História Lego House - Intercâmbio?

Gustavo POV

Depois de uma noite maravilhosa ao lado da minha primeira dama, fomos dormir e acordamos quase na hora do almoço, não que isso seja um problema, era domingo, quem se importa de acordar tarde num domingo? Eu que não, afinal, é domingo o melhor dia para se acordar tarde, mesmo sabendo que no outro dia começa a vida chata de quem estuda ou trabalha.
Kéfera já tinha se levantado, e eu como sou preguiçoso, fiquei na cama, peguei meu celular em que estava no criado mudo e fui ver meus e-mails, eis que meus olhos se arregalam ao ler a seguinte mensagem:” Senhor Gustavo Mattos dos Santos, você foi um dos selecionados para fazer a prova de intercambio para cursar fotografia nos EUA” –Não achei que leria isso, não achei que seria selecionado, eu só dei meu nome por dar, tem muitos alunos de fotografia melhores do que eu naquela faculdade, por que logo eu? Não, não estou triste, pelo contrário, eu estou muito feliz!
Eu curso designer digital, mas eu curto mesmo é fotografia, e nesse curso dá direito de terminar Designer digital em um período menor dando espaço para fotografia, é legal, mas até que meus pensamentos se pararam no instante que ouvi a porta, olhei rapidamente para ela e era Kéfera, com aquele sorriso encantador.
-Amor, vamos almoçar? – Ela estava vestindo uma camisa minha, adorava quando ela fazia isso, e um shorts bem velhinho, meus olhos percorreram a coberta que me cobria e eu lembrei que:
-Vamos, mas eu estou sem roupa, pega minha cueca amor? – Fiz um biquinho que a fez sussurrar um “own”, ela foi até meu lado do armário e me jogou uma cueca dos Simpsons samba canção.
-Toma sua cueca de bichinho. – Ela  soltou uma risada baixa, peguei a cueca e me descobri.
-Kéh, já falei que não é bichinho! – Disse dando um ênfase no “bichinho”, me levantei e coloquei a cueca.
-É sim amor, Simpsons é bichinho, é desenho então é bichinho – Ela disse enquanto se virava e saia do quarto.
-Não é Kéfera! –Fui atrás dela  e a alcancei, puxei pelo braço a fazendo me abraçar. – Não é.
-Tá bom Gustavo, não é. Vamos comer? – Ela me perguntou enquanto me olhava com aqueles olhos cor de mel, concordei coma  cabeça e a soltei,
Nosso almoço era basicamente a nossa janta, eu já fiz no intuito de deixar pro dia seguinte. Após o almoço, não tínhamos mais nada pra fazer, nossas provas já tinham acabado, não tinha nenhum trabalho, digamos que era uma semana que os professores nos davam pra respirar um pouco, é claro que aula tinha, mas eles nos poupavam um pouco, pois sabem o quão cansativo é.
Ficamos no sofá largados, vendo alguma série que passava na Warner, até que ela resolve pegar meu celular, ele estava na estante da sala e eu não tinha contado da prova, eu a olhei enquanto ela ligava meu celular, me levantei rapidamente e fiquei bem na frente dela, estendi minha mão e pus a outra na minha cintura.
-Me da meu celular garota. -Ela me olhou e voltou a olhar pro celular. -Anda, me da.
-Eu não. – Ela mordeu o lábio e deu de ombros.
-Kéfera, me dá. – Tentei parecer bravo, mas eu estava com medo, ela olhou para a tela do meu celular e eu soltei um suspiro pesado.
-Tá me escondendo o que Gust... - Ela arregalou os olhos e eu pude adivinhar o que era, bufei e voltei a me sentar ao seu lado. -Quando você ia me contar isso? - Ela me olhou e eu não sabia se ela ia me bater ou me parabenizar.
-Na hora certa, era surpresa, mas você resolveu pegar ele justo agora. -Eu encostei minha cabeça no sofá, eu parecia calmo, mas não estava.
-Gustavo, a prova é depois de amanhã, quando é a hora certa pra você? - Eu não li o e-mail todo, meus olhos se arregalaram e eu peguei o celular da mão dela e li o resto do mesmo:
"A prova será realizada no dia 14 de agosto de 2012 ás 13:30.
Compareça e traga seu RG e Carteira da Faculdade, a prova será realizada na própria, no prédio 3 sala 15.
Att. Coordenação de Designer Digital." - Olhei para Kéfera e ela parecia preocupada, bloqueei a tela do celular e o coloquei no lado, e a abracei, ela estava sensível esses dias.
-Gustavo, eu estou feliz que tenha ganho, mas estou com medo que você me abandone. -Ao ouvir isso meu corpo gelou, mas como eu pude ser burro de não ter pensado nisso? A apertei mais ainda em mim e encostei sua cabeça no meu ombro.
