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História Lembranças De Um Verão - Capítulo 31 - Banho


Escrita por: sarahcolins

Capítulo 32 - Capítulo 31 - Banho


Deixei Percy do lado de fora enquanto entrava em meu chalé para me certificar de que não havia ninguém ali. Chequei o banheiro e todos os cantos do lugar com cuidado. Tudo vazio. Ainda assim era muito arriscado o que estávamos fazendo. Mas parecia que era exatamente isso que tornava tudo mais interessante. Assumir riscos era uma coisa que eu estava acostumada a fazer em missões e batalhas. Infringir as regras e poder ser pego no flagra era algo novo para mim. Mas minha cabeça não conseguia raciocinar direito quando se tratava de ficar a sós com Percy. Ele fazia com que casa segundo valesse a pena.

Abri a porta da frente novamente e fiz um sinal para que ele entrasse. Ele veio andando tomando cuidado para não fazer barulho e para não ser visto. Depois que ele atravessou a porta eu a fechei. Ele olhava o cômodo atentamente. Lembrei Percy já tinha estado ali uma vez antes de começarmos a namorar, mas fora tão rápido que ele não deve ter tido tempo de parar para observar o local.

- Então é aqui que você dorme? – disse ele apontando para minha cama, demonstrando bastante interesse naquele móvel.

- É sim. Mas não temos tempo para você conhece-la. Vamos logo antes que alguém apareça! – eu falava de forma afobada.

- Relaxa, amor. Não vai vir ninguém aqui agora. Não precisamos ter pressa – ele veio até mim enquanto falava e me abraçou. Olhei para ele pouco convencida.

- Eu não teria tanta certeza de que ninguém virá aqui. Não viu como estavam nos olhando hoje lá na parede de escalada? Com certeza vão reparar que não aparecemos para o almoço também.

- Na verdade não. Só consegui reparar em você o tempo todo – ele sorriu quando percebeu que fiquei sem graça com aquele comentário – E eu não ligo se repararem que não estamos lá...

- Sério que você não tem nenhum pouquinho de medo de sermos pegos?

- Na verdade eu tenho sim. Mas é que a vontade de ficar com você é muito maior, então eu quase nem percebo – disse ele rindo.

- Tudo bem, mas vamos logo mesmo assim, melhor prevenir do que remediar!

- Confessa vai, você está nos apressando por que quer logo entrar embaixo do chuveiro comigo – disse ele da maneira mais convencida possível. Balancei a cabeça fazendo sinal negativo enquanto o olhava com os olhos semicerrados.

- Desse jeito eu vou acabar desistindo!

- Não, não! – disse ele meio desesperado, enquanto pegava minha mão e nos arrastava para o banheiro – Você tem razão, amor! Melhor irmos logo com isso...

Eu só consegui rir de como ele havia mudado de opinião rápido. Eu estava gostando desse poder que eu tinha sobre ele. Poderia conseguir muitas coisas. Mas a verdade era que eu queria aquilo tanto quanto ele e nunca desistiria. Ainda mais estando ali já tão próximo do nosso objetivo.

Deixei que ele me levasse até o banheiro. Depois que entramos fechei a porta e a tranquei. Ainda me batia aquela insegurança quando estávamos prestes a fazer algo ilícito. Eu meio que travava e não sabia o que fazer a seguir. Que bom que Percy não tinha esse problema. Ele não esperou nem mais um segundo, se aproximou de mim e começou a tirar a minha roupa com certa dificuldade, pois elas estavam molhadas ainda. Também tentei ajudar me desfazendo das dele. Ele nem esperou estarmos completamente nus para ir me empurrando até o box. Algumas peças tiveram que ser jogadas por cima do vidro que dividia a área do chuveiro do resto do banheiro.

