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História Leap Of Faith - Synacky - This Picture


Escrita por: laflamme

Capítulo 19 - This Picture


Quatro meses depois.

Tudo que faltava era Zack conseguir alcançar seu tênis debaixo da mesa de centro e sua missão estaria cumprida.

Seus pés encostavam na madeira da sala com cautela, um passo atrás do outro lentamente, até que alcançou a mesa e finalmente seu vans.

Após resgatá-lo das profundezas do tapete, virou-se lentamente em direção porta, a forma que andava quase caricata enquanto evitava fazer qualquer tipo de barulho possível.

Uma vez que deu a volta na mesa sentiu-se aliviado, agora tendo que se preocupar tão somente em atingir a porta de saída que ficava logo atrás do sofá.

Assim que passou pelo estofado  sua camiseta que estava apoiada sobre seu antebraço acidentalmente engatou no lustre, seus olhos estalados quando este caiu sobre o chão, fazendo com que o barulho da queda parecesse uma bomba comparado ao silêncio do recinto.

Seu olhar voltou-se para o homem deitado sobre o sofá, seus enormes olhos azuis divertidos com a visão diante de si.

Zack se endireitou, uma das mãos perdidas nas mechas de sua nuca enquanto tentava achar uma forma de explicar.

-Tudo bem, Zachary. Sua fama de evitar café da manhã já está bem espalhada. Mas ao menos me diverti com a sua tentativa de sair de fininho.

O homem levantou do sofá se espreguiçando lentamente, logo após ocupando-se em devolver o abajur à mesa de canto.

Zack sorriu abertamente, colocando sua camiseta normalmente agora que já havia acordado o outro.

- Eu ia deixar um bilhete... Se serve de consolação. – Disse enquanto ria de forma tentadora, deixando ser envolvido pelo homem que ainda estava nu.

- Aham... Tá bom. – Ele respondeu, puxando de dentro de uma das gavetas da mesa de canto um cartão. – Não que você vá ligar, mas ao menos eu tentei. – Ele disse entregando o cartão para Zack enquanto o levava até a porta.

-Obrigada pelo café... – Zack disse em tom de brincadeira, sabendo que fizeram tudo menos tomar o café para o qual havia sido convidado.

Zack deixou o apartamento rapidamente, encaminhando-se até a rua enquanto colocava seu casaco e terminava de amarrar seu tênis. Uma vez dentro do carro de Matt puxou o protetor solar para se olhar no espelho, arrumando as mechas que estavam fora do lugar, percebendo um pequeno roxo marcado entre seu pescoço e sua jugular.

- Deixa eu adivinhar... – Matt disse enquanto voltava para a principal – Seu personal trainer agora? Ou o dentista?

Zack riu alto, puxando o cartão do bolso de trás de sua calça jeans para olhar o nome no cartão.

- Nenhum dos dois. Conheci na farmácia ontem. Mas ele com certeza fez um estudo minucioso do inteiro da minha boca e me deu três horas incessantes de exercício físico, se é que você me entende. – Zack disse piscando e logo após gargalhando da reação de seu melhor amigo.

-Arg, como você é nojento. – Matt disse enquanto parava em um sinal. – Não me leve a mal. Mas como funciona essas coisas com gays? Vocês tem pré-estabelecido quem faz o que?

Zack o olhou confuso, uma de suas sobrancelhas arqueadas.

-O quê?

-Tipo... Quem... Sabe? – Matt perguntou nervoso, trocando de olhares entre o sinal e seu melhor amigo, até que Zack riu novamente.

-Você quer saber quem come? – Zack se divertiu da tortura que era observar Matt esperando por sua resposta, desconforto evidente em sua face. – Depende. Os últimos quatro que peguei eu comi... mas geralmente é o inverso. Por que você quer saber isso?

Matt deu de ombros, socando o ombro de seu amigo levemente.

-Eu sei lá. Por mais que só de pensar em algo assim me dê enjoo, eu quero saber da sua vida.

Zack riu.

-Então quer dizer que você fica pensando nisso?

Matt pigarreou enquanto Zack gargalhava, suas provocações durando até chegarem na garagem da casa de Matthew.

A banda havia evoluído muito mais do que qualquer um do grupo poderia imaginar. Em questão de um mês já tinham inúmeras músicas de autoria própria e a música parecia que fluía de um membro para o outro, uma sintonia inexplicável desde o primeiro ensaio até então, quatro meses depois.

Zack já havia se habituado a ser duas pessoas completamente distintas dentro e fora do ensaio.

