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História Legado Lestrange - Consequências


Escrita por: venus89

Notas do Autor


Genteeeem!!
Em primeiro lugar, obrigada por comentarem!! =D
Vocês são umas divas! =D
Em segundo lugar, eu peço desculpas por esse capítulo. Ele vai ter umas cenas tensas... mas não me abandonem por causa dele! Vai acontecer muita coisa legal ainda e muita coisa triste também! Mas eu juro que não é gratuito. ^^
Bem... é isso... beijos!

Capítulo 23 - Consequências


Fanfic / Fanfiction Legado Lestrange - Consequências

1996

–Weasley está mesmo defendendo todas essas goles? – perguntou Draco, completamente chocado.

–Relaxa... para a Grifinória ganhar a Taça de Quadribol, a gente precisa perder fodidamente feio pra Lufa-Lufa. – disse Rasalas sem se intimidar com a exímia habilidade de Weasley – Ele está drogado? Ou alguém tomou poção polissuco pra jogar no lugar dele?

–Isso não faz sentido. Não dá nem pra cantar minha musiquinha. – resmungou Draco.

–Sua música é um nojo... VAI, GINA! – gritou ao ver a namorada subir velozmente para pegar o pomo – ISSO AI! ESSA É A MINHA GAROTA! – gritou pulando, ignorando o fato de que era o único Sonserina comemorando a vitória da Grifinória – 240 a 10. Que surra.

–Pois é... isso é perigoso pra Sonserina. – lamentou Blair. Mas Rasalas estava ocupado demais se esticando para beijar Gina, que voava de cabeça para baixo, para beijá-lo também.

A ruiva girou no ar e desceu para comemorar a vitória com o resto do time. A Grifinória cantava sua própria versão de “Weasley é nosso rei”. Rasalas deu uma risadinha e todos começaram a deixar as arquibancadas.

–Eu preciso ir. Tenho que entregar meu presente para a Gina. – disse apressado. Draco o segurou pelo pulso.

–Tem noção do quão patético você está sendo?

–Eu sei. Mas se isso vai me ajudar a dormir a noite, ou a não me sentir mais tão culpado, foda-se. – respondeu puxando a mão.

–Termina com ela de uma vez. – ralhou Damian – Você gosta da Daphne!

Mas Rasalas se virou e correu até a namorada. Demorou para abrir caminho até a ruiva, que estava pulando feliz, junto dos colegas de casa.

–GINA! GINA! – gritou ele. Ela o olhou e sorriu. Depois veio correndo e o abraçou, para lhe dar um beijo de tirar o fôlego. A beijou de volta completamente sedento dela. Completamente indeciso sobre o que iria fazer. Estava sendo um cretino, mas não queria terminar com ela.

–Oh, Ras. Eu estou tão feliz! – gritou ela o abraçando apertado. Rasalas a abraçou apertado também.

–Estou tão orgulhoso! Você foi ótima, maravilhosa. – disse a abraçando com mais força. “Termina com ela de uma vez. Você gosta da Daphne!” – Como uma profissional. – Gina sorriu imensamente feliz e o beijou de novo. A apertou contra si, amando o beijo dela. Amava tudo nela...

Menos ela mesma.

Não amava Gina Weasley. Amava o jeito dela, mas não ela... Será que isso ao menos faz sentido? Perguntou para si mesmo enquanto ela o mordiscava no lábio.

–Quero comemorar com você, na Sala Precisa. – sussurrou ela. Rasalas, não pense com a cabeça de baixo. Não pense. Não pense...

–Mesmo? – perguntou com um sorriso safado. Suas calças já ficando mais apertadas.

–Mesmo. – sussurrou ela em seu ouvido – Te encontro lá hoje a noite.

–Está bem.

Merda...

Se afastou dela se achando um grandíssimo filho da puta. Talvez todos os Sonserinos sejam maus mesmo, afinal... chutou uma pedra, se odiando por ser tão impulsivo. Voltou para junto dos colegas, que o esperavam com um olhar de repreensão.

–Deu a garrafa pra ela? – perguntou Damian.

–Não. – resmungou. Eles o olharam confusos – Ela... acho que ela quer transar comigo. Hoje.

Seus colegas fizeram cara de “ah, sim... ok, então”. Mas Damian o olhou chocado.

–Você não pretende transar com ela, pra depois dispensá-la, não é? – perguntou ele o olhando feio – Isso é baixo até pra uma traidora de sangue!

–Eu acho que é melhor... se ela aloprar demais com o Veneno de Fada e acabar perdendo a virgindade com outra pessoa? – perguntou Draco – Pelo menos, se ela aloprar demais, ela já não vai ser mais virgem.

–Isso mesmo. – disse Rasalas, querendo se convencer que estava fazendo o melhor para ela.

–Cara. Eu não deveria julgar as pessoas que compram comigo... – disse Damian – Mas... espero que consiga viver com isso... eu não conseguiria... – Damian começou a se afastar e Rasalas conteve a vontade de jogar o que ele fizera com Alhena na cara dele.

Voltaram para o Salão Comunal e ele ficou esperando, ansioso.

Quando achou que já era hora, se levantou e se preparou para sair.

–Vai mesmo fazer isso? – perguntou Greg. Rasalas deu de ombros, sem encarar ninguém e saiu do Salão.

*

Gina já estava na Sala Precisa quando ele chegou. Ela estava no banho, pois escutava o som do chuveiro. Meu Merlin, me oriente... você era um Sonserina. O que você faria na minha situação? Se sentou na cama, tão excitado que doía. Mas céus... tinha beijado Daphne na droga da festa, os dois estavam numa tensão fodida e pra piorar, não fazia a menor ideia do que teria acontecido entre ele e Pansy. Sonhou algumas vezes que tinham transado naquele armário, mas simplesmente não sabia se eram apenas sonhos ou algo mais... algo como lembranças...

Passou as mãos pelos cabelos sem ter coragem de destruir o humor de Gina. E não queria terminar com ela tampouco. Gostava muito da menina. Soltou um suspiro sem saber o que fazer. Uma parte de si queria entrar naquele chuveiro com ela, outra parte queria contar a verdade e pedir perdão, enquanto outra parte queria terminar com ela e tentar alguma coisa com Daphne.

E uma parte muito pequenininha queria que ele ficasse solteiro e nunca mais inventasse algo tão estúpido quanto pedir alguém em namoro. Só dava dor de cabeça...

Deitou na cama, indeciso, confuso. Tinha tido o plano de mostrar pra Gina o que Veneno de Fada fazia... aquela porra alucinógena, afrodisíaca, que dava uma energia louca, para depois te fazer desejar estar morto... Se ela bebesse, entenderia... entenderia como você ficava louco, fora de si, completamente incapaz de responder por suas ações. Seria mais provável que conseguissem se entender se ela entendesse como não tinha sido culpa dele.

Se ele soubesse que Veneno de Fada fazia aquilo, nunca teria tomado. Teria ficado a rir de todo mundo, como Greg fizera.

–O que eu vou fazer...? – sussurrou desesperado. Queria poder perguntar para Lupin. Queria uma maneira de poder falar com ele. Desesperadamente.

