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História Le Noir - Renascer


Escrita por: SunHee_sun

Notas do Autor


Gente, primeiramente queria dizer que esse capítulo vai ser diferente... não teremos uma capa ç.ç
Vocês já sentiram um desânimo que te tira a vontade de tudo? Pois é eu fiquei assim por um tempo e essa foi uma das razões pela qual demorei pra postar.
Eu queria ter vindo antes, mas não estava conseguindo desenvolver um capítulo e também não queria fazer uma coisa de qualquer jeito só para poder atualizar a história... achei que isso seria injusto comigo e com vocês também que acompanham a fic :/
Pois bem, no dia que consigo escrever algo decente e estou prestes a finalizar o capítulo a bateria do meu notebook resolve pifar. Sim! Parece desculpa esfarrapada mas é verdade kkk a minha sorte é que eu tinha parte do capítulo salvo no meu e-mail e deu para reescrever o que faltava pelo celular.
Então por isso que ease cap não terá capa nem nada :(
Espero muito poder arrumar meu computador logo, pois é horrivel escrever no celular >.< e caso houver alguma coisa muito errada, me dêem um desconto por favor kkk

Espero que entendam o motivo da demora e desculpem por isso, por essa intro super longa... enfim '-'


Agora chega de enrolação e vamos partir pro capítulo \õ

Capítulo 9 - Renascer


[ JongUp POV’s ]

Estava lendo meu livro enquanto permanecia sentado ao lado de MinA. Ela parecia, apesar de tudo o que havia acontecido, dormir tranquilamente enquanto Zelo permanecia ao seu lado como um cão de guarda.

Para ser sincero, eu não tinha ideia quanto tempo eu iria permanecer ali, até estava com sono, mas ao mesmo tempo não conseguia dormir. Por isso, a melhor coisa que arranjei para fazer foi ler um livro.

A luz fraca e amarela dominava o ambiente e insistia em confundir as letras miúdas daquelas páginas e o silêncio quase fúnebre completava o ambiente.

De vez em quanto meu olhar se desviava daquelas linhas impressas para as linhas daquele corpo ferido que era MinA. Era estranho olhar para ela naquele estado, ao mesmo tempo em que um sentimento estranho me preenchia.

Eu odeio o fato de querer MinA perto de mim, mas acho que eu não a odeio... pelo menos não como ontem. É irônico dizer isso já que o próprio ódio é um sentimento, mas eu realmente odeio as sensações provocadas por MinA em mim. Eu não gosto de amar, nunca gostei e não sou uma boa pessoa para ficar alimentando esse tipo de bobagem. Desde pequeno fui criado para ser assim, ser uma pessoa fria, cruel, um ser que sempre ensinaram a reprimir sentimentos que pudessem demonstrar fraqueza... e o amor sempre foi considerado pior deles.

Talvez por isso nunca tenha recebido amor do meu pai, talvez ele não quisesse se mostrar fraco diante de mim. Quanto à minha mãe... mal a via, sempre foi ausente na minha vida, praticamente uma desconhecida, uma puta que adorava brincar com os sentimentos dos outros.

Nasci de uma noite regada a álcool e putaria que, segundo meu pai, só aceitou “cuidar” de mim porque viu a oportunidade de ter um herdeiro que, se fosse muito bem adestrado, poderia assumir seu lugar. Como nasci menino, tive essa sorte - ou o azar – em ter meu destino traçado por esse mero detalhe.

Se tivesse sido diferente, meu pai também talvez me vendesse para alguém, assim como fiz com a filha de MinA, talvez se isso tivesse me acontecido eu seria uma pessoa totalmente oposta a mim ou talvez nem vivo estivesse mais caso continuasse com aquela que me pariu. Se bem que minha vida não tem muito valor, não tenho medo de matar, nem de ser morto, apenas sinto prazer em viver na linha tênue entre a vida e a morte.

