1. Spirit Fanfics >
  2. Learn >
  3. Conquistar é um jogo

História Learn - Conquistar é um jogo


Escrita por: thereddiamond

Notas do Autor


E ai? Como vai a vida? Espero que estejam todos de férias e de bem com a vida!
Então, aqui estou depois de um mês inteiro sem nenhuma atualização, mas, graças a esse pequeno esforço em não postar nada, consegui mandar bem nos estudos e tenho bastante tempo livre para escrever. Talvez, daqui para o final do mês consiga dar um avanço surpreendente na estória... Então veremos no que dá, né non?
HEUHEUHEUHEUEHUEHEUHEUHEUEHU.
Bom, de qualquer maneira desejo uma boa leitura e peço antecipadamente desculpas se houver erros ortográficos, pois mesmo revisando duas vezes não consigo deixar o texto perfeito T-T. Rs.
Bjus ♥

Capítulo 6 - Conquistar é um jogo


O balanço constante do furgão, que era infinitamente obrigado a brecar por causa do intenso transito, fez com que Tiffany desistisse de ler o relatório que tinha em mãos, sentindo-se tonta e enjoada em pouco tempo de leitura. Seus olhos, antes da desistência, tinham descido pelas poucas páginas do ofício. Durante essa pequena oportunidade, acabou ficando impressionada com a maneira detalhada e precisa que as informações transmitiam. Ele tinha um tom intimista e fácil de entender, e quase se encontrou viciada naquele conteúdo e leitura. Era, significativamente, o trabalho de um profissional.

Profissional que neste instante conduzia tranquilamente o furgão preto, costurando o transito sem muita pressa em chegar no destino marcado no GPS. Por fora, o veículo tinha a aparência discreta e não chamava a atenção dos curiosos, facilitando a missão. O segredo, enfim, estava dentro dele. Estar nele dava a sensação de estar dentro de um tanque de guerra moderno ou, até mesmo, numa nave espacial. Havia muitos aparatos tecnológicos, botões no teto e painel, alguns detalhes militarizados e ganchos para armas. Obviamente aquele era mais um dos empréstimos que Yuri pegou na empresa.

A morena, que tinha se mantido atenta e silenciosa enquanto dirigia, embora soubesse que precisava se focar na direção, de vez em quando deixava a atenção deslizar para o banco ao lado. Fazia aquilo praticamente para se certificar de que a agente ainda permanecia no carro consigo. Ela não estava tão tagarela como de costume, então isso a tornava inquieta, mas se conformava ao ver o brilho de satisfação nas íris castanhas da mulher. Que chegou a sorrir impressionada depois de baixar o relatório, repousando-o no colo.

- Tenho que admitir – Tiffany se pronunciou repentinamente, quebrando o silencio instalado no veículo. – Nunca encontrei um trabalho tão bem feito... Não encontro erros. – Se expressou ao passar mais uma folha do dossiê, arrancando um pequeno sorriso da morena, inflando o peito em orgulho. Por mais que estivesse acostumada a fazer aquele tipo de trabalho, não conseguia conter a sensação prazerosa ao ser elogiada. – Como conseguiu descobrir tanta coisa em tão pouco tempo?

Indagou com curiosidade, os olhos cintilando espertamente. Tiffany não se importava com os métodos que poderia ter aplicado para obter informações, sendo eles lícitos ou não. Apenas queria entender como funcionava o cérebro dela e em como executava o trabalho de “espiã”. Era engraçado e divertido encontrar uma pessoa que, embora trabalhasse no mesmo ramo, executava seu serviço de uma maneira completamente diferente. Sempre teve curiosidade sobre isso. Sem mencionar que, praticamente em nove anos de trabalho, não tinha se deparado com uma investigação tão minuciosa e cuidadosa como o da morena, e não estava exagerando.

- Anos de prática... Aliás, o alvo não é muito cuidadoso com sua vida privada. Praticamente a expõe na internet. – Yuri sorriu, dando de ombros como se tivesse feito algo óbvio e fácil, antes de voltar o olhar para frente e acelerar o carro, seguindo o fluxo do transito.

A resposta pareceu satisfazer a Hwang, que acenou com a cabeça e retornou a análise das laudas assim que o carro parou de sacolejar. Naquelas páginas encontrou informações básicas sobre o político. Em que cidade havia nascido, data de nascimento, afiliação civil e tipo sanguíneo... Até mesmo o endereço de onde morava e de uma casa de veraneio que adquiriu recentemente nas Filipinas. Mas, o que mais a perturbou, foi saber que a morena tinha tido acesso a alguns e-mails privados. E digamos que eram bastante reveladores. Se só bastasse aquilo na investigação, com certeza seria o suficiente para prender o homem, acusando-o de estar envolvido numa associação criminosa de lavagem de dinheiro, carregando não apenas o nome dele, como o também de muitos outros parlamentares e congressistas. Entretanto, para o caso realmente seguir aos tribunais, elas precisavam de provas concretas da conexão abordada e não um simples e-mail que pode ser refutado em julgamento...