Como era obrigado a ver Brian todos os dias de ensaio por mais de duas horas, sua melhor forma de encarar a situação foi se fechando e simplesmente fingindo que nada jamais havia ocorrido entre os dois.

Tratava todos igualmente quando dentro do estúdio, sempre quieto e absorto em seus pensamentos, justificando que estava focado na música. Sendo que de certa forma ele realmente estava.

O tempo que tinha para si Zack dedicava ao outro setor da vida dele que havia sido implantado desde o dia que deixou a casa das DiBenedetto.

Zack não era mais a mesma pessoa que entrou naquele taxi, sua essência absolutamente corrompida por uma vida desenfreada de encontros e desencontros com inúmeros homens nas boates mais famosas de Los Angeles.

Por semanas Zack viu-se deixando sua forma introvertida e tímida de ser, se permitindo conhecer a maior gama de pessoas possíveis por noite.

Jennifer era peça elementar de suas aventuras, cruzando de bar em bar todos os fins de semana e inclusive em dias normais, em um hábito frenético de festas e bebida.

Marc e sua irmã geralmente os acompanhavam, rindo e fazendo apostas de com quem Zack iria para casa naquela noite.

Depois de algum tempo de adaptação, e até enorme resistência de sua professora, essa se viu compelida a ter Zack presente em todos esses momentos, sua companhia trazendo não somente prazer para os seus amigos, considerando a espontaneidade do mais novo como sua recém adquirida audácia, mas também por seu enorme coração e bondade.

Zack não se lembrava nem do nome das pessoas com quem ia pra casa, sendo que geralmente se tratava do homem mais cobiçado do local em que estavam, o moreno não desistindo até que conseguissem quem quisesse a hora que quisesse.

Mesmo diante de todas as alterações que Zack havia enfrentado em sua personalidade, Jennifer sentia a amizade crescer cada dia mais, contando com Zack nos melhores e piores momentos desde então.

Sempre que Zack não estava ensaiando, estava na casa de Jennifer ou Marc, participando de jantares ou programando incríveis viagens para os feriados.

O estilo de vida ao qual Zack havia se adaptado lhe trouxe consequências que o deixavam descontente, como o evidente afastamento de seus amigos e a dificuldade de lidar com qualquer coisa que tivesse um formato parecido com sentimentos.

Zack se fechou para o mundo da uma noite para outra, abrindo-se tão somente para relações superficiais com pessoas que se quer tinha interesse de saber de onde vinham ou o que faziam. Eram números e distrações, e Zack sabia exatamente que a troca que havia feito tinha um preço tão alto que era até difícil ficar sozinho com seus pensamentos. A todo tempo precisava estar ocupado com algo ou com alguém, evitando sempre que sua mente divagasse para os momentos ruins que havia enfrentado nos últimos meses.

Independente de todo o ocorrido, um de seus rituais noturnos era sempre receber uma ligação de Valary e lhe contar exatamente tudo que havia acontecido em seu dia. Mesmo com a distância física, Zack viu-se completamente apoiado por ela e seu namorado, que faziam tudo para ter Zack por perto ou saber como ele estava.

Matt por diversas vezes programou o dia para que terminasse somente com ele e Zack na garagem, conversando sobre bobagens ou bebendo cervejas enquanto jogavam vídeo game, sua amizade jamais sendo abalada, porém a distância tornando difícil de enxergar se seu melhor amigo realmente estava feliz ou se estava se utilizando de um subterfúgio para não sofrer.

Após incansáveis vezes que foi buscar o menor em lugares que esse nem fazia ideia, ou recebe-lo em sua casa tarde e absolutamente bêbado, Matt acostumou-se lentamente com o comportamento de seu melhor amigo, preocupando-se tão somente em estar lá. Sempre. Independente de qual ou onde fosse.

- Finalmente! – Johnny exclamou assim que viu os dois entrarem pela garagem. – Avisa teus namorados que os ensaios começam as 19 e que você com certeza vai dar um jeito de fugir mais cedo como sempre faz.

Zack o cumprimentou enquanto bagunçava seu cabelo.

- Tá de TPM, Johnnyboy?

Assim que encontrou Brian sentado no sofá ao lado de Michelle seus olhos divagaram para onde sua guitarra estava apoiada.

-O Brian afinou para você. – Jimmy disse, passando-o instrumento antes de sentar em sua banqueta. – Vamos ensaiar rápido hoje porque tenho um encontro.

Matt fez um som engraçado enquanto Johnny encenava uma pornografia.

- Hmmmm, ok! – Zack disse, puxando sua guitarra, nem se preocupando em agradecer o outro guitarrista, somente plugando seu instrumento e se concentrando pelo resto do ensaio em acertar absolutamente todas suas notas.