Foi quando a lareira do quarto acendeu. Piscou, em choque, se perguntando se era a magia da Sala Precisa. Cogitou por um momento, mas achou muito arriscado. Umbridge poderia estar vigiando as lareiras...

Suspirou sentindo-se perdido. Não colocaria Lupin em perigo. E ainda tinha o risco de ajudar a encontrar aquele lugar... poderia prejudicar a AD.

O som do chuveiro cessou e ele sentiu o coração bater acelerado. O que iria fazer? O que? O que? Por quanto tempo aguentaria esconder aquilo? O último mês tinha sido um inferno. A última vez que se sentira tão culpado fora quando acabou entregando sua mãe quanto ao alcoolismo e ao relacionamento com Lupin, para o avô. Suspirou desejando que ao menos Gina saísse vestida daquele banheiro, para que tivesse mais tempo para pensar. Para planejar alguma coisa. Ele era um maldito Sonserina. Ele precisava pensar em alguma coisa...

Mas quando Gina saiu do banheiro completamente nua, secando os cabelos com a toalha, se deu conta que o melhor plano que poderia pensar seria tirar as calças. Ela corou de leve ao vê-lo ali. Ele corou também e a olhou dos pés a cabeça, parando nos dois pontos mais estratégicos. Sua respiração ficou acelerada, suas calças apertaram e sua mente foi para as cucuias.

O máximo que conseguiu fazer foi ficar parado na cama, completamente hipnotizado pelo corpo dela. Mas Gina não se abalou com a reação dele. Ela jogou a toalha no chão e afastou os cabelos. Depois veio se aproximando.

Engoliu em seco sem saber o que fazer. Gina estava com um sorriso encantador, sem dúvidas. Respirou fundo, sem conseguir falar. Sentindo-se nervoso. Tendo medo de fazer algo errado, de machucá-la, de falhar... todas as preocupações adolescentes possíveis, menos a única que ele deveria priorizar.

A ruiva desabotoou sua camisa, tirou sua gravata, tirou seus sapatos. Tudo isso sem desviar o olhar do dele. Sentiu as mãos dela em suas calças e ela o desabotoou. Logo suas calças estavam no chão. Então ela o puxou com carinho e o beijou nos lábios. A beijou de volta, carinhosamente, completamente nervoso. O frio na barriga se recusando a ir embora. Parecia que tinha engolido um quilo de cubos de gelo encantados para pular sem parar.

Sentiu os dedos de Gina descerem por seu peito, barriga e tocarem sua roupa de baixo. Achou que ficaria louco quando ela se ajoelhou e tirou sua cueca. Ela olhou dentro de seus olhos e então o segurou firme com a mão, para guiá-lo para dentro de sua boca.

Soltou um gemido rouco quando sentiu a língua dela passear por sua cabeça. Ela o beijou por toda a cabeça e aos poucos ia colocando mais e mais na boca. Gemeu de novo, olhando extasiado para aquilo. Era sexy demais. Era gostoso demais.

Achou que iria ficar louco quando ela parou para ficar de pé. Ela colocou as duas mãos em seu peito e o empurrou de leve. Se deitou na cama e se arrastou para o centro. Gina engatinhou até ele, o olhando no olho, completamente no controle da situação.

Ela ficou de joelhos em cima dele e o segurou com a mão, para guiá-lo para dentro de si. Mas simplesmente não conseguiu ficar sem falar nada.

–Gina... você tem certeza? – perguntou afoito.

–Sim. – respondeu ela, simplesmente.

Ele respirou fundo olhando os calorosos olhos castanhos dela.

–Eu nunca disse “eu te amo”... e nem você...

–Isso é um problema pra você? – perguntou ela. Quis se sentir no direito de ficar magoado, mas não conseguiu – Eu não vou dizer “eu te amo” antes de ter absoluta certeza de que é verdade... – explicou ela, calmamente – Nesse momento... eu ainda não tenho certeza. Eu gosto muito de você e eu amo as coisas que você me faz sentir, mas eu não te amo ainda... mas isso não significa que eu não quero que você seja o meu primeiro... – ela corou e o beijou na testa, se curvando sobre ele – Você me deixa confortável. É alguém que eu confio que não vai me expor... é meu amigo.

Uma parte de si se torceu de vergonha quando ela disse “eu confio”. Mas ela ainda segurava seu membro com a mão, acariciando a cabeça úmida com o polegar. Era impossível pensar com a cabeça de cima naquele momento. Estava tentando com todas as forças... mas não era possível, não com Gina rebolando em cima de seus quadris, o lambuzando consigo mesma. Entendeu mais ou menos como Damian acabou transando com Deshayes, mas se permitiu pensar que sua situação era um pouco mais complexa. Mas não sabia se era mais ou menos filha da puta, na verdade.

Mas todas essas preocupações se dissiparam quando Gina escorregou por ele. Fechou os olhos louco de prazer. Escutou Gina gemer baixinho, também. Abriu os olhos e a olhou fazendo uma careta. Ela respirou fundo e moveu o quadril. Teve um espasmo de prazer, involuntário. Nunca tinha sentido nada parecido com aquilo. Gemeu novamente, e mordeu o lábio, querendo não fazer barulho outra vez.

Ficou apreciando os movimentos de Gina, as feições dela, as sensações... tudo. Seu corpo todo parecia reagir aos movimentos dela. Desde seu dedo do pé, até os pelos de sua nuca.

–Meu deus, Gina. – murmurou a segurando nas coxas com tanta força que teve certeza que deixaria a pele sensível dela marcada.

Gina sorriu e continuou movendo-se. Mas ele queria mais. Ele queria velocidade. A puxou e empurrou com as mãos, ajudando-a no movimento. Gina se curvou sobre ele, se apoiando na cama e começou a subir e descer os quadris. Achou que ficaria louco. Mordeu o lábio, completamente entregue. Completamente focado nela. Sem se preocupar com outra coisa que fosse. Só via os cabelos vermelhos, a pele sardenta e os olhos castanhos. Ela o olhou nos olhos por longos segundos e então o beijou.

Rasalas virou o corpo a colocando por baixo. Voltou a mover os quadris com força, de maneira bruta. Oh... era tão bom... tão bom.

–Ras! Ras! – choramingou Gina – Calma, calma por favor.

Fechou os olhos repetindo para si mesmo que era a primeira vez dela. Seu corpo todo tremia. Tentou ir lento, devagar. Mas o corpo queria mais. Mordeu Gina com tanta força no ombro que ela gritou. Logo estava fazendo tão forte quanto antes. Não conseguia fazer de outro jeito. Seu corpo exigia aquilo. Era muito desejo concentrado de uma só vez.

Gina gemeu de dor novamente e ele se sentiu mal.

–Me desculpe... fique por cima... ou eu vou te machucar... eu não... eu nunca fiz isso... – murmurou desesperado, se deitando novamente.

–Está bem... – murmurou ela voltando a se sentar em cima dele. Era bom. Era muito bom. Compensou a falta de velocidade com a visão extremamente maravilhosa que era ter uma linda garota rebolando em cima de si. A apertou nos seios, mas depois a acariciou na cintura, preferindo vê-los soltos, pulando de acordo com os movimentos dela.

Era demais. Era demais.

–Assim... isso, Gina... isso...