Percy estendeu a mão e tateou a parede que ficava atrás de mim em busca da torneira. Me virei e liguei o chuveiro para ele. Uma água morna caiu sobre minha cabeça e junto com ela veio uma sensação boa de relaxamento. Fechei os olhos enquanto sentia a agua escorrendo por todo meu corpo. Percy, que ainda estava atrás de mim, tocou meus braços levemente e encostou os lábios no meu ombro. Ele foi se aproximando mais enquanto envolvia minha cintura com as mãos. Fiquei parada apenas sentindo o que ele estava fazendo.

Seus lábios distribuíram alguns beijos naquela região. Suas mãos acariciavam minha barriga. Eu podia sentir o quanto ele estava excitado. Nesse momento ele me apertou mais forte contra si, como se ele tivesse lido meu pensamento. Eu praticamente apoiava todo o peso no meu corpo nele de tão relaxada que estava. Ele deslizou uma das mãos, descendo até tocar o meu lugar mais sensível. Tive que me apoiar mais firme nas pernas ao sentir meu corpo todo se tencionar. Seus dedos me fizeram suspirar até que eu perdesse os sentidos. Cheguei a achar que ia desabar ali no chão a qualquer momento. Porém ele parou e me fez virar em sua direção.

- Acho melhor começarmos com esse banho logo, antes que você diga que podemos ser pegos de novo, né? – disse ele ao ver minha cara de dúvida.

- Eu não ia dizer isso. Já não me lembrava nem qual era o meu nome – não acredito que havia dito aquilo. Além de me deixar envergonhada ia fazer com que ele ficasse ainda mais convencido. Seu sorriso travesso me dizia que eu estava certa.

- Posso te fazer esquecer de muito mais coisas – disse ele antes de vir e me bar um beijo bem rápido – Mas acho que essa história de banho pode ser até interessante...

- Ah é? – fiquei curiosa com o que ele tinha dito – Como?

- Vou te mostrar...

A última vez que Percy tinha dito aquilo eu havia experimentado os minutos mais maravilhosos de toda minha existência. Fiquei com certo receio, mas também com ansiedade para saber o que ele ia fazer. O observei enquanto ele pegava o sabonete e a esponja em uma pequena prateleira que havia na parede. Ele colocou os dois em baixo do chiveiro e depois os esfregou fazendo espuma. Eu sai um pouco da agua para dar espaço a ele me posicionando ao seu lado. Depois que havia uma quantidade considerável de espuma na esponja ele começou a me lavar aos poucos.

Primeiro esfregou meus braços e ombros. Depois ele passou para os seios, dando uma atenção mais que especial a essa área e usando não só a esponja como também as mãos. Ele continuou ensaboando minha barriga e pernas e depois pediu que eu me virasse. Ainda relutei um pouco, mas ele acabou em convencendo. Deixei que ele passasse a esponja em minhas costas e ao chegar no meu bumbum ele deu uma parada e se abaixou. Senti sua boca encostando naquela parte de meu corpo. Ele usou os lábios, a língua e até chegou a dar uma leve mordida. Eu tive que me segurar para não começar a rir. Aquilo era excitante, mas também era bem engraçado.

Ele seguiu com a esponja e o sabonete até que eu estivesse toda coberta com espuma. Percy então segurou minha mão e me puxou para debaixo do chuveiro. A agua corrente e suas mãos ajudaram a me enxaguar completamente. Peguei o xampu na prateleira e comecei a lavar os cabelos. Percy não ousou tentar ajudar nessa parte, ficou apenas me observando, o que me deixou bem sem graça.

- E você, não vai ser lavar não?

- Estava esperando que você me oferecesse uma ajudinha também... – disse ele com uma cara de cachorro sem dono. Eu ri e continuei esfregando meu cabelo.

- Se quer a minha ajuda é só pedir, bobinho – sorri ao ver a expressão de triunfo em seu rosto – só espera eu terminar aqui.

A essa altura já tínhamos esquecido que aquele deveria ser um banho rápido. Eu enxaguei meu cabelo tranquilamente e depois passei condicionador. Percy esperava pacientemente. Ele parecia não se importar em ter que me assistir tomando banho. Eu também não me importava nenhum pouco de ser assistida por ele. Estava perdendo completamente a minha inibição. Não me importava mais em ficar sem roupa na frente dele. Não estava mais sentindo vergonha de ele ver meu corpo e eu ver o dele. Cada vez mais o sexo se tornava natural para nós dois.

