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História Legião de Sangue - Sete


Escrita por: PequenaMaga

Notas do Autor


Hey, tive mais tempo para escrever hoje, então para compensar o tempo que ficarei sem postar, talvez eu traga outro capitulo hoje.
Boa leitura.
Atualizada em 26/07/2017

Capítulo 7 - Sete


 

SETE

As vezes eu sinto como se eu fosse uma babá, eu vivo com animais e não com homens adultos que pelo menos dois deles deviam ter um pingo de responsabilidade já que um foi para Guerra e o outro ia virar Rei. Cal, Shade e Kilorn andam me deixando irritada, já tentei até ameaçar mas parece que já acostumaram, Ada e Farrah sempre estão rindo das briguinhas idiotas, e as crianças acham isso legal.

-Eu não quero saber se vai ser útil ou não, vocês três estão me enlouquecendo. Entrem na merda do Abutre, e vão resgatar alguém juntos, para ver se isso faz vocês entenderem o que eu e a Ada passamos.

-Heliena. – Ada me chamou. –Deixa eles ai, vamos nós. Eles querer brincar, okay, deixe eles cuidando das crianças e da Mare. É o mínimo.

Demorou um pouco mas concordei, Shade viria conosco, caso algo de errado, mas tenho certeza que só se voluntariou porque não queria ficar com os dois bebês chorões.

Nosso alvo dessa vez eram duas crianças, não irmãos, felizmente ou infelizmente.

Estaríamos novamente em Harbor Bay, então Shade teria que pular comigo até a zona de vermelhos. Farley iria pegar mais suprimentos na casa de um grupo que serve a Guarda e Ada pilotaria o Abutre. Rápido, entrar e sair, e tem sido assim desde o acidente em Harbor, custou para fazer com que Shade me levasse ao invés de Farley, mas conseguimos.

-Quem são vocês? – uma mulher de cabelo negro, vestido azul e avental quase gritou com o choque da nossa entrada.

-A senhora é Lara Anabell? – perguntei suavemente, levantando as mãos em rendição, geralmente deixa os pais menos alarmados depois que mostro que não tenho armas. Demorou alguns segundos mas ela confirmou. –Sou Heliena Moovclaw, ele é Shade Barrow, viemos aqui para falar sobre sua filha.

-Clarice? – ela nos olhou assustada. –Nunca fez nada, é uma boa menina, normal, brinca, estuda.

Normal.

Ela pensa que vamos levar a filha para a Guerra.

-Não somos oficiais de Guerra. Não viemos leva-la por esse motivo. – ela não baixou a defesa, nós levaríamos a filha, isso ela pode entender. –A senhora disse que ela é normal, mas sabemos que ela pode fazer coisas que outros vermelhos não podem. Certo?

Ela ficou em silêncio, Shade ia mostrar o que queríamos dizer, mas eu impedi.

-Há mais pessoas como ela.

-Como vocês podem saber? Nunca conheci nenhuma outra pessoa nessas condições.

-Os pais tentam esconder a todo custo, não é normal, o governo esconde isso. Pense na antiga princesa Mareena, não passa de mentiras, ela é uma vermelha e a Rainha Elara tomou pessoas como ela de perigosas, tem nomes de todas pessoas assim. – ela ouvia a tudo com atenção, ainda sim incrédula. –O rapaz, executado no Jardim da Batalha, ele era um como nós e sua filha.

-O que minha filha é, então?

-Somos chamados de sanguenovos. Vermelhos com poderes de prateados. A questão é que estão caçando nós e estamos dando a chance de sanguenovos sobreviverem e aprenderem a controlar quem são, mas sua filha não precisa vir conosco se ela e a senhora não quiserem.

-E quando perceberem que ela sumiu?

-A senhora já vai estar longe, a Guarda Escarlate cuidará da sua segurança enquanto nós cuidamos de sua filha.

-Não é garantia que ela viva! – Se conteve quando percebeu que não poderia correr o risco de ser ouvida. –Por que não posso leva-la comigo e darem o treinamento que ela necessita comigo por perto?

-Somos uma parte extra da Guarda. – Não podia revelar como funcionamos. –Se a senhora for para a Guarda, eles saberão que nós estamos ajudando aqueles como nós.

-Eles não sabem? – Ela enrijeceu. –E querem que eu a deixe em mãos como a sua?

-Senhora, ninguém gosta da ideia de sanguenovos, nem mesmo a guarda, mas eles precisam de nós. Não irão negar mais aliados a causa. – Shade tentou tomar controle. –Se sua filha não vier conosco, Maven pode tirá-la a força.

