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História Leap Of Faith - Synacky - Spite and Malice


Escrita por: laflamme

Capítulo 21 - Spite and Malice


(IMPORTANTE: essencial ouvir essa música com o começo do capítulo ou uma música tão sensual quanto:  https://www.youtube.com/watch?v=LElU3Yf2zLY ) 

Assim que Brian se acostumou com a ausência de luz de um cômodo para o outro conseguiu enxergar parcialmente o rosto de Zack, seus olhos vermelhos, as pálpebras se fechando e abrindo lentamente, seus lábios entreabertos enquanto ele dançava a música que tocava no lounge.

Suas mãos encontraram a costura da camiseta de Brian, guiando-o até um dos bancos colados ao bar, empurrando-o sutilmente para que se sentasse em um deles, suas costas encostadas no balcão do bar enquanto Zack se posicionava lentamente entre suas pernas, suas mãos espalmadas em seu peito enquanto se movimentava com a batida da música.

Zack se virou de costas, encostando tão somente a parte inferior de sua coxa nas coxas de Brian, seus movimentos tão lentos que cada volta de seu quadril relava no cós da calça do maior, enviando uma sequência de arrepios neste e uma tensão inexplicável na boca de seu estômago.

Brian parecia preso por um encanto, seus braços moles apoiados em suas próprias pernas, a visão de Zack descendo lentamente até seus pés e voltando, o suor em sua testa fazendo com que pequenas mechas negras se colassem ao seu rosto, seus olhos verdes perdidos nas luzes e de volta para encontrarem seus olhares.

Zack continuou a dançar a música sem tocá-lo em nenhuma outra parte de seu corpo, mas Brian sentia-se como se o calor do corpo do menor tivesse alcançado cada mínimo pedaço de seu corpo, sua pele tão quente, quase febril.

O menor se desvencilhou de suas pernas, sorrindo maliciosamente com o olhar que Brian lhe lançava, luxúria explodindo de cada mínimo poro, seus olhos castanhos de uma cor tão chocolate que parecia que poderia derreter.

Zack finalmente se aproximou do corpo do maior encostando toda a sua parte frontal inferior na de Brian, descendo e voltando para encontra-lo de olhos fechados firmemente, as mãos que antes estavam em sua própria coxa agora estavam no ar, como que em um protesto silencioso consigo mesmo.

O moreno tomou a oportunidade para correr suas mãos pelos seus cabelos, apoiando-se em sua nuca, os dedos emaranhados nas mechas mais cumpridas, fazendo com que Brian abrisse os olhos imediatamente.

Zack encostou seus lábios no encontro de seu queixo com o pescoço, plantando um longo beijo, movendo para o outro lado, sua língua deixando saindo tão somente para encostar na pele levemente, até que seus enormes lábios se fechassem sugando levemente a pele molhada.

Até o momento Brian havia utilizado todo o poder que tinha em seu corpo para resistir tocar o menor, seu instinto em uma briga constante com o seu bom senso, tornando ainda mais difícil sua missão quando a boca de Zack se aproximou lentamente de seus lábios, sua respiração quente e agitada levando Brian ao seu ápice do autocontrole quando o moreno encostou sua testa na dele e pressionou seu quadril ainda mais forte contra Brian, rebolando com a batida da música.

Em questão de segundos Zack abandonou seu corpo por completo, virando de costas sem nem se quer olhar para Brian novamente, simplesmente seguindo em direção a saída, o lugar em que antes seu corpo encostava no de Brian, queimando sua pele, agora estava frio.

Brian observou até que o moreno saiu pela porta, incerto do que deveria fazer em seguida, seu próprio batimento cardíaco ainda tão forte e intenso que o cômodo parecia girar.

 

~’~

 

- Eu ainda vou transformar você em objeto de análise pelo curso de medicina veterinária da UCLA, Matt. – Johnny disse enquanto observava Matthew terminar seu terceiro hambúrguer em menos de meia hora, todos com adicional de bacon, maionese e onion rings. Onion rings dentro e fora das três refeições.