–Oh, Harry...

Piscou, em choque, mas Gina nem reparou. Ela seguiu movendo-se em cima dele.

Carma existe. Carma existe e ele é rancoroso.

–Harry? – perguntou ofendido. Gina abriu os olhos, piscando. Ela então corou com violência e o olhou parecendo em pânico – Harry, Gina? Sério?

–Eu não disse Harry. Eu disse Ras. – disse ela, mas ela estava tão vermelha que era simplesmente impossível acreditar nela.

–Eu não sou surdo. – disse furioso. Saiu debaixo dela, completamente insultado – Eu não acredito. Estava pensando no Harry? Qual seu problema?

–Rasalas. Não... você deve ter entendido errado... – murmurou ela envergonhada. Mas ele não queria olhar para ela, nem escutar desculpas – Desculpe, Ras. Foi um ato falho. Me desculpe. Eu não estava pensando em Harry.

Mas estava muito puto. Era muito egoísmo da parte dele, ficar zangado com aquilo, mas não conseguiu evitar. Se levantou e pegou sua roupa de baixo, começando a se vestir.

–Rasalas! Por favor! – choramingou ela. Mas ele não parou de se vestir – Por favor! Ras, Ras!

Saiu batendo a porta, furioso, colocando a camisa no corredor. Chutou uma armadura a derrubando no chão e seguiu caminhando de volta para o Salão Comunal. Já estava no segundo andar, quando ouviu os passos de Gina. Ela vinha ofegante e quando o alcançou, parecia em pânico.

–Por favor, vamos conversar! – pediu ela.

–Não há nada pra conversar. Por que não conversa com... com Potter? – perguntou magoado.

–Rasalas. Me perdoe. Eu não fiz por querer!

–Ainda bem, não é? – perguntou furioso, ainda andando em direção às masmorras. – Pare de me seguir. Eu não quero olhar na sua cara.

–Não é o que você está pensando. Eu não sinto nada por Harry! POR FAVOR ME ESCUTE!

–Eu traí você! – rosnou ele. Gina o olhou chocada.

–Não. Você só está sendo maldoso. Mas tudo bem... – disse ela com os olhos cheios de água – Vamos conversar, por favor. Eu não estava pensando em Harry. Eu... eu só estou preocupada com ele e...

–Me poupe, Weasley. – disse puxando o braço – Vá a merda. Pare de tentar se justificar. Só piora as coisas. – ralhou ele sem parar de andar.

–Ras... Ras, por favor... – insistiu Gina. Mas ele perdeu a paciência. A segurou com força pelo pulso.

–Não fale mais comigo, Weasley. E torce pra que eu não conte pra Umbridge sobre o que seu amado Potter anda aprontando bem debaixo do nariz dela.

–Não. Não, Rasalas. Você não faria isso! Não faria. Não é justo... com todos os outros. – lamentou ela – Fique com raiva de mim, mas não faça isso, por favor.

–Então não fale comigo de novo. – disse soltando o braço dela de uma vez e então voltou para o Salão Comunal. Quando entrou, todos o olharam.

–E ai, como foi? – perguntou Draco, casualmente.

–Vá se foder, Malfoy. – rosnou furioso, descendo as escadas, para o dormitório. Se jogou na própria cama e mordeu o travesseiro.

Depois de cinco minutos precisou ir no banheiro se aliviar na mão mesmo. Ainda podia sentir o cheiro de Gina, então foi tomar um banho. Voltou para a cama com tanto desgosto que teve vontade de quebrar qualquer coisa que encontrasse.

Se deitou novamente, afundando a cabeça no travesseiro e escutou a porta do dormitório se abrir. Olhou para trás e viu que era Parkinson.

–Você está bem? – perguntou ela.

–Não. – respondeu, ainda furioso. Se visse Harry acertaria um soco no nariz dele. Aquele filho da mãe, magricelo e quatro olhos...

–O que houve?

–Terminei com a Gina. – respondeu bravo.

–Você... você contou sobre a festa? – perguntou ela.

–Não. A gente... brigou. – rosnou. Pansy se sentou na cama e suspirou.

–Eu sinto... eu sinto muito. – murmurou ela – Você... provavelmente quer ficar sozinho, não é? – perguntou ela, parecendo ansiosa.

–Sim.

–Ok... eu... a gente... a gente conversa outra hora. – murmurou ela antes de se levantar. Fechou os olhos e se encolheu na cama, sem dar muita atenção.

**

Tomou o café da manhã com seus colegas e não olhou uma vez sequer para a mesa da Grifinória. Depois do café, colocou a mochila no ombro e foi junto de Damian, Vince, Greg e Draco para a aula de Hagrid.

–O que ela fez com você? Ela te traiu também? – perguntou Vince.

–Eu não vou falar sobre isso. Parem de insistir ou eu vou azarar vocês. Juro pelo meu nome que azaro o próximo que me perguntar sobre Gina Weasley. – rosnou furioso. Os amigos sabiam que ele era o melhor duelando (crédito da AD), então apenas concordaram em silêncio.

Chegaram na aula e ele bufou, olhando um monte de porcos espinhos em várias gaiolas. Ao menos pareciam porcos espinhos... Pegou seu caderno e seu lápis de carvão e quando viu Harry chegar precisou conter a vontade de chutá-lo com força. Harry não fez nada... eu acho...

Bufou furioso, ignorando a troca de olhares dos amigos e esperou que Hagrid chegasse. Mas notou uma figura de cabelos esvoaçantes se aproximar.

Puta que o pariu, Hermione. Fique longe de mim antes que eu magoe você. Eu não estou com humor...

Mas Hermione veio. Seu carma parecia disposto a irritá-lo para sempre.

–Ras. Posso falar com você um... – começou ela, mas a olhou tão furioso que a assustou.

–Não, Granger. Você não pode. Volte pra junto dos trastes dos teus amigos que eu não quero olhar na cara de um Grifinória que seja. – Hermione o olhou chocada e seus amigos deram risadinhas – Calem a boca. – rosnou para eles, que fingiram-se de sérios.

–Ras... – começou Hermione, mas ele a olhou furioso. A segurou pelo pulso com força e a empurrou.

–SAI DAQUI.

Ela abriu a boca, chocada, e se virou, para sair.

Sentiu-se mal, pois nunca tinha se desentendido com ela. Mas estava furioso. Precisava brigar com alguém. Precisava descarregar aquela raiva... o time da Lufa-Lufa estaria ferrado na sua mão se não se desestressasse até lá.

Hagrid apareceu e começaram a aula. Mas não conseguia prestar atenção. Estava tão ofendido. Como Gina pudera errar seu nome naquela hora? E pior... será que ela teve a audácia de contar pra Hermione? Se recusava a acreditar nisso.

Quando a aula terminou, não se dignou a olhar para nenhum dos colegas da Grifinória. Apenas se virou e saiu, para ir para a aula de feitiços. Damian vinha ao seu lado, o olhando curioso.

O dia passou numa loucura. Se lembrava que seu pai uma vez contara que minutos em Azkaban podiam durar anos, e anos, minutos. Se sentia exatamente assim. Quando o chamaram para jantar, ficou completamente chocado, pois nem se lembrava de ter almoçado, apesar da aula de feitiços ter durado, basicamente, uma vida e meia.

