História Lecherous - Dilema

TaeHyung se viu sem chão. Já não tinha mais vontade de levantar, de trocar a camisa com a gola molhada de lágrimas, de comer. Os planos que ele tinha para o final de semana era ir com HoSeok a um aquário, coisa que não iria mais acontecer. Tudo o que se podia fazer era lavar o rosto e de alguma forma levantar essa auto estima ou se afundar um pouco mais da depressão. 

O apartamento estava um caos, os porta retrato estavam jogados ao chão e parte da decoração quebrada. Eram pequenos bonecos feitos porcelanas, miniaturas de TaeHyung e HoSeok, feitos por encomenda, agora em pedaços. Doía em TaeHyung pensar que tudo era sua culpa e de mais ninguém, mas mesmo sabendo disso o orgulho impedia que admitisse isso para alguém além de si mesmo. E não foi apenas seu coração ao os pequenos bonecos que estavam aos pedaços, o relacionamento de dos dois também estava. 

Ainda sim não era hora para desistir ou pensar que havia perdido HoSeok de vez, acreditava que o tempo que teriam seriam para pensar em si, no relacionamento que haviam construído. A hipótese de um provável término ainda era hipótese. 

O posto de gasolina naquela hora da noite não era muito movimentado, aparentava ser mais como um filme de terror para TaeHyung. Na pequena loja só tinha a atendente, e ninguém mais. A moça não parecia muito preocupada com o fato de ser mais de 11 da noite, provavelmente acostumada com o horário de trabalho. Isso fazia o loiro pensar que aquele tipo de trabalho não era para si, dava até um frio na barriga pensar em ficar sozinho em um lugar deserto do meio da noite.

O garoto pegou as 3 barras de chocolate e a pipoca de microondas, tudo que precisava para passar a noite. Teria saído de lá se não fosse por uma mão em seu ombro que fez seu corpo todo congelar ali mesmo. Não só congelar como tremer.

- Você deixo-... - se interrompeu na fala, talvez percebendo o quão tenso o outro estava, enquanto TaeHyung tomava coragem para se virar. - Ei, algum problema? Eu só ia dizer que você deixou cair sua carteira.

O loiro virou no mesmo momento para encarar quem estava falando, se surpreendendo ao ver que era alguém um pouco mais novo que si e aparentemente não suspeito. Talvez só quisesse comprar cerveja escondido dos pais como a maioria dos jovens de hoje em dia, que não tinham mais preocupação alguma com nada. No entanto julgar não era uma opção visando que nem ao menos conhecia o baixinho a sua frente.

- A-ah... Me desculpe e obrigado. - pegou a carteira rapidamente, abaixando a cabeça para então seguir ao caixar. 

O susto momentâneo passou mas não deixou TaeHyung menos assombrado com a possibilidade de ser assaltado ou ser estuprado. 

- Você está bem? - o estranho insistiu mas TaeHyung fez de conta que não era com ele. Não era muito de se abrir com estranhos, mesmo que lá no fundo fosse só isso que precisasse.

Colocou tudo o que iria comprar no caixa. No momento só estava interessado em sair o mais rápido possível do local e nunca mais ver aquele estranho que constantemente o questionava sobre seu bem estar. Com as compras na mão, TaeHyung seguiu para casa, andando rapidamente. Durante o percurso, sentia a estranha sensação de estar sendo observado, sentia até mesmo um calafrio percorrer por todo seu corpo. Era uma sensação que nunca havia sentido e sinceramente preferia ter continuado assim.

E de repente, um barulho de algo rasgando. O ruivo olhou para baixo, vendo que a sacola havia rasgado e tudo o que comprou jogado ao chão. Riu irônico, pensava se tinha como piorar a situação atual, em sua cabeça poderia. Ainda mais ao escutar passos rápidos em sua direção, o fazendo tremer dos pés a cabeça. Não conseguia reproduzir um movimento sequer, estava com tanto medo de levantar que nem ao menos pensou em correr. Quando os par de sapatos já estava bem a sua frente, o garoto engoliu em seco.

- Você sempre derruba as coisas por aí? - perguntou o estranho, mas não era bem um estranho. Era o mesmo garoto que TaeHyung tinha encontrado no posto, os mesmos fios loiros.

- Que droga! - gritou, sentindo as bochechas vermelhas de raiva. Não sabia se batia naquele moleque chato ou dava meia volta. - Você me deu um baita susto, seu pirralho.

Naquele momento TaeHyung só queria xingar aquele garoto por fazer sua noite ficar _melhor_ do que ela já estava.

- Ei, ei! Fica calmo, cara. - o baixinho tentou encostar no ombro do ruivo que se esquivou, sem nem dar oportunidade de triscar no mesmo. 

- Não encosta! - se afastou mais - Eu só quero ficar sozinho - apertou contra o corpo tudo que havia caído da sacola e agora residia em seus braços. 

O garoto loiro notava o quanto estava frágil, da mesma forma que alguém implora por ajuda. A diferença era que o homem em sua frente não parecia ser o tipo que cede fácil, e mesmo só querendo ajudar não poderia sem saber o que houve.

