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História Learning to live - Um dia de chuva


Escrita por: Piter_Cdz , Tia-Kooka e Min_Sana

Notas do Autor


Ola a todos! me desculpem os erros de português decorrentes, espero que gostem!

Capítulo 1 - Um dia de chuva


Lembro-me que naquele dia, eu sai correndo feito louca, eu nem me importei em abrir meu guarda-chuva ao sentir as frias gostas de chuva me molharem. Cada gota tão fria quanto um gelo me fazia acordar ainda mais para a realidade, como quando você toma banho frio de manhã depois de acordar. Eu não podia acreditar, de todas as pessoas... de todas pessoas que já me machucaram, que já me negaram, que me traíram, você era a última pessoa que poderia fazer uma coisa dessas!! Você, que era minha melhor amiga, a única com qual eu dividia meus segredos! Minhas inseguranças! Meus sonhos!  Pensava eu em meio a lagrimas quase gritando no meio da rua, correndo enquanto que deixava para traz no chão molhado minha bolsa e meu guarda-chuva, não me importava mais. Eu só queria fugir daquele lugar, daquela escola, daquela casa onde dizia por mentira aos outros que era meu lar, daquela maldita cidade.  Eu corri até não aquentar mais, minhas pernas travaram. Parei e olhei para o alto, e só vi nuvens negras, era umas 15h mas estava muito escuro. O céu estava horrível, combinado com o meu estado. As gotas geladas caiam em meu rosto e se misturavam as minhas lagrimas. Porque?? Me perguntava em pensamento. eu só podia ouvir o barulho da chuva, com trovoes ao longe. Foi quando ouvi uma voz calma e serena, que ecoou entre as gotas de chuva até os meus ouvidos dizendo:

_ É bonito não é?

Eu estava pouco me importando, não queria mais ninguém ali, não ver ninguém, tanto que nem desviei o olhar do céu e o respondi:

_ O que? _ indaguei com a pouca voz que eu ainda tinha.

_ O céu, a chuva, o dia em si_ respondeu ele

Achei muito estranho, nunca tinha visto ninguém que achasse um dia como aquele bonito. E o tom de sua voz era de despreocupado, é claro que não dava pra ver minhas lagrimas mas era impossível não perceber. Será que era burro ao ponto de não perceber ou estava debochando de mim??!! Fiquei nervosa e ai mandar ele ir embora:

_ OLHA AQUI SERA VOCÊ NÃO VIU QUE..._ interrompi quando olhei para ele e percebi que estava segurando meu guarda-chuva e minha bolsa, mas não havia aberto o guarda-chuva. Estava na chuva comigo.

_ Eu vi Hana..._ disse ele, mas como ele sabia meu nome? _ as gotas podem se misturar, mas elas não são iguais.  Elas ressoam diferente.  

Quem é esse sujeito? Pensava. Ele usava o uniforme da minha escola mas nunca o tinha visto. Ele tinha a pele levemente morena, quase nada para outros países mas para alguém do Japão já era bastante coisa. Era um pouco mais alto do que eu, tinha cabelos escuros que vinham quase até o ombro, e olhos ainda mais escuros.

_ Vamos sair um pouco dessa chuva, se você quiser claro_ disse ele enquanto se virava e andava em direção a um antigo coreto, que somente agora percebi que estava ali. Então eu o segui.

Eu havia corrido tanto que foi para numa parte um pouco desconhecida da cidade. Era uma cidade do interior que ficava na beira de uma serra, a estrada onde eu estava era uma das que começavam a subir na serra. Tinha muito mato e vegetação pelos lados. Tao forte quanto o barulho da chuva era o barulho das gotas batendo em cada folhagem. Nos sentamos em um frio e velho banquinho de madeira que tinha sob o coreto.  Eu olhava para o chão, e as vezes olhava para o rosto dele. Ele é da minha escola, mas não lembro do rosto dele. Ficava eu pensando. E como é que ele sabe o meu nome? Será que ele é um stalker?! Um tarado?!  Neste momento ele começou a rir de leve, como que segurando a rizada. Meus Deus! Será que eu falei alto sem perceber??!!