Queria conversar com alguém, sobre o que acontecera. Então, depois do jantar – sem olhar uma vez sequer para a mesa da Grifinória – voltou para o quarto e se escondeu em sua cama, fechando as cortinas. Escreveu para Alhena, contando que tinha terminado com Gina, mas que tinha feito besteira.

Contou tudo. Tudo mesmo. Alhena entenderia. Enrolou o pergaminho, o lacrou e quando estava para ir para o corujal, se lembrou.

Não tinha como mandar a carta para Alhena...

Se sentou, olhando para o pedaço de papel, sentindo uma saudade imensurável da irmã. Se sentiu tão sozinho e desamparado que achou que ficaria maluco. Se perguntou se a irmã estaria bem... se ao menos estaria viva... Eu saberia se ela morresse... somos gêmeos... eu sentiria...

Fechou os olhos e se deitou, olhando para o teto. Estava quase cochilando quando alguém meteu a cabeça dentro das cortinas.

Era Pansy.

–Como se sente? – perguntou ela.

–Uma merda. – respondeu.

–Posso ficar me sentindo uma merda ai com você? – perguntou ela. Rasalas deu de ombros. Ela se deitou ao seu lado e ficaram olhando o teto da cama. Se perguntou o que ela queria. Será que queria dar uns malhos? Não estava no humor para isso.

Ela parecia bastante nervosa, mas não deu bola. Tinha os próprios problemas pesando sua cabeça. Ficaram deitados um do lado do outro por mais de meia hora, até que Pansy se levantasse e saísse parecendo desesperada.

A olhou sem entender e deu de ombros.

–Maluca...

No dia seguinte, Pansy não foi para a primeira aula do dia – DCAT. Daphne e Emília não sabiam o que ela tinha, mas a garota simplesmente se recusou a sair da cama.

–Estranho não? – perguntou Draco.

–Não. Não é como se ela estivesse perdendo alguma coisa, de qualquer maneira.

–Bem... é... – riu Damian – Rasalas tem um ponto.

–Vocês vão ficar em Hogwarts para as férias de páscoa? – perguntou Draco.

–Não. – respondeu Rasalas – Minha mãe quer que eu volte. E eu vou ver meu avô... ele não anda muito bem de saúde. – Outro problema que vinha pesando sua cabeça, diga-se de passagem. Pensar que o avô poderia morrer era assustador. Simplesmente assustador. Queria que seu avô estivesse lá para fazer sua bolha, com suas lembranças, quando se casasse...

–Eu vou pra casa, também. Meu pai quer minha ajuda pra uns assuntos ultra-secretos. – gabou-se Draco.

–Tipo o que? Vai ajudar a fazer as unhas do Lorde das Trevas? – perguntou Rasalas com um sorrisinho cínico. Draco o olhou feio e Damian lhe deu a mão.

–Um... esse tom de rosa não, Draco. Tente outro. – zombou Damian. Rasalas pegou a mão do colega e fingiu dar um monte de beijos nela.

–Sim, meu Lorde. É uma honra, meu Lorde. Oh, meu Lorde. – zombou Rasalas. Blair e Damian caíram na gargalhada, mas Draco, Vince e Greg não acharam nada engraçado.

–Vai fazendo piadinha dele, vai? Pra ver se você não toma no meio do seu... – começou Draco, mas ele se interrompeu quando Pansy apareceu parecendo em pânico, com as duas amigas a sussurrarem qualquer coisa pra ela.

–Eu já falei que não vou falar sobre isso. Me deixem em paz, ok? – perguntou ela zangada.

–Mas, Pansy... – começou Daphne, parecendo preocupada. Pansy olhou para eles e desviou o olhar imediatamente para as amigas.

–Chega, Daph! Chega! – disse num guincho estridente.

Foram todos juntos para a aula de poções. Mais uma aula com a Grifinória, infelizmente. Entrou na sala assim que Snape abriu a porta. Assim que viu os cabelos bagunçados de Harry, ficou ainda mais zangado.

Snape passou a nova tarefa para eles – âmbar do desespero – e ficou fazendo observações entre os alunos. Quando ele criticou a poção de Harry, riu audivelmente.

–Que fiasco. Fama não é tudo na vida, não é? – perguntou para Damian, que o olhou confuso. Não viu se Harry tinha olhado. Não queria saber. Quando o professor elogiou sua poção, sorriu satisfeito. Normalmente só Draco e Blair ganhavam elogios do professor.

Quando a aula terminou, estava para sair com seus colegas, quando Pansy o segurou pelas vestes.

–Eu preciso falar com você. – disse ela, parecendo nervosa. Estava para perguntar o que tinha acontecido, quando Harry o puxou pelo ombro.

–Qual o seu problema?

Rasalas deu as costas para Pansy.

–Que problema? – perguntou olhando com desdém para ele.

–Por que está agindo feito um idiota?

–Ah! Eu sou o idiota? Por que mesmo? Não sou eu quem estava precisado de aulas extras de poções... aliás... não deu muito certo, não é? – disse cheio de deboche.

–Eu não sei o seu problema. – ralhou Harry – Brigou com a Gina e agora está sendo idiota com todo mundo. Gritou com Hermione por motivo nenhum!

–Eu certamente tive um motivo. – devolveu acidamente.

–Então me explique.

–Por que não me obriga? – perguntou empurrando Harry. O garoto o olhou ainda mais zangado e o empurrou de volta.

–Talvez eu te obrigue!

–Então vem, Potter! Aposto que vira capa de jornal. – disse rindo, irritado.

–Está louco pra virar também, não é? Quer um cartaz de procurado, igual ao do seu pai e do seu tio? – perguntou Harry. Escutou Pansy arfar atrás de si. Hermione também levou as mãos para a boca – Aposto que você é uma maçã podre igual a eles.

Por um momento, se esqueceu completamente que estava dentro da sala de poções.

Por um momento, se esqueceu que Snape estava olhando.

Por um momento, se esqueceu que Harry era seu amigo.

Sacaram as varinhas ao mesmo tempo e se azararam ao mesmo tempo, duelando furiosamente um contra o outro. Escutou a voz do professor Snape muito distante dali, mas não se importou. Só queria infligir o máximo de dor a Harry Potter. Infelizmente ele duelava muito bem e antes que encontrasse uma brecha, foi jogado para o ar. Viu Harry de braços colados no corpo, também flutuando. Não quis saber quem tinha feito aquilo.

–NÃO OUSE, POTTER! – rosnou furioso – NÃO OUSE ME COMPARAR COM ELES. COM NENHUM DELES! NUNCA MAIS. VOCÊ OUVIU, SEU MERDINHA?

–Lestrange! Cale essa boca! – rosnou o professor.

–ELE SEQUESTROU MINHA IRMÃ. MEU AVÔ ESTÁ DE CAMA, MINHA MÃE NÃO PAROU DE BEBER. NÃO OUSE ME COMPARAR COM ELE, SEU FILHO DA MÃE. SEU MESTIÇO FILHO DE UMA SANGUE RUIM DOS INFERNOS. É ISSO O QUE VOCÊ É! E EU ESPERO QUE O LORDE VENHA E...