- Ou você precisa de alguém - disse calmo -, alguém para conversar.

TaeHyung olhou para cima, encarando o desconhecido nos olhos. Ele via sinceridade ali. E pela primeira vez, TaeHyung sentia que realmente precisava de alguém. Estava tão acostumado a ser o ombro amigo que havia se esquecido de que também precisava de algo assim, um amigo, um ombro para chorar.

- Okay...

- Ta legal... Uma cor com a letra C? - HoSeok não tinha posto no caderno a cor, na cabeça dele não vinha nada com essa letra além de objetivo e nome. 

- Carmim. - Suga sempre conseguia completar todas as fileiras, conseguindo ganhar em todas as rodadas. 

- Não vale! Eu sei que carmim é uma cor, mas não vale. - se sentia burro perto do loiro, que sempre tinha uma resposta na ponta da língua.

- E por que não? - soltou uma gargalhada gostosa ao notar a cara de indignação presente na face do outro. 

Depois de se encontrarem e passarem noites andando pelas ruas, HoSeok e Suga desenvolveram uma boa relação. Afinal, Suga sempre tinha boas e estórias e era alguém fácil de se conversar, não tinha problema com nenhum assunto, sendo alguém aberto para tudo. Nunca se sentiu tão confortável como com Suga, cada momento com ele era proveitoso e nem ao menos sentia o tempo passar. Até mesmo conversas bobas os deixavam mais interessadas um no outro. Há tempos HoSeok não se sentia assim.

Suga tinha tanto a contar, nunca lhe faltavam palavras. Alguém tão vasto de conhecimento e tão jovem. Era inegável que estava começando a se sentir atraído por aquele garoto pequeno de cabelos loiros. Mas ainda tinha algo que deixava HoSeok intrigado, um brilho misterioso naquele garoto. Como se houvesse algo a esconder e isso o deixava aflito. 

Queria saber mais sobre o baixinho, tinha curiosidade em saber o que ele parecia esconder tanto. Porém não iria ser indelicado, não se conheciam a tanto tempo assim. Seria indelicado o questionar sobre coisas que, no momento, não eram necessárias. 

- Eu não gosto de jogar com você, Suga. Você sempre ganhar, isso não é justo. 

YoonGi ria, levando uma garrafa de cerveja até os lábios pequenos, dando breve gole. Antigamente beberia dois goles e já estaria bêbado, mas com o passar do tempo isso foi mudando. Beber com mais frequência e fazer coisas que nunca imaginou fazer o deixou assim. Agora não era mais YoonGi, esse lado seu estava morto em alguma parte de Suga. Uma parte que não queria mexer.

- Mas me fala. Por que deixar seu namorado sozinho? 

Suga tinha uma mania de tocar em assuntos aleatórias, não que HoSeok achasse desagradável mas sim algo inesperado, assim como a pergunta. E não sabia como responder.

- Hmmm, é complicado. Se eu te explicar eu vou ter que voltar no tempo. - balançou a cabeça, rindo consigo por estar tendo dificuldade em falar sobre seu passado. Fazia tanto tempo que não o remexia. Lembrava bem das terapias que teve, as crises de ansiedade. Agora sentado na sala de estar com Suga, se via obrigado a fazer.

- Você não precisa se não quiser. Eu só me peguei curioso sobre isso. Esqueça. - Tentou desconversar, sorrindo de canto.

- Não. Eu quero. - suspirou, deslizando sua mão por seus fios castanhos. - Tudo começou quando meu amigo, Min YoonGi foi embora.

Merda! - Suga pensou.

- Ele era algo como um irmão para mim. No dia que ele se foi eu nunca me senti tão triste, e foi algo tão inesperado. Ele estava estranho a algum tempo e eu fui idiota o bastante para não ir procurar por ele, perguntar se ele precisava de algo, ou se tudo estava bem. - HoSeok dizia tudo com uma calma invejável, sobretudo ainda conseguia atingir o loirinho em cheio.

- HoSeok, eu sinto muito... 

- Está tudo bem. - YoonGi sentiu o coração doer. Estava claro que HoSeok não estava bem. Foi um erro ter o deixado falar sobre, sua vontade era o fazer parar e teria feito se ele não tivesse continuado. - Os pais de YoonGi não me falaram nada, pois o mesmo disse que não deviam falar nada sobre. E eu só conseguia pensar que tudo era minha culpa. Nem ao menos conseguia dormir. Mas eu tinha a TaeHyung. TaeHyung sempre me ajudou, ele me levava para o consultório, me fazia sair de casa e foi a melhor pessoa que eu poderia ter.

YoonGi já não o encarava mais, a vergonha estava nítida no seu rosto. Não estava conseguindo encarar o mais novo, sentia que não aguentaria o peso de seu olhar. O peito ardia assim como os olhos que pareciam querer transbordar toda angústia. Achava que HoSeok não iria se importar tanto quando fosse embora, nunca imaginou que durante todo esse tempo seu dongsaeng sofria. Nunca teria indo embora se soubesse, teria o abraçado e o chamado de Hobi como tanto gostava.