-Pequena, eu não vou te abandonar, eu posso estar no outro lado do mundo, eu nunca vou te deixar sozinha, você é o meu maior tesouro, não vou deixar você. -Enquanto dizia, parecia que eu estava cortando meu próprio coração, eu só não imaginava o porquê.
-Eu amo você e eu não imagino uma vida sem você. - Ela me olhou com os olhos cheios de lágrimas e eu não pensei duas vezes e a beijei com carinho, deslizei minhas mãos para a cintura dela e apertei, ela envolveu seus braços no meu pescoço, nossas línguas tinham o sincronismo perfeito, o beijo dela se encaixava perfeitamente ao meu, logo paramos por falta de oxigênio, encostei minha testa na dela e sussurrei: Eu também te amo amor.

UM DIA DEPOIS

Pov Kéfera

Era o dia do exame do Gustavo, ele fez a enorme questão de não estudar e ficar o dia todo jogando online, e falando nele, ele ainda estava dormindo e eu fazendo um café para nós. Essa semana não preciso ir pra aula, só vou se preciso entregar algum trabalho ou rever alguma matéria, é a semana do descanso, mereço isso né? Mas eu fiz questão de ir, por que? Por que eu não vou deixar o Gustavo sozinho, não é que eu seja grudenta é que... Independente do que acontecer, quero estar lá.
Fiz nosso café e deixei pães com patê no balcão juntamente com uma faquinha, olhei pro relógio do micro-ondas que já marcavam 08:30, já era hora de acordar o Gustavo, por mais que seja um pouco cedo, ele não pode dormir até tarde hoje, não hoje!
Fui até o quarto e abri a porta lentamente, mordi meu lábio e sorri ao ver ele todo encolhido de baixo do cobertor por conta do frio, fui andando lentamente até a cama, me sentei e deitei do lado dele, passei meu braço pela cintura do mesmo e fui dando beijinhos pelo rosto, sussurrei no ouvido dele:  Gu meu amor, levanta, o café ta pronto. – Pude ouvir ele murmurar algo bem baixo e fazer bico, continuei sussurrando: Sem reclamar, levanta logo. – Ele sabe que na terceira vez que eu chamo pra acordar eu sempre faço algo que o faz sair literalmente da cama, ele abriu os olhos lentamente e sussurrou: 
-Por que não posso dormir mais amor? – Ao ouvir perguntar, levei minha mão até o rosto do mesmo e o acariciei, logo o respondi.
-Hoje você tem prova, hoje não pode acordar tarde, não hoje, amanhã eu deixo você dormir até cinco da tarde, combinado? –Sorri e logo ele concordou com a cabeça e esfregou os olhos, prossegui. – Vou pra cozinha, vai lavar o rosto e escovar os dentes. – Me sentei na cama e pude sentir Gustavo acariciar minhas costas, o olhei.
-Tá bom mamãe, tô indo. – Ele riu e em seguida soltei uma risada baixa.
-Mamãe? Eu estou só cuidando do meu bebê, vai logo que estou com fome. – Mandei um beijo no ar e me levantei, confesso que aquilo de mamãe me fez sentir algo estranho, ainda mais vindo dele, mas deve ser só a fome mesmo.  Fui até a cozinha e me sentei no balcão, não demorou muito para que Gustavo viesse e me abraçasse por trás e depositar vários beijos no meu pescoço, sorri e me virei pra ele.
-Já escovou os dentes? – Ele me olhou sério e logo sorrio, mordi o lábio e prossegui. – Foi rápido demais pro meu gosto, vamos comer!. – Me virei de volta pro balcão e olhei ao redor e logo o pude ouvir.
- Você esqueceu das nossas canecas, vou buscar.  – O vi dar a volta no balcão e ir em direção ao armário da cozinha e pegar nossas canecas e por no mesmo.
-Obrigada, você sabe o quanto sou esquecida né? – Ele me olhou sorrindo e colocou a garrafa térmica no balcão, deu a meia volta e se sentou ao meu lado.
-Esquecida e distraída, a garota perfeita pra um indeciso e preguiçoso  - Ele disse enquanto pegava a garrafa e colocava café em nossas canecas, ri baixo e logo disse:
-Ah para amor, não sou tão distraída assim – Olhei pro pão e fingi mudar de assunto. – Olha amor, esse pão tem poucos carboidratos. – Apontei pro mesmo o fazendo rir.
-Viu? – Eu adorava aquele sorriso dele, ele tinha o dom de me fazer apaixonar todos os dias como se fosse a primeira vez.