Mas ficou tudo escuro.

Acordou na Ala Hospitalar. Se sentou e olhou para os lados, assustado.

–Potter já foi. – disse Pansy. Era ela quem estava ali, lhe fazendo companhia – O professor te estuporou e tirou dez pontos da Grifinória por Potter ter falado aquelas coisas.

Rasalas concordou em silêncio.

–Eu estou descontrolado, ultimamente... – murmurou sem jeito.

–Eu nunca tinha te visto daquele jeito... – murmurou Pansy – Seus olhos ficaram completamente negros... não dava pra ver nem o branco dos olhos... e seus cabelos ficaram pretos e arrepiados também... você parecia ter virado outra pessoa...

–Ele me comparou com o meu pai e meu tio...

–Achei que gostasse deles. – murmurou Pansy. Rasalas negou com a cabeça.

–Eles me fizeram de idiota. Você sabe o que eles fizeram com Alhena. – murmurou.

–Eu sei... – lamentou Pansy, torcendo as mãos – Eu espero que ela esteja bem...

–Mas meu tio é o pior... – rosnou Rasalas. Nunca tinha comentado aquilo com ninguém. – Ele tentou matar minha mãe quando ela estava grávida da gente. – murmurou ele, furioso. Pansy o olhou, chocada – E ele fez coisas horríveis com ela... horríveis... por... por isso... – ele engoliu em seco – Por isso fiquei tão zangado quando... quando disse que eu era igual a eles...

–Potter é um idiota. – resumiu ela.

–Sim. Ele é. – concordou ele. Soltou um suspiro – Eu preciso ficar aqui ou...?

–Não... você pode ir. – murmurou Pansy. Rasalas pulou para o chão.

–Então vamos. Não quero ficar aqui.

–Ok. – disse ela parecendo distante e levemente triste.

–O que você tem? – perguntou ele. Ela o olhou parecendo nervosa.

–O que a gente fez naquele armário?

Rasalas deu de ombros.

–Eu sei lá. – resmungou ele – Não me lembro.

Pansy soltou um suspiro.

–Eu acho que a gente transou... – lamentou ela, parecendo sem jeito. Rasalas fez uma careta, tão sem jeito quanto.

–É... eu desconfio disso... – murmurou envergonhado.

–Eu não transei com mais ninguém... nos últimos três meses... – murmurou ela se abraçando. A olhou sem entender o porquê dela ter dito aquilo.

–Foi minha primeira vez. – disse dando de ombros.

–Eu... eu estou grávida.

Deveria ter deixado Potter matá-lo naquele duelo.

***

Estava chocado, olhando para Pansy. Ambos no banheiro da Murta-Que-Geme, olhando para aquele frasco azul escuro. Era o terceiro teste. Rasalas escorregou para o chão. Pansy soltou um suspiro.

–É... grávida mesmo. – resmungou ela se apoiando na pia.

–Eu só tenho quinze anos... – murmurou Rasalas – Puta que o pariu... – resmungou passando a mão pelo rosto – Eu me recuso a acreditar nisso.

–Não se preocupe, Rasalas... – começou Pansy – Eu vou dar um jeito nisso. Eu só preciso de uma gota do seu sangue antes. – disse ela se virando para ele e pegando outro frasco da mochila, com o conteúdo roxo.

–O que é isso? – perguntou ele, confuso.

Pansy respirou fundo.

–Eu quero confirmar se é seu. – disse ela.

–Pansy. Você disse que...

–Rasalas, a minha memória e a dos outros é completamente questionável. E não filmaram a gente cem por cento do tempo. – explicou ela – Eu quero ter certeza.

–Ok... o que eu preciso fazer?

–Preciso de uma gota de sangue. – explicou ela. Rasalas pegou a varinha e furou a ponta do dedo com um feitiço. Pansy se ajoelhou ao seu lado e ele fez cair uma gota de sangue dentro da poção. Pansy sacudiu o vidrinho com cuidado e os dois olharam, com atenção. O frasco então ficou vermelho. Rasalas olhou para a garota com um olhar questionador e ela suspirou – É seu...

Rasalas suspirou e a segurou pelo pulso.

–Eu... eu vou assumir. Não se preocupe. – murmurou ele.

–Eu não vou ter esse bebê. – cortou Pansy. Rasalas piscou, chocado.

–Não? Mas...

–Como você acha que isso funcionaria? – perguntou ela – Há dois meses atrás a gente se odiava. Eu só tenho quinze anos. Eu não vou parar de estudar para criar essa criança. E quem vai cuidar dela? Meus pais? A sua mãe? Seu avô? – ela negou com a cabeça – Não. De jeito nenhum.

Rasalas a olhou pasmo e concordou.

–Você tem certeza? – perguntou acariciando a mão dela.

–Sim. – disse ela determinada, se levantando, para jogar o conteúdo dos frascos dentro da pia. Rasalas se levantou e limpou a sujeira das vestes. Pansy se abraçou um tanto triste.

–Pansy. – chamou. Ela o olhou e ele a abraçou – Estou com você pro que der e vier... seja qual for sua decisão e não importa o que aconteça.

Ela arfou e concordou.

–Seria... seria muito legal da sua parte se... se você estivesse comigo... quando eu tomasse o chá.

–É claro. – disse ele. – Minha mãe já tirou um filho uma vez... ela disse que despirocou... tem certeza de que é isso que você quer?

–Tenho. Só me promete uma coisa? – perguntou ela.

–Claro. – murmurou ele.

–Não conte pra ninguém.

Ele concordou.

–Nosso segredo. Vamos levá-lo pro túmulo, ok?

–Ok. – respondeu ela.

Ofereceu a mão para ela e os dois caminharam juntos para o Salão Comunal. Lá ele escreveu para a mãe que não poderia voltar para casa no feriado. Porque tinha coisas urgentes pra resolver. Foi correndo até o corujal e amarrou o bilhete na perna da coruja. Quando estava voltando cruzou com Gina, mas não olhou para ela e ela não o olhou de volta.

E naquela noite, quando sua moeda da AD esquentou, falando que teriam mais um encontro, simplesmente ignorou.

Ele e Pansy combinaram que fariam aquilo no feriado, quando o castelo estivesse mais vazio. Achou que não teria outra surpresa até o feriado... mas isso foi antes de Dumbledore desaparecer e Umbridge ser declarada a mais nova diretora (mesmo que a sala do diretor tivesse se trancado e se recusado a abrir de novo).

Tive muita sorte de não ter ido naquele dia... pensou consigo mesmo, enquanto tentava estudar para os N.O.M.s. Eu ficaria completamente sozinho se descobrissem que eu estava com eles...

Se referia, é claro, à reunião que faltara... pois justo naquela, Draco e Umbridge descobriram tudo. Seu nome não estava mais na lista, provavelmente por ter brigado com Harry e por conta disso ninguém poderia provar que algum dia ele estivera ali. Sua reputação com os colegas de Casa se manteve intacta.

****

Pansy iria ficar sozinha no dormitório feminino. Não sabia se Daphne e Emília simplesmente precisavam voltar para casa ou se Pansy as tinha convencido a sumir. Mas independentemente de qual opção, estava contente por ficarem sozinhos.