No momento em que o carro foi desacelerando, entrando num beco escuro criado entre dois enormes edifícios em Samseongdong, Tiffany ergueu o olhar e viu que estavam no lugar prometido. Yuri imediatamente desligou o veículo, desafivelou o cinto e partiu para a parte de trás. Seguindo-a com o olhar, curiosa com a repentina agitação, a agente viu-a pegar a maleta do chão e de dentro retirou um notebook de design preto e discreto, mas incrivelmente potente. Após liga-lo aproveitou o tempo de espera de iniciação para pegar uma mochila que trouxe consigo, jogando dentro dela, alguns outros acessórios que tinha na maleta. Verificou algumas coisas e, só então, se virou para olhá-la.

- Pode vir aqui, por favor? – Pediu educadamente com um gesto de mão, fazendo-a acordar de sua imobilidade e seguir para a traseira. – Senta ai...

Apontou para uma cadeira de rodinhas retrátil, que montou em frente à mesinha suspensa e o computador. Felicitada por não ter sido rechaçada logo de início, vendo-a fazer o que havia pedido, pegou um dispositivo USB da bolsa, que abriu um programa criptografado no aparelho e começou a dar suas indicações. Precisava instrui-la com cuidado ou colocaria todo seu plano a ruir.

- Esse programa vai rodar assim que você apertar o enter. – Disse com tranquilidade, os olhos ainda vidrados na pequena tela, enquanto os dedos corriam sobre as teclas, digitando furiosamente. – Vou colocar um receptor no painel principal da rede, que fica numa sala no subterrâneo do prédio... – Tirou seu celular do bolso assim que parou de teclar, satisfeita com o que estava fazendo, e o balançou em frente a seu rosto. – Vou ligar para você quando tudo estiver pronto, para que então possa acionar o sistema.

- Para que isso tudo? – Ela questionou intrigada com tanto profissionalismo e tranquilidade, mesmo sabendo que sua ação de campo não seria tão fácil.

A morena estaria invadindo o prédio que serve de instalação para a Embaixada Americana, simplesmente para retirar algumas informações e provas das ligações que o diplomata americano tinha com o crime organizado. Estaria invadindo uma área de proteção de âmbito federal e se pega, teria que ter em mente que seria tratada como uma terrorista, uma suposta ameaça ao governo a ser eliminada, quando na verdade estava a serviço dela. Nem mesmo as conexões que tinha com a Lucius servirão de defesa. Porém, parecendo não se importar nenhum pouco com isso, Yuri sorriu e voltou a responder suas indagações com paciência, tratando de dar detalhes minuciosos.

- Preciso hackear o sistema de vigilância para poder ter acesso ao computador do embaixador... – Deu de ombros e colocou as alças da mochila nas costas, mostrando que se preparava para sair em breve. – Volto em poucos minutos.

- E se não voltar?

- Tome isso como minha carta de demissão por incompetência! – Riu confiante e abriu as portas do furgão, pulando no beco.

Quando as portas foram novamente fechadas, confinando-a dentro do veículo, Tiffany pode soltar a respiração. Estava começando a se conformar com a atitude firme e arrogante da subordinada, acostumando-se com suas maneiras bruscas de falar e agir. Seus olhos desceram para a tela e observou vagamente o programa aberto, que somente emitia alguns algoritmos numa caixa preta. Parou um instante para analisá-los, mas em nenhum momento conseguiu entende-los, como se estivesse encontrado uma língua alienígena. Não era nenhuma expert em computação e isso ficou ainda mais claro. Sentindo-se entediada de acordo em que os minutos foram se esvaindo, jogou o corpo contra a cadeira e aguardou o momento em que pudesse fazer o que havia pedido. Ficar esperando a deixava impaciente, por isso que era mais fácil trabalhar em campo. Ao menos tinha a oportunidade de se movimentar. E, somente num momento como esse, é que finalmente compreendia a importância do trabalho executado pelos garotos do departamento de inteligência. Eles praticamente tinham que aguentar uma pressão infeliz.

O celular vibrou em seu bolso, insistente, acordando-a das divagações. Tomou-o na mão e encontrou um número desconhecido piscando na tela. Imediatamente o atendeu, com o coração batendo na garganta em nervoso.

- Pode acionar. – Escutou a voz de Yuri comandar sem ao menos deixa-la fazer sua simpática saudação, lançando uma descarga de alívio em seu corpo. Apertou o botão anteriormente indicado e, em poucos segundos, recebeu sinais das imagens das câmeras de vigilância, que cobriam o prédio em tempo real. Agora sim sabia que tipo de programa era aquele. Usava-o para treinamento de pessoal. Era um procedimento padrão e teve o costume de usa-lo no começo de sua carreira. – Consegue me ver?

- Onde você está? – Perguntou enquanto passava as câmeras de vigilância, organizando-as de uma maneira que pudesse ter acesso fácil, justamente quando ocorrer um momento de urgência.

- Térreo. – Ela respondeu com a voz baixa e discreta, contendo-se para não chamar atenção. Ao fundo era possível escutar vozes passando por perto. Ela não estava sozinha no lugar.

