Por haver uma lei como a gravidade, o universo pode e irá criar a ele mesmo do nada. A criação espontânea é a razão pela qual algo existe ao invés de não existir nada, é a razão pela qual o universo existe, pela qual nós existimos.
Stephen Hawking
Com uma sobrancelha arqueada, um ruivo analisava minuciosamente a figura pequena de sua namorada-proibida-e-secreta, que lhe sorria em total animação. O dia do tal baile à fantasia de despedida dos terceirões finalmente chegara e ele, sinceramente, esperava ver Rukia em uma fantasia de cachorro quente ou de vovozinha da chapeuzinho vermelho. Aceitaria tranquilamente até seu cosplay de Isaac Newton (se não rolasse strip-tease no meio do salão), mas aquilo era demais.
— Sucubus, Rukia?
— Ficou massa, né? — A Kuchiki deu uma volta completa, proporcionando ao professor uma visão ainda mais detalhada do comprimento daquele vestido rosa colado. — A ideia foi do Ishida!
— Ah, mas tinha que ser. — Ichigo cruzou os braços, imaginando várias maneiras de fazer Ishida se arrepender, mas sem ele ir preso. — E você pretende seduzir quem, hein?
— O Frankenstein que não — Rukia piscou, referindo-se a fantasia sem graça do professor de física.
— Sorte que eu só sou o monstro do Dr. Frankenstein, não é? — Ele cruzou os braços, ainda olhando para a morena com o cenho franzido.
— Anda, deixa de ser besta. — Falou enquanto buscava seu tridente sobre o sofá. Newton olhava para aquele garfo gigante tentando conter a vontade de transformá-lo em brinquedo, mas antes de conseguir finalmente mordiscar, a morena o alcançou e dirigiu-se novamente para a porta. — Vamos?
— Tá, né. — Ichigo jogou a chave de sua casa sobre o balcão que dividia a sala e a cozinha, era mais seguro deixa-las ali, pois sempre dava um jeito de perdê-las. Pegou no bolso da bermuda a chave do carro, seguindo para a saída junto de Rukia.
— Será que o Grimmjow e a Nath vão conseguir mesmo ir?
— Ele disse que a mãe da Nath se prontificou de ficar com o Hiroshi, já que a Luna e o Byakuya vão.
Rukia parou de chavear a porta de casa por dois segundos, olhando para o professor com o cenho franzido.
— A Luna vai mesmo? Ela tá quase ganhando, já.
— Jamais que ela vai deixar o “Byboquinha” — Ele afinou a voz tentando imitar a voz da amiga. — ir nessa festa sozinho.
— Não pensei que ela fosse ciumenta — Comentou, terminando de trancar a porta de casa e entregando as chaves para Ichigo, que as colocou no bolso da bermuda rasgada.
— Ela não é. A Luna só não perde uma festa a fantasia por nada.
— Do que será que eles vão? — Rukia pensou alto, descendo as escadas ao lado de seu namorado-proibido-e-secreto. Ichigo deu de ombros enquanto ela imaginava o irmão mais velho vestido de sucubus, lindo e cheio de classe.
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— Nossa, que festa... animada. — A Kuchiki ergueu uma das sobrancelhas, logo que entrou na quadra coberta do colégio ao lado de Ichigo.
O ambiente estava escuro, iluminado por luz negra. Alguns professores mantinham-se próximos a mesa de bebidas, apenas observando os alunos que conversavam no meio do salão. A música reverberava tédio e um dia normal de aula parecia mais animador que aquela festa.
— Bem vinda à festa de despedida dos terceirões. — Ichigo soltou uma risada, olhando também em volta. — A prova de que existe algo pior que ir todos os dias para a escola estudar.
— É sempre assim? — Rukia virou-se para o professor, que permanecia de braços cruzados, ainda rindo da situação.
— Por que você acha que os professores pagam pra não vir?
— Oe, Rukia! — Os dois viraram o rosto na mesma hora, procurando pela voz grave que chamava pela Kuchiki. Renji andava em direção ao casa-secreto-e-proibido, sendo seguido por Akihime, Bazz B e Jugram.
— Renji-múmia! — Exclamou, ao ver o amigo de infância enfaixado dos pés à cabeça.
