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História Trono de Sangue - O primeiro amor


Escrita por: TrizCampos

Notas do Autor


Espero que gostem
Críticas construtivas sempre serão bem-vindas.
Se gostarem favoritem e comentem

Capítulo 2 - O primeiro amor


Fanfic / Fanfiction Trono de Sangue - O primeiro amor

- Rosalie Walker - Rosie sabia que estava encrenca, sabia que cedo ou tarde teria de se explicar, só não imaginava ser tão cedo.

- Mary eu… - a mão da mulher a sua frente voou para trás, e então bateu na face de Rosie. A mulher levantou a mão para me bate-la novamente, porém, Rosie foi mais rápida, a agarrou no ar.

- Como você pôde? - gritou. Rosie engoliu em seco.

- Me desculpe - a voz da garota estava embargada - Eu sinto muito.

- Sei que sente, mas isso não muda nada. Pelo menos diga-me, você o ama?

- Não. Nunca amei. Nem ele, nem ninguém.

- Eu confiei em você. Fui sua amiga, te abriguei em minha casa e você foi uma vadia manipuladora - a voz da princesa se elevou uma oitava enquanto falava, a veia no pescoço saltava - Como pôde? Nós somos família.

Rosie permaneceu em silêncio, não havia como se defender. Era verdade, ela sabia disso. Sabia que era uma pessoa horrível, sabia que se houvesse inferno ela arderia nele. O único problema é que ela jamais se arrependia de seus erros.

- Diga alguma coisa - gritou ainda mais alto - Negue, defenda-se. Diga que não foi assim que aconteceu, por favor - a voz de Mary estava carregada de amargor, lágrimas grossas escorriam por seu rosto junto à maquiagem - Eu sempre soube que ele quebraria meu coração, mas eu sempre achei que quando esse dia chegasse, eu poderia me deitar em seu colo e chorar. Nós somos família, somos amigas, como irmãs. Nunca pensei que seria você a me destruir.

- Mary, eu sinto muito - Rosie tentou tocar a face da amiga, que a impediu com um tapa. Pela primeira vez na vida Rosie se arrependeu. Queria poder voltar no tempo e jamais ter se deitado com príncipe Daniel, noivo de Mary.

- Saía daqui, Rosie. Saía, antes que eu mande cortarem-lhe a cabeça.

Rosie correu pelos corredores do castelo o mais rápido que podia, não por medo, mas porque correr a acalmava. Correu até a saída do castelo, o ar morno da noite envolveu-lhe, ela continuou correndo pelo jardim em meio às peônias vermelhas.

Rosie tropeçou nos próprios pés e caiu, o corpo estava dolorido e a alma - pela primeira vez em muito tempo - doía. Mas isso não a impediu de apreciar a sensação das flores contra si.

Um corpo alto estendeu-lhe a mão, a gostosa risada do homem ecoou pelo espaço aberto, a luz da lua refletiu seu rosto no escuro. Rosie permaneceu intacta, o corpo estava rígido quando aceitou a mão, excitação transbordando pelos poros de ambos.

- Precisa de ajuda? - a voz causou-lhe um formigar na ponta dos dedos. A jovem se perguntou se ele podia sentir.

- Duque James - tentou ser cordial - Obrigada pela ajuda, preciso ir agora.

James sorriu, mesmo sob a pouca luz os dentes claros e perfeitos foram notados.

- Por que tanta formalidade, Rosie? Já fomos íntimos.

- Duque, adoraria ficar para o momento nostalgia, mas eu realmente preciso ir - a garota tentou engolir o choro.

- Rosalie, para que tanta pressa? - a mão do homem tocou-lhe a face marcada pelos dedos de Mary - O que houve?

- Um desentendimento - engoliu em seco antes de continuar -, com a princesa Mary. Nada de mais.

O peito da garota se movimentava num ritmo frenético, estava ofegante, flashs de sua noite com o Duque invadiram-lhe a mente.