- Estou te vendo... – Murmurou ao encontrar o ângulo e câmera correta no saguão principal, se deparando com a figura alta da morena próxima aos elevadores, que ergueu o rosto para a câmera, sorrindo minimamente.

Havia muitas outras pessoas no térreo além dela e da recepcionista. Tratava-se de um ambiente bastante movimentado, mesmo estando num horário bastante avançado da noite. Provavelmente o atendimento especial e as entrevistas para visto ainda não haviam sido devidamente encerradas. A segurança local decorava a tela, sempre mais ao fundo, guardando portas e corredores, o que deixou a Hwang levemente tensa. Qualquer suspeita dentro do consulado poderia ser considerada uma gradativa ameaça, sem mencionar que estava tratando da embaixada americana. Para eles, qualquer um tinha o potencial para ser terrorista.

- Crie uma imagem duplicada e tente congelar a imagem por onde eu disser que deve... E por favor, me avise se o caminho estiver livre para mim. – Exigiu antes de seguir para dentro do elevador.

Por mais que tivesse sido um aviso, o sorriso em sua voz indicava que não estava se importando tanto quanto deveria. Era acostumada a trabalhar sozinha e poderia muito bem executar esse tipo de invasão sem ninguém a observando.

- Está certo... Só tome cuidado, está bem? – Tiffany a acompanhou para dentro do elevador, olhando pelas câmeras da qual tinha total controle, desejando com muita sinceridade que sua missão não desse errado.

Sorrindo mais uma vez, dessa vez sem erguer o rosto para a câmera, Yuri colocou a ligação no modo de espera e entrou no elevador, cumprimentando alguns funcionários, que retornaram sua atitude educada com certa apatia. O silencio cobriu todo o elevador e ao parar no quarto andar, ele se esvaziou, restando somente ela. Aproveitando-se disso voltou para a ligação e pediu que Tiffany começasse a operação, ao mesmo tempo em que ela apertava um botão para outro andar.

- Que andar preciso tomar de conta? – A agente questionou, criando uma imagem espelhada que transmitia uma imagem atrasada para os seguranças.

- Do oitavo. – Falou calmamente ao retirar de dentro da bolsa um discreto fone auricular. Assim teria as mãos livres para o trabalho, sem precisar sacar o aparelho e se num caso imprevisto necessitasse entrar em combate, poderia fazê-lo com tranquilidade. Ao conectar o fone ao celular, retornou a conversa e suspirou para tomar mais coragem. Agora sim começaria o desafio. – Tem alguém no corredor agora?

- Não... A ronda acabou de passar. Eles estão em outro setor no momento. – Tiffany assoprou em seu ouvido, no exato momento em que as portas se abriram, liberando o caminho. – Preciso ditar o caminho para você?

- Agradeceria. – Brincou antes que o estomago começasse a ficar gelado, como se tivesse engolido pedras de gelo, o corpo sendo tomado pela adrenalina ao entrar em ação e enfrentar o perigo. Seguiu para dentro do corredor, sendo guiada pela voz límpida da agente. Sua mente, de forma imediata, criou rotas de fuga caso escutasse passos vindo naquela direção e focalizou-se naquela postura defensiva. O caminho que queria seguir era para a estação de informática. Deveria entrar diretamente no provedor da embaixada, que embora não seja muito grande, continha todas as informações do que acontecia na rede de todos os computadores. Sistemas integrados facilitavam seu trabalho. – Posso seguir em frente?

- Sim. – Tiffany continuou a trocar de câmeras, olhando esquinas e encruzilhadas, antecipando seus passos. Tomou o detalhado cuidado de transmitir as imagens corretas aos seguranças para que ninguém desconfiasse da entrada da morena. Quando duplicou a imagem da câmera de número quatro, observou Yuri entrar em seu campo de visão, parando em frente à porta da sala dos provedores. – Você tem a senha?

Seus olhos se fixaram no painel de controle digital, onde números brilhavam, aguardando que colocassem a senha, abrindo a porta e consequentemente dando acesso a sala.

- Não, mas eu consigo... Só espera. – Murmurou meio desatenta.

Parou em frente ao pequeno painel parafusado na parede e tirou o celular do bolso, destravando-o com um toque. Rapidamente acionou um programa pirata vindo de um aplicativo, que foi criado especialmente para ela. Tornou-se praticamente impossível conter o sorriso ao lembrar a garota de 14 anos, que a extorquiu alguns milhares de dólares por aquele programador, que roubou a senha com tanta facilidade, chegando a ser patético... Uma brincadeira de criança. Sua vontade era de gargalhar de felicidade por não se sentir enganada. Chegou seriamente a duvidar da capacidade dela e de seu “joguinho” – expressão que a própria programadora usava –, portanto ficava feliz em saber que o investimento valera a pena. Os números apareceram na tela do telefone e de imediato os digitou no console. A porta se abriu num clique.

– Molezinha! - Resmungou para si mesma, por breves instantes se esquecendo de que era observada. Sua atitude provocou a agente que revirou os olhos e se esforçou para segurar a risada, evitando inflar ainda mais seu ego.

