História Lecherous - I'm sorry

Era para ser só mais um dia comum mas ele deixou de ser a partir do momento em que meus olhos encontraram os seus e você deixou um reboliço dentro do meu ser.

As ruas estavam tão movimentadas naquela época do ano, era natal e todo mundo ficava eufórico nas lojas com aquele clima maravilhoso de família, onde todos se reunião. YoonGi sempre gostou daquela época em especial, tinha pais que praticamente viviam no trabalho e morava longe de seus avós. Sentia falta de como era os domingos em família, sentia falta de muita coisa desde que se mudou para um bairro novo.

Haviam várias crianças no parquinho em frente a sua casa, crianças que pareciam ser bem mais velhas que sí, afinal só tinha 9 anos e mais parecia ter 6 pela sua altura. Pensou duas vezes antes de sair da janela do quarto e fazer novas amizades, mesmo que não fosse muito bom em fazer algo assim não custava tentar.

Saiu de seu quarto e colocou sua toca branquinha com o nome "Sugar" bordado na cor preta. Caminhou em direção das crianças e timidamente sentou em um dos balanços disponíveis. Subiu em cima do balanço em um pulo, porém não conseguiu se balançar, suas perninhas eram muito curtas e isso fez o menor bufar em frustração. Droga, por que tinha que ser tão pequeno? Tentou uma, duas, três vezes e não conseguiu atingir o resultado desejado. Quando estava prestes a desistir, sentiu ser empurrado no balanço e logo sentiu o vento gelado em suas bochechas. Quem poderia ter o ajudado? Escutou uma risada gostosa de se ouvir mas um pouco aguda para seus ouvidos sensível. O desconhecido continuou a balançar o baixinho por alguns minutos, no instante que o impulso parou o mesmo sorriu e saiu do balanço.

- Oi, você é o meu novo vizinho? - o garotinho tinha uma voz estridente, mas combinava com sua face. 

YoonGi torceu um pouco o nariz arrumando os óculos em cima do nariz pequeno, estranhando aquela pergunta. Como aquele garoto poderia saber que ele era o novo vizinho?

- Ah, é que eu nunca vi você por aqui... - passou a mão pequeno pelos fios negros e continuou, - eu me chamo Jung Hoseok.

- Min YoonGi - o garoto de cabelos castanhos parecia tímido com o sorriso entusiasmado do maior, afinal não estava acostumado a receber sorrisos assim de estranhos.

A partir daquele dia YoonGi sentia que algo mudaria, não sabia o que seria e nem muito menos se seriam mudanças boas ou ruins, mas com certeza não seriam a mesma coisa. 

7 anos depois ▶▶

YoonGi tremia dos pés a cabeça, o suor se acumulava nas têmporas e nas palmas das mãos. Não era somente isso que sentia, também sentia enjoou junto com uma vontade incontrolável de correr. Mas não, correr, em hipótese alguma, era opção no momento. Estava determinado a seguir a diante. 

O castanho ostentava em sua mão uma carta de cor azul e branca, a carta não era enfeitada pela parte de fora e sim pela parte de dentro. YoonGi havia passado a noite reformulando a carta, escolhendo as palavras certas para serem postas, a noite inteira lendo e relando a carta até não ter um mísero erro de ortográfico. E tudo isso para se declarar para seu "primeiro amor", Jung HoSeok. Sim, Min YoonGi era apaixonado pelo garoto que conheceu aos 10 anos naquele parque coberto de gelo. Isso era tão clichê e patético aos seus olhos, chegava a ser engraçado. 

HoSeok e YoonGi eram amigos, melhores amigos para falar a verdade, porém eles estavam afastados, mais por culpa do baixinho do que de Jung. YoonGi era cauteloso demais, não se permitia ser tocado, não se permitia ser desvendado, tanto é que isso acabou afetando a amizade dos dois. Fazia um tempo que os dois amigos não se falavam a algumas semanas, deixando um deles mais que desesperado. Era como se ficar longe do amigo trouxesse grande agonia para o mais velho. Se sentia sufocado, quase como uma tortura.