— Múmia não, pirata! — Akihime corrigiu, mostrando o chapéu sobre a cabeça do marido. Ela, por sua vez, vestia uma roupa que era claramente de um pirata, porém bastante rasgada e com sangue falso espalhado por todos os lados.
— Lá vem história. — O Kurosaki balançou a cabeça, suspirando. Era todo ano a mesma coisa, Akihime inventava uma grande história para justificar as fantasias que ninguém conseguia entender.
— Nosso navio pirata foi atacado, o Renji sofreu queimaduras graves e eu sobrevivi, apesar de estar muito ferida. — A professora de filosofia explicou, mostrando os ferimentos que fez utilizando materiais recicláveis.
— Er... Criativo... — Rukia deu um sorriso amarelo, não dava para esperar menos de Akihime. Seus olhos foram então de encontro ao outro casal, que cochichava entre si. — Meu deus, que demais!
— We are born this way, baby — Bazz piscou para a amiga, lançando-lhe um sorriso. Ele vestia-se de terno, com tatuagens desenhadas pelo corpo inteiro, no melhor estilo Zumbie Boy de born this way, da Lady Gaga, velha conhecida de Ichigo e Rukia. Jugram vestia-se como a própria, com os cabelos presos em um rabo de cavalo alto e o rosto também pintado.
— Pena que essa festa tá assim... — Rukia apontou para os alunos em pé conversando, sem um pingo de animação ou boa vontade. As fantasias pareciam todas criativas, mas nem isso era o suficiente para levantar a moral do lugar.
— Não se preocupe, fizemos curso intensivo de festas animadas no Brasil! — Akihime se pronunciou, cutucando Renji que sorriu largamente. — Viemos salvar esse lugar!
Renji tirou um CD de sabe-se lá onde, apontando o título escrito a mão de “Os melhores hits rolezeiros das terras tupiniquins”. Ichigo franziu o cenho, reconhecendo o garrancho que o ruivo escarlate chamava de letra, e perguntando-se o que “roreruzero” poderia significar.
Enquanto Renji e Akihime saíam correndo em direção ao projeto de DJ, que estava encostado em uma pilastra quase dormindo, Bazz assobiou para Rukia olhá-lo. Ao ver que tinha a atenção da amiga e que Ichigo estava ocupado falando com o professor de sociologia, ele abriu um dos lados de seu terno, revelando uma garrava presa em seu cinto.
— A gente vai salvar essa festa também — Bazz riu maliciosamente, apontando para a garrafa de 51, que ganhara de presente de seu primo.
— Vocês são loucos! — Rukia aproximou-se, exclamando com a voz baixa. Haschwalth deu de ombros, não concordava com o namorado, mas também não discordava. — Adoro!
— A gente vai começar a rondar agora para colocar o plano em ação — O de moicano piscou, voltando a esconder sua garrafa. Ele abanou para a amiga, afastando-se e colocando-se a observar atentamente os professores próximos a mesa das bebidas. Jugram também se despediu da pequena sucubus, seguindo o namorado.
— O que esses dois vão aprontar? — Ichigo colocou-se novamente ao lado da morena, observando o casal se esgueirar pelas sombras. Rukia olhou para o ruivo, pensando se contava o plano de Bazz B ou não. Preferiu, no final das contas, guardar para si. O professor era de confiança, mas ainda sim era um professor.
— Provavelmente estão procurando um bom canto pra se agarrar. — Respondeu, por fim.
— Rukia, Ichigo!
Os dois viraram-se novamente, sentindo-se populares naquele dia, e reconhecendo a voz de Luna. Ela, sua barriga e seu marido acabavam de chegar na festa, já acostumados com a falta de animação do lugar.
— Que bonitinha de sucubus, Rukia-chan! — A loira cumprimentou a cunhada, que olhava decepcionada para a fantasia de não-sucubus do irmão mais velho.
— Eu não acredito que você veio mesmo de Luna, Luna. — Ichigo revirou os olhos, olhando a amiga fantasiada de Luna Lovegood. Por ser loira e errada da cabeça, a italiana passou parte de seus anos de faculdade sendo comparada a aluna da Corvinal e, apesar de achar uma comparação sem muito fundamento, sempre tivera vontade de vestir-se igual a outra.