Quando terminei de lavar meu cabelo, puxei Percy para debaixo da agua. Peguei o sabonete e comecei a passa-lo pelo seu corpo. Não poupei nenhuma parte sequer. Depois peguei a esponja e o ensaboei todo. Deixei que a agua o enxaguasse enquanto eu envolvia seu pescoço com meus braços e o beijava.

Acabamos deixando o beijo rolar por mais alguns segundos até que ouvimos um barulho do outro lado da porta do banheiro. Paramos de nos beijar na hora e olhamos apavorados na direção de onde o som havia vindo. Começamos a ouvir vozes. Fiquei paralisada enquanto rezava mentalmente pedindo a todos os deuses possíveis para que ninguém quisesse entrar no banheiro naquele momento. Acho que o destino, ou os deuses estavam afim de zombar com a minha cara aquele dia, porque no mesmo instante ouvi um dos meus irmãos dizendo:

- Só vou ao banheiro rapidinho e já te alcanço...

A manivela se moveu e alguém empurrou a porta que se manteve em seu lugar. Graças aos deuses, ou não, eu tinha me lembrado de trancá-la. Pela voz tinha reconhecido que era Greg quem estava ali tentando entrar. Era um dos semideuses mais novos do acampamento, e também um dos muitos calouros que haviam chegado esse ano. Ele deve ter percebido o barulho do chuveiro, pois parou de tentar abrir a porta e começou a bater nela.

- Quem está ai? Vai demorar muito?...

Olhei para Percy apavorada, não sabia o que fazer. Ele indicou com a cabeça para que eu respondesse. Ele viu que eu continuei muda e então tentou me dizer em voz bem baixa o que era para eu responder.

- Sou eu, Annabeth. Acabei de entrar, Greg. Depois do banho que me deram na escalada eu preciso de um banho de verdade e bem caprichado! – tentei ser o mais convincente possível. Percy achava que assim talvez conseguíssemos nos livrar dele.

- Tudo bem, não se preocupe. Eu uso o banheiro que tem lá perto da arena...

Finalmente pude respirar aliviada ao ouvir os passos dele se afastando e saindo do chalé. Percy também tinha ficado tenso quando quase fomos pegos no flagra. Agora ele pegava duas toalhas num armário que havia em baixo da pia e estendia uma para mim. Eu me sequei e depois me enrolei nela. Percy fez o mesmo e depois vestiu a mesma roupa que estava antes, afinal ele não tinha se sujado tanto quanto eu na escalada. Eu abri a porta do banheiro devagarinho e espiei todo o chalé para ter certeza que estávamos sozinhos de novo.

Sai de lá e fui até meu armário pegar uma roupa limpa. Me vesti mesmo com os protestos de Percy para que eu continuasse sem nada. Enrolei a toalha na cabeça e me sentei na cama para colocar meu tênis. Percy estava de pé a minha frente e me fitava muito interessado.

- Por que não ficamos o resto do dia aqui?

- Percy, você enlouqueceu? Nós quase fomos pegos minutos atrás.

- Eu sei, mas não fomos. A sorte está do nosso lado – dizia ele com um sorriso triunfante. Eu fiz sinal negativo com a cabeça e continuei amarrando meu cadarço – E outra, tenho certeza que nenhum filho de Atena iria querer perder nenhum segundo do treinamento.

- Não sei se você lembra, mas eu também sou filha de Atena, amor.

- É, mas você está apaixonada. O que faz com que deixe a razão de lado de vez em quando.