Yuri entrou na sala resfriada propositalmente para as máquinas, que superaqueciam, e seguiu para uma delas, observando a grandiosidade do equipamento que emitia bipes periódicos. Todas as máquinas eram numeradas pelo andar da qual cobriam e acumulavam dados, então não foi complicado encontrar a que tanto almejava. Retirou da bolsa outro computador portátil e se dispôs a iniciar seu trabalho. A nova máquina, a que trouxera consigo, era de uso particular para as missões e continha algumas coisas pessoais nele. Por mais que fosse velho e ultrapassado, tudo para não chamar a atenção, servia perfeitamente para seu propósito. Poderia muito bem tê-lo entregue a Tiffany, mas preferiu alugar um neutro e evitar que a curiosidade consumisse-a, se precavendo para que não vasculhasse algumas pastas e documentos de trabalho.

Retomando sua concentração, grudou no provedor um aparelho parasita, conectando alguns cabos, e abriu um programa no seu computador. Que rapidamente começou a transmitir dados para ele. O processo de download ia durar alguns minutos até que todas as informações e arquivos da estação fossem transferidos. Sendo assim, sem mais nada a fazer, se sentou no chão gelado, restando aguardar o final do processo. Pelo outro lado da linha, em seu fone, escutou os barulhos sussurrantes que os dedos da agente faziam ao teclar.

- Ainda aí? – Yuri voltou a abusar de seu humor, brincando com o silencio, tirando Tiffany de sua concentração.

- Claro que estou... – Ela murmurou meio absorta.

Ainda estava inquieta e sabia que isso somente passaria quando tudo terminasse, pois, a partir do momento em que a morena entrou por aquela porta, perdeu-a de vista. Dentro da sala dos provedores as coisas permaneciam em segredo e sem vigilância. No corredor havia uma fraca movimentação. Aquele não era um andar muito frequentado, mas isso não diminuía as chances de perigo. Afortunadamente, ninguém parecia interessado em entrar nos servidores, então isso a deixou mais calma embora nem tanto.

- Quer conversar? – Yuri voltou a perguntar.

Tinha a voz entediada. Começava a se repreender por ter aceitado uma missão tão fácil. Queria fazer alguma coisa mais agitada, sem mencionar que de longe conseguia sentir o nervosismo de Tiffany. Apenas não gostava de trabalhar com pessoas que deixam o nervosismo aflorar em frente à novidade e o imprevisível, mas se contentava em saber que a Hwang era experiente e estava fazendo aquela simples função com maestria.

- Você quer conversar agora? – Bufou a outra em contrapartida, incrédula com sua tranquilidade, e sorriu abismada. A morena estava praticamente se arriscando lá dentro, podendo ser pega pelos vigilantes a qualquer momento, sem nenhum tipo de saída, e ainda assim agia como se estivesse passeando num parque, enquanto ela se sentia como um adolescente que estava colando na prova, correndo o risco de ser pega pelo professor. – Definitivamente você é uma pessoa muito calma...

- Nem tanto, posso garantir que tenho meus momentos. – Contrapôs a sua surpresa com um sorriso debochado crescendo no rosto, escutando-a resmungar em troca. Mudando de posição, se sentou melhor no chão duro e com uma rápida olhadinha garantiu que o programa continuava rodando no computador, sem interferências. O frio começava a incomodá-la, mas se segurou para não bater os dentes, segurando o arrepio que atravessou e estremeceu o corpo. – Há quanto tempo você e Taeyeon são amigas?

Enveredou imediatamente num assunto, liderando a conversa, querendo a todo custo manter um diálogo para se distrair. Tiffany franziu o cenho em dúvida com a repentina mudança de tom e para onde as coisas estavam se enveredando. E com um pouco mais de esperteza reverteu à situação a seu favor.

- Vamos fazer o seguinte – tinha o celular ligado no modo viva-voz, então bastou somente olhar o aparelho sobre a mesa, como se estivesse a encarando. O silencio que teve em retorno a incentivou a prosseguir, sabendo que estava sendo escutada com atenção. – eu te faço uma pergunta e se você me responder com sinceridade, eu lhe concedo uma pergunta.

- Somente uma? – Elevou a sobrancelha e abriu um meio sorriso.

- Que tal: “até enquanto tivermos tempo”?

- Ok! – Yuri aceitou animadamente, deixando Tiffany confusa, pois acreditava que ofereceria resistência e não se prontificasse tão rápido assim. Pelo menos não sem insistir muito. – O que quer saber de mim?

Muita coisa... – murmurou em pensamento, mas decidiu manter isso para si.

- Há quanto tempo trabalha nesse ramo? – Expressou sua primeira de muitas curiosidades, que embora não fosse “a” questão que tanto a consumia, acreditou que seria o começo perfeito, nada não muito difícil de responder.

- Acho que sete anos... Não tenho certeza. – Ela resmungou com sinceridade, tomando alguns segundos para ter certeza do que falava. Seria honesta e faria o que havia prometido, sabia jogar sujo, mas tinha se disponibilizando ao contrário. E por mais que pudesse mentir, naquele momento não acreditou que precisaria. A questão não era tão reveladora. – Comecei a trabalhar nisso durante minha adolescência, mas somente iniciei meus trabalhos para a agência sete anos atrás.