O corpo escultural por cima do seu; o cheiro tipicamente masculino impregnado em sua pele; os movimentos de vai e vem que a faziam delirar; os deliciosos gemidos de ambos se misturando na mais agradável das sinfonias.

Duque James havia sido seu primeiro, dois anos antes, quando passou uma temporada na corte. Rosie havia se entregado num momento de insanidade, provocado pela ardente paixão - não correspondida - que nutria pelo Duque.

- Não se sinta mal. Princesa Mary sempre teve inveja de você, todos percebem, dá para ver pelo modo como lhe olha.

- Não diga asneiras, ela um dia será rainha. Não tem motivos para invejar-me.

- Deus, você não vê. Seu pai abdicou do trono, te tornando assim a segunda na linha de sucessão. Você é a favorita, do povo, e das outras nações. Você sempre foi mais gentil, mais simpática, mais carismática e mais amada. Se você desci um motivo te colocariam no poder agora mesmo.

- Eu não quero a coroa de Mary - suspirou, toda maldita alma queria dizer a ela o que fazer, Rosie estava farta disto.

- Você disse que se desentenderam, não foi? - o homem se aproximou um pouco mais - Sabe como ela é inconstante, se ela se tornar rainha mandará cortar-lhe a cabeça na primeira discussão.

- Mary é família - uma lágrima inconveniente rolou por seu rosto. O homem enxugou-a, um gesto simples e íntimo. Rosie fechou os olhos, deliciando-se da sensação de ser tocada novamente por ele. Engoliu em seco só perceber o quão impróprio era aquilo e continuou: - Nós cuidamos da família, sabe? Eu já pisei na bola com ela, não posso traí-la dessa forma, teria que pedir sua cabeça.

Duque James tinha se tornado um amigo, antes de ser um amor. Ela confiava nele, apesar de não vê-lo a muito tempo. Talvez ela fosse só uma garota boba e ingênua, já que explicitamente o Duque tinha dispensado-a após a noite de paixão.

Rosalie ainda era perdidamente apaixonada por ele, James possuía plena consciência disso. E se aproveitava da situação, ter uma herdeira ao trono da maior potência do mundo aos seus pés era surpreendentemente incrível para o ego.

Duque James era um homem sem escrúpulos, ele nunca quis Rosie, ele sempre quis o trono. E quando, no passado, Rosie negou-se a dar o golpe em Mary e reclamar o trono, ele a abandonou. Foi algo sutil e premeditado, ele se afastou aos poucos, de forma que ela não percebesse a distância, quando já estava demasiadamente distante deixou a corte. Com a desculpe de que seu pai, magnata do petróleo precisava dele, Rosie tola e ingênua como era acreditou, e continuou amando-o incondicionalmente.

- Tenha consciência que ela não exitaria em pedir a sua.

- Duque James, você está sendo indiscreto - a mulher repreendeu o homem à sua frente - Este assunto não é de seu interesse.

- Engana-se Rosalie, a linha de sucessão ao trono com certeza é de meu interesse.

Rosalie não sabia mais o que dizer, é estranho não? Quando alguém que você sempre pensou conhecer se mostra um estranho. Aquele homem, parado à sua frente, não era o homem por quem se apaixonou. Os olhos estavam opacos, a única coisa que Rosie conseguiu ver - onde antes permanecia um brilho jovem e inocente - foi ódio e amargor. A garota decidiu terminar a conversa.

- Conde James, eu preciso ir - ela inclinou a cabeça numa breve reverência - Até mais, que sua estadia na corte seja revigorante.

Ela voltou a correr, o coração na boca, a respiração irregular. O relógio na torre norte babalou 8 vezes, indicando que era hora do jantar. Rosie diminuiu a velocidade e começou a andar até o salão principal, onde os hóspedes e moradores da corte se reuniam para as principais refeições.


Notas Finais


Até o próximo💙.


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