos em um coque.

Ela estava linda mais cedo, mas agora ela estava em um tipo totalmente diferente de linda, isso foi incrível para Lexa, descobrir que Clarke ficava bem em qualquer coisa. Clarke se sentou ao lado de Lexa, colocando um copo na frente da morena. – Eu não sabia o que você queria beber, então eu peguei um café com baunilha pra você. – Clarke explicou, acariciando a cabeça de Aurora quando ela colocou sua cabeça no joelho da loira.

- Obrigada – Lexa disse, abrindo seu Laptop.

- Tem certeza que você quer fazer isso hoje à noite? – Clarke perguntou, observando Lexa atentamente enquanto a jovem procurava suas anotações em sua bolsa. – Você parece claramente exausta, Lexa.

- É pra isso que serve o café – Lexa pegou o café que Clarke trouxe para ela e tomou um gole, balançando a cabeça enquanto o líquido aquecia sua garganta. – Muito bom.

Clarke deu um olhar preocupado para Lexa, mas não discutiu. Em vez disso, pegou sua própria bolsa e pegou uma pequena caixa. Lexa observou a loira ler e fazer algumas notas para ela. A morena ficou impressionada com a rapidez, ela própria tinha que ler três vezes para compreender aquilo. Mas então passou por sua cabeça que ela não está realmente tentando compreender tudo isso, ela só quer uma essência que possa ajudar. O que Lexa achou doce da parte da Loira, sem contar que ela parecia muito bonita nesses óculos de grau, mastigando o lábio enquanto se concentrava. A morena não conseguia desviar o olhar.

--

Clarke olhou para cima quando percebeu que Lexa não estava fazendo nada, levantando uma sobrancelha quando notou que Lexa estava apenas olhando para ela, suas bochechas estavam descansadas em seu punho e tinha um olhar diferente em seu rosto, aquele que Clarke pensou que só acontecia em filmes românticos. O sorriso de Lexa era suave e seus olhos estavam brilhando, aquilo deixou Clarke louca.

- Ficar me olhando fixamente não vai ajudar a terminar seu trabalho – Clarke comentou e Lexa saiu do seu transe, parecendo se amaldiçoar mentalmente por ser pega no flagra.

- Eu não sabia que você usava óculos – Lexa comentou, tentando parecer indiferente, enquanto abria um novo documento em seu Laptop.

- Você diz isso como se soubesse muito sobre mim.

Touché.

- Porque você não usa ele o tempo todo? 

- Eu costumo a usar lentes, mas elas estavam fazendo meus olhos doerem, por isso eu troquei no carro. – Clarke explicou, olhando para uma pilha de papéis. – Você tem alguma coisa que descreve como esse ensaio deve ser estruturado?

- Sim. Está no meu livro – Lexa explicou e sua atenção foi tomada por uma jovem mulher que se aproximou delas. Se agachando ao lado de Aurora.

- Domestico animale posso suo? – A mulher perguntou e ela era bonita, havia a verdadeira beleza italiana sobre ela.

- Certamente – Lexa sorriu apontando para Aurora, que tinha a cauda sacudindo de animação com a nova adição ao grupo.

- Há anni quanti? – A mulher perguntou, levantando os olhos para Lexa enquanto arranhava a cabeça da cachorra.

- Um anno – Lexa respondeu, sorrindo quando viu Aurora se escovando contra o joelho da mulher. – Le piaci.

A mulher riu disso e Lexa olhou para Clarke, e viu a loira olhar para ela de forma impressionada. – Você fala italiano?

- E Alemão – Lexa acrescentou, sorrindo quando viu as sobrancelhas de Clarke se levantarem. – Você não é a única com um cérebro brilhante, princesa.

Lexa olhou para a mulher e ela se endireitou sorrindo para ambas. – Grazi. Lei è bella.

A mulher saiu e Clarke riu, balançando a cabeça de leve. – Eu não posso acreditar que você fala Italiano. Isso é sexy.

Lexa sorriu de forma presunçosa e voltou sua atenção para o Laptop. As duas conseguiram terminar a maior parte do trabalho e para surpresa de Lexa, Clarke foi e grande ajuda. Lexa desejava que Clarke pudesse ajudar ela o tempo todo.