- TaeHyung não viva mais, toda a vida dele agora era voltada para mim e isso não é saudável. Nem para mim ou para ele. Me sentia sufocado e o ciúme dele chegava a me dar nos nervos. - HoSeok passou a mão pelos cabelos e encarou YoonGi que só ficou encolhido, quieto, durante todo o falatório. - Há algo errado, Suga?

O mesmo não responder, continuando a olhar para seus pés. Pois sentia vergonha, HoSeok nem fazia ideia disso e isso lhe deixa ainda mais com sentimento de culpa. A mentira. Então em um ato impensado, e talvez irresponsável, YoonGi segurou o pescoço do mais novo, colando os lábios em um selinho demorado. 

Sentindo os lábios quentes um no outro, o fazendo suspirar por dentro. O loirinho sentia o corpo todo aquecer e um sentimento bom abraçar seu corpo, deixando seu coração calmo. HoSeok também se sentia bem, claro que tinha certa euforia no lado esquerdo do peito mas nada que estivesse atrapalhando esse momento. YoonGi se apoiava nos ombros do mais alto, sendo gentil ao colocar uma das mãos na nuca do moreno e puxar suavemente os fios ali. O beijo ainda não passava de um selinho, mas HoSeok rezava para não acabar.

- HoSeok... Eu quero fazer uma coisa. Você me permite? - a voz era rouca e continua um sentimento nelas que o moreno não conseguiu distinguir. Mas não era necessário, pois ao olhar nos olhos de YoonGi, soube que só precisava aceitar e assim fez.

Suga então segurou a mão do garoto, o levando para seu quarto. HoSeok tinha o coração palpitando tão forte, poderia sentir que o mesmo iria pular de seu peito a qualquer instante. Nenhum outro pensamento conseguia passar por sua cabeça que não estivesse ligado ao branquinho, que parecia tão misterioso naquele momento. 

- Me espere aqui. - sorriu maldoso. 

HoSeok sentou na cama fofinha, olhando ao redor do quarto e reparando em como toda a decoração era bem colocada. Até mesmo o carpete combinava com as outras coisas no quarto. 

E então um _click._ 

As luzes do quarto se apagaram, sendo substituídas por uma luz fraca vinda da janela. Junto com a escuridão veio também uma música. 

- Seokkie... - sentiu um frio na espinha ao ouvir a voz de Suga dizendo seu nome daquela forma, tão manhoso.

Enquanto a música começava a tocar, YoonGi entrava no ritmo da música, um pouco bambo. As expressões pervertidas não o abandonaram nem por um segundo sequer, deixando o clima cada vez mais quente. Os pés pequenos tocavam o carpete do quarto durante a dança atrevida feita. Em momento algum demonstrou vergonha pelo que fazia, exibindo uma segurança impecável. 

Para HoSeok, toda a cena era extremamente excitante pois nunca havia estado em uma situação como aquela. Estava totalmente descrente na cena que via. Era algo tão pornográfico. YoonGi tirava vagarosamente a jaqueta jeans revelando uma camisa fina de cor preta, deixando um contraste contra sua pele branca. Os quadris balançaram enquanto o moreno acompanhava tudo com os olhos, sentindo cada vez mais uma ereção impossível de ser controlada. A cada movimento que menor fazia, o quarto aumentava de temperatura. E em um ato ousado, YoonGi se colocou frente de HoSeok para então sentar em seu colo com uma perna de cada lado do seu corpo, deixando o bumbum contra a ereção do Jung.

- Ora, ora, o que temos aqui? - disse rente ao ouvido alheio, capturando seu nódulo e arrastando os pequenos dentes ali. O corpo do mais novo tremeu, involuntariamente levou as duas mãos para a cintura fina e delineada. 

- Suga... para de provocar - tentou ser firme mas estava sendo algo complicado, pois ter o membro pressionado por YoonGi não ajudava na sanidade mental de ninguém.

- Sabe... Eu amo joguinhos, principalmente esses. - as mãos se enroscaram no cabelos escuro do mais alto, logo em seguida puxando sua cabeça para trás. HoSeok soltou um grunhido em meio a brutalidade do ato, coisa que deixou YoonGi mais incentivado a continuar. Deixando a língua áspera fazer um carinho em linha reta bem na linha do maxilar até o queixo. Jung sentia cada pelo do seu corpo se arrepiar de tal maneira que só sentir não estava ajudando, então ele apertou a cintura do Min com vontade. - Eu. Amo. Muito. - mordeu a orelha do moreno de leve.

- Aí n-não... - YoonGi sentava em seu pênis coberto com força, esfregando as nádegas empinadas em movimentos de vai e vem. Totalmente devasso, com direito a alguns gemidos de sua parte no ouvido do moreno. - Eu... Su-suga...

- Hmmm? Tente não gaguejar. - Suga ria da vulnerabilidade do outro. 

HoSeok não iria conseguir aguentar todas as provocações, iria ceder para YoonGi. Em sua cabeça o nome TaeHyung ecoava mas seu coração almejava por YoonGi, assim como o próprio corpo. 

HoSeok agora se encontrava num dilema.