O pior não era estar sem falar com HoSeok, era, além disso, nutriu outro tipo de sentimento dentro de si. Não era somente amizade, Yoon sentia como se o moreno fosse o centro de tudo, o centro do seu mundinho. Infelizmente só veio perceber isso agora. Perceber que durante todo esse tempo a raiva que sentia ao ver o moreno sorrindo para as outras, não era ciúme de amigo e sim algo muito maior que isso. 

Agora ele estava alí, ansioso para a chegada do amigo na quadra de basquete. HoSeok não era o capitão como muitos pensavam, porém ele tinha muitos amigos e era muito fácil de socializar. YoonGi poderia muito bem ser do time, jogava muito bem, talvez até melhor que o próprio líder da equipe, mas preferia ficar na arquibancada assistindo o moreno em campo. Passava horas analisando cada passo, cada movimento, e em tudo, HoSeok conseguia arrancar um suspiro dele. Era ridiculamente patético.

O castanho estremeceu ao escutar passos pelo campo, mas não era somente de HoSeok, ele estava acompanhado. O menor virou para o ginásio e viu a cena que adoraria deletar da cabeça. HoSeok tinha um dos braços ao redor da cintura de outro garoto, ostentava um sorriso estupidamente lindo e isso nem era comparável com o brilho incrível de seus olhos ao olhar para aquele garoto. YoonGi sentiu algo morrer dentro de si, percebendo então que durante todo aquele tempo que passou se remoendo, alimentando o medo, pensando em todas as palavras certas para dizer, pensando nas possibilidades e em como seria fantástico ser correspondido. Todo esse tempo jogado no lixo.

- YoonGi-Hyung, o que está fazendo aqui? - foi retirado de seus devaneios pela voz que tanto amava ouvir. Não conseguia olhar para os dois garotos abraçados a sua frente, temia fraquejar. Já não sentia mais as pernas.

- Eu sou tão burro... - a voz era fraca, tão fraca que HoSeok adotou uma expressão confusa junto com o loiro em seus braços.

- O que disse? - o moreno tentou chegar mais perto de YoonGi mas não conseguiu pois este se afastou subitamente. Não queria ficar alí e ter que olhar aqueles dois se abraçando, sorrindo um para o outro e ficar lá, exibindo um sorriso que não era seu, desejando a felicidade que não queria, apoiando o amor que devia ser seu. 

- Eu preciso ir! - ele correu, correu o mais rápido que conseguiu. Ignorando o outro o chamar, ignorando a dor no peito e o nó na garganta que veio junto com a vontade de chorar. 

Só parou de correr quando estava do outro lado do colégio, com a respiração totalmente desregulada. O castanho segurou a carta e deixou algumas lágrimas, que estavam acumuladas no canto dos olhos, rolarem livres pela bochecha corada de raiva. Gostaria de poder rir da próprio desgraça mas a única coisa que pôde fazer foi retirar os óculos de lentes grossas e chorar um pouco. Sentou no chão com as costas encostadas na parede e encarou a carta novamente. HoSeok não merecia ler aquilo, não merecia e nem iria. Levantou do chão e secou as lágrimas, voltando a por os óculos. Deu uma último olhada na carta antes de amassar era com toda a raiva que sentia e por fim a jogar no lixo, dando adeus a todo e qualquer sentimento ligado a HoSeok.

Seguiu seu caminho, tentando esquecer a semana de bosta que teve e tentando esquecer a cena vista. Tentaria apagar da memória qualquer lembrança onde HoSeok aparecia sorrindo como um príncipe para si, e nas vezes que o ajudou e o confortou.

(...)

Largou a mochila no chão assim que pisou na casa, fechando a porta atrás de si. Estava cansado após o fatídico dia que teve ao passar quase o tempo todo fugindo do Jung. Min não estava em condições de o encarar, muito menos conversar sobre o porque de ter fugido mais cedo. 

Passou a mão pelos cabelos e encarou o seu maior inimigo, ele mesmo. No espelho ele conseguia se ver, ver o quanto estava destruído, o rosto ainda um pouco vermelho devido ter passado a maior parte do dia segurando a vontade de gritar. Balançou a cabeça, perguntando a si mesmo se estava destinado ao fracasso e não, não estava.