Entrou de pijamas no dormitório dela e suspirou, sentindo uma coisa estranha no peito. Pansy tinha uma garrafa cheia de chá fumegante. Ela o olhou parecendo doente e ele foi até ela, se sentar ao seu lado.

–Ei... antes de... de beber... eu posso te pedir uma coisa? – pediu ela.

–O que quiser, Pansy. – murmurou sem jeito.

–É que... eu nem... nem me lembro... como foi, sabe? – perguntou ela – Eu queria saber... como... bem...

Ela estava corada. Rasalas sorriu e fez a última coisa que um dia imaginaria fazer. Roubou um beijo carinhoso dela.

Foi tudo muito carinhoso, na verdade. Pareceu simplesmente natural e quando terminaram, estavam sorridentes, suados e sem fôlego, com os lábios colados um no outro. Ela pareceu mais calma na hora de tomar o chá, depois disso. Ficou deitado ao lado dela e Pansy foi tomando o chá aos pouquinhos. Ela se deitou quando terminou e Rasalas a abraçou para dormirem. Umas duas horas depois acordou com ela o apertando. Ela fazia caretas de dor e gemia baixinho.

–Está tudo bem? – perguntou ele.

–Está. Só está doendo. – murmurou ela. Rasalas se virou para ela e a abraçou novamente. Pansy logo começou a gemer de dor, suando frio. Ela o olhou triste e começou a chorar. A beijou na testa e segurou sua mão. Ficaram assim por bastante tempo.

–Estou aqui com você, ok? – perguntou ele. Ela ainda chorava, mas concordou com a cabeça – Eu não vou embora. Vou ficar até o fim. – ela concordou mais uma vez e o abraçou novamente, chorando mais alto. Por fim, ela acabou se sentando, parecendo completamente sem cor.

–Eu preciso... eu preciso ir ao banheiro. – murmurou ela.

–Pansy. Eu não posso entrar lá. – murmurou ele – Não demore. Por favor.

Ela o olhou rapidamente e concordou. A observou ainda se sentindo mal. Se deitou na cama e esperou que ela voltasse. Mas os minutos passaram sem que ela saísse. Ficou preocupado e se levantou. Foi até a porta do banheiro e tentou entrar, mas parecia que tinha uma película de vidro, que o mantinha do outro lado.

–Pansy... você está bem? – perguntou preocupado, mas só obteve silêncio como resposta – Pansy. Pansy? – Nada – Pansy, não faz isso comigo. – disse forçando a barreira invisível. Se jogou com força contra ela, mas só conseguiu sentir dor no ombro. Uma sensação de desespero o tomou – Pansy... por favor... responda.

Escutou o choro dela lá de dentro. Um choro desesperado, cheio de pesar e dor.

–Vá embora.

Andou de um lado para o outro, sem saber o que fazer e voltou a se sentar na cama... mas ela não voltou. Esperou, esperou, esperou... mas Pansy seguia lá dentro. Mais uma vez foi até a porta e a chutou com força, mas só conseguiu machucar o pé. Respirou fundo e tentou forçar a entrada de novo, sem sucesso.

–Droga, Salazar. É uma emergência! – resmungou, mas a barreira não saiu. Não adiantava. Garotos não podiam entrar no banheiro feminino. Foi quando uma ideia perigosa o tomou – Pansy. Me ajuda, velho. Vem pra cá!

–Vai embora, eu já disse! – chorou ela, lá de dentro.

Rasalas fechou os olhos sentindo um peso na boca do estômago. Tirou o pijama e ficou nu. Depois andou até o espelho. Se olhou por alguns minutos, decorando cada pedacinho de si mesmo.

–Desculpe, mãe... mas é por uma causa nobre... – murmurou sentindo o coração bater acelerado. Suas mãos tremiam. Se concentrou. A garota mais parecida consigo mesmo era Alhena. Então pensou nela. Mudou as mãos, depois as pernas e o rosto. O mais difícil viria agora. Foi desesperador mudar o corpo inteiro. Parecia que estava pulando da vassoura de novo, mas não teria ninguém para agarrá-lo. Se não tomasse cuidado, nunca mais voltaria cem por cento ao normal. Respirou fundo, tendo que mudar muita coisa. Então olhou-se no espelho e sentiu uma pontada de pânico. Alhena o olhava, assustada, com medo, insegura.

Se virou, pegou sua varinha e caminhou até a porta. Respirou fundo e tentou entrar. Sentia a magia tentar repeli-lo. Parecia estar tentando entrar num lugar apertado demais, mas conseguiu. Sentiu-se exausto ao fazer isso, mas sorriu satisfeito. Caminhou pelo pequeno corredor que levava até o banheiro. Quando chegou ao banheiro em si, notou que Pansy tentava limpar o chão com o próprio pijama, que estava completamente ensanguentado.

–Pansy?

Ela o olhou em choque.

–Lena? – perguntou ela. Negou com a cabeça.

–Rasalas. – respondeu se ajoelhando. Pansy o olhou horrorizada.

–Não! Não! Não! – lamentou ela – Rasalas! Você é louco? Isso fere as leis de transfiguração! Você pode ficar preso nesse corpo pra sempre. – disse ela horrorizada. Concordou com ela sentindo medo.

–Então vamos sair daqui.

Pansy arfou.

–Eu preciso limpar isso aqui, Ras... eu preciso...

–Pansy...

–Por favor.

Concordou num suspiro. Pegou a varinha e limpou o sangue com ela, usando o mesmo feitiço que Snape usava para limpar os caldeirões. Pansy foi tomar um banho, já que estava imunda. Ficou de braços cruzados, esperando por ela, apenas evitando se olhar no espelho. Era estranho demais.

Quando Pansy saiu do boxe, parecia simplesmente infeliz. Saíram do banheiro juntos. Foi bem difícil sair, mas com a ajuda de Pansy, que o puxou de volta para o quarto, conseguiu atravessar.

Ela se sentou na cama, muito abatida e ele ficou em pé em frente ao espelho novamente. Fechou os olhos, se concentrando em si mesmo. Mas quando abriu os olhos...

Só viu Alhena.

Seu estômago saltou de medo.

–Estou preso. – disse, horrorizado – Pansy! Eu estou preso!

Ela o olhou assustada.

–E agora? – perguntou ela. Fechou os olhos, se concentrando.

–Vamos. Vamos... – resmungou. Voltou a abrir os olhos e notou que tinha começado a voltar. Precisou parar para descansar umas quatro vezes, mas quando o sol nasceu, parecia novamente consigo mesmo. Pansy dormia na cama – To morto... – murmurou exausto.

Caminhou até a cama da garota e se deitou com ela. Pansy se acomodou para deitar mais próximo dele e ele a abraçou. Fechou os olhos sabendo que estaria ligado a ela para o resto da vida... a acariciou nas mãos e a beijou no rosto, com carinho. A menina apenas fungou.

–Nunca mais vou beber... – murmurou traumatizado – Olha só o tanto de coisa que aconteceu...

Pansy concordou, apesar de não saber se ela estava mesmo acordada. Soltou um bocejo e sentiu o corpo doer de exaustão. Então só puxou Pansy mais pra perto e caiu no sono.