-Todos sanguenovo está conosco, não há ninguém na Guarda capaz de ajuda-la se não nós.

Houve um breve silêncio.

-Esperem um minuto. – Assentimos enquanto ela se retirava, fiz questão de ler seus pensamentos, Shade estava de mãos dadas comigo a qualquer sinal de guardas ele me tiraria dali. Mas ela só voltou com uma menininha de cabelos cor de mel, sonolenta, dada as mãos com a mãe. –Filha, mostrem o que você sabe.

-Mamãe, você diz que eu não posso na frente dos outros.

-Eles são de confiança. Apenas mostre. – Por um longo momento não aconteceu nada, até que um vaso atrás de mim se chocou no chão e segundos depois estava de volta ao móvel inteiro. –Ela as vezes faz isso na escola, e todos ficam confusos, não sabem porque isso acontece, mas já levantou suspeitas sobre ela.

-Ei, Clarice. Você quer aprender a controlar isso?

Ela agarrou o vestido da mãe.

-Podemos ajudar, posso mostrar.

-Mentira! – Ela mostrou a carinha vermelha.

Semicerrei os olhos como se estivesse usando meus poderes, ela olhava para os lados a espera de que algo acontecesse.

-Então sua fruta favorita é maça, sua cor preferida é o branco e sua flor favorita é aquelas que vocês encontram perto da casa da sua vó, aquela que fica fora da cidade, não é isso? – as duas ficaram vermelhas. –Esse é meu poder, posso saber tudo sobre você, o que está pensando o que aconteceu a anos, tudo mesmo. Antes não sabia controlar e não conseguia parar de ouvir, mas hoje, só escuto o que eu quero.

-Não acredito, minha mãe contou essas coisas, não tem mais ninguém igual a mim!

Já que não acredita em mim, acho que eu posso conversar um pouco com você por aqui, na sua mente, certo?

Sussurrava em sua mente enquanto me aproximava dela, parei na sua frente e me agachei.

O moço que está comigo é muito rápido, como um coelho, ele salta para os lugares, por isso ninguém nunca o vê ou pega ele.

-Eu quero ver. – a mãe dela nos olhou sem entender.

-Eu estava conversando com sua filha, apenas, mostrando meu poder. Shade, pode mostrar. Ela quer ver.

Ele apenas sorriu, e saltou, em um segundo não estava mais lá e em outro, estava novamente.

-Esta vendo? Diferentes mas semelhantes. – Shade disse sorrindo para a garotinha. –Sabemos fazer algo que ninguém mais faz.

A mãe sorriu para a filha.

-Você vai ir com eles? Vai deixar a mamãe orgulhosa?

...

Foi fácil sair dali, demos as mãos para Clarice e logo todos achavam, aqueles que se davam ao trabalho de notar, que eu tive uma filha quando muito jovem. Seguimos para a segunda casa, e tristemente, foi mais fácil e sem muitas perguntas, o garotinho, Linux, que pode manipular e criar a água, foi quase expulso pelos pais, mas eles aceitaram o abrigo da Guarda e quando deixamos os dois na casa que os mandariam para Tuck, encontramos a mãe de Clarice, que deu um abraço discreto na filha e entrou na casa.

Voltamos logo depois com as duas crianças para o Abutre, Linux quase vomitou, enquanto a jovem Clarice ria. Farley estava feliz que conseguimos mais pessoas para o Furo e que Maven não chegou a tempo.

-Ninguém conseguiu ver seu rosto naquela noite, sabe desviar muito bem das câmeras, mas foi sorte, Heliena. Shade já é reconhecido como Coelho, mas ninguém sabe quem realmente é, estão pesquisando nos arquivos dos vivos e não dos mortos, mas algum dia vão encontrar.

-A Guarda tem estado ocupados. – Shade comentou entediado.

-Depois do incidente no Jardim da Batalha, as coisas andaram muito rápido.

-Lienaaa. – todos riram com o apelido. –O Linux tá ficando prateado!

Olhei para o garoto que estava pálido e não aguentaria esperar a terra firme chegar para botar tudo pra fora. Com um salto peguei qualquer sacola e enfiei embaixo da boca do garoto, e dois segundos depois ele já despejava toda sua janta para fora. Entreguei uma garrafa de água e tentei acalmar o garoto.

-Falta muito? – E faltava, infelizmente.

-Vem cá. – Ele, para minha surpresa, subiu no meu colo e eu comecei a andar devagar, enquanto cantava baixo e fazia círculos em suas costas. Demorou uns dez minutos, até que ele dormiu e eu coloquei ele em um assento.