Zack olhava seu melhor amigo comer com um certo nojo, a forma com que ele mastigava tirava sua própria fome.

- Na verdade acho que a irmã dele nunca foi fazer intercâmbio. Ele deve ter comido ela e não sabe como contar para gente. – Johnny ria enquanto desviava do onion ring que foi atirado em sua direção.

Desde que havia chegado no dinner, até o momento, uma hora depois, Zack não havia trocado nem se quer uma palavra com o outro guitarrista, inclusive deixando de cumprimenta-lo assim que chegou e fazendo questão que sentassem em sofás opostos.

Assim que saiu do clube que estavam no final de semana Zack já não encontrou mais Marc nem Aiden na saída, sendo informado por Jen que eles haviam ido embora logo após ele ter desaparecido.

Zack desde então estava em um humor negro absoluto, passando o restante de seu fim de semana exilado em seu quarto com sua irmã, que insistentemente implorou para que ele deixasse ela o fazer companhia enquanto ele desenhava os últimos projetos do mês para a loja, um deles sendo uma surpresa especial para uma irmã que não era exatamente sua.

- Tá, Zack. Eu sei que você adora um mistério, mas você pode me falar o porquê de estarmos esperando a Jennifer há mais de uma hora? – Johnny perguntou, estapeando Jimmy enquanto ele tentava roubar uma de suas fritas. – Não que eu me importe de esperar por aquela loirinha sensacional,né.

Assim que Johnny terminou sua frase o grupo inteiro quebrou o silêncio em risadas, quando a pessoa em questão sentou-se ao lado do próprio Johnny, roubando uma das batatas dele.

-Bom saber, Sr. Seward. Vou me certificar de que suas notas recebam o mesmo tratamento. – Jennifer disse enquanto ria, as bochechas do mais novo vermelhas.

- Boa tarde, meninos, Zack. – Ela disse compartilhando uma piscadela com um de seus melhores amigos. – O motivo pelo qual eu pedi que o Zack trouxesse todos aqui é porque tenho uma notícia fabulosa para vocês...

Os cinco se focaram na professora, que agora havia retirado seus óculos de sol e pediu a garçonete que a trouxesse um café preto logo depois de retirar um maço de folhetos de sua bolsa e entregar para cada um deles.

-Espero que você não se importe de eu ter roubado um de seus desenhos, Zack. – Ela disse, sorrindo de orelha a orelha com a reação do menor.

Na parte frontal do folheto estava o desenho que Zack havia feito do prédio da escola uma vez, a sua frente destruída e em chamas, enquanto zumbis a invadiam e os alunos, todos retratados de forma caricata e bastante colorida, corriam pelas redondezas da escola. Em grandes letras garrafais estava escrito “Concurso de Bandas” ao lado de um esqueleto segurando uma abóbora, onde a data e horário estavam cravados.

-Você só pode estar de brincadeira... – Jimmy disse, observando atentamente o folheto em suas mãos. – Por que só eu e o Johnny fomos os primeiros a virar zumbi? – Ele disse apontando para o óbvio retrato que Zack fez de si e de seus amigos correndo dos zumbis, onde Jimmy e Johnny já eram um deles. – Um dia os bateristas e baixistas terão mais importância no mundo, aí eu quero ver vocês vocalistas e guitarristas arranjarem mais groupies que a gente.

Zack riu longamente da estupidez de seu amigo, apertando o folheto em suas mãos ansiosamente.

- Eu não acredito que você conseguiu aprovar essa ideia. – Zack disse pegando na mão de Jen.

-Você não sabe o quanto isso significa para nós, Jen. – Matt disse observando-a com carinho. – Vamos dar nosso melhor.

Jennifer retribuiu o sorriso de todos os membros enquanto apertava a mão de Zack na sua.

