Depois de muita correria, Tiago, Lupin e eu finalmente estavamos instalados no Expresso de Hogwarts, acenando para os pais de Tiago da janela.
— Eu amo os seus pais, Tiago, mas a saudade que eu estava disso aqui era maior que qualquer coisa.
— E quem não, Sirius? Hogwarts é o melhor lugar do mundo. — respondeu ele.
— Mas, vocês não notaram uma coisa?
— O quê? — perguntamos Tiago e eu, juntos.
— Pedro ainda não veio se juntar à nós.
E era verdade, geralmente já nos encontravamos com Pedro logo na estação dos trouxas e nesse dia ele ainda não havia se juntado à nós. Pedro sempre andava conosco, mas não posso dizer que ele era nosso melhor amigo, apenas, amigo. Sempre estava atrás de nós e descobria nossos segredos e então tinhamos que incluí-lo em tudo, até mesmo quando nos tornamos Animagos, o máximo que Pedro conseguiu foi se tornar um insignificante rato, o que nos surpreendeu, achavamos que ele não seria capaz de conseguir nem isso.
— Pedro deve ter arrumado alguma namorada durante as férias.
— Você acredita mesmo nisso, Tiago? — perguntei.
— Não. — E nós rimos.
— Vamos dar uma olhada nos vagões pra ver se achamos ele por ai. — disse Lupin.
E então fomos procura-lo.
Por todos as cabines tinha gente feliz e se divertindo, acho que nunca vi o Expresso de Hogwarts tão cheio, que ótimo, teríamos dezenas de alunos novos para assustar com histórias do castelo.
Ao passar pela décima delas e não encontrar Pedro, eu ouvi:
— Ah... mais um ano em Hogwarts, mais um ano tendo que aguentar os sangues ruins. Precisamos de um diretor que seja capaz de bani-los da nossa escola.
— Ora, Ora Lúcio Malfoy. Destilando seu veneno como sempre, não? — eu disse, abrindo a porta da cabine em que ele estava.
— Ah, que bom ve-lo, Sirius, como anda a sua prima biruta, Bellatrix, não?
— Anda melhor que a sua família, com certeza! O Ministério têm os assustado com visitinhas inesperadas, não?
Lúcio ficou em silêncio, apenas olhando seus amigos, como quem tramava algo.
— Pelo menos um de nós dois têm família, não é, meu caro? Se qualquer dia desses você precisar de um pão velho, tenho certeza que não negaremos isso à você no portão de nossa casa. — e todos que estavam ali, riram.
Me preparava para chutar a cara de Lúcio, quando Pedro surgiu andando apressado com as pernas tortas e os dois queixos que ele tinha.
— Amigos, meus amigos. Que saudade eu estava de vocês.
Fechei a porta da cabine de Lúcio e abracei Pedro, ele parecia bem mais gordo agora que antes.
— Onde você estava, Pedro?
Tiago e Lupin apareceram e fizeram a mesma pergunta.
— Estava... ah... estava por ai, procurando vocês. — achei ter notado um tom estranho em sua voz.
— Bom, estávamos fazendo o mesmo. Venha se sentar conosco, Pedro. — disse Lupin.
···
Como sempre a viagem foi longa, mais graças aos céus a moça do carrinho de doces não se demorou muito aquele dia.
— Olá, queridos, vão querer algo hoje?
Fiz até menção de procurar algo no bolso, mas então lembrei que eu era o mais novo miserável, Zé ninguém do mundo bruxo e trouxa.
— Pra mim, nada.
Lupin fez um aceno com a cabeça, indicando que também não queria nada, eu sabia que ele não tinha dinheiro algum, o vi devolver o saquinho de galeões para a sua mãe, também pensei ter visto uma lágrima no canto de seu olho quando ela se voltou a sra. Potter e a abraçou.
— Bom, pra mim é tudo que a sra. tiver ai. — disse Tiago.
Depois ele jogou tudo sobre os bancos e dividiu entre nos quatro, Tiago era generoso. Bom, com nós que eramos seus amigos, é claro.
···
— Alunos do primeiro ano, sentem-se àquela mesas. Os outros se sentem nas mesas referentes às suas casa. — disse a professora Minerva.
— Encontro vocês mais tarde. — disse Lupin,
enquanto correria para ajudar as crianças à se acomodarem, ele era monitor da Grifinória.
Me sentei junto a Tiago e Pedro, pousando o cachecol ao meu lado, no banco, guardando o lugar de Lupin. Dei uma olhada por ali, mas o que eu procurava não encontrei.
— Ta procurando, Katherine, Sirius? — perguntou Pedro, com o tom extremamente curioso de sempre.
— Ah, para de bobagem.
— Olha ela la, Sirius.
Olhei de imediato, tentando fazer um olhar sexy caso ela estivesse me olhando. Mas não tinha nada, olhei para aqueles dois e estavam rindo da minha cara.
— Vocês são dois babacas desocupados mesmo, não?
— Relaxa, almofadinhas, você vai ve-la logo.
···
Estávamos arrumando nossas camas para dormir, tinha sido um dia cansativo e na manhã seguinte a primeira aula era de Poções.
— Vocês acham que o Horácio Slughorn vai continuar com o grupinho dos populares da escola esse ano? — perguntou Tiago.
— E se ele continuar, vocês vão ir?
— Orá, Pedro, não fique assim, sabe que nós não temos escolha, somos péssimos em Poções, menos Lupin, é claro.
Pedro então, voltou o olhar suplicante para Lupin.
— Você não vai, não é meu amigo? Afinal, você nem precisa.
— Sinto muito, Pedro, mas ele já me colocou na parede logo que deixei os alunos do primeiro ano nas mesas, ele quer que eu vá e não aceita desculpa.
Pedro se jogou na cama e cobriu a cabeça com o travesseiro, logo desligamos as luzes para dormir. Como eu já disse, Pedro não era um cara inteligente, atraente e nem nada, não era o tipo de pessoa que Horácio queria nas suas reuniões particulares e Pedro não se agradava de não estar junto de nós, uma ou duas vezes ele havia participado quando o professor nos deixava levar alguém, ficava encantado com as histórias de Horácio e tentava puxar seu saco para ser convidado mais vezes.
Mas, agora tinhamos que dormir e sonhar. Nos meus sonhos eu tinha uma mãe e um pai legal, nos meus sonhos eu tinha um irmão de verdade, resumindo, nos meus sonhos eu era um Potter e não um Black.
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