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História Lembranças de Verão - Capítulo Único.


Escrita por: Nekochibiwalker

Capítulo 1 - Capítulo Único.


Fanfic / Fanfiction Lembranças de Verão - Capítulo Único.

E se é isso que nós temos
Então o que temos é ouro
Estamos brilhando e
Eu quero você, eu quero que você saiba

Stay The Night – James Blunt

Eu tinha lembranças maravilhosas do verão.

Confessava não ser muito fã do calor, do sol quente da estação queimando a minha pele, da sensação de sufocamento que este me trazia. Entretanto, o verão, justamente essa que era a estação mais quente do ano, sempre me encheu de lembranças boas.

Mas entre todas as memórias que eu possuía, as que compartilhei com ela com certeza eram as melhores de todas. Ela que era mais encantadora do que qualquer pôr do sol de verão, que somente com um sorriso acelerava meus batimentos cardíacos tal como se eu estivesse a andar de bicicleta sobre o calçadão ao meio dia. A garota que amei, que perdi, e que amei novamente. E agora, após tantos altos e baixos, após tantos problemas, tudo estava bem.

Eu costumava morar numa cidadezinha litorânea afastada quando era criança. Tudo era sossego, paz e tranquilidade naquele pequeno município de praia, que apesar de tudo recebia muitos turistas durante o verão justamente por conta de sua calmaria. E eram sempre nesses dias mais quentes que eu gostava de convidar minha melhor amiga para brincar na areia da praia comigo, minha querida Erza Belserion.

 Apesar do nome, eu gostava de chama-la de Erza Scarlet, por conta dos cabelos mais encantadores que eu já tinha visto, cabelos escarlates herdados da mãe, a senhora Eileen Belserion. Ela era linda, incrível e deslumbrante, desde pequeno eu me via dependente dela de uma maneira que eu já sabia que seria por minha vida inteira. Sua pele era ainda mais branca do que a areia da praia, seus cabelos mais vermelhos do que o por do sol que tanto gostávamos de ver juntos após um dia inteiro de brincadeiras. Nós tínhamos outros amigos também, éramos todos uma equipe, tínhamos um ao outro como irmãos. Porém, Erza sempre seria mais especial que todos para mim, ela era meu raio de sol predileto, aquela que me trazia calmaria em meio à tempestade que estava sendo minha vida na época. Eu cuidava dela, a protegia, e prometi que estaria ao seu lado para sempre, e que quando fossemos adultos, tal como meus pais, nós nos casaríamos. Não entendi direito porque fiz isso, eu era tão jovem e ingênuo que não era capaz de entender o que sentia, de entender o amor em sua forma mais profunda.

Morávamos meus pais e eu numa pequena casinha. Meu pai era vendedor e minha mãe o ajudava como era possível, e apesar de sermos pobres, conseguíamos viver razoavelmente bem. Eu era uma criança feliz, a meu ver eu tinha tudo o que precisava para isso, eu tinha Erza ao meu lado, e ela entendia completamente o que eu passava, sua vida também era difícil, nós trazíamos alegria um ao outro. Mas para meus pais não estava bom, e foi quando chegou para mim a notícia de que eu iria embora. Eles decidiram se mudar para uma cidade maior, meu pai tinha sido chamado para um trabalho melhor por um senhor muito rico e não recusou de forma alguma, numa cidade que não tinha praia, que não tinha o verão agradável que eu tanto gostava, que não tinha meu amado raio de sol. Eu não fui capaz de cumprir com minha promessa, pelo menos não naquele momento.

Lembro-me até hoje de quando brincamos juntos na areia da praia numa dia quente e vimos o pôr do sol lado a lado pela última vez antes de eu partir. Já tinha visto Erza chorar antes, mas dessa vez foi terrível, ela estava realmente triste, chateada, e a culpa era toda minha. Não conseguia suportar esse fato, e agora minha nova promessa era a de que um dia eu voltaria, eu estaria com ela de novo, bastava que ela me esperasse. Nós demos nossos dedinhos e prometemos isso, e agora eu iria cumprir, não importando como.

Mas eu demorei demais a retornar. Cresci, amadureci, minha vida mudou completamente, assim como a de meus pais. Nós conseguimos crescer na vida, e justamente por isso que hoje eu tinha conseguido me formar. No último semestre de minha faculdade — eu tinha me formado em Direito — meus amigos e eu tivemos a ideia de viajar para algum lugar e comemorar nossa formatura, e logicamente eu disse para irmos à praia, àquela praia tão especial. Não consegui pensar em outra coisa, somente no meu raio de sol que ainda me esperava na minha cidadezinha, a menina com quem eu sonhava todos os dias em ver o por do sol junto novamente, correr à beira do mar e abraça-la com toda a força de meu ser. Eu jamais a esqueci, eu não podia, eu não conseguia. Anos se passaram, eu nem mesmo sabia como ela estava, se ainda continuava morando lá ou não, se ainda se importava com nossa promessa. Agora eu entendia meu sentimento, eu a amava, como nunca seria capaz de amar alguém. Já não pensava tanto nela nessa época, mas meu amor estava enraizado e nunca poderia ser arrancado de mim.