-Você leva jeito com crianças. – Farley disse rindo, olhei para os dois atrás de mim, surpresa, eles tinham uns quatro para cinco anos e estavam agindo melhor do que alguns adultos lá na base.

-Eu tive que cuidar do Derik por muito tempo. Só isso.

Me sentei em um banco e fiquei olhando pela janela, confesso que o cansaço estava tomando meu corpo, e muito rápido, talvez pelo incidente de poucos dias atrás, talvez por estar precisando ler muitas mentes, em missões como as de hoje, preciso escutar muitas mentes de uma vez para saber se eles percebem algo estranho, isso está acabando comigo.

Clarice estava sonolenta, mas estava entretida demais com Farley lançando suas facas para o alto sem nunca se cortar, queria dizer para ela parar, mas não é como se a garota nunca veria essas coisas se não fosse por Farley. Estava quase adormecendo quando alguém passou por trás de mim e se acomodou ali mesmo, pelo menos trouxe um cobertor e agora eu tinha um saco de ossos como apoio, ele começou a traçar círculos no meu ombro e logo eu me entreguei ao cansaço.

Acordei com alguém me carregando, Shade.

Pode me pôr no chão, papai.

Ele teve um sobressalto mas continuou andando e rindo.

-Não pode assustar assim as pessoas.

-Você que ainda não se acostumou, eu lá tenho culpa?

Entramos na nossa cozinha improvisada, é só o lugar mais frio do esconderijo, onde colocamos todos os mantimentos que conseguimos, ultimamente, andamos até que bem, eu ando saindo bastante para cidades com uma segurança frouxa e volto cheia de frutas e o que mais vier, Kilorn e Farrah andam caçando aquilo que é mais difícil trazer, tipo carne, ele é mortal já que não emite som nenhum, e graças a isso, conseguimos dar uma boa alimentação para as crianças, que até se assustaram com o primeiro jantar delas. Eu entendo muito bem o que eles pensam.

-Mare acordou. – Shade disse sorrindo.

-E como ela está?

-Cansada e bem mal-humorada, e triste, ficou assustada com o que Maven fez. – ele passa a mão no lugar onde hoje, tem um “M” gravado no peito da irmã.

-Posso tentar cuidar daquilo. Posso fazer alguma pomada para ajudar a cicatrizar.

-Obrigada. – ele me abraça. –Vou avisar a ela.

-Claro, avise. – ele pegou algumas coisas e começou a preparar algo para comer. –Pode fazer um pouco mais para mim.

-Folgada.

-Só, cansada. – Ainda mais pensando nos treinamentos que me aguardam. –E os treinamentos?

-Indo bem, Cal assumiu enquanto você dormia, mas até agora, só mostramos o que podemos fazer para as crianças novas. Elas estão se dando bem, mas Linux criou um amor materno por você e só vai comer o que você der para ele e só vai dormir se for você a coloca-lo para dormir.

-Ele está sem comer?!

-Não, calma. Eu contei que você estava muito cansada pelo caso do recrutamento, expliquei como funcionam seus poderes e ele aceitou que eu fizesse essas coisas. Só hoje.

-Obrigada. – ele sorriu. –E Clarice?

-Nunca vi ela rir tanto, gostou muito de Farley.

-Gostou das facas dela. – Ele assentiu.

Ele terminou a comida e saímos de lá, os mais velhos estavam em uma roda, rindo e conversando, Mare estava lá, muito quieta, deixei que Shade fosse falar com ela, fiquei observando todos de longe, rindo.

Quando foi que eu imaginei que eu estaria desse lado da coisa?

-Se divertindo? – Cal se sentou ao meu lado.

-Talvez. – disse comendo mais frutas picadas a lá Shade.

-Por que não está lá?

-Ninguém gosta muito da minha presença.

-Shade gosta. – ele soltou em um sopro só, chegou a ser engraçado.

-Acho que se entrarmos nesse mérito, você ganha, vossa Alteza. – ele me deu um empurrão. –Que? É verdade. Não me venha com esse papo de “sem distrações”, vocês ainda têm um coração, e ela está escondendo cada vez mais o dela.

-E você?

-Eu tenho um, mas o meu caminha, realmente, sozinho. Não preciso de olhos de outras pessoas para notar isso.

-Você que pensa. – Cal se levantou.

-Espere e assista, Cal. Vai ver que estou certa no que te disse.

-Espere e assista, Liena.



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