“— E se você pudesse fugir daqui, de tudo isso, viria comigo?
A garota deu as costas ao homem que lhe olhava com algo semelhante a suplica, e pôs-se a andar, mas depois de alguns passos parou e respondeu:
— Não se pode fugir da realidade, Joshua. — e com isso foi embora, deixando o homem sozinho na ponte, perplexo e absorto em seus próprios devaneios e desilusões.
— É, não há mais nada a se fazer… — e com essa frase, subiu no parapeito da ponte que o separava do precipicio abaixo, abriu os braços e se entregou a imensidão, com uma pequena ajuda do vento forte que soprava em suas costas, em queda livre, ele pensava sobre sua vida de resistência e aventuras, quando o chão amorteceu sua queda, ele chorava, pois não tinha sua amada consigo.”
Clarence fechou o livro, magoado e o jogou para longe, dando a ele o mesmo destino que o maldito autor dera a seu personagem preferido de todo o livro. Respirou fundo e gritou. O real motivo para que ele atirasse o livro fora era que até o seu personagem preferido, que se agarrava a vida mais que tudo, tivera coragem de fazer o que ele tinha vontade de fazer ao longo de cinco longos anos. Tudo bem, era só um personagem, mas mesmo assim, joshua era a personificação da vontade de viver, á estivera à beira da morte centenas de vezes, e ainda assim sobrevivia.
Erguendo os olhos, encarou o cenario do livro que lera a pouco. Era uma visão linda, digna do mais belo dos contos de fadas, ali, encarando os pinheiros e o campo gramado lá em baixo, ali, joshua tinha encontrado seu fim. Clarence sentou-se no parapeito da ponte e respirou fundo novamente. Parece um bom lugar para morrer, pensou Clarence. O garoto se inclina para frente, segurando-se firmemente ao parapeito e depois volta para cima da ponte, sentindo a adrenalina em seu sangue, aquilo realmente era melhor do que laminas…
Ele fecha o casaco de lã, abraça o proprio corpo, tentando espantar o frio e volta andando para sua casa, a madeira sob seus pés rangendo. Após alguns passos, de repente, a madeira sob seus pés cede, e o grito do garoto se perdia no precipicio que não parecia ter fim, mas teve, e tudo terminou tão rápido quanto começou.
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