_ Não _disse ele_ Não se preocupe com isso. Não sou nada disso.

Como assim?! Será que ele adivinhou o que eu estava pensando? Perguntava-me enquanto ele abriu a bolsa dele, e tirou de lá dois pedações pano.

_ Aqui_ disse ele me entregando um dos pedaços.

De fato eu estava toda encharcada, se continuasse daquele jeito provavelmente pegaria um resfriado. Comecei a secar meu cabelo, que na época era curto, só um pouco maior que os dele.   Quando curiosa indaguei:

_ Por que acha que uma chuva dessas seria uma coisa bonita? E além do mais como você me conhece? O que quis dizer com elas ressoam diferente? Olha aqui eu quero uma boa explica... _ neste momento eu fui interrompida por um grande trovão que me assustou.

Ele não havia esboçado nenhuma reação. Ele respirou profundamente, e fechou os olhos e disse:

_ Feche seus olhos

A inicia iria recusar sem dúvida, acabo de conhecer uma estranho, estamos a sós e ele me pede para fechar os olhos?!  Mas seu tom de voz era tão tranquilo que fez querer confiar nele. E assim eu fiz. Tudo ficou escuro. Só havia os sons agora.  Podia ouvir o som das trovoadas ao longe. Podia ouvir o som das gotas de chuva a cair direto no chão, a bater nas folhas das copas das árvores, no teto do velho coreto. Podia ouvir os sons das finas cascatas de água que caiam das telas do coreto. Meu coração foi se aliviando, minha respiração foi ficando mais leve e profunda. Foi quando comecei a sentir os cheiros. O cheiro típico de terra molhada, nunca havia sido tão bom. Ele se misturava a um outro cheiro, o das plantas molhadas inundava o meu nariz. Essa combinação formou em minha mente uma imagem de tudo o que estava ao meu redor, sem eu precisar abrir os olhos. Quando eu os abri, o lugar parecia diferente, não era mais abandonado e triste. Era cheio de verde, com alguns salpicados coloridos de algumas flores, principalmente algumas roxas a minha frente. Cada gota de água, sobre cada pétala ou folha, parecia uma pequeno pingo de cristal. Cada imagem, cada cheiro, cada som, entravam em harmonia quase como uma sinfonia. Nunca em minha vida, eu havia sentido tanta paz até aquele momento.

Não entendi o que aconteceu ali, como depois de uma decepção, de uma tristeza tão grande, eu podia ter ficado com tanta paz com uma simples chuva?

_ Ei ei ei!! O que você está fazendo?!_ quase gritei quando o vi tirando meus sapatos. Eles estavam encharcados.

_ Com licença_ disse ele calmamente.

Eu não pude acreditar na hora que deixei ele fazer aquilo, mas eu não podia explicar a sensação que eu tinha ali. Era diferente de tudo que já havia sentido. Ele tirou meus sapados cuidadosamente, retirou o excesso de água. E secou cada um dos meus pês com o próprio pano. Ele em si está muito encharcado, muito mais do que eu. Como se não tivesse se secado muito para que o pano não estivesse encharcado para quando secasse meus pês. Eu ia dizer algo como: “Por favor não faça isso” ou “se não se secar vai pegar um resfriado”. Mas não pude dizer nada. As palavras não saíram.

_ A chuva tem a sua beleza_ disse ele quebrando o silencio e respondendo a minha pergunta anterior_ Você mesma viu um pouco agora não? _ acenei positiva com a cabeça desviando o olhar quando ele me olhou nos olhos sorrindo_ Você já passou no bosque das cerejeiras? _ perguntou

Era um boque que fica perto da escola, pela parte norte. Respondi que sim.

_ E pelo campo de flores? Aquele que tem perto da divisa da cidade? _ acenei positivamente. _ o que eles tem em comum?