Às vezes eu desejava ter MinA fora da minha vida, ou melhor, que ela nunca tivesse entrado nela. Maldita foi a hora em que me deparei com aquela mulher na rua, na verdade não era nem mais uma mulher. MinA agia como uma cadela prenha e faminta que apenas esperava o chamado da morte.

Talvez MinA me incomodasse tanto porque, de certa forma, ela lembrasse alguns traços daquela que mais odiei e tentei amar ao mesmo tempo, aquela que sempre me rejeitou, que nunca considerou que metade de mim havia vindo dela.

Cresci no Le Noir e desde muito cedo convivi com as imundices do mundo. Ainda muito jovem meu pai, ou melhor, meu mestre como eu o chamava na maioria das vezes, foi assassinado e assim assumi o controle do esquema.

Sua morte não me provocou comoções, afinal a essa altura do campeonato meus interesses confrontavam com os dele, nossa relação era a pior que se possa imaginar, por isso planejei o assassinato dele e o tirei fora do jogo. Nessa vida de criminoso, quem não sabe jogar, quem não sabe manter cartas na manga é facilmente descartado.

***

Estava imerso em meus pensamentos quando fui trazido novamente ao mundo carnal ao perceber que MinA se remexia na cama. Esse simples gesto foi o suficiente para me fazer desviar sutilmente meu olhar daquelas linhas. Não dirigi o olhar para MinA, mas percebi que o olhar dela pairava sobre minha figura.

Eu não te odeio como ontem...

Fui sincero, acho que mais comigo mesmo do que com ela. Fechei o livro e a olhei tentando entender o que me fazia sentir daquele jeito e acabei sendo levado a me aproximar cada vez mais dela. Eu não queria, mas ao mesmo tempo desejava beijá-la. Foi inevitável. Nossas bocas se uniram. Deixei me levar pelo toque feminino.

Foi um beijo estranho, lento, mas ao mesmo tempo muito bem sintonizado. Não sei quanto tempo ficamos assim e aos poucos o beijo foi se dissolvendo até que restasse um olhar entre nós. Ainda tentava entender o porquê daquilo tudo estar acontecendo.

O olhar de MinA demonstrava um misto de emoções, acho que nem ela estava entendendo aquela situação toda.

Decidi que seria melhor levantar daquela cama e sair dali, deixando pra trás o motivo da minha instabilidade. Já não sabia mais até onde iam os meus interesses em MinA, muito menos a natureza deles.

Destranquei a porta e antes de cair no breu que dominava o mundo lá fora, arrisquei lançar mais uma vez o olhar para MinA, foi inevitável não rir da situação, que ao meu olhar parecia tão patética. Acho que minha dívida está paga... falei em baixo tom e deixei a escuridão me confortar.

***

Andei por algum tempo pelo Le Noir, que naquela noite estava vazio, não havia uma viva alma naquele lugar, mas a aura pesada e imoral das pessoas nunca sumiam dali. Eram como fantasmas que nos perseguiam onde quer que fosse.

Peguei uma dose de whisky e me fui para o lounge. Me sentei e fiquei em silêncio observando cada detalhe da mobília, os dardos que YoungJae costuma jogar quando está entediado estavam jogados sob a bancada do bar. O isqueiro que Yongguk havia largado em cima da mesa antes de irmos para o esconderijo de Park permanecia intacto. Era como se eu voltasse algumas cenas da minha vida.

Fazia muito tempo que não matava ninguém e Park Chung Ho me fez o favor de me tirar dessa seca. Me sentia bem, talvez um pouco mais leve em ter descontado minha ira naquele filho da puta.

Estava tudo muito quieto, o silêncio me agradava. No entanto, fui tirado desse clima quando ouvi passos lentos se aproximarem da entrada do lounge.

Achei que fosse Himchan, mas logo vi que não. Provavelmente o desgraçado estava ocupado contando os bolos dinheiro que havíamos saqueado no esconderijo de Park.