— O Byboca ia vir de Harry Potter, mas se recusou a desenhar a cicatriz — Ela fez bico, olhando de lado para o marido que ignorava suas reclamações desde que estavam se arrumando para ir àquela festa. — No final, veio de Snape.
— Você não tem noção da visão estranha que é ver a Luna Lovegood grávida do Snape... — O professor de física olhava de um para outro, não conseguindo decidir se achava a situação engraçada ou bizarra.
— Luna. — A voz grave e impassível do Kuchiki mais velho soou. Assim que a esposa o olhou, ele apontou para um homem corpulento, vestido de Zorro, mais a frente. — Vou lá cumprimentar Kyouraku. — Disse, referindo-se a um de seus sócios na escola.
— Ah, eu vou com você. — Falou, pegando na mão do marido e seguindo com ele. — A gente se vê mais tarde! — E despediu-se do casal-secreto-e-proibido de amigos.
— O Nii-sama ia ficar tão bonito de sucubus... — Rukia pensou alto, observando seu irmão e cunhada se afastarem.
— De quê?
— Sucubus.
— Sucubus? — Ichigo levou uma das mãos a boca, tentando abafar uma risada alta.
— Qual a graça, idiota? — A Kuchiki já fechava a mão, pronta para socar o estômago do professor de física.
— Incubus, você quer dizer? — O ruivo ainda ria, parando o soco da morena no ar. — Sucubus é para mulher.
— Ai que seja, ninguém liga. — Ela cruzou os braços, sentindo o rosto queimar.
— Yo, Minna!!! — Todos no salão escutaram então a voz do professor de biologia soar pelas caixas de som. Ao fundo da voz de Renji já podia-se ouvir batidas baixas de uma música animada, e desconhecida. — Bem vindos a mais uma festa de adeus aos formandos! Divirtam-se!
Se tem uma coisa, que me deixa passada é brigar comigo, sem eu ter feito nada! Se tem uma coisa que eu não admito, é brigar comigo!
O ruivo aumentou o som da música, deixando todos os alunos começarem a ser envolver no ritmo de Kelly Key. Quando Kelly já cantava “vem aqui que agora eu to mandando, vem meu cachorrinho a sua dona tá chamando”, metade do salão já dançava animadamente e com pouco ritmo.
Antes de começar a mexer o corpo, Rukia viu mais a frente Bazz, sendo encoberto por Jugram, derramar todo o conteúdo de sua 51 dentro das travessas de ponche. Ela apertou os lábios, rindo-se por dentro e já pensando em uma desculpa para ir se servir.
— Oe, Ichigo!
— Quê?
— Vamos andar, estamos parados aqui desde que chegamos! — A morena disse, começando a caminhar para perto da mesa onde Bazz B não era mais visto.
— Tá, mas... — Ichigo calou-se, colocando a mão na boca, pela enésima vez naquela noite, para abafar um riso. — Que merda é aquela?
Rukia seguiu o indicador do professor, que apontava para a grande porta do ginásio, por onde passavam Nath e Grimmjow.
— Puts... — A morena repetiu o gesto do ruivo. Inclinou a cabeça lentamente para o lado, em um movimento que Newton sempre fazia quando estava confuso. — Eles estão fazendo cosplay de Yuri!!! On Ice?
— Nem sei o que é isso, mas eu preciso salvar para a posteridade — Ichigo ainda ria, pegando seu celular no bolso da bermuda e abrindo o aplicativo da câmera. Já havia umas oito fotos gravadas quando Nath e Grimmjow chegaram perto o suficiente dos dois.
— Davai? — Rukia falou, dirigindo-se a russa.
— Davai!
Grimmjow rolou os olhos, tendo dificuldades para aceitar que estava mesmo fazer um par yaoi com a esposa. Enquanto a ruiva estava finíssima, de peruca bem penteada e com uma roupa bem costurada, vestida de Otabek, ele não teve toda aquela paciência. Colocou uma peruca loura chanel, da mais barata e torta que encontrou, pegou uma calça de lycra preta emprestada com Luna e vestiu a camiseta mais apertada que tinha. Dali saiu Grimmjow Plisetsky, o cosplay de Yurio que você respeita.