- Fiz das tripas o coração para conseguir que fosse no Halloween. Vai ser demais, meninos. De verdade. Eu vou precisar muito da ajuda de vocês. Principalmente você, Zee. Temos que ter toda a arte pronta até dia 15. Já o restante de vocês pode se encarregar de ver os equipamentos que vamos precisar, luz, caixas de som e tudo mais.

O grupo concordou, cada um recebendo sua função com enormes sorrisos no rosto.

Teriam pouco tempo para bolar os detalhes de seu show, já aproveitando o momento para confabular sobre qual seria a música que escolheriam para tocar.

Jennifer os informou de que todos deveriam ir fantasiados, assim como os alunos da escola, sendo que após o concurso e a entrega do prêmio para as três melhores apresentações, a diretora havia liberado uma festa para os alunos dentro da própria escola.

-Bom, meninos, acho que é isso. Ensaiem bastante, se foquem, e organizem tudo bem certinho. Conto com vocês. Qualquer problema avisem o Zack. Temos um jantar hoje inclusive, pequeno. Preciso que você consiga mais um daquele bolo sensacional que a irmã do seu amigo faz. – o coração de zack parecia ter travado assim que as palavras saíram da boca de Jennifer, seus olhos rapidamente escaneando a feição de Brian, que parecia distraído com o desenho em suas mãos. – Como é o nome dela mesmo?

Zack se levantou rapidamente. – É angelina, algo assim. – Ele respondeu, puxando a loira consigo enquanto seus amigos ainda pareciam distraídos com as ideias para o festival. – Vem cá, preciso tirar umas dúvidas contigo.

Jennifer deixou-se ser arrastada pelo mais novo até que estavam fora da lanchonete, acendendo um cigarro assim que se encostaram na parede.

-Meu deus, essa foi por pouco. – Zacky disse enquanto tragava seu cigarro lentamente.

-O que foi isso? – Ela disse confusa, acendendo seu próprio cigarro logo depois de por seus óculos de sol.

-A irmã do amigo é a irmã do Brian. Ele não sabe que ela passa as tardes na loja. Ele não sabe nem que conversamos.

Jennifer mesmo com seus olhos cobertos demonstrou surpresa.

-Como assim? Por que não?

-Eu não quero que ele saiba. A McKenna me contou várias coisas sobre eles e a família deles...

-Hm, e é por isso que você fez o que fez no fim de semana? Não pense que só porque seus amigos são todos uns chapados distraídos que eu não percebi sua escapada com o Brian.

Zack respirou fundo enquanto massageava suas têmporas.

-Não é o que você está pensando... – Zack respondeu, voltando seus enormes olhos verdes para encontrar as lentes do RayBan de Jen. – Nós nem ficamos.

Jennifer pigarreou, soltando a fumaça de seu cigarro antes de se virar totalmente para seu melhor amigo.

-Qual é, Zack. Eu sou a maior testemunha do seu trauma pós Brian Haner. Você acha que pode enganar o resto dizendo que já superou, mas eu sei que não. O que a irmã dele te contou?

-Sobre tudo que você não quis me contar. – Zack disse enquanto a fitava seriamente, uma das sobrancelhas arqueadas em indignação.

- Z, você é meu melhor amigo. Você sabe o quanto já fico preocupada com o meu trabalho por se quer ter me tornado algo mais que sua professora. Eu bebo, fumo, uso drogas ilícitas e tudo que uma professora jamais deveria fazer com um aluno com você... Menos aquilo né. – Ela riu, socando-o no braço sutilmente – E só porque curto outra coisa, porque você é irresistível, né. – Zack riu alto, dando de ombros. – Mas não posso quebrar esse sigilo. É a pasta pessoal dele, é o histórico da vida inteira dele em três páginas. Seria injusto. Você sabe o essencial. Ele é transferido, tem um passado negro nas outras escolas que passou, e já deveria estar formado. O resto se a irmã dele não te contar, um dia você provavelmente descobrirá. Tenho o feeling de que a história de vocês está longe de acabar e ele já sofreu um bocado com dramas pessoais.