A cada passo a figura foi tomava uma forma mais delicada, mais sutil. Era MinA, que se arrastava em direção ao balcão do bar sem se quer me dirigir o olhar.

A observei pegar um copo e enchê-lo de bebida. A julguei como sendo uma bela de uma cachaceira, mas podia ser que estivesse apenas querendo amortecer as dores que sentia.

Se sentou no lugar em que YoungJae costuma sentar. Virou o copo, engolindo o líquido em grandes goladas e foi inevitável não ater o olhar às ondulações que sua garganta faziam a cada dose que passava por ela.

Descansou o copo vazio sob a bancada e pegou um dos dardos para analisar. Permaneceu em silêncio e eu fiz o mesmo. Num ato repentino MinA lançou um deles em um ponto qualquer do painel. Parecia pensativa.

- Deveria te agradecer? – quebrou o silêncio alguns minutos depois e lançou mais um dardo antes de lançar seu olhar como se fosse um deles.

Dei de ombros. A verdade é que isso não fazia a menor diferença pra mim. Era estranho como uma figura tão frágil como MinA às vezes conseguia ter um olhar tão forte no semblante. Para ser sincero, aquela fora a primeira vez em que a vi daquela forma, não sei, talvez fosse apenas efeito do álcool e depois de observá-la por um tempo, decidir me levantar do sofá e ir até a bancada do bar.

Completei meu copo e enchi o copo dela.

- A arma... - falei

- Tenho certeza que foi armação dele... – MinA me interrompeu sem dirigir o olhar e apenas permaneci em silêncio enquanto a encarava.

- Min... tenho uma proposta. – falei e dessa vez recebi o mesmo olhar de minutos atrás. – me ajuda a acabar com Himchan que eu devolvo sua filha.

Recebi o silêncio de MinA como resposta. Ela olhava pensativa para o líquido do copo e bebericava.

Achei melhor voltar para o meu lugar e continuei observar a forma como ela atirava novamente os dardos, só que agora dava goladas mais generosas de álcool até que MinA acabou matando o restante numa golada só. Percebi que ela remexia em alguma coisa atrás do balcão e logo vinha em minha direção.

- Eu to cansada de tudo isso. – revelou a tesoura que tinha em mãos.

MinA ainda mantinha o olhar forte no semblante, mas agora era regado por algumas lágrimas insistentes que escorriam enquanto cortava os longos cabelos negros na altura do ombro.

Sem delongas, jogou o tufo de cabelo no chão e logo após foi a vez da tesoura enquanto me encarava.

Seria essa a forma de MinA dizer que aceitou minha proposta?

- Eu também não te odeio como ontem.

Essas foram as últimas palavras de MinA antes do corpo fraco dela ceder e ir ao chão ainda guardando algumas lágrimas no rosto.

[ ZELO POV ]

Acordei no meio da madrugada e não encontrei MinA no quarto. O lençol, ainda quente, estava desarrumado e indicava que havia duas pessoas ali.

Achei estranho a ausência de MinA, já que ela estava debilitada e não seria a tarefa mais fácil do mundo ficar andando por aí. Meu maior medo era que alguém a houvesse tirado dali.

Resolvi averiguar, procurei pelas proximidades do quarto, mas nada encontrei. O Le Noir estava tomado pela escuridão, salvo uma luz que vinha fraca até os meus olhos e tudo indicava que ela vinha do lounge. Diante disso , decidi ver do que se tratava.

Me aproximei cada vez mais do ambiente com cuidado e cautela para não ser notado. Me escondi na penumbra de um móvel qualquer que havia ali e avistei uma figura masculina que não consegui reconhecer de imediato. Permaneci quieto, até o momento em que pude ouvir uma voz vindo do ambiente. A voz chegou fraca aos meus ouvidos, mas mesmo assim pude reconhecê-la. A voz de MinA era inconfundível.

Me arrisquei a olhar na direção oposta e pude vê-la de costas, sentada no balcão do bar, no mesmo lugar em que YoungJae costuma sentar para atirar seus dardos.