E para coroar o vencedor do Gran Prix, uma medalha de ouro pendurada no pescoço e uma tiara de gatinho na cabeça.
— Davai, davai. — Resmungou, quando sentiu o cotovelo de sua mulher enterrar-se em suas costelas.
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Após serem cumprimentados por metade da festa, Rukia e Ichigo finalmente conseguiram parar para respirar direito. Quase ninguém ali sabia que estavam juntos, no sentindo sentimental da palavra, mas eles se sentiam o casal de tios que todo mundo gosta e quer conversar.
— Eu nem me mexi direito e já tô cansado — Ichigo comentou, levando um copo de ponche à boca e estranhando o gosto. — Puta que pariu, isso aqui tá batizado!
— Amém! — Rukia riu, tomando uma dose da bebida em um só gole. — Vem, Ichigo! Vamos dançar! — Ela o chamou, querendo remexer o corpo ao ritmo do bom e velho funk carioca, com o Johnatan da Nova Geração.
— É melhor eu ficar aqui, Rukia — Respondeu, olhando para os lados antes de voltar-se novamente para a Kuchiki. — O pessoal da escola pode desconfiar.
— Ah é mesmo — Rukia sorriu sem graça, lembrando-se de que ali no meio eram só aluna e professor. — Tá, eu vou um pouco com o pessoal. — Disse, encaminhando-se para onde Bazz e Jugram divertiam-se.
Ichigo suspirou, olhando em volta. Não via a hora de aquele ano escolar acabar para poder respirar tranquilamente ao lado de Rukia em qualquer lugar. Byakuya seria um empecilho para sempre e para qualquer um que se aproximasse de sua irmã, então ele era assunto que não o incomodava. Mas tudo seria bem mais simples quando o rótulo de aluna saísse das costas da Kuchiki mais nova.
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— Eu não disse que a gente ia salvar a festa? — Bazz gritou no ouvido de Rukia, assim que ela aproximou-se. A morena levantou o polegar em aprovação, vendo seus colegas de escola animados, dançando ao som das músicas que ninguém entendia, mas que tinham ritmo envolvedor. E, claro, se remexendo também sob o efeito leve do ponche de Bazz.
— Acho que te descobriram, Bazz. — Haschwalth falou também alto, cutucando o ombro do namorado e apontando para a mesa, onde Ichigo impedia alunos de se servirem e tomava da mão de Luna um copo.
O ruivo deu de ombros, a festa já estava boa mesmo.
Rukia se remexia em toda sua falta de ritmo, fazendo a coreografia de Tá tranquilo, tá favorável, quando sentiu uma mão tocar em seu ombro. Virou-se no susto, dando de cara com Ishida.
— Ishida! Pensei que não vinha mais!
— Me perdi na hora... — Ele coçou a nunca, ficando vermelho ao ver Rukia vestindo sua última obra. — A fantasia ficou legal em você.
— Ah, valeu! Você mandou muito bem. — Sorriu, sentindo-se sem graça pelas bochechas roxas do moreno. Não conseguia não sentir-se mal pelo colega e torcia para ele encontrar alguém que pudesse retribuir seus sentimentos. — Seu drácula ficou bem legal também.
— Que torta de climão... — Bazz cochichou no ouvido do namorado, querendo rir da situação. Jugram concordou, pensando em pegar um lenço para Ishida secar a baba que quase escorria.
— Faz alguma coisa...
— Oe, Ishida! — O ruivo escarlate se enfiou no meio dos dois, abraçando o colega de classe pelos ombros. — Vamos nos divertir! — Disse entregando seu copo, fazendo com que bebesse. O moreno olhou de canto de olho para Bazz e seu namorado, ao sentir o gosto etílico do ponche.
— Vocês batizaram isso aqui?
— O que?! — O ruivo gritou, fingindo não escutar por conta do som alto. — Não to escutando!
— Batizaram a bebida?
— Quê? Não escutei ainda, Ishida! Som muito alto!
Ishida revirou os olhos, decidindo tomar mais um gole para tentar relaxar. Estava em sua última, e única, festa na escola. Não custava tentar aproveitar um pouco.