Zack a observou longamente antes de voltar sua atenção para a rua, se perdendo em seus pensamentos. McKenna havia aberto inúmeras informações sobre a família, mas a mais pontual e intensa foi quanto a revelação do suicídio de sua mãe. O restante das informações eram basicamente sobre como Brian era no passado, seus costumes, as histórias engraçadas dos dois irmãos, os fiascos que passaram nos primeiros meses em que estavam morando sozinhos. Zack criou um tipo de respeito por Brian após saber de tudo que havia passado com sua irmã, mas nada ainda havia apagado a humilhação que passou, o rancor que sentia do maior por fazer parecer que tinha interesse nele. Zack se perguntava constantemente qual seria a razão ou o distúrbio psicológico que Brian poderia ter que explicasse a conduta dele, mas jamais chegou perto de qualquer explicação plausível para suas escolhas idiotas, resultando todo o processo de aceitação no oposto: raiva e mágoa.

- Não vai me contar o que aconteceu no bar então? – Jennifer perguntou intrigada, seu cigarro agora próximo do filtro, seus olhos observando os ponteiros de seu relógio.

- Pior que foi sincero. Nada aconteceu de verdade. Eu só dancei com ele... Ou melhor, nele. E fui embora. – Zack riu. – Eu achava que tinha feito para provocar o Marc, aliás, você deveria ter me contado sobre o Aiden. Mas quando vi o jeito que o Brian me olhou quando dancei com ele, acho que cheguei à conclusão de que fiz para provocar ele também.

Jennifer riu.

- Você também não colabora, não é? O Marc é adulto, Z. Esses seus jogos podem funcionar bem com meninos da idade de vocês... Mas com ele tem o efeito reverso. É lógico que ele fica com ciúmes das suas putices diárias. – Jennifer complementou se referindo aos inúmeros encontros que Zack tinha semanalmente com desconhecidos. – Mas isso só faz com que ele tenha certeza de que você não está preparado.

Zack observou seus amigos se levantarem de seus acentos e se encaminharem ao caixa pelos vidros da lanchonete.

- Talvez você deva tentar uma nova abordagem... Se chama sinceridade. Se com o Brian é impossível, considerando as atitudes dele, que eu acho reprováveis inclusive, por que você não larga mão dessas aventuras de uma noite só e tenta algo diferente com o Marc?

Zack a observou longamente, seus ouvidos processando as informações que acabara de receber.

-Eu não consigo me desconectar do Brian. Eu sinto tanta raiva dele que mais parece um imã. – Zack confessou.

- Então ache uma forma de externar toda essa raiva e supere. Aí siga em frente. De nada adianta você ficar tratando ele que nem lixo como você estava tratando hoje. O que foi aquele catchup que você fingiu errar do seu prato? A macha nunca mais vai sair da camiseta dele.

Jennifer se calou assim que notou o restante da banda sair pela porta, rindo alto e ainda conversando sobre o concurso.

- Empolgados? – Ela perguntou, apagando seu cigarro com a sola de seu tênis antes de jogá-lo no lixo.

- Demais. Inclusive, Zack, você consegue matar o serviço hoje? Queremos discutir sobre a música que vamos tocar lá na garagem, aí podemos tocar e ver qual escolher. – Matt perguntou enquanto Jennifer se despedia de um por um.

-Acho que sem problemas, mas vou ter que passar lá receber umas coisas coisas e deixar uns projetos. Encontro vocês em uma hora no máximo.

Todos foram aos seus carros enquanto Zack entrou no de Jennifer, deixando que a loira lhe desse carona até a loja.

