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História Legião de Sangue - Oito


Escrita por: PequenaMaga

Notas do Autor


Hoe, hoe.
Estamos de volta, embora, por muito pouco tempo. Estou viajando e não volto até sábado, mas com minha família em casa pode ser um pouco díficil escrever.
Até mais pessoas, e quem sabe, por pura sorte, eu não consigo postar mais algum capitulo antes de ir.
Boa leitura.

Atualizada en 26/07/2017

Capítulo 8 - Oito


 

OITO

Acordei e fui preparar o café da manhã, Shade, Mare e Farley já estavam lá, escolhendo frutas e pegando alguma migalha de pão para eles comerem.

-Não temos leite para todos. – Farley olhou para as garrafas quase vazias.

-Dê para as crianças. Cal pode me levar para Harbor Bay de noite. Posso pegar algumas coisas.

-De novo? – Farley me olhou incrédula.

-O centro de comércio lá é muito maior. – Ela negava. –Farley, nunca mais conseguimos tantas coisas como naquele dia. É só suprimento, e precisamos de mais cobertores. Posso fazer isso, fiz isso sozinha da última vez.

-Então, um trabalho em dupla será ainda melhor. – Mare disse sorrindo.

-Não, você não. Mare, você pode ser facilmente reconhecida. Não importa se passar pelas câmeras, vai haver alguém que vai te reconhecer. Sua cara tá estampada em cada esquina.

-Mas não dá para roubar tudo o que precisamos com você sozinha. – Ela me censurou.

-Eu vou. – Farley deu de ombros.

O silêncio caiu sobre a cozinha, Shade estava fazendo uma senhora careta, Mare estava emburrada e eu chateada por pensarem que eu não dou conta de tudo.

-Eu posso muito bem passar por qualquer pessoa, fazia isso com mais frequência do que parece.

-Tudo bem, Farley vai comigo. – Shade se sobressaltou.

-A okay, porque não manda uma das crianças com você agora?! – Ele se virou para mim. Ho-ho, acho que alguém não quer deixar a namoradinha sair.

Eu fiquei mais surpresa do que triste, Shade nunca grita, sobretudo, comigo. Estava sem palavras, com um nó na garganta e eu sabia que todos, inclusive Cal que acabava de chegar, estavam me olhando, esperando eu surtar.

Soltei a faca, os pratos, tudo o que estava fazendo e virei as costas.

-Heliena. – Ele chamou com a voz de volta ao normal. –Calma, eu –

-O que?! Ah, deixa eu ver, você se arrepende muito, não é? Fique aí com a sua namoradinha, não deixe ela sair nas missões, vamos ver se isso vai te ajudar em alguma coisa!

-Heliena! – Chamou novamente, eu já estava chegando na porta e o sangue estava vermelho e borbulhando.

-Vá a merda, Barrow!

Nunca senti tanta raiva, nunca quis tanto apagar o que a pessoa é, nunca quis tanto cortar a cabeça de alguém fora, e nunca pensei que seria justo Shade.

Fui marchando até o campo de treinamento, peguei as espadas que nem sabia como usar e fiquei acertando uma árvore com a maior força que eu podia.

-Você vai decepar seu braço antes da cabeça dele, desse jeito. – Era a voz do nosso príncipe intocável.

-Que decepe, assim quem sabe ele deixe Farley sair comigo, não vou ter um braço, preciso de alguém que saiba o que está fazendo.

-Ainda sim, ele não vai querer vocês duas na mesma missão.

-E como é que você pode saber de alguma coisa, Cal? – Enfiei as espadas no chão de terra.

-Ele não quer perder nenhuma das duas.

-Espero que ele saiba, que não dá pra entrar em uma guerra sem perder ninguém.

-Se Mare morrer, eu –Você vai ficar extremamente triste, Shade também, mas ninguém a impede de sair em missões. Entendeu a diferença?

-Já parou para pensar, que em toda missão você pode morrer? Não só você, quem está com você. Shade só pensa que se ele puder evitar que duas pessoas que ele gosta morram no mesmo dia, os efeitos serão menores.

-Então ele não sabe encarar a morte.

-E alguém da família dele algum dia morreu?  - Cal me olhava divertido -Pelo que eu saiba todos eles estão vivos. Quando Derik morreu, como você se sentiu? Como foi ver o rosto amassado, como foi –

-Cala a boca, Cal. – Respirei fundo. –Cala a boca, só.... Me ensina logo, quero estar calma quando for ensinar Clarice e Linux.

-Com prazer. – Ele foi até a parede e escolhe uma espada. –Recolha sua arma.

Peguei as espadas do chão.

-Só uma. Você precisa aprender por partes, é muito desastrada.

Eu obedeci.

-Me ataque. – E eu tentei.