Ela parecia beber alguma coisa, pelo menos era o que dava a entender. Me atentei novamente à figura masculina que estava sentada no sofá e dessa vez pude reconhecer meu mestre observando cada gesto de MinA.

Eu e JongUp não havíamos trocado uma palavra se quer depois do episodio da noite anterior em que o ameacei de deixar sem meu apoio.

Tenho que admitir que fiquei surpreso em saber que foi meu mestre quem livrou MinA das garras de Park Chung Ho, eu ainda estava ressabiado em relação às atitudes de JongUp, mas hora tentei não transparecer o orgulho que senti do meu hyung, mas não pude evitar totalmente.

Estava atento a tudo o que acontecia naquela cena. Vi MinA vasculhar atrás do balcão em busca de alguma coisa. Ela se levantou. Caminhou a passos firmes até JongUp com algum objeto em mãos, objeto que não dava para ver muito bem. Ela parou de frente para ele e num movimento sutil de seu corpo foi me revelado uma tesoura empunhada por MinA

Ela olhou para JongUp. Olhou pra tesoura. Parecia chorar. Sim, ela chorava. Murmurou algumas palavras incompreensíveis e imediatamente puxou os longos fios negros e começou a cortá-los.

Cortava-os sem dó, como se estivesse livrando de um grande peso da vida. Dava para perceber que estava sofrendo na maneira com que manuseava os fios.

Em poucos instantes o tufo de cabelo estava largado no chão, assim como o corpo de MinA que foi vencido pela exaustão física e emocional.

JongUp se levantou. Analisou as mechas desfiguradas de MinA antes de acomodá-la sem muito jeito em seus braços. Observei para qual direção tomaria e logo dirigiu seus passos em direção ao local em que eu estava.

Não demorou para que estivesse próximo demais.

- Deixe que eu a levo. – falei interrompendo a passagem de JongUp, que me respondeu com um silêncio gelado.

- Eu tenho uma coisa que você quer e você tem algo que eu quero. – falei enquanto tirava a arma que estava presa a minha cintura.

JongUp manteve-se ainda em silencio. Apenas observava.

Coloquei o objeto numa mesa qualquer em me aproximei dos dois. Meu olhar percorreu o corpo desfalecido de MinA antes de ajeita-la dessa vez em meus braços.

JongUp não a entregou nem relutou, apenas permitiu que eu a levasse. E assim fiz, dei as costas ao meu mestre e permiti que a escuridão nos envolvesse a cada passo.

- É bom ver que as coisas têm mudado – dei uma pausa antes de continuar.

- Ah, e você tinha esquecido sua arma lá no quarto, mestre.

Agora sim permiti que a escuridão nos carregasse para longe dali.

Certamente ele entendeu o que eu quis dizer por de trás daquelas palavras.

***

Chegando no quarto, tratei de acomodar MinA novamente entre aqueles lençóis enquanto me ajeitava ao seu lado, sentado na beirada da cama.

Dei-lhe um selar na testa e percebi que estava um pouco quente, mas nada que eu devesse me desesperar.

Passei a analisar as mechas repicadas que agora emolduravam um novo rosto daquela mulher. Um rosto que apesar de carregar uma grande dor no peito, agora carregava também uma grande força no olhar.

Naquele momento, pude crer que aquela era uma nova MinA.


Notas Finais


Então pessoas lindas, é isso. Talvez esse capítulo tenha ficado bem bostinha ou curto demais ( eu sempre uso o número de caracteres como medida e ainda não sei ver isso pelo celular ç.ç)
Mas sei lá, qualquer coisa deixem aí o que vcs acharam e espero consertar meu computador logo <\3

Ah! Obrigada pelos comentários, favoritos, por todos que estão acompanhando a fic <3

Talvez eu demore um pouco para responder os comentários por conta da situação, mas prometo responder todo mundo <3

Beijão e se cuidem! <3


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