- O que fazia antes, então? – Era automático, praticamente impossível não se deixar guiar pela curiosidade.

- Opa! É minha vez de perguntar, lembra? – Yuri se segurou para não soltar risadas ao escutar a exclamação decepcionada da agente. – Enfim, a minha pergunta continua a mesma... Há quanto tempo vocês se conhecem?

Tiffany não respondeu de imediato, não porque a pergunta era complicada e muito menos por não querer contar. Foi por simplesmente não conter o sorriso e a felicidade que transbordou em seu interior. Sentimentos bons sempre dominavam seu peito ao pensar na colega de apartamento.

- Ah, faz muito tempo... Éramos meras adolescentes quando nos conhecemos e desde aquela época trabalhamos e vivemos juntas. – Contou para a morena que escutava atentamente, não se atrevendo interrompê-la. – Conhecê-la foi a melhor coisa que aconteceu comigo. – Terminou de falar, mantendo-se contrita apenas para não entregar muito de si para a colega de trabalho. – E você, tem alguma amiga por aqui?

Dessa vez a pergunta, embora fácil de responder, provocou uma leve confusão mental na cabeça da morena, que suspirou alto.

- Provavelmente não. – Respondeu e logo retornou a brincadeira. – Como ficou amiga da Srta. Presidente?

- Huh, - Tiffany não conseguiu controlar as risadinhas provocantes, fazendo a morena remexer incomodada em seu lugar. – quer dizer que agora vamos falar sobre a Jessica?

- Só fiquei curiosa pela maneira como vocês se tratam com muita intimidade, apenas isso... – Passou nervosamente a mão pelo cabelo, agradecendo ao fato da Hwang não poder ver seu leve incomodo. Não era nenhuma criança para reagir assim. Tinha como lema de vida o de que, se achou bonito e gostou deveria dizê-lo sem medo ou vergonha. Mas, chegar ao ponto de admitir que acabou sentindo um certo tom malicioso de atração pela Jung, era mais difícil do que pensava. – Não leve isso na maldade.

- Está certo... – Murmurou humoradamente decidindo deixar as brincadeiras de lado para não irritá-la. Ainda tinham muito que conversar. – Bem, foi um processo nada complicado, embora lento. Estudamos na mesma escola durante o nosso último ano do ensino médio... – Apoiou a mão no queixo e voltou à atenção para o sistema de vigilância, sentindo-se tensa ao ver que a ronda começava mais uma vez, tendo que se preparar para alertá-la caso dê algo errado. Vendo que o segurança passou diretamente pela porta fechada, relaxou novamente na cadeira e continuou a conversa. – Nós nascemos na Califórnia, mesmo ano e até no mesmo hospital. Ela é meses mais velha, mas ainda assim não consigo trata-la como uma pessoa acima de mim. – Escutou a morena soltar um murmuro de entendimento e continuou, sorrindo abertamente para o nada. - Quando soube que a empresa do pai dela estava recrutando, me alistei e acabei conseguindo uma vaga... Anos depois ela assumiu o cargo do Sr. Jung, que teve de sair para se tratar devido a uma doença cardíaca.

Encerrou sua explicação e permitiu que o silêncio tomasse o outro lado da linha, fazendo-a se questionar no que Yuri poderia estar pensando naquele momento. Seria pedir muito que ela compartilhasse um pouco do que rondava sua cabeça? Pensou decepcionada com o que tinha em mãos, insatisfeita demais.

- É sua vez de perguntar... Você tem sete minutos. – A morena falou por fim, quebrando com a pausa que foi mais longa do que o necessário.

- Do que você gosta? Digo – parou para formular corretamente a questão, sentindo-se desconcertada com o que obteve. – se você prefere ficar com homens ou mulheres? – Com um pouco de nervosismo tentou se explicar melhor, para não ser entendida de maneira errada. – Sabe, vi a maneira como você olha para as pessoas... Principalmente para as mulheres. Então fiquei na dúvida sobre isso.

Yuri não conteve a risada por notar o nervosismo que abalou Tiffany, por menor que fosse a questão abordada. Havia coisas mais tensas a se perguntar, das quais poderia verdadeiramente deixa-la mais nervosa. Contudo o fato pequeno a deixava inquieta, mostrando que teve razão ao pensar que ela era uma pessoa diferente e estranha. Era engraçado confrontar com esse tipo de conversa. Nunca precisou se definir. Se gostava de homens ou mulheres? Quem se importa?

- Geralmente não uso termos para me definir se sou isso ou aquilo... – Falou calmamente, não se sentindo ofendida e muito menos envergonhada. Tinha consciência dos seus gostos e não se importava se isso poderia chocá-la. – Mas acredito que gosto de mulheres. Pelo menos não me sinto atraída por “eles”. – Suspirou e se sentiu obrigada a fazer o mesmo. – E você?