A morena se surpreendeu com o quanto que elas conseguiram fazer nesse tempo, mesmo ela tendo passado grande parte dele apenas olhando para Clarke, completamente distraída, sem sequer ouvir o que a loira estava dizendo. Mas Clarke foi paciente e tímida, quando pegava Lexa olhando para ela como se a Loira tivesse explicando sobre a origem das estrelas. Ela iria apenas iria sorrir gentilmente e dar um leve chute na perna de Lexa, para a morena escutar ela (Na primeira vez que ela tinha feito isso, Aurora rosnou para ela, obviamente preocupada que Clarke estaria machucando sua dona, mas assim que percebeu que tudo estava bem, ela se acalmou).

- Vou terminar o resto no avião – Lexa disse, gemendo quando se levantou. A morena jogou sua bolsa no ombro e deu um assobio para Aurora, despertando o cachorro.

- Ok. Se você precisar de mais alguma ajudar me chame no FaceTime. – Clarke ofereceu, esticando os braços acima da cabeça. – Formamos uma boa equipe.

- Sim, eu também acho.

- Quer uma carona? – Clarke perguntou, apontando para seu carro alugado.

- Você dirigiu até aqui? É uma caminhada de dez minutos.

- Eu passei três horas em um salto, eu não sou obrigada a andar depois disso. – Clarke disse, tomando uma das folhas de papel de Lexa, puxando uma caneta para anotar seu número. – Me manda uma mensagem quando você chegar? Ou se você precisar de alguém para conversa.

- Certo. Bom, eu acho que vou te ver em alguma outra festa ou qualquer coisa do tipo – Lexa sorriu, começando a andar na direção de onde estava hospedada. – E obrigada por me ajudar, eu claramente não te dei créditos o suficiente. Você tem um cérebro incrível.

- Uau, meu cérebro nunca foi chamado de ‘’Incrível’’, Fantástico e excepcional sim, mas nunca incrível.

Lexa sorriu para a confiança da Loira, ela admirava Clarke por isso. – Te vejo por aí, Doutora Griffin.

A forma como o rosto de Clarke parecia se iluminar com seu título oficial era um pouco triste. – Tem certeza que não quer uma carona para voltar?

- Não, está tudo bem. Aurora precisa caminhar mesmo – Lexa acenou para baixo, para o animal sonolento ao seu lado. – Tenha um voo seguro amanhã.

- Sim, você também – Clarke sorriu e entrou no seu carro.

 

                                        ****

Lexa disse a si mesma que mandar mensagens de texto para Clarke era uma péssima ideia, e fazer apenas algumas horas depois de falar com ela pessoalmente, fazia a morena parecer desesperada. Levou uma hora no escuro, olhando para o teto com Aurora enrolada ao seu lado. Ela tentava decidir que não se importava se estava desesperada, ela não se importava se Clarke iria estar deitada ao lado do seu marido agora (Ela nem sequer quer pensar sobre o que eles poderiam estar fazendo).

Lexa: Acordada? – Ela enviou rapidamente antes que mudasse de ideia.

A resposta veio em cinco minutos depois, e fez Lexa se sentir um pouco menos humilhada por parecer tão desesperada.

Clarke: Lexa, eu presumo?

Lexa: Você deu seu número para algum outro estranho?

Clarke: Não, apenas uma estranha ;)

Lexa sorriu para a mensagem, correndo seus dedos através do pelo da cabeça de Aurora, quando o animal encostou no seu estômago.

Lexa: Bom saber. Você chegou bem em casa?

Clarke: Cheguei sim. Mas eu desejava que você tivesse vindo comigo. Jeff ainda está fora, provavelmente com seus pais e se eles decidiram entrar no negócio juntos, eles vão ficar fora até tarde.

Lexa leu a mensagem duas vezes, tentando descobrir como responder a isso, mas de repente os pontinhos apareceram novamente.

Clarke: Ok, isso soou estranho, mas eu não quis dizer isso – A próxima mensagem veio com mais pontinhos aparecendo logo em seguida. Clarke era uma menina de muitas mensagens.

Clarke: Eu apenas gosto de passar um tempo com você.

Lexa odiava o sorriso que cruzou seus lábios ao ler uma mensagem, era estúpido, essa mulher era casada, uma escavadora de ouro e completamente fora do alcance de Lexa.