-Foi brincadeira tá? Sabe disso bobão. – Disse dando um tapinha no ombro dele.
E assim foi nossa manhã, tomamos nosso café e logo fui lavar a louça, decidimos tomar um banho juntos, e foi só um bainho, ok? Ok. Demoramos um pouco por que sempre rola aquelas brincadeiras de jogar agua um no outro, nessa parte somos muito bons, em um ser amigo com o outro e topar qualquer brincadeira.
Saímos do banho e fomos nos trocar, coloquei minha roupa intima, uma calça jeans escura, uma blusa de manga comprida preta com listas brancas, um tênis azul escuto e fiz um coque frouxo no meu cabelo, e o Gustavo colocou uma calça jeans preta, moletom preto, tênis vermelho e uma touca marrom. Ele fica bonito com qualquer roupa,  de qualquer cor, mas esse metido a rockeiro adora usar roupa preta e  usa como se fosse uma lei, acho engraçado isso.
Enrolamos um pouco e decidimos ir almoçar fora, já era meio dia e fomos pra um restaurante que servia prato feito bem perto da faculdade, sim, pratão feito mesmo, arroz com feijão, quando se está na faculdade tem que economizar com tudo pra poder pagar as coisas, inclusive as xerox. Quando deu 13 horas fomos pra faculdade, deixamos o carro no estacionamento do mesmo, assim que saímos do carro, pude ver Gustavo aflito, fiquei na frente dele e o olhei nos olhos.
-Amor, vai dar tudo certo tá? Independentemente do que acontecer, eu te amo e vou te apoiar em tudo que acontecer a partir de hoje. –Ele estava com uma expressão de medo e eu apenas o abracei e pude sentir me abraçar forte, encostei minha cabeça no peito dele.
-Eu também te amo, me promete que vai ficar do meu lado?  - Mas eu não acabei de falar que vou ficar? Gustavo é mesmo lerdo. O olhei e segurei o rosto dele com uma das mãos.
-Gustavo, eu vou ficar do seu lado, como sempre fiquei, e sempre vou ficar – Sorri e dei um selinho demorado que logo se transformou em um beijo doce e calmo, logo nos separamos e peguei na mão do mesmo e entrelacei nossos dedos, sussurrei: Vamos? – Ele assentiu com a cabeça e logo entramos na faculdade, pude ver alguns colegas andando pela mesma, inclusive um dos meus melhores amigos daqui, o Lucas, ele é bolsista igual eu, é catarinense e um doce de pessoa, e eu suspeito da sexualidade dele, dei um tchauzinho de longe e logo cheguei na sala onde seria o tal exame do intercambio, nos sentamos  no banco que ficava bem de frente a porta e olhamos pro relógio em que ficava em cima da mesma.
- Poxa já falta cinco minutos amor – Gustavo  disse enquanto fitava o relógio, o olhei e dei um beijo na bochecha dele.
-Vai dar tudo certo, eu prometo. – Porra Kéfera, para de prometer as coisas que não sabe se pode cumprir. Logo pude ver mais alunos de outros cursos chegarem pra fazer a prova e a porta se abrir, Gustavo se levantou e deu um selinho que retribui na mesma hora.
-Boa sorte meu anjo, eu te amo. – Sorri tentando passar confiança pra ele, que logo sussurrou: Também te amo, obrigado. – E logo teve que entrar na sala, encostei minha cabeça na parede e fiquei observando a porta se fechar de vagar, eu estava com medo, muito medo.
As horas se passavam devagar e eu não gostava nem um pouco disso, resolvi levantar e andar um pouco, vi meu amigo Lucas no refeitório, cheguei por trás o assustando como um sempre fazia com o outro, ele deu um pulinho na cadeira e logo riu, me sentei na sua frente.
-Eai albino, o que tá fazendo aqui? – Sorri e ele logo mostrou um trabalho.
-Tenho que entregar isso pro professor Padin. – Ele fez um bico enquanto observava as folhas do trabalho.
-Ahhh aquele maluco, ele é um ótimo professor, mas é um maluco que só por Deus. – Rimos, e desviei meu olhar pro prédio onde Gustavo estava, eu estava um pouco tanto preocupada, Lucas percebeu e logo perguntou.
-Brigaram? – Voltei meu olhar pra ele, neguei com a cabeça e continuei.
-Ele se inscreveu em um intercambio, mas não sabia que iam mesmo chamar ele pra fazer a prova, e chamaram, e ele ta lá fazendo. – Fiz bico. – Meu indiozinho vai pra uma aldeia indígena dos Estados Unidos.  – Lucas riu e acariciou meu rosto, ele realmente sabia que eu estava preocupada.