- Eu... Acho que de homens. – Disse com incerteza, sentindo-se presa na dúvida, chegando a franzir o cenho para o computador. Poderia ter acabado com a brincadeira naquele ponto, mas, por algum motivo esquisito, se sentia a vontade para conversar com ela sobre o assunto. – Quer dizer, tem um cara que trabalha na repartição jurídica da Lucius... Ele é atraente e até me chamou para sair. – Jogou o cabelo sobre o ombro, suspirando um pouco frustrada, estava motivada a continuar. – Mas não sei se Taeyeon iria gostar que saísse com ele... Ela já disse que não gosta nenhum um pouco do Nichkhun.

- Oh, entendo... – A morena resmungou pensativa e antes que a agente pudesse questioná-la o significado de sua reação, o tempo para continuar a conversa havia acabado. – Veja só, o tempo acabou... O corredor está livre?

- Está sim. – Tiffany afirmou levemente decepcionada, sentindo que queria continuar com a conversa.

Sorrindo para o nada, Yuri se ergueu do chão e pegou suas coisas, guardando tudo dentro da bolsa corretamente para não estragar nada e principalmente esquece-los. Com o mesmo procedimento entre elas acordado, depois de escapar de alguns guardas e estranhos curiosos, refez seus passos para fora do prédio e em poucos minutos voltou para o furgão. A agente abriu a porta do veículo e sorriu abertamente, recebendo-a de volta. Embora aquela descontraída conversa tenha sido uma fração muito pequena daquele dia, ainda por cima nada reveladora, serviu para que se sentisse um pouco mais a vontade com sua presença.

- Tudo que vocês precisam está aqui... – Passou para ela um hardrive do qual imediatamente a viu conectar no notebook, que com um simples comando de tecla começou a transferir dados. – Quer tomar um café e olhar tudo?

- Podemos continuar a conversa por lá? – Questionou de volta para observá-la, erguendo uma sobrancelha e os lábios num sorriso cativante.

- Claro! – Deu de ombros sem muita preocupação e tomou seu lugar no banco do motorista.

Em poucos minutos, ruas e metros depois da embaixada, a morena estacionou na frente de uma cafeteria. Juntas seguiram para dentro dela sentando numa mesa mais afastada dos outros clientes. O ambiente era bastante agradável e mesmo que a noite estivesse absurdamente quente, o ar-condicionado funcionava no seu máximo, garantindo o conforto. Elas foram atendidas por um rapaz bastante simpático que lhes sorriu abertamente, retirando um bloco de notas de dentro do avental amarrado na cintura. Fizeram seus pedidos e assim que o atendente se afastou para trás do balcão, Yuri tirou de dentro da mochila o computador preto e conectou o HD. Eram muitos arquivos e informações para se olhar em pouco tempo, seria trabalhoso separá-los, mas rapidamente se guiou até um lugar especifico.

- Bom trabalho! – Tiffany ergueu a palma em sua direção, da qual ela imediatamente correspondeu o toque, dando um high-five.

- Posso considerar isso como um elogio? – Olhou para cima e encontrou o atendente de antes vindo em sua direção, sorrindo daquela maneira simpática e comercial, trazendo os pedidos.

- Absolutamente... – Resmungou desatenciosa trazendo para si o computador, enquanto deixava ao cargo da morena receber os pedidos.

Começou a vasculhar algumas pastas de e-mail, como um tipo de aquecimento, e encontrou algumas informações importantes, valiosas o suficiente para montar a peça de acusação do alvo. Certamente isso deixaria Jessica muito feliz.

- Me diz uma coisa... – Yuri chamou sua atenção da tela, passando-lhe o pedido, enquanto experimentava do seu cappuccino. – Você só não está saindo com aquele cara da repartição jurídica, por que não gosta dele ou por causa da Taeyeon?

Tiffany parou o que fazia para encará-la. Por alguns segundos parou para analisar a pergunta, assim como também o conteúdo e quais seriam as consequências de uma resposta honesta ou mentirosa. Demorou um tanto de tempo para entender o sentido das coisas, mas, finalizando o debate mental, alcançou a verdadeira resposta. A única possível.

- É difícil desrespeitar as opiniões da Taeyeon... – Suspirou ao pegar o suco e beberica-lo antes de voltar a falar. Repentinamente sentia muita sede e tinha a boca seca, sinais de que estava nervosa. – Ela me conhece melhor e me entende. Mas quando se trata de relacionamentos se torna uma pessoa fria, o que me impede de certas coisas. Principalmente de conversar sobre. – Sua expressão pareceu levemente desapontada, porém foi contornado por um franzir de nariz, começando a sorrir. Balançou a cabeça para afastar certos pensamentos, que naquele instante não eram relevantes. – Digamos que é algo complicado.

- Eu não acho. – Yuri retrucou humoradamente, se jogando contra o recosto da cadeira, cruzando os braços. – Se você quer tentar algo, então se esforce... Não se prive por causa de alguém.

Tiffany sabia que a morena tinha razão, entretanto contorceu os lábios ao vê-la tratar Taeyeon como um simples “alguém”. Ela não era nada disso, como se fosse uma pessoa que a impedia de ter uma vida, quando na verdade as duas haviam concordado com aquilo.