Aproximadamente uma hora depois Matt encerrou a última música, soltando o microfone e se sentando ao lado de sua namorada.

-Pizza Planet, alguém? – Michelle disse, puxando Brian para si enquanto o maior também encostava sua guitarra no canto, meramente deixando que sua namorada o abraçasse enquanto ele parecia distante dali.

Todos concordaram, menos Zack, como geralmente fazia.

-Tenho trabalho da loja pra entregar. – Disse firmemente, abrindo a porta da garagem enquanto cumprimentava Matt.

Não era inteiramente verdade, uma vez que iria se encontrar com Marc na loja para discutirem os projetos, porém o combinado era somente três horas depois disso.

Zack agora havia assumido responsabilidades extras na loja, trabalhando por períodos ininterruptos e inclusive sendo contratado por marcas famosas para enviar alguns de seus trabalhos para eles, ganhando em cima de cada um.

Em pouco tempo havia feito economias suficientes para ir e voltar da Europa, Marc impulsionando-o a trabalhar e se dedicar cada vez mais aos seus desenhos e ao cargo de gerente que havia honrosamente ganhado na loja após demonstrar todo seu esforço e dedicação nas horas livres e cuidar da loja como se fosse sua.

Esses quatro meses foram divisores de águas tão evidentes que o distanciamento de sua família e de seus amigos foi o combustível para grande maioria de suas melhores artes, o vazio que sentia toda vez que se levantava da cama de um desconhecido sendo o que preenchia folhas e folhas de rascunhos, madrugas a fio criando desenhos com as ideias mais insanas e criativas que poderia encontrar.

Se por um lado a vida parecia estar lhe castigando, por outro parecia gratificar-lhe por seu esforço. Suas notas continuavam medianas mesmo com tantas faltas e seu trabalho parecia lhe dar razão para acordar todos os dias mesmo com a pior ressaca do planeta.

Se Zack não fosse artista e músico, poderia ter se tornado ator, considerando as mentiras deslavadas que contava pra sua mãe sobre seu paradeiro ou o porque de chegar de  madrugada em casa quase todos os dias da semana.

Enquanto arquitetava os planos para o seu fim de semana em LA, e ao mesmo tempo se encontrava ansioso para encontrar seu chefe, que recentemente havia optado por um novo corte de cabelo que fazia com que o menor quisesse ataca-lo até publicamente, Zack se encontrou quase debaixo das rodas de um carro, quando atravessou a principal sem se quer olhar para nenhum dos lados.

Os três livros de arte que estavam em seus braços caíram por todos os lados da rua, e sua perna se chocou contra o retrovisor do carro, sendo esse o máximo de dano corporal graças a um berro que ouviu do outro lado da rua alertando-o sobre o mesmo.

-Meu deus, Zacky! Você está bem? – as pequenas mãos de McKenna se ocuparam em pegar os livros esparramados pelo chão, enquanto Zack observava o motorista buzinar freneticamente sem se quer parar o carro.

Zack recebeu seus livros ainda aéreo, seu raciocino lentamente percebendo quem era a divina criatura a sua frente.

-McKenna, você salvou minha vida. – Ele disse, abraçando-a rapidamente. – Quanto tempo! Você cresceu horrores. O que seus pais te dão pra comer?

McKenna riu longamente, puxando o maior de volta para a calçada onde estariam seguros.

-Obrigada, Zack. Eu acho. O Brian basicamente me dá almoços terríveis que ele chama de almoço dos campeões. Mas pra mim é um monte de gororoba junto com wheyprotein.

Zack riu, sentando em um banco junto com a adolescente para analisar o roxo em seu braço que se quer havia percebido ter encostado no carro.

-Você também está diferente. Tá mais magro... Parece até mais velho.

Zack olhou para seu próprio tronco, se analisando rapidamente.

-Eu corro nos fins de semana agora. Pode ser isso. Minha amiga Jen me faz correr 3 horas sábados e domingos. Satã em pessoa.

McKenna riu do jeito que Zack falava, a essência parecia a mesma, mas o exterior tirava sua concentração.

-Você e o Brian ainda estão brigados, né? Deve ser por isso que ele tá de cu virado eternamente. Ciúmes porque você tá muito gato.

Zack estalou os olhos, olhando-a rapidamente.

-McKenna!

-É verdade! Você até tá bronzeado! – Ela riu, apertando suas bochechas.

-Bom, obrigada... – Zack disse envergonhado – Ele te contou que brigamos?

McKenna deu de ombros.