~~’~~

-Obrigada pela carona... – Zack disse enquanto descia na frente da casa de Matthew. – Sinto que te devo minha alma toda vez que você insiste em me levar para os lugares.

Jennifer mostrou sua língua para o mais novo, beijando sua bochecha com um alto estalo.

-É só porque eu te amo, Z. Pense no que te falei. O Marc vai te buscar às 20 horas para irmos jantar.

-Isso quer dizer que ele me ama também? – Zack brincou enquanto saia do carro com o bolo de McKenna nas mãos, deixando-o gentilmente sobre o assento do passeiro. Assim que chegaram na loja a menina se prontificou em ir até a mini cozinha dos fundos e preparar o bolo que Jenny queria com todos os ingredientes do supermercado da frente.

Assim que Jennifer arrancou, Zack observou com frustração um segundo carro parar a sua frente.

Brian desceu lentamente, trancando a porta da caminhonete antes de se encaminhar até a calçada onde Zack já havia se virado e andava em direção à porta da garagem. O mais velho respirou fundo e revirou os olhos com a falta de educação, caminhando logo atrás do outro guitarrista até que alcançaram a porta.

- Tá trancada. – Zack disse irritado. – Que ótimo.

Brian permaneceu em silêncio enquanto observava o estresse do menor, xingando seus amigos por alguns segundos enquanto pegava seu celular no bolso para ligar para eles. Sem qualquer pressa o outro guitarrista retirou um par de chaves de dentro de seu bolso, pedindo licença para Zack e abrindo a porta, para sua enorme insatisfação.

- Por que diabos você tem uma cópia da garagem do Matt e eu não? – Zack perguntou com o tom mais mal educado que poderia encontrar, seguindo Brian dentro da garagem enquanto esse depositava suas chaves e seu celular na mesa de canto, que em realidade se tratava de um velho bumbo de Jimmy.

Brian deu de ombros.

-Eu sempre sou um dos últimos a ir embora. – Ele disse calmamente, ignorando o ataque do outro guitarrista.

- Lógico, você deve transar em todos as partes do cômodo antes de ir embora. – Zack disse, se virando para retirar sua guitarra de seu respectivo rack para plugá-la nas caixas. Assim que terminou ficou a espera de algum comentário do outro guitarrista, que jamais veio.

Ao invés de respondê-lo Brian se prestou a olhar seu celular, as inúmeras mensagens que Michelle havia deixado ao longo do dia se acumulando em sua caixa. A loira havia combinado de se encontrarem para terem uma conversa que ela categorizava como “extremamente séria” no período da tarde, mas Brian havia desmarcado quando soube que Zack convocou uma reunião na lanchonete.

- Por que você tirou minha pedaleira daqui? – Zack perguntou quando percebeu que seu eletrônico estava ao lado do microfone de Brian, e não do seu, onde sempre ficava.

Brian continuou lendo suas mensagens, completamente alheio ao que Zack dizia.

-BRIAN! – Zack gritou, fazendo com que o moreno levantasse seu olhar rapidamente, suas sobrancelhas curvadas demonstrando que Zack havia conseguido finalmente irritá-lo.

- O que foi, Zachary? – Ele perguntou respirando fundo, sem se quer se mexer.

-Por que você roubou minha pedaleira?

Os olhos de Brian se exprimiram lentamente, seu olhar intrigado. Como se um anjo houvesse tocado seu ombro, sua expressão de pura ira novamente voltou a um semblante de indiferença, seu recém adquirido autocontrole tomando conta da instabilidade das emoções que Zack queria criar nele.

- A diarista do Matt limpou aqui ontem de noite. Talvez ela tenha colocado ali. – Ele respondeu, se encaminhando até o eletrônico e logo em seguida entregando-o na mão de Zack, até que voltou a sua posição original, encostado na parede e passou a observar seu celular novamente, o que trouxe ainda mais raiva em Zack, que o observava como se quisesse estapear a calma até que saísse do corpo do maior.