Embora as coisas acontecessem de maneira diversa para as duas, o caminho que seguiam estava separado de qualquer maneira, tinham aceitado, desde jovens, que precisavam se proteger acima de tudo, não importando quem fosse à pessoa a prejudica-las. Isso também implicava a elas e deveriam ser enfáticas quando se sentiam sufocadas com tanta proteção e controle. Era exatamente por esse motivo que tinham um relacionamento bastante sincero, aberto a discussões, diferenciando-o dos demais. Se uma não gostasse em como a situação estava prosseguindo, poderia intervir, seja apenas para dar uma opinião ou agir em seu lugar.

Contudo, mesmo pensando daquela maneira, decidiu por não repreender Yuri. A morena não sabia o que se passava entre elas e isso também não era de sua conta. Mas, ainda assim, agradecia ao fato dela ser uma pessoa bastante aberta ao diálogo e que tinha uma visão de vida diferente de todas as outras. Tinha suas amizades e sabia que poderia conversar com elas, por mais que não fosse da mesma maneira como estava tendo com ela.

Então, sem ter muitos motivos, acabou sorrindo para ela, recebendo outro como recompensa.

- Yul – a chamou assim que terminou de consumir seu suco, colocando o copo de volta a mesa. Os orbes escuros da morena subiram em sua direção. Ela tinha se concentrado em terminar de comer a torta de merengue que havia pedido. – você já se apaixonou por alguém?

Tiffany poderia transparecer a figura de uma pessoa desatenciosa, que dificilmente notava as pessoas. Entretanto, com aqueles poucos minutos que tiveram de conversa jogada fora, pode perceber que Yuri conversava com muita facilidade sobre o assunto e que, de uma maneira divertida, tinha experiência.

- Talvez... – Disse com um sorriso zombeteiro crescendo no rosto, fazendo com que a agente suspirasse em reprovação. Queria que tivesse dito a verdade, mas se contentava com uma meia verdade.

Deixando com que a Hwang voltasse a se concentrar na tela do computador, avaliando seu trabalho, Yuri aproveitou o fato que os olhos dela não estavam sobre si e permitiu que o sorriso desvanecesse, pouco a pouco, em seu rosto e o brilho no olhar fosse substituído pela dureza. Isso sempre acontecia quando voltava a pensar no passado, principalmente numa história em específico... Do momento em que, por míseros segundos, se entregava a paixão.

Se eu me apaixonei, huh? – bufou mentalmente, voltando a sorrir, porém de maneira sarcástica e dolorida.

 

*

 

Jessica tinha que entender ou pelo menos se esforçar a fazê-lo, a favor da boa convivência em sua empresa.

Ainda assim, por mais que olhasse em frente não conseguia compreender o que presenciava. Sentia um ódio fervente crescer no peito, ao ver que Tiffany estava imersa numa conversa com Yuri, enquanto estavam sentadas em seu escritório. As duas tinham aparecido no dia seguinte que foi entregue a missão para a morena, com a intensão de entregar-lhe os relatórios e tudo que precisasse para dar como solucionada a questão, restando à Corte Judicial expedir o mandado de prisão para, no mínimo doze deputados e três senadores. Logicamente que o fato de ter uma resposta positiva à missão lhe deixou satisfeita, mas ver as duas tão bem entrosadas e praticamente amigas, rindo e falando besteiras para a outra, fazia-a sentir-se afetada de uma maneira absurda e irracional.

Seria necessário expedir uma ordem, exigindo que ninguém se aproximasse da assassina? Ela era perigosa. Estavam tão cegos assim por sua aparência comportada e bonita, que não se questionavam de sua índole? Ninguém poderia se aproximar dela tão facilmente, principalmente como a amiga fazia.

Contudo, para todos os efeitos, se obrigou a respirar fundo e pensar que “lavaria as mãos” para aquilo. Se Taeyeon, de todas as pessoas, não intervia, quem seria ela para fazê-lo. Sem anunciar, jogou na mesa de madeira maciça o bloco de papeis e relatórios que elas tinham lhe entregue, fazendo com que o som oco e abrupto chamasse suas atenções. As duas imediatamente se viraram até ela, olhando-a com surpresa e dúvida.

- Bem, - Jessica abriu um sorriso cortante e se ergueu da cadeira, ajeitando as inexistentes pregas na saia cor de chumbo. – acho que isso são provas o suficiente para entender que... Yul é capacitada para seguir em frente. – Sua voz travou ao falar o nome da morena, sentindo dificuldade. Com muita força se obrigou a encará-la diretamente, sabendo que instintivamente a tensão cobriria o estômago e tencionaria os músculos da barriga. – Você pode voltar ao seu posto.

A dispensou friamente para poder se livrar daquele olhar opressor, quase que exigindo sua retirada da sala. Yuri, sem reclamar, sorriu para Tiffany como um conforto ao ver que a atitude da presidente tinha a desagradado e com um aceno de cabeça, agindo respeitosamente com a figura de seu empregador, se despediu das duas, saindo da sala.