Tudo o que eu fazia, ele desviava e diria que eu estaria morta no segundo seguinte, retomávamos a posição iniciava e de novo, sempre com posições diferentes, com formas diferentes, tentava usar minha agilidade, mas não era a chave do problema, não era a minha solução ser rápida, meus ensinamentos de ladra de nada serviriam ali.

-Não ataque como se fosse uma ladra que foi pega. Arrume sua postura, parece um idoso. Enquanto você luta, tem que ser com graça.

-Não é como se eu fosse uma prateada lutando.

-Aqui não tem isso. Faça o que falei. Postura. Ataque, evite pontos que me mataria, é previsível, foque em pontos que me faça sangrar, mas não me mate.

-E como é que eu ganho uma batalha se a pessoa não morre?

-Se você retirar sangue o suficiente, vai deixá-la fraca, lembrando que deve ser rápido já que prateados se curam mais rápido. Ataque.

Tentei me concentrar no que ele disse. Procurava pontos que geralmente causaria algum sangramento, mas ainda sim, era neutralizada.

Assim que acabei o meu treinamento, prometi para Linux que só pegaria alguma coisa para o café e cuidaria dele, e das demais crianças, hoje essa é minha função, ser babá. Comi rapidamente, evitando todo e qualquer lugar que Shade geralmente frequenta, tipo, todo lugar. Voltei rapidamente para o campo e encontrei duas crianças na minha tutela e os adolescentes estariam com Cal.

-Muito bem, eu quero que os dois, ao mesmo tempo, me mostrem tudo o que conseguem fazer com seus poderes.

-Mas é perigoso. – Clarice interviu, era muito inteligente para uma garotinha.

-Se alguma coisa sair do controle, eu vou estar aqui para dar instruções. Podem ir com tudo, uma vez na vida.

Não demorou muito para se soltarem, Linux criava água sem forma e fazia ela ir para todos os lugares, o que incomodou Cal quando a água se aproximou demais dele e isso rendeu algumas risadas, já Clarice, tinha muita facilidade com suas habilidades, ela movia, quebrava, reconcertava e copiava objetos com a mesma facilidade que respirava, porém haviam alguns erros, alimentos ficavam com gosto esquisito, objetos sempre tinham algum detalhe faltando ou sobrando e as restaurações sempre deixavam linhas mostrando que já fora quebrado um dia, mas ela era ótima movendo objetos, sem nenhuma falha. Linux e ela estavam até criando uma rivalidade, Linux queria ter a habilidade de controle dela e Clarice as habilidades de água dele.

-Imaginem, deem forma, textura, utilidade e controlem, vocês devem controlar.

Linux, ou imaginou uma gosma ou o almoço dele no chão porque tudo que conseguiu foi criar água com várias pernas pra todo lado, Clarice por outro copiou uma maça que estava em um prato longe dali, mas o gosto ainda era o mesmo, gosto de plástico.

-Vamos tentar assim. – Peguei uma folha e uma caneta e comecei a desenhar. –Linux, Clarice, podem tentar.

Demorou um pouco mais para Clarice do que para Linux que segundos depois era um garoto empolgado com um dinossauro enorme de água que estava se aproximando de Cal, Clarice teve que se esforçar muito para copiar o desenho e eu pediria mais.

-Dê forma, tridimensionalidade. – Ela me olhou desafiadora. –Acha que consegue?

-Lienaaaaa.

Dei as costas e fui atrás de Linux e sua água-dinossauro que perdeu o controle.

-Controle, Linux. – Toquei em seu ombro. –Você precisa controlar. Respire fundo e mande a água seguir algum comando.

Ele puxou a respiração e olhou fixamente para o animalzinho, deu nova forma para ele, agora era um ursinho de pelúcia e pouco depois não era mais nada, ele conseguiu sugar todo o poder de volta para si.

-Consegui. – Ele disse se encostando em mim.

-Parabéns.

O peguei no colo e voltei para ver o pregresso de Clarice. Ela estava se esforçando olhava para a cópia da folha de papel, mas ela estava longe de parecer minimamente concentrada, esperei que a sua própria pressão por Linux ter conseguido terminar o exercício surgir efeito. Acho que no fim, nós duas estávamos esperando porque ela deu de ombros e baixou a cabeça.

-Eu não posso criar nada. Nem alterar. – Ela deu de ombros novamente.

-Já tentou usar a própria imaginação? Quer dizer, não adianta olhar para o papel e desejar que ganhe forma, vida, tamanho ou o que mais você tem em mente, se você não saber como você quer que o objeto fique.

-Não sou que nem ele. Não me faça ser.

-Não estou tentando te fazer ser como ele, Clarice, estou apenas passando o treinamento. – Ela me fuzilava com o olhar. Dá até vontade de rir. –Estou passando o mesmo treinamento para os dois, se você quer se limitar a imitações.

Dei de ombros.

-Vocês dois vão ver. – E saiu andando em direção a Cal.

 



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