-Não, mas eu imaginei, considerando que você nunca mais foi lá em casa. O Brian não é muito de compartilhar as coisas se é que você não notou ainda.

Zack não poderia concordar mais.

-Nem me fale.

-Mas o que aconteceu? Eu pressionei mas ele não quis dizer.

Zack firmou os lábios, vertendo seu olhar para os pedestres que por ali cruzavam.

- Sinto muito por não ter aparecido mais. Eu queria te ver, mas com ele namorando nem faria sentido eu aparecer lá. A michelle iria ficar desconfiada.

McKenna o observou confusa.

-O Brian? Namorando?

Zack agora encontrou seu olhar.

-Sim... Uma amiga minha. A Michelle.

-Ele nunca falou nada. Nem uma palavra sobre ela. – McKenna disse. – Você tem certeza que eles tão namorando mesmo?

Zack assentiu dramaticamente.

-Sim. 100%. Eles desfilam juntos pelo colégio inteiro todos os dias, comem juntos e vão embora juntos. – Zack respondeu. –não acredito que ele não te apresentou ainda. Nem para seus pais?

McKenna observou Zack longamente, seus pequenos e delicados olhos analisando cada pequeno detalhe do rosto de Zack por alguns segundos, enquanto Zack tentava decifrar o que passava em sua cabeça.

-O Brian não te conta muito sobre a vida pessoal dele também, pelo visto. – Ela respondeu, abrindo a carteira e retirando uma fotografia de dentro dela, entragando-a nas mãos de Zack.

-Esses são meus pais. Minha mãe é a morena abraçada com a criança, que é meu irmão. E o meu pai é o cara segurando a menina, que sou eu.

Zack observou a fotografia atentamente, seus olhos vidrados no rosto da mãe de Brian. O olhar de Brian era uma cópia perfeita do olhar de sua mãe, trazendo em Zack uma sensação esquisita no peito, considerando que a última vez que olhou diretamente nos olhos do moreno foi há mais de 4 meses atrás.

- Ela é linda. – Zack disse, voltando seu olhar pra McKenna.

-Era mesmo. Meu pai era simplesmente apaixonado por ela. O aniversário da morte dela é semana que vem.

Zack engoliu em seco, os olhos de McKenna suaves como sempre, porém dessa vez com uma ponta de tristeza.

-Eu...Sinto muito. Não sabia, McKenna.

-Tudo bem. – Ela disse apertando levemente o antebraço do mais velho. – De verdade. – Zack pegou a mão da menor na sua. – Eu acho que o Brian nunca conta essas coisas para as pessoas porque ele não gosta de falar sobre isso. Mas eu não me importo. Eu prefiro falar.

Zack apertou a pequena mão de McKenna enquanto observava seus olhos se focarem no pavimento.

-Talvez ele não consiga falar muito sobre isso porque... Eu acho que ele se sente culpado. – Ela disse, enquanto procurava palavras. – Ele estava com ela quando aconteceu.

Zack sentiu seu coração se apertar em seu peito. Histórias de mortes e doenças sempre deixando-o confuso de como agir ou o que dizer para a outra pessoa.

-Ela estava doente? – Zack perguntou, tentando confortar a menina com depositando sua outra mão em suas costas sob o capuz de seu casaco de moletom azul.

-Não... Quer dizer sim. Bastante doente. Mas da cabeça, sabe? O Brian diz que era depressão. – McKenna continuou – Ela tomou remédio por um ano mais ou menos e eles até chegaram a encontrar um tumor. Mas não foi o que matou ela. Foi a tristeza.

Zack a observava sem saber o que dizer, somente deixando que a menor continuasse.

- Ela se suicidou no dia do aniversário de casamento dos meus pais. Eu e o papai encontramos o Brian abraçado nela no quintal da nossa antiga casa, onde meu pai tinha construído um jardim incrível de presente de aniversário há muitos anos atrás. Ele tinha sangue pela roupa inteira dele, até no rosto. Eu acho que nunca vou conseguir esquecer o olhar dele.

Zack já nem sentia mais seu coração bater de tão fraco que seu sangue pulsava. O olhar de McKenna era devastador. Seus olhos marejaram o suficiente para que uma singela lágrima escorresse pela lateral de sua face enquanto sua boca permanecia semi aberta, as palavras presas na garganta.

McKenna o olhou com seus olhos secos, o olhar vazio.