Olhou para Rukia, que voltara a dançar, de seu jeito desengonçado, mas parecia se divertir. Ishida não pôde deixar de soltar uma risada, a morena possuía um jeito único que o atraía com uma força como se fosse a própria força gravitacional.
Dali um mês estariam todos formados, prontos para começar uma vida nova. Talvez conseguisse manter contato com Rukia por muito mais tempo, mas sabia que também havia a possibilidade de seguirem simplesmente por caminhos paralelos. A vida tinha dessas e Ishida sabia disso.
Queria então viver aqueles últimos dias como se fossem os únicos e os melhores de toda sua vida colegial.
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— E o Byakuya? — Ichigo perguntou à amiga, após impedi-la de tomar o ponche B. De sua visão periférica viu Grimmjow passar correndo com Nath em suas costas gritando “Osasco”, como no dia da festa em Las Noches.
— Está conversando com alguns professores. — Ela sorriu, seguindo com os olhos a professora de literatura, Matsumoto, que corria atrás de um estudante de cabelos brancos, fantasiado de lobo. — A festa esse ano está bem mais animada...
— Acho que a família Abarai deu um jeito nisso mesmo — Riu, se referindo a Renji e Bazz B.
— Não é ruim ter que ficar aqui sem poder se divertir com você-sabe-quem? — Ela apontou para o meio do salão onde Rukia, Bazz, Jugram e Ishida estavam em círculo dançando. A Kuchiki tinha um sorriso largo no rosto, fazendo suas danças coreografadas e sem ritmo algum.
— Não cara, o Voldemort não é uma boa companhia...
— Idiota.
— Sei lá, Luna. Não tem o que fazer — Suspirou, levando a mão aos cabelos, os bagunçando. — Ela está se divertindo, é isso que importa.
— Eu adoro ver como a Rukia conseguiu expandir os próprios horizontes — Luna sorriu, olhando para a cunhada que ria de alguma piada suja de Bazz. — Quando o Byakuya a adotou, ela se afastou das pessoas de Rukongai e não conseguia dar conta de se enturmar na nova vida que tava levando. O primeiro ano dela com a gente foi realmente difícil.
— Não consigo imaginar a Rukia diferente do que é hoje — Ichigo sorriu, vendo a morena que abanava freneticamente para ele. — Ela é a própria força gravitacional.
— Uma força que atrai tudo, não é? — A loira piscou, cutucando o amigo com os ombros. — Mas ela é assim, só precisou de um tempo para se adaptar a nova vida, sem deixar a anterior para trás.
— É... — Continuou sorrindo, sentindo o efeito Joule espalhando-se por seu peito, em uma sensação que o confortava.
Ambos acabaram por encerrar o assunto por ali e permaneceram em silêncio, escutando as músicas estranhas de Renji. Enquanto Wesley Safadão namorava todo mundo, porém, a loira virou-se novamente para o amigo, cutucando-o com sua varinha de plástico.
— Ichigo.
— Oi?
— Você se lembra de quando o Isshin nasceu? — Perguntou em meio a um pigarro, cruzando os braços.
— Sim... — Franziu o cenho, não entendendo o que Luna queria com aquela pergunta.
— Se lembra como a Orihime se sentiu?
— Hm... — Ichigo levou uma das mãos ao queixo, tentando lembrar-se com detalhes da loucura que fora aquele dia. — Se eu não to enganado ela começou a sentir uma dor no pé da barriga e começou a ter contrações.
— A bolsa dela logo estourou?
— Não, não. Por isso a gente nem achou que ele tava nascendo. — Ele virou-se de frente para Luna, achando ainda estranho aquelas perguntas todas. Ela sempre perguntava sobre a gestação de sua ex-mulher, mas geralmente pelo whatsapp ou sentados na sala de sua casa. — Mas ela dizia que tinha aquela sensação de “é hoje”. — Completou.
— Ah...
— Por quê?
— Não surta, mas eu acho que o Akio quer nascer — Luna coçou a cabeça, sem graça. Ainda era início de festa quando começou a sentir algo estranho, mas acreditava serem as bobagens que comera em casa naquela tarde.
Ichigo levou as duas mãos a boca, prendendo a respiração, antes de exclamar:
— Ai, socorro!
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