Lexa: Meu pai me mataria se ele sonhar que eu estava pensando em você.

Clarke: Então você tem pensado em mim?

Lexa praticamente podia ver o sorriso de satisfação nos lábios de Clarke.

Lexa: Eu posso ver seu sorriso daqui... Eu queria ir.

Clarke: Mas você não vai vim.

Lexa: Não

Clarke: É compreensível. Você deveria dormir um pouco, pirralha. Só Deus sabe quanto tempo você está acordada.

Lexa: Com quem você vai voltar para casa, amanhã?

Clarke: Sozinha, Jeff tem alguns negócios para resolver em Portugal.

Lexa: Ok, eu acho que poderia aceitar sua oferta de FaceTime, você foi realmente muito útil esta noite.

Clarke: Sem problemas, não vejo a hora. Boa noite, Lexa :)

Lexa: Boa noite, Princesa.

                                            ****

Lexa chamou Clarke no FaceTime assim que se sentou no seu Jato, ela ignorou completamente o olhar que Lincoln lhe deu e a mensagem de Texto que recebeu de Anya (Isso vai te arruinar, Lex), enviando um olhar de morte para Lincoln assim que leu a mensagem, ela sabia muito bem que ele avisou a sua irmã o que ela estava fazendo. Lincoln adormeceu dentro de uma hora e Lexa terminou em ensaio em duas. Ela deixou seu Laptop aberto, conversando com Clarke sem pensar em Lincoln, que roncava ao seu lado e em Aurora, que mastigava algo que parecia ser de seu irmão.

- O que você quer fazer? – Lexa perguntou, inclinando a tela para baixo um pouco e descansado o queixo sobre os seus braços cruzados. – Quando você foi para faculdade, devia ter um plano para depois, o que era?

- Uma cirurgiã cardiotorácica.

- Eu nem vou fingir que sei o que é – Lexa começou e Clarke riu, o que deixou Lexa com um sorriso no rosto. – Não tinha empregos?

- Não, mesmo sendo uma gênia com certificado e tudo, não tinha vaga em lugar nenhum.

Lexa levantou as sobrancelhas com curiosidade. – Certificado de gênia?

- Sim, meu QI é muito acima da média.

- Uau – Lexa ampliou os olhos. – Isso é impressionante.

- Sim, mas os testes de QI realmente não significa muito.

- Você pode só dizer que é inteligente – Lexa disse, coçando a cabeça de Aurora, enquanto o cachorro chegava perto dela e Lexa percebeu que ela mastigava um dos sapatos de Lincoln. – Como quando a gente se conheceu, eu pensei que você era igual a todas as outras que bajulam caras ricos, mas você não é.

- Eu me casei com ele porque minha mãe ficou doente, seu consumo com remédios estava no limite e eu não podia me dar ao luxo de ajudar ela, porque eu trabalhava na Disney como Arial, então eu não estava ganhando muito e o seguro não queria pagar, porque foi auto infligido. Eu conheci ele por causa de uma amiga que eu fiz na faculdade. O nome dela é Raven, sua família é dona de uma enorme rede de lojas de armas, família rica então ela foi convidada a uma festa e me levou junto. – Clarke explicou e Lexa queria dizer à ela para parar, e que ela não tem que dizer qualquer coisa para Lexa, mas a morena não fez, porque Clarke estava se abrindo para ela. – A gente se casou seis meses depois.

- Sua mãe está bem?

- Sim, ela sobreviveu. – Clarke cantarolou. – Eu só queria que você soubesse que eu tinha um motivo real para isso, eu não fiz apenas porque eu queria o dinheiro dele.

- Por que você se importa sobre o que eu penso?

- Eu não sei... Mas importa.

Clarke adormeceu uma hora depois disso, não muito tempo depois de reclamar que não dormiu muito na noite anterior. E Lexa deixou ela dormir, deixando seu Laptop aberto caso Clarke acordasse. (Ela não ficou observando Clarke dormi. Não, isso seria assustador.)

Ela não acordou antes que o avião de Lexa pousasse.

 

 

 


Notas Finais


LexLex, já ta toda trouxa pela Clórk =(( Vai dar treta isso ai hem.
~~ Desculpem os erros x.x


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