Só acordou na hora do almoço. Pansy ainda dormia. Estava morrendo de fome, mas ficou com ela assim mesmo. O horário do almoço passou e ele tentou dormir, para esquecer a fome, mas no meio da tarde Damian e Blair apareceram, procurando por ele.

–Ras? – perguntou Damian, o olhando surpreso – O que você tá fazendo ai? Por que não foi comer?

Rasalas apenas pediu silêncio com o dedo e fez sinal para que eles saíssem. Blair e Damian entenderam que algo sério devia ter acontecido e não criaram caso.

Pansy se levantou para o jantar. Ele deu graças, mentalmente e correu para o próprio dormitório para se vestir.

–O que aconteceu? – perguntou Damian. Rasalas colocou a camisa e olhou o amigo.

–Nunca pergunte isso. Nem pra mim e nem pra ela, ok? – pediu Rasalas – E ninguém deve saber que eu dormi lá. Eu falo sério.

–Ok... – murmurou Blair, franzindo a testa – Mas...

–Nunca. – repetiu Rasalas – Eu tenho que ir.

Comeu ao lado de Pansy, que parecia sem ânimo. Ambos sérios e abatidos. Quando terminaram de comer, foi com ela para o dormitório e se deitaram novamente. Quando ela voltou a chorar a abraçou apertado.

–Não me deixe dormir sozinha, por favor.

–Não vou. – prometeu a abraçando.

*****

Quando Draco chegou em casa, notou que ela estava cheia. Comensais por todas as partes, falando em cochichos. Os dez fugitivos de Azkaban estavam lá. Estavam todos ali para uma reunião, na verdade. Se arrepiou ao notar que isso significava que o Lorde das Trevas, ou estava ali, ou estaria em breve.

O único comensal que não encontrou foi Rabastan, que provavelmente estaria com Alhena.

–Antom. – chamou quando deixou suas coisas no próprio quarto. O fantasma logo apareceu, atravessando a parede.

–Chamou, mestre Draco? – perguntou ele no típico tom sem emoção.

–Chamei. A Lena está ai?

–A Srta. Lestrange está em sua sala de estudos. – respondeu Antom.

Draco concordou e foi tomar um banho. Depois vestiu umas roupas mais tradicionais, já que estavam com visitas. Analisou seu reflexo e penteou os cabelos para trás. Em seguida saiu do quarto e foi até o escritório do último andar.

A porta estava entre aberta, então entrou curioso. Alhena estava sentada numa mesa, olhando uma bola de cristal com tanta atenção que parecia que os segredos do universo estavam todos ali.

Se aproximou dela, notando com contentamento, que ela já não estava tão absurdamente magra, apesar de ainda precisar ganhar bastante peso para ficar do jeito que ela estivera no verão.

–Quanto para me dizer o meu futuro? – perguntou bem humorado. Alhena revirou os olhos e eles ficaram brancos. Lembrava-se de quando ela tinha feito aquilo, anos atrás, quando Sirius Black fugiu da prisão.

–Um de seus seguidores mais fiéis matará o lobo. Sangue vai escorrer pelas paredes. Choro e arrependimento... – Os olhos dela voltaram ao normal e Draco sentiu um calafrio lhe percorrer toda a espinha – Que merda. Eu não quero saber isso. Me mostre o maldito rosto! – ralhou ela para a bola de cristal.

–Lena? – chamou Draco.

Alhena piscou e o olhou, surpresa, como se não tivesse notado que ele estivera ali.

–Draco! – disse sorrindo. Draco riu de volta e Alhena se levantou para ir até ele, abraçá-lo. A abraçou de volta e a beijou no rosto.

–Está melhorando, Lena. – disse Draco. Alhena sorriu e girou para que ele a olhasse – Bem melhor, com certeza... mas eu acho que ainda precisa ganhar uns quilinhos... – disse Draco – Nunca vou te perdoar se não recuperar aquela bunda que você conseguiu no último verão.

–Draco! – riu ela, corando furiosamente. Os dois deram uma risadinha e ela o puxou para um sofá – Como está o meu irmão?

–Bem. – respondeu Draco – Digo... mais ou menos. – corrigiu ele – Ele tinha começado a namorar aquela Weasley, mas eles terminaram e o Rasalas ficou BEM bolado com alguma coisa. – explicou Draco. Alhena o olhou curiosa.

–Triste ou zangado?

–Zangado? Zangado é pouco. Ficou fulo com todos os Grifinória. Gritou com Granger, duelou com Potter na frente do Snape... foi louco. – riu Draco. Alhena riu de leve. – E então? Alguma visão importante? – perguntou ele. Alhena deu de ombros.

–Algumas sim. Outras não. – respondeu ela – É difícil saber quando eu não sei o que eles estão planejando... meu pai só quer que eu recupere as forças. Não está tão preocupado com as minhas visões, sabe?

–E como está sua vida com o seu pai? – perguntou simpático. Alhena sorriu contente.

–Está ótima. Meu pai é... é muito legal. – resumiu ela – Queria que ele nunca tivesse sido preso. Queria que ele sempre... sempre estivesse com a gente, sabe?

Draco concordou em silêncio.

–O que você está fazendo? – perguntou ele.

–Praticando. – respondeu Alhena se levantando – A professora Trelawney nunca foi uma boa professora, na verdade. – lamentou Alhena – Eu sinto que só estou aprendendo de verdade agora. – ela olhou ao redor. O escritório estava cheio de livros – E há tanto pra estudar. Eu acho que poderia passar a vida inteira aqui e não conseguiria aprender tudo.

–Tem que se esforçar para agradar o Lorde das Trevas. – disse Draco – Deve estar orgulhosa de já poder ter um propósito.

Alhena sorriu parecendo simplesmente contente.

–Ah, sim! Ele é assombroso, o Lorde das Trevas. Me ensinou um monte de coisas. Ele é brilhante, sabe? – perguntou ela. Draco concordou, sem duvidar de uma palavra sequer dela.

–Que legal que pelo menos um dos Lestrange conseguiu colocar a cabeça no lugar. – riu Draco. Alhena sorriu divertida.

–O que mais tem de novo? – perguntou ela.

–Eu conto. Mas vamos lá pra fora. Aqui tá muito abafado. – disse ele. Alhena concordou e os dois saíram da mansão, para passear nos jardins.

Draco contou sobre o quadribol, onde ele finalmente tinha derrotado Potter, contou sobre a festa onde ficaram loucos com Veneno de Fada, contou como tinha desmantelado o grupo de Potter, que parecia estar criando um exército, contou sobre como Damian sentia a falta dela e como parecia questão de tempo até que Daphne e Rasalas ficassem juntos de uma vez. Alhena escutava tudo com atenção, sempre sorrindo, por estar conversando com ele.

Ela era o oposto de todos os comensais. Eles sempre usavam negro, sempre eram sérios, sempre nervosos demais, ansiosos demais, sérios demais. Mas Lena, com seu vestidinho branco, rodado, os cabelos dourado, o sorriso no rosto e os olhos cheios de vida... ela parecia um diamante cercado de pedras de carvão.

Ainda não estava tão bonita quanto se lembrava, mas ela já estava bonita de novo.