Se sentou na cama de solteiro do quarto onde HoSeok dorme nas sextas, hoje era sexta mas hoje ele não viria aqui. Talvez viesse mas com certeza não para dormir. Passou os olhos pelo quarto, pensando se devia ou não fazer aquilo, seria a escolha mais difícil a se tomar. 

Já fazia um tempo que achava ter feito a escolha certa quando recusou a proposta de estudar na capital. Claro que havia feito a escolha certa, ficar aqui com HoSeok era a melhor escolha a se fazer. Bem, pelo menos era...

Levantou da cama e passou a abrir cada gaveta do criado mudo, tirando todos os papeis inúteis de dentro. Achou coisas que não queria como fotos de HoSeok, desenhos dos dois, presentes que ganhara e quase desistiu de procurar ao ver que se escolhesse ir embora perderia o que tinha de mais importante. Algo tão difícil a se fazer e tão necessário. Quando finalmente achou a carta com a proposta que poderia mudar sua vida. Abriu a carta que dizia como poderia fazer para contatar a academia, tinha número e endereço, tudo anotado com muito detalhe. YoonGi segurou o telefone em uma das mãos e na outra o papel. Iria realmente deixar HoSeok?

- Que se foda ele. - digitou o número da academia com pressa, temendo pensar demais e acabar desistindo. O telefone começou a chamar e o Min começou a tremer, ansioso.

- Sim...? 

(...)

Os dias foram se passando tranquilamente, calmos e agradáveis. O castanho não tinha voltado a falar com o amigo, muito pelo contrário, fugia sempre que possível. A verdade era que se YoonGi voltasse a falar com o moreno, ele iria andar para trás e se martirizar pela escolha feita, iria querer ficar em Gwangju e ele não queria isso. Não mais.

Caminhou pelos arredores do colégio com os fones de ouvido altos, suficientemente altos para não escutar que atrás dele uma pessoa se aproximava. Só deu tempo de perceber isso quando sentiu um empurrão forte em suas costas, fazendo ele ir para frente e cair de cara com o chão. Sentiu o óculos voar de seu rosto e as palmas das mãos arderem, assim como sua bochecha, que fora arrastada no chão. 

- Yah, levanta daí. - a voz de um garoto, mas não sabia de quem poderia ser, não reconhecia. Levantou rapidamente pegando os óculos do chão e os pondo no rosto, viu o garoto que passou a semana ao lado de Hoseok, não sabia seu nome mas ele era extremamente bonito. Os lábios levemente grossos e rosados, a pele bronzeada na medida certa, olhos grandinhos e castanhos, o cabelo era incrível, não existia um fio fora do lugar. Aquele garoto parecia ter saído de um catálogo de revista. - Eu quero que você parece de atazanar meu Seokkie. 

- Como...? - fez uma expressão confusa diante daquela ordem. YoonGi não estava atazanando HoSeok, muito pelo contrário, estava o evitando ao máximo.

- Você é surdo? Eu mandei você ficar longe dele. É isso ou eu mostro isso aqui para ele. - tirou um papel de um dos bolsos da jaqueta que vestia, que era de HoSeok inclusive, e jogou para o castanho. YoonGi não conseguiu conter a supresa ao notar que era sua carta alí, mas não era exatamente a sua, era uma cópia.

- Onde você conseguiu isso? - olhou para o garoto com ódio, ele não tinha direito de fazer isso, de pegar algo tão íntimo e jogar tão sujo. 

- Isso não importa. Eu espero que tenha entendido o recado. - deu as costas seguindo caminho até a quadra. - Aliás, prazer em te conhecer, meu nome é Taehyung. - virou para YoonGi por uma última vez, exibindo um sorriso tão bonito que fez o castanho ter medo. O garoto sorria como se nada tivesse acontecido, isso assustava.