Eu o olhei surpresa. Como ele sabia que eu vinha deixando a razão de lado? Será que estava tão obvio assim? Não precisei nem de mais dois segundos para chegar a conclusão que sim. Eu sempre fora tão metódica e calculista. Sempre tentava ver a logica em tudo. E lá estava eu, compartilhando o banho com meu namorado no meu chalé. Quando eu havia mudado tanto? Eu não sabia dizer. Mas sabia exatamente quem era o culpado daquilo. Ela estava em pé na minha frente nesse exato momento me encarando com o sorriso mais lindo do mundo. Definitivamente não existia nada que eu não fizesse por aquele semideus. Ele era a causa e consequência de todos os meus erros e acertos!

- Você pode até estar certo, cabeça de alga – eu respondi enfim – Mas isso não quer dizer que eu tenha virado uma completa inconsequente. Se vamos continuar burlando as regras, vamos fazer isso com moderação, ok?

- Moderação? Mas já que estamos burlando não deveria importar se é muito ou pouco...

- Importa sim. Pois isso define as chances de sermos pegos ou não – eu bem que tentava ser racional, mas não dava muito certo quando se tratava de Percy e das nossas “aventuras” – Só não quero que isso acabe, entende? Se nos descobrirem então adeus escapadas e adeus santuário.

- Não, não quero dizer adeus a nada disso! – disse ele contrariado.

- Então, por isso devemos ser mais cuidadosos.

- Ok, você está certa! Como sempre. – ele ainda parecia contrariado, mas dessa vez soou mais convincente.

Fui pegar o secador de cabelo. Tirei a toalha da cabeça e comecei o secar os cabelos. Depois que terminei peguei uma escova comecei a penteá-los. De repente ouvi um barulho atrás de Percy, no beliche vizinho e alguns livros caíram ao chão. Ficamos assustados na hora.

- O que foi isso? – perguntou-me ele,

- São os deuses dos “namorados em apuros” nos avisando que é hora de ir! – disse fazendo piada enquanto largava a escova na minha penteadeira e o puxava pelo braço para deixarmos o chalé de uma vez. Ele relutou, mas acabou concordando em voltarmos aos treinos.

Tentei me manter afastada de Percy o restante do dia para poder me concentrar. Mas isso foi quase impossível. Toda vez que ele tinha uma brecha, se aproximava de mim para me dar um beijo ou um carinho. E mesmo quando estava longe ele não parava de me lançar olhares e sorrisos matadores. Mesmo sem intensão ele estava conseguindo me atrapalhar. Ficava pensando se algum dia eu poderia voltar a me concentrar em uma batalha tendo Percy por perto. O treino enfim acabou e eu convenci Percy de que dessa vez tínhamos que participar do jantar e da fogueira. Pelo bem do nosso santuário ele acabou concordando.

Sentamos cada um na mesa de seu chalé, e jantamos normalmente. Aproveitei para conversar com alguns amigos de outros chalés. Vez ou outra eu dava uma olhada para ver como estava o meu namorado. Vi que ele conversava com Grover animadamente. Torci para que as últimas noites não estivessem entre os assuntos abordados por eles. Ao pensar nisso eu desejei ter alguém para contar o que aconteceu. Pensei em Clarisse, mas no mesmo instante já desisti. Como falaria daquele assunto com ela? Não, definitivamente não! Rachel talvez pudesse ser uma boa ouvinte se não fosse tão insuportável. Acabei chegando a conclusão de que precisava urgentemente arrumar uma nova amiga.

Mais tarde fomos para a fogueira. Dessa vez não pude evitar ficar perto de Percy. Ele se sentou ao meu lado me rodeou com seu braço. Ficamos ali nos aquecendo com o fogo e conversando com outros semideuses. O clima estava descontraído até que Quíron se aproximou em sua cadeira de rodas para falar conosco.

- Percy, Annabeth, podem me acompanhar até a Casa Grande, por favor? Preciso falar com os dois.

Fitamos o centauro e depois nos entre olhamos com preocupação. Ao perceber que ele não diria nada eu resolvi perguntar:

- Falar sobre o que?

- Já vão saber, agora venham! – disse ele num tom severo ao se virar e sair em sua cadeira de rodas.


 



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