-Ele não vai te abandonar não, vocês foram um feitos pro outro, não vai ficar sem ele, isso tudo era pra acontecer.  –Ele disse sorrindo, como pode ele ser tão positivo?
-Eu espero viu? – Abaixei minha cabeça e respirei fundo.
-Olha vamos fazer uma brincadeira? – Ele disse entusiasmado, o olhei.
-Qual? – Perguntei um pouco confusa.
-Vamos ver como nossos nomes ficam com Ba no final?  - Ele perguntou e eu soltei uma risada baixa.
-E por que Ba? – Perguntei  tentando entrar na dele.
-Por que a gente é do sul, não vamos esquecer do nosso Bah, não é mesmo curitibana? – Mordi o lábio e sorri.
-Bah, ta bom, vamos – Me ajeitei na cadeira e comecei.  – Seu nome ficaria como.. Luba? –Ele me olhou e fez uma cara pensativa.
-Parece Luva, gostei. – Ele riu baixo e seguiu. – O seu ficaria Keba.
-Credo! – Soltei uma risada alta e prossegui. – O seu ficou legal, o meu ficou um lixo, parece nome de doença. – Rimos junto.
- O do Gustavo ficaria... Guba, parece bala de goma. –Mordi meu lábio e sorri.
-Talvez ele seja meu ursinho fini. – Fiz uma carinha fofa, que fez Lucas apertar minhas bochechas.
-Que coisa mais fofa, Kéfera apaixonadinha. –Soltou minhas bochechas e sorri.
-Você sabe que por ele eu serei eternamente apaixonada, nada e nem ninguém vai ocupar o lugar dele. – Sorrimos e decidimos ir para onde o Gustavo estava fazendo a prova, nos sentamos naquele mesmo banco de antes.
Se passou quinze, vinte, trinta minutos e nada.
Olhei pro relógio e já marcava  3:15 e vi a porta se abrir, olhei atenta e vi um moreno alto sair, mas não era ele, respirei fundo e olhei pro Lucas.
-Por que tem que demorar tanto? Eu estou entediada. – Encostei minha cabeça no ombro do mesmo e fechei  os olhos.
-Essas provas são difíceis Kéh, logo ele sai. – E assim que ele disse, ouvi a porta se abrir, mas não dei a mínima, até que ouvi:
 -Que cena mais linda, será que eu tô atrapalhando o casal ai? – Logo olhei e sim, dessa vez era o MEU moreno alto, me levantei e corri pros braços do Gustavo e o abracei forte.
-Meu amor, como foi, me conta, eu estava preocupada. – Disse rápido enquanto apertava ele no meu abraço.
-Eu conto, mas não aqui, tem gente fazendo prova ainda.  – Olhei pra porta e pude ver a professora nos olhando com cara feia, abaixei a cabeça.
-Desculpa ai professora. – Soltei o Gustavo  e o mesmo foi cumprimentar o Lucas, e logo nós três nos dirigimos até o refeitório, sentamos na mesa e logo Gustavo disse:
-Então a prova foi fácil... – Olhamos pra ele surpresos e continuou. – Pra quem estudou, mas eu consegui fazer ela inteira pelo menos –Respirei fundo enquanto o olhava.
-E você acha que foi bem? – Perguntei com um tom de preocupação.
-Pelo menos um cinco ou seis eu devo tirar meu amor. – Ele sorrio e Lucas logo disse:
-E quando vai sair o resultado?
-Amanha. – Ele me olhou. – Acho que nem vai rolar dormir até tarde. – Ele fez biquinho.
-Parece que não vai rolar mesmo, que horas amor? – Perguntei.
- A mesma hora que teve a prova, ou seja, daqui a 21 horas. – Olhei pro Lucas e nos entre olhamos, voltei a olhar pro Gustavo.
-Falando assim dá até ansiedade. – Abaixei a cabeça e logo senti Gustavo tocar em meu queixo e me fazer olhar pra ele.
- Neguinha, vai dar tudo certo tá? – Ele sorrio e sorri junto e Lucas soltou uma risada baixa.
- Se quiser deixo os pombinhos sozinhos. – Rimos juntos.
-Não precisa. – Eu disse e logo o questionei. – Não tinha um trabalho pra entregar?
-Tenho – Ele olhou pra sua mochila, se levantou com um pouco de pressa. – Venceu, já volto pombinhos. – Eu e Gustavo  rimos e vimos ele se distanciar, olhe pro Gustavo.
- 21 horas pra nossas vidas mudarem, ou não. – Ele logo me olhou e me abraçou.
-Espero que dê tudo certo, alias. – Ele me olhou. – Vai dar se eu estiver contigo, sempre dá. –Sorrimos  e acariciei o rosto do mesmo e logo nos beijamos.

CONTINUA