E novamente, YoonGi queria chorar. Quando fosse embora seria facilmente descartado, HoSeok tinha Taehyung, que parecia estar disposto a fazer de tudo por ele, de uma forma que talvez o castanho nunca fosse capaz de fazer. No entanto não estava com medo da carta ser revelada, para o Min tanto faz. Em alguns dias estaria bem longe daquilo tudo, longe de tudo que o poderia fazer mal.

(...)

É, o grande dia tinha chegado. YoonGi iria para Seul, começar uma nova vida e uma nova história. Ele não fazia ideia do que encontraria por lá e o medo de não se encaixar o dominou. Pensava na saudade que iria sentir quando estivesse lá, deixava-o com aperto no peito. O pior era imaginar que quando fosse talvez nunca mais voltasse para Gwangju.

As malas já estavam sobre a cama e fazia oficialmente um mês desde que falou com HoSeok, fazia 3 semanas desde que Taehyung havia o ameaçado e exatamente 2 semana desde que seu melhor amigo, e primeira paixão, tinha começado a namorar. O sorriso era tão lindo e doía tanto saber que não era, nem nunca seria, direcionado para si.

- YoonGi, querido, vamos? - sua mãe perguntou olhando para o filho de forma confortante, como se dissesse "tudo bem se não quiser ir". O castanho sorriu docemente para a progenitora e confirmou com a cabeça. Aquela era a decisão mais certa a ser tomada.

Colocou a mala no chão e a mochila nas costas, andando para o carro. Pôs a mala na parte traseira do carro, junto da mochila, mas antes de entrar no carro precisava fazer uma última coisa. 

Parou na frente da porta do vizinho e apertou a campainha, esperançoso de que quem atenderia a porta seria sua mãe ou pai, ou até mesmo sua irmã mais velho, qualquer um menos ele. Bem, seria muito difícil ser HoSeok pois era sábado e ele não costumava acordar cedo em dias de final de semana.

- Bom dia, YoonGi. O que faz aqui a esse hora do dia? - a senhora sorridente o atendeu, com o mesmo sorriso bonito de seu amigo. 

O Min tirou uma carta de dentro do bolso da jaqueta uma carta, não era uma carta como a da última vez, onde ele expôs seus sentimentos e onde ele dizia que não suportaria ficar mais um dia brigado com ele e outras milhares de coisas, dessa vez seria uma carta não tão feliz.

- Bom, eu vim me despedir da senhora e pedir que entregue isso para Seok. - entregou a carta com um sorriso triste, parecia que algo estava sendo tirado de si. - E por favor, não o entregue agora, só quando ele acordar. 

A sra. Jung pegou a carta e encarou ele sem saber o que fazer. Por que YoonGi estava se despedindo e para onde iria? 

- Eu vou para Seul e queria agradecer a todos esses anos, por ser uma segunda mãe para mim. - abraçou a mulher com um sorriso doce, pedindo desculpas por não ter avisado antes.

- Tudo bem. Se cuide, viu, mocinho? - afagou os cabelos do garoto, o olhando de um jeito carinhoso, como uma mãe olha para o filho.

Se despediu da mulher e voltou ao carro, com certeza a parte mais difícil já havia sido feita. Agora teria que estar preparado para o que viria, não tinha mais volta.

(...)

HoSeok acordou com o som da voz de sua mãe, dizendo que já era muito tarde e que precisava levantar, não podia ficar o dia todo na cama. Se levantou da cama com muita preguiça, não queria ter que se levantar agora.

- Se arrume rápido, tem algo que devo te contar. - HoSeok torceu o nariz, o que sua mãe queria dizer com isso?

Mais pela curiosidade do que qualquer outra coisa, se arrumou rapidamente, fazendo suas necessidades diárias e escovando os dentes. Desceu as escadas com pressa, mau podia conter sua ansiedade em saber o que sua mãe queria falar. Pegou uma maçã e abraçou a senhora por trás, dando um beijo em seu ombro de "bom dia".

- YoonGi passou aqui mais cedo e mandou eu lhe entregar isso. - sua mãe não tinha o habitual sorriso nl rosto, carregava uma expressão um pouco dolorida, como se tivesse feito algo de errado. Isso deixou HoSeok assustado.