–Eu estou tão feliz que você veio passar o feriado em casa. – suspirou ela – É tão solitário aqui... – murmurou ela – Eu sempre tive o Rasalas, sabe? Mas agora...

–E seu pai? Ele sempre estava com você...

–É, mas ele tem as obrigações dele. – lamentou ela – E eu não o vejo já tem quase uma semana. Ele, Rodolfo e tia Bella foram procurar um líder dos lobisomens.

–Greyback? – perguntou Draco, curioso.

–Acho que sim. – respondeu Alhena. Draco concordou em silêncio e então a olhou curioso – O que foi?

–Estou um tanto surpreso. – respondeu ele a olhando. Ela lhe mirou com um ar questionador – Você sem foi contra a causa puro sangue... tinha vergonha do seu sobrenome, falava que ia voltar a ser só Valentine quando tivesse idade... e agora... olhe só pra você. – riu Draco – Ajudando o Lorde das Trevas, morando com o pai por livre e espontânea vontade... – Alhena desviou o olhar, com um sorrisinho – O que aconteceu com você?

–Cresci, eu acho... – murmurou ela – Eu sou uma vidente... acho que é o destino dos Lestrange participar da...

–Você acredita mesmo nisso que está falando? – riu Draco. Alhena o olhou curiosa – Pode até enganar esses caras que não te conhecem, mas isso não vai colar comigo.

Alhena deu um sorrisinho e então deu de ombros.

–Eu quero ficar forte. – respondeu ela, simplesmente – Cansei de ser aquela bolinha de banha insegura, fracote e dependente. Estou correndo atrás disso.

Draco a olhou desconfiado e Alhena o olhou muito determinada. Não parecia estar mentindo.

–E o que acha da cauda puro sangue?

–Bem... a cada dia que passa, ela parece fazer mais sentido pra mim... mas ainda não aprovo a violência. – respondeu ela. Draco concordou, finalmente convencido.

–Bem. Quando seu pai volta? – perguntou ele.

–Eu não sei. – respondeu ela – Por que?

Ele deu um sorrisinho.

–Porque eu queria fazer uma coisa e seria meio chato fazer com ele aqui. – respondeu Draco. Alhena franziu a testa sem entender e ele a puxou pela nuca.

A garota pareceu assustada com o beijo dele, sem esperar por essa atitude, mas logo ela suspirou e o beijou de volta. Não estava gostando dela. Era apenas uma vontade que o vinha acometendo, desde o verão. Alhena estava bonita e ele gostava de coisas bonitas. Simples assim.

Então a puxou pela cintura e aprofundou o beijo, se perguntando o quão timidamente ela iria corresponder. Mas Alhena sorriu entre seus lábios e o puxou pelas vestes, para beijá-lo com mais intensidade. Ele a soltou e a levou para a sombra de uma árvore que tinha ali. Se deitaram sob a sombra fresca e Draco voltou a beijá-la, ficando parcialmente em cima dela, com uma mão no quadril magro da garota. Ela podia mesmo voltar a ganhar uns quilinhos. Voltar a ficar carnuda... mas se contentaria com como ela estava. Não sabia se um dia ela realmente voltaria a ficar como ela estivera no verão. Tão tentadora quanto uma maçã vermelha, inteira, em cima de uma mesa.

Céus, como ele quisera dar uma mordida, naquela ocasião.

Se perguntou se Damian ficaria muito chateado. Se lembrou do vídeo, dele falando que amava Alhena de verdade. Não acreditava muito nisso. Quando fora a última vez que os dois interagiram de verdade? No terceiro ano. Damian estava idealizando uma Alhena que não existia mais... talvez nunca tivesse existido. E como ela ficara realmente bonita, isso acabou potencializando tudo. Nada mais do que isso.

Sentiu a mão da garota em sua nuca, a lhe acariciar. Ela jogou a cabeça para trás, para expor o pescoço alvo. A beijou ali, a mordiscando de leve. Sua mão acariciando a coxa dela, levantando o vestido dela, aos pouquinhos. Mas logo sentiu a mão dela segurar a sua. Entrelaçou os dedos com os dela e subiu um pouco mais em cima dela.

Com a outra mão a alisou na cintura. Alhena o arranhou de leve nas costas, o deixando arrepiado, e soltou um sorrisinho.

–O que foi? – perguntou ele, rindo de leve.

–Estou beijando Draco Malfoy... quem iria imaginar isso? – riu ela. Draco sorriu também, concordando.

–O mundo dá voltas. – disse simplesmente.

Beijos quentes e beijos gentis. Aquele feriado de Páscoa não poderia passar melhor. Estava sempre com Alhena, se sentindo culpado por não poder contar a Rasalas, Damian, ou às garotas. Mas tentava não pensar nisso enquanto beijava Alhena. Sempre escondidos em algum corredor. Sempre com sorrisos cheios de cumplicidade.

Sempre imaginara que Alhena era apenas uma garotinha tímida e que não resultaria em mais do que uns beijinhos. Mas se enganou. Ela certamente parecia saber o que fazia. Fosse ao ficar de joelhos à sua frente, ou ao tocá-lo de maneira nada comportada. Ele não ficava para trás, é claro, sempre retribuindo o que ela lhe fazia.

E quando a noite chegava, Alhena deixava o próprio quarto, colocando os travesseiros embaixo do cobertor, para que o pai não notasse e logo estavam se agarrando loucamente por ai.

–Alhena... vamos, Lena... – pedia desesperado para se afundar nela, para tê-la completamente. Mas sempre quando estavam quase nos finalmentes, ela ria e o afastava, negando com a cabeça, com aquele sorriso travesso e provocante – Por que não? – sempre perguntava, sempre louco de tesão, sempre no “quase”, sempre desesperado por ela. Mas ela apenas ria e voltava a beijá-lo, para tentá-lo ainda mais. – Me dê um bom motivo! – pediu ele, desesperado.

–Você ainda não me convenceu a ceder. – respondeu ela uma vez.

Oh. Um golpe bem dado em seu ego. Ficava cada vez mais desesperado para conseguir convencê-la, mas não importava o quanto tentasse, o quanto a atiçasse, o quanto a beijasse, tocasse, falasse, implorasse... ela sempre ria e negava com a cabeça.

E quando o feriado terminou e ele estava prestes a voltar para Hogwarts notou que nunca mais iria pensar que Alhena Lestrange era apenas uma bobinha, menina tímida. Fosse o que fosse que tivesse acontecido com ela, a tinha mudado. Não sabia dizer se tinha sido Beauxbatons, tia Bella, conviver com os comensais ou apenas não viver sobre os olhares superprotetores da mãe e do irmão. Mas certamente alguma coisa a tinha mudado para sempre.

Pra melhor. Pelo menos foi o que pensou ao se despedir dela antes de voltar para Hogwarts. Ela piscou para ele e ele sorriu achando graça, antes de sair com o pai, para ir para a estação.


Notas Finais


Por mais que o Rasalas odiasse a Pansy, ela era até legalzinha... Do jeito dela... Mas preparem-se porque Pansy vai mudar Ò.Ó
Traumas mudam as pessoas... e isso ai certamente foi um trauma...

Enquanto isso... na Mansão Malfoy... Alhena mandando beijinho no ombro pro recalque dazinimigas
DANADJENHA!!!


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