- O Matt te disse por que eles estão atrasados? – Zack perguntou mais uma vez, se irritando gradativamente quando Brian continuou a ignorá-lo, sua atenção agora focada em responder as mensagens em seu celular.

Zack o observou friamente, cada um de seus movimentos, até que Brian notou.

- O que foi?

- Você ouviu o que eu perguntei? – Zack disse grosseiramente, os braços no ar em exasperação.

Brian novamente respirou fundo, sua tranquilidade deixando seu corpo aos poucos.

-Não, Zachary, eu não ouvi. Eu cansei de você não só fazer o mesmo comigo o dia inteiro, como também me atazanar com tudo que você consegue encontrar pra me tirar do sério. Primeiro você tem que sentar no lugar que tem mais sol, aí você que faz o pedido errado e mesmo assim fica com o meu sanduíche, e nem se quer agradece. Agora você tá ai, agindo que nem uma criança só porque eu não estou perdendo meu tempo com seus ataques de grosseria. Decida-se. Escolha. Ou você dança no meu colo como uma puta que nem dançou no clube no fim de semana ou você me trata como alguém desconhecido. Os dois não dá.

Zack o observou em silêncio, seus punhos cerrados, unhas cravadas na palma da mão enquanto Brian simplesmente se virou e passou a andar na direção de sua própria guitarra. Os dedos ao redor da pedaleira se firmaram a ponto de quase quebrá-la, o sangue fervendo em suas veias.

Poucos segundos após a ira se instalar por completo em seu corpo, a pedaleira que estava em suas mãos voou pela garagem, atingindo o outro guitarrista diretamente na cabeça, o eletrônico caindo ao chão logo em seguida, sendo este o único barulho ecoando pela garagem em contraste ao silêncio que se perpetuou a seguir.

Zack observava as costas de Brian parcialmente com satisfação, parcialmente com medo. O moreno permaneceu imóvel por alguns segundos antes de se virar tão rapidamente que Zack podia jurar que ele havia se teletransportado até sua frente.

Brian puxou o menor pela gola de sua camiseta até que suas costas estivessem pressionadas na parede mais próxima com um alto baque, as paletas de suas costas se chocando com o granito.

Zack empurrou o maior pelo peitoral, deferindo um punho fechado na direção de seu rosto enquanto recebia outro em resposta, seu nariz sangrando imediatamente com o contato enquanto seus dedos doíam pelo choque contra o maxilar do maior.

Brian o empurrou na direção da bateria, caindo junto com o menor quando este o puxou pela camiseta, ambos rolando sobre as caixas do instrumento de Jimmy, os pratos caindo e provocando um som estridente na sala enquanto os guitarristas trocavam socos e cotoveladas.

Zack já havia se perguntado o que aconteceria o dia que Brian e ele brigassem de verdade, de certa forma já aceitando o fato de que provavelmente iria levar uma surra, porém Brian parecia comedido, diferente de quando havia brigado com Quinn. Seus socos eram propositalmente mal posicionados dando a oportunidade de Zack lhe bater na mesma proporção.

Após alguns poucos minutos Zack se viu preso ao chão pelo corpo de Brian, seus braços voando em todas as direções enquanto o maior ainda o socava com o a lateral dos dedos, e não o punho em si, amenizando cada choque com seu rosto. Zack se viu cedendo lentamente, cansado e tão dolorido que até se proteger dos golpes estava lhe consumindo muita energia. Decidiu por simplesmente deixar que Brian continuasse a lhe bater, parando seus movimentos para encontrar o olhar do maior, uma de suas mãos presas a sua gola enquanto a outra estava alta no ar, punhos cerrados prontos para dar um soco ainda mais forte, pausando assim que notou a falta de movimentação do outro guitarrista.

Zack o observou com dificuldade, o inchaço em um de seus olhos e o da maça do rosto no outro lado fazendo com que sua visão ficasse turva, mas o suficiente para notar a leve preocupação que irradiava do corpo de Brian.