- O Brian nunca mais foi o mesmo depois disso. Eu imagino que deva ser por isso que vocês brigaram. Ele afasta todo mundo da vida dele. Mas eu devo tudo a ele. É ele quem cuida de mim, me leva e me busca na escola, me dá comida e me escuta falar horas sobre o quão frustrante o Scott, o menino da minha sala que grudou chicletes no meu cabelo é. Depois que a mamãe morreu, o papai também foi internado. E ele tá lá até hoje. A gente visita ele de vez em quando, mas o Brian detesta ir lá. Ele mora em um instituto.

Zack absorvia cada pedaço de informação lentamente, se focando em demonstrar toda a atenção que poderia para a menina, que agora sorria levemente.

- Eu não gostei de você só porque você é bonito e simpático. – McKenna disse rindo. – Eu gostei de você também porque você foi a primeira pessoa que trouxe um pedaço do que o Brian era antes da morte da mamãe. Aquele dia lá em casa eu vi. Pouco e rápido, mas parecia o Brian de antigamente.

Zack agora se encontrava surpreso, o sorriso de McKenna causando a mesma sensação em si, uma ponta de felicidade ressurgindo dentre a profunda tristeza que sentia só de se imaginar na situação da adolescente. Sem pai, sem mãe. Só o irmão mais velho e ela com um passado tão tenebroso que Zack sentia arrepios só de tentar imaginar as cenas descritas pela menor.

-Mas enfim... Chega de falar de coisa ruim. – Ela disse pegando a fotografia de volta e observando-a com ternura por mais alguns segundos antes de guarda-la. – Eu realmente espero que você e ele voltem a se falar em breve. Gostaria muito que você fosse me visitar. Mas se isso não acontecer, eu espero que você seja atropelado mais vezes.

McKenna riu longamente, se levantando do banco enquanto puxava Zack para si em um longo abraço.

-Desde que não se machuque muito, claro.

Zack soltou a menor relutantemente, sentindo vontade de aperta-la até que todos os sentimentos ruins saíssem dela e fossem transferidos para ele, deixando-a pura e angelical novamente.

Após olha-la por alguns segundos, ele teve uma ideia.

-Tá vendo aquela loja ali? – Zack perguntou. – Eu trabalho ali! Todos os dias, inclusive sábados e domingos. Meu turno é geralmente das 16 às 21, que é a hora que fechamos, mas se quiser podemos nos encontrar pra falar bobagens. Eu também posso te dar umas dicas sobre como o Scott provavelmente tem uma queda por você e não sabe reconhecer.

McKenna sorriu.

-Jura? Essa loja é demais. Olho as camisetas todos os dias enquanto espero o Brian sair do turno dele.

Zack parecia intrigado.

-Ah, é. Esqueci que ele não te conta nada. Ele trabalha aqui!- Disse apontando para o mercado. Zack se recordou de um dia que o encontrou encostado sobre o muro fumando um cigarro e se perguntando o que Brian fazia ali. Aparentemente ele obteve sua resposta.

-Eu fico aqui todos os dias esperando ele sair às 22. Geralmente eu entro e fico fazendo hora lá dentro sentada nos sofás e vendo tv no setor de eletrônicos.

Zack riu enquanto olhava para a fachada do supermercado.

-Bom, acho que achamos uma solução para o seu tédio então, não?

McKenna sorriu alegremente, estendendo sua mão como um sinal de comprometimento com Zack.

-Seu chefe não vai se importar de ter uma criança correndo pela loja e atrapalhando vocês todos os dias?

Zack piscou rapidamente pra menor enquanto procurava o seu celular que tocava no bolso.

-Bom, ele já convive com uma que sou eu. Acho que duas não será problema.

McKenna riu enquanto apontava para o sinal de aberto para pedestres na rua enquanto Zack se encaminhava para o asfalto.

-Aprenda a ler, espertão.

Zack mostrou a língua, correndo dentre os carros parados enquanto acenava para ela, recebendo um aceno tão empolgado quanto de volta.

-Te vejo amanhã! – Uma vez que encontrou o outro lado virou-se novamente e berrou para a menor. – McKenna, não conte pro Brian.

Mckenna assentiu, seus dedos fechando seus lábios como os de um zíper, em sinal de que iria se manter calada. Entrou no mercado alegremente enquanto cumprimentava o enorme segurança parado no detector de metal com um high 5, sumindo dentre a multidão de clientes.


Notas Finais


OLÁ!!! Sinto muito a demora. Minha vida tá uma loucura. TCC, semana de provas, 3 meses pra me formar. SOS. Espero que gostem. Tá muito emotivo e tal, mas agora a história começa a desenrolar. Me digam o que acharam porque faz tanto tempo que não escrevo que não sei se perdi o fio da meada. BEIJO <3


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