Assim que a porta foi fechada, Jessica teve que respirar fundo para não ralhar com Tiffany sobre a nova amizade e acabar se saindo como uma tirana, uma controladora sem limites. Simplesmente não tinha mais força para se intrometer no assunto e, com o semblante derrotado, seguiu até a cadeira onde a morena antes sentava e se jogou nela, sentando-se ao lado da amiga. Com o ar cansado, suspirou fortemente, passando a mão pela testa.

- Está se sentindo bem, Jess? – A agente Hwang rapidamente questionou ao notar seu cansaço, se preocupando com sua aparência doentia. – Quer que eu chame o motorista para você ir pra casa?

- Eu não estou doente, Fany... – Jessica suspirou mais uma vez, passando a mão pelo cabelo, erguendo os olhos para encará-la. Encontrou sua expressão confusa e antes que a visse questioná-la, logo transmitiu a motivação de todo seu cansaço. – Não canso de me preocupar com você. Já te avisei que aquela morena é perigosa, então porque você insiste em não me escutar?

- Porque você não está certa! – Tiffany soltou o ar pesadamente, respirando com mais calma para não se irritar. Continuavam com aquela mesma birra de sempre com Yul e isso já estava lhe tirando dos nervos. – Ela não me parece perigosa, na verdade é uma pessoa bem interessante e gentil.

- Rá, então vocês viraram melhores amigas agora? – Soltou um misto entre bufo e riso, se saindo mais irônica do que gostaria de ter sido. – Por favor, Tiffany...

- Olha, você e Taeyeon são iguais sobre isso... E sinceramente isso tá me tirando do sério! – Rosnou impaciente ao impedi-la de continuar e se levantou da cadeira sem se preocupar em saber se tinha a ofendido. Naquele momento teve que escolher um lado e esse seria o do mais injustiçado. – Vamos fazer o seguinte, eu vou ser amiga de quem eu quiser e se você não quiser ser, então deixe isso de lado, ok? – Seguiu para a porta e segurou-a aberta, seu olhar estava tão enfurecido e duro, que fez a presidente estremecer. – Apenas não se deixe guiar pelos preconceitos de seu pai, Jess.

E ao dizer isso, saiu da sala, recebendo o olhar assustado da secretária que cuidava da presidente. Sorrindo amargamente, mantendo o controle, seguiu para o elevador e lá dentro, aproveitando que estava sozinha, tomou uma longa respiração. Antes que chegasse a seu andar, tinha voltado a manter o rosto inexpressivo e calmo, com um sorriso aberto no rosto para não levantar suspeitas de que havia, minutos atrás, perdido a compostura.

Diferente dela, trancada no escritório presidencial, Jessica se manteve estática em seu lugar, absorvendo o que a amiga havia dito e acabou rindo quando a ironia a abordou. Se por muitos anos acreditou que conseguia ser uma pessoa diferente do seu pai, estava completamente enganada. Não importava o quanto tentasse sempre estaria a sua sombra. Estava, praticamente, se tornando numa versão feminina de seu pai. E aquele trabalho, o de perseguir e desmantelar aquela guerrilha, simplesmente era o legado deixado por ele.

Não importava o quanto tenha parado para pensar, a motivação que fez seu pai perder parte de sua vida tentando destruir aquelas pessoas, caçando-os como animais, sendo capaz de usar todos os recursos possíveis da empresa para alcançar seu objetivo, não fazia qualquer sentido. Suas intromissões e retaliações, tecnicamente, haviam provocado os rebeldes, que de uma vez por todas tinham se voltado contra os próprios princípios. Por causa dessa loucura, acabara por herdar aquele problema em suas costas, obrigando-a a pensar da mesma maneira. Se não fosse isso, talvez, ainda existisse a possibilidade de que poderia estar executando um trabalho diferente. Teria se tornado uma pessoa diferente, na verdade.

Infelizmente isso não aconteceu e tudo que poderia fazer era completar a missão e dar orgulho ao seu pai, enquanto estiver vivo. Para isso teve que tomar aquela atitude drástica de contratar um assassino de aluguel, não por vontade sua e sim pressão de outras pessoas importantes. O governo não queria sujar suas mãos. E embora a empresa fosse sólida, ainda tinha de responder ao Estado e ele queria, praticamente, manchar suas terras com o sangue dos rebeldes insolentes, que tinham perdido o senso de justiça e liberdade, provocando o caos, que a todo custo estava sendo afastado da capital.

Tamanha decepção sentia de si. Estava sendo obrigada, por pura incompetência deles, a deixar aquele problema nas mãos de Yuri. Contudo, engoliu todo esse sentimento e voltou ao trabalho.

Era o melhor que podia fazer para não ceder às fraquezas e a vontade de desistir de tudo e viver a vida.


Notas Finais


Hum, capítulo fraquinho, mas prometo que as coisas vão avançar a partir daqui kekekekekeke. ¯\_(ツ)_/¯
Comentários? Estava com saudades de vocês!!! Até a próxima ^^


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...