- Bate. – Zack disse, ambas suas mãos inertes ao lado de seu corpo. – Bate, Brian.

Brian o observou longamente antes de baixar o punho e largar sua camiseta, seu olhar de pura ira se transformando em um de decepção. Suas mãos se plantaram sobre suas próprias pernas, que ainda prendiam o menor embaixo de si, seus olhos fechados firmemente enquanto os pensamentos corriam sua mente.

-A gente precisa parar com isso, Zacky. – Ele disse, abrindo seus olhos lentamente e revelando uma profunda tristeza no olhar. – Você precisa parar com isso.

Zack passou a observar o teto, sendo que o olhar penetrante de Brian o deixava ainda mais aflito.

-Eu entendo sua ira. E não te culpo. Eu fiz tudo errado com você. E por mais que pra você seja difícil de entender, tudo que eu faço tem uma motivação. Nunca foi sobre você. O errado nunca foi você, e sim eu. Mas eu preciso de paz. Não consigo mais brigar com você ou ver você me odiar. Me destrói toda vez que você chega em um lugar e cumprimenta todo mundo menos a mim, ou quando você faz questão de deixar claro que eu não sou bem vindo quando você está em algum lugar. Eu sinto muito pelo mal que te causei, mas se algum dia eu signifiquei algo pra você, o que eu sei que não deve ser muito considerando que destruí tudo, vamos nos entender de uma vez por todas? Começar do zero, ser amigos se possível.

Zack agora forçou-se a olhar para o homem acima de si, seus olhos vermelhos, marejados. Se Zack não conhecesse Brian poderia jurar que o moreno estava prestes a chorar a qualquer momento. Mas dessa vez Zack não iria ser ingênuo.

Após um longo tempo em silêncio Zack empurrou Brian levemente para que este saísse de cima de si, sentando-se com dificuldade.

- Eu acho que você está certo quanto às brigas. Chegamos em um limite. Detesto ter que evitar estar aqui ou sair com o pessoal só porque você está junto. Acho que seria correto nos darmos bem para evitar esses desgostos. – Zack disse pensativo enquanto o outro guitarrista o observava. – Não sei se jamais podemos ser amigos depois de tudo que aconteceu, mas prometo tentar ser mais civilizado.

Brian forçou um pequeno sorriso em aceitação, estendendo sua mão na direção do menor.

- Então temos um trato. – ele disse assim que Zack a balançou. – Vamos sobreviver a este concurso, e nos formar. E quem sabe você se livre de mim mais cedo do que imagina.

Zack o observou intrigado, confuso com o que Brian queria dizer. Assim que estava prestes a perguntar os outros membros entraram na garagem com várias sacolas em mãos - o olhar de Jimmy ainda mais assustador que o de Brian bravo -quando viu o que haviam feito com a sua bateria.

Matt fitou o sangue escorrendo do nariz e da boca de Brian, aflito e prestes a separá-los.

- Tá tudo bem, Matt. Acho que finalmente nos entendemos. – Zack disse deixando que Brian o levantasse antes de plantar sua mão no ombro de Matthew.

Matt sorriu genuinamente contente.

- Já era hora. – Ele respondeu, ignorando o ataque de pânico de Jimmy enquanto ele juntava as partes de sua bateria. – Mas acho bom vocês dois estarem bem chapados de analgésico até começar o ensaio. Se alguém reclamar de dor eu bato de novo.

Zack e Brian riram enquanto se encaminharam para o banheiro, as roupas rasgadas e seus rostos inchados, mas a tranquilidade que estavam sentindo compensando qualquer um dos dilemas mencionados ou como iriam explicar para o resto de seus amigos e famílias a razão de seu estado.

 

 

 

 

 


Notas Finais


Se der tempo eu posto mais um capítulo ainda hoje! aaaaaaaaaae <3 lindas


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