_ Ambos são muito bonitos_ respondi

_ Ambos não existiriam sem a chuva_ Respondeu ele_ assim como precisa-se de amor, para poder pulsar a vida, como precisa-se de paz para poder sorrir, é preciso a chuva dos caminhos para os bosques e campos da vida florirem. _ Na verdade eu te digo que até hoje você nunca viu a verdadeira beleza desses lugares, se tanto demorou para ver a mais superficial deste.   

Eu não tinha palavras para descrever o que estava ouvindo. O quarto elemento da sinfonia que eu percebia, que me acalmava eram suas palavras.   A chuva estava se acalmando, poucas gotas caiam do céu agora, e a luz sol ia levemente saindo por de trás das nuvens.

_ “Eu perdi o meu medo, o meu medo da chuva
Pois a chuva voltando pra terra traz coisas do ar.
Apendi o segredo, o segredo da vida
Vendo as pedras que choram sozinhas no mesmo lugar...”

 

Enquanto ele recitava esse poema, via a luz do sol sair por de trás das nuvens, e refletindo em seus olhas, e em cada gota, sobre cada folha do lugar. Todos se tonaram pequenos diamantes cintilantes. Não consigo descrever com simples palavras.

_ Bem, esse poema não é de minha autoria, mas nem por isso ele perde a graça_ disse ele dando uma leve rizada, e eu acabei rindo um pouco também_ afinal, de que servem os poemas de se não dá cada boca a ouvido de todos passarem?

Ele se levantou, andou até fora da proteção do coreto, esticou-se, repirou fundo e disse:

_ Tá na hora de irmos, te vejo amanhã!

_Espera! _ chamei ele quase desesperada_ eu ainda não sei o seu nome! Eu me chamo Suzuki Hana!

Ele riu e disse:

_ Eu sei, me chamo Sasaki Ren, mas me chame pelo primeiro nome por favor, assim como eu te chamei_ fiquei corada na hora quando percebi que ele havia me chamado pelo primeiro nome e eu nem havia me importado_ ate! _ disse ele acenando e indo embora.   

Eu fiquei ali parada, sentada debaixo daquele coreto por mais uma hora tentando entender o que aconteceu. Quando voltei pra casa, ainda estava um pouco molhada, minha meio irmã Misuki de cinco anos veio me abrasar. Eu estava perdida em pensamentos e talvez por isso tenha deixado ela me abrasar tanto, o que não acontece de costume. Ela saiu gritando pela casa:

_ Mãe a Hana voltou!!

Mas como esperado ela nem esboçou um gesto. Eu tomei um bom banho depois fui para o quarto e não fiz mais nada além de pensar naquele rapaz chamado Ren. Eu só fiquei pensado em seu rosto, suas palavras e tudo o que eu havia sentido. Fiquei pensando nisso até adormecer, e por um tempo, o fato de que a minha amiga havia me traído com o meu namorado simplesmente fora esquecido. No dia seguinte eu queria continuar pensando no Ren, mas era inevitável, eu tinha que ir para a escola e a encontraria lá. O caminho inteiro fiquei pensando nisso, em como me comportaria, o que eu deveria fazer se ela viesse falar comigo? Com todas essas indagações meu coração gelou quando eu ouvi o sinal tocar e me dar conta de que eu estava já de frente para minha sala. Tomei coragem relembrando o Ren e pensando: Eu queria velo de novo um dia desses, se ele era desse colégio de qual durma ele deve ser? Foi quando eu abri a porta da sala, entrei de cabeça baixa, e me esforçando para levantar a cabeça e olhar para cada uma das carteiras, vi em uma carteira perto da janela, uma rapaz meio moreno, de cabelos escuros quase nos ombros que olhou para mim e disse:

_ Bom dia!

_REN!!_ gritei sem acreditar que éramos da mesma sala eu nunca o havia percebido.

 

Continua... 


Notas Finais


Espero que tenham gostado! Ate o próximo!
leia as primeiras partes do cap ouvindo este som: https://www.youtube.com/watch?v=5NhLg1F9pMo&t=28s


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