A mulher de cabelos negros entregou a carta para o filho, que imediatamente reconheceu a caligrafia como a de seu vizinho. Sorriu meiu abobado, pensando ter recebido um pedido de desculpas mas esse mesmo sorriso acabou por morrer quando começou a ler.

" ~ Seok ❤

             Dongsaeng, quando estiver lendo isso eu já estarei a caminho para Seul. Então não ache que pode me fazer voltar porque eu já tomei minha decisão. Lembra-se da prova que fiz para uma das academias de Seul? Lembra quando eu disse que o meu sonho era ir para a capital e mostrar o meu potencial? Com certeza deve se lembrar. Eu estava pensando sozinho; é uma oportunidade única de fazer o que eu mais gosto e ir para lá abriria portar que seriam essências para o meu futuro. No começo eu não queria ir por medo, medo de nunca mais te ver.

Hoseok, me desculpa por isso mas não quero que me procure. Não quero que saiba o real motivo de eu ter ido para longe. Por favor, respeite isso, as minhas escolhas. Você nem faz ideia do quanto é difícil para alguém como eu, que tem tão pouco, sair dessa cidade pequena e deixar o pouco que tem por um futuro um tanto incerto. Uma parte de mim sempre vai ficar aqui, com você. Eu vou sentir tantas saudades suas e você nem imagina o quanto me dói ter que escrever isso.

É sábado, um sábado ensolarado, você ama dias assim. Mas hoje, hoje o dia vai ser chuvoso dentro de mim. Eu te amo, HoSeok. Você sempre foi meu companheiro e parceiro para tudo, que me confortou nas horas tristes e foi meu ombro amigo. Eu sou muito grato por tudo. Eu te amo, amigo.
                                                                         - Min YoonGi ~ "

       As lágrimas de HoSeok mancharam o rosto deste, desciam queimando pelas suas bochechas. Lágrimas de raiva e ódio acompanhadas de olhos cheios de culpa. Como pôde deixar seu amigo assim? Ele foi embora e não teve a chance de se despedir. Imperdoável. 

Jung correu até o quarto, buscando pelo celular pelo cômodo, desperado. Precisava falar com YoonGi mesmo com o outro tendo sido claro em pedir para não o fazer. Bem, precisava de respostas. Quando finalmente achou o telefone, discou o número já tão conhecido por ele e esperou que o outro atendesse.

YoonGi sentiu o celular vibrando em alguma parte da jaqueta, pegou o aparelho e sentiu o corpo tremer ao ver o número do amigo alí. Não sabia o que fazer, olhou sua mãe dirigir e não pensou muito ao atender.

- YoonGi? Eu sei que está me ouvindo, diga alguma coisa. - nada foi dito. - Olha, hyung, desculpa por ter sido um idiota e não ter te procurado esses dias. Aish... Eu vou sentir tanta saudade... Como eu te queria aqui para podermos fazer brincadeiras e esquecer as brigas bobas. Hyung...? - YoonGi apenas escutava, tentando não fazer barulho de choro e tentando fazer as lágrimas pararem de descer mas não conseguia. Não dava.

- Desculpa, Seokkie. - a voz era embargada pelo choro baixo, o castanho queria se xingar pelo que iria fazer, mas era preciso.

Tirou o celular do ouvido e encerrou a chamada para então retirar o chip de seu celular e o jogar pela janela. Não queria que HoSeok o ligasse de novo, afinal, querendo ou não, ele era seu ponto fraco. Doía tanto, mais tanto, que falar com ele era como por sal nas feridas. Como dizer que o motivo daquilo era a sua covardia, e era mesmo. Foi um covarde não admitindo que gostava de HoSeok como mais que um amigo, não tinha como voltar atrás a essa altura do campeonato. Iria arcar com tudo, sem remorso, mostraria que era capaz. 

Agora estava sozinho, machucado, dolorido e era totalmente ciente de que era sua culpa. Foi sua escolha, e rezava para ter sido a escolha certa, pelo menos uma vez ter feito a escolha certa.