Nós ficamos na antiga casa que eu morava quando criança, e a primeira coisa que fiz ao chegar foi procura-la. E quando a encontrei, quando a vi novamente, agora não mais como criança e sim como uma belíssima mulher, meu coração pareceu ter criado vida mais uma vez. Ela estava saindo de casa, usando um gracioso vestidinho branco que contrastava com seus cabelos que tinham crescido e se tornado uma verdadeira cascata de sangue. Estava tão maravilhosa, tão linda, e agora com os sentimentos mais amadurecidos, entendi que ela era tão magnetizante, poderosa e perigosa quanto um mar agitado, e que o brilho de seus olhos era capaz de me afogar assim como o oceano, e eu só pensava no quanto queria mergulhar e nunca mais voltar à superfície. Assim como pensei, corri para abraça-la, gritei seu nome pelas ruas e a tomei em meus braços com todo o meu amor. Naquele dia, finalmente senti como se meu coração tivesse se completado de novo. Ela chorou, e correspondeu ao meu abraço enquanto me xingava e dizia que eu tinha demorado demais.

O verão tinha retornado para minha vida finalmente.

Apresentei Erza aos meus amigos, queria aproximá-la de mim de novo, conhece-la novamente, afinal tinham se passado muitos anos e agora éramos pessoas diferentes, ao mesmo tempo em que não tínhamos mudado nada. Ela demorou a se acostumar, sentiu-se deslocada, ela continuava muito simples e humilde enquanto eu tinha mudado um pouco nesse aspecto, minha vida tinha melhorado afinal. Fazia tudo para que ela se enturmasse conosco, que me deixasse entrar em seu coração de novo, eu estava mais apaixonado do que nunca. Logo percebi que essa última parte não seria necessária, já que somente ao fitar o fundo de seus olhos, ver o rubor de suas bochechas e sentir o suor de suas mãos quando as apertava, sentir seu arrepio quando a abraçava, já me era a prova de que ela também continuava apaixonada por mim. Entretanto, ela estava resistente, parecia não colocar fé de que nós poderíamos retomar o tempo que perdemos, achava que eu tinha me esquecido de nossa promessa. Eu a provaria que não.

E foi numa noite de lua cheia que eu pensei que ela entenderia. Queria ficar sozinho com ela, apenas Erza, a lua e eu, e também as ondas do mar e as areias por baixo de nossos pés. Eu me declarei, sem nenhum tipo de receio ou incerteza de que tudo ficaria bem a partir de agora. Quer dizer, claro que me senti nervoso, eu estava confessando meus sentimentos à mulher que sempre amei, quem não se sentiria nervoso? Senti até borboletas no estômago, coisa para a qual eu já me achava velho demais. Mas não foi tão facilmente que ela cedeu, escondeu seus sentimentos de mim e disse que eu estava sonhando, que não podia ser aquilo, que isso já tinha passado há muito tempo e eu estava confuso. Não entendi, jurava que ela fosse dizer que me amava também, e que eu a pediria em namoro com a lua de testemunha. Beijou meu rosto e saiu, dizendo que eu deveria pensar melhor e ver que eu não podia estar apaixonado por ela. E depois disso, nós nos afastamos.

Nunca me senti tão decepcionado. Passei dias calado, tentando entender o que aconteceu, porque de repente ela não me quis. Será que eu estava realmente sonhando e ela não me amava mais? Tudo o que eu acreditava era uma grande mentira? Já estava quase na hora de eu partir para casa, e meu maior desejo, que era levar Erza junto comigo dessa vez, não iria se realizar. Meus amigos perceberam que eu estava abatido e perguntaram o que houve, e quando contei, falaram que era só eu superar que tudo ficaria bem. Mas como eu poderia? Por Deus, se fosse para eu superar, teria feito nos vários anos que fiquei longe de Erza. Mas pelo jeito esse sentimento era unilateral. O verão novamente tinha sido roubado de mim.

Era véspera da minha ida para a casa. Não queria ir sem antes contemplar meu por do sol preferido, mas não estava sendo a mesma coisa naquele dia. Eu me sentia triste e vazio, algo me faltava e para sempre me faltaria. Ou não, já que no momento em que o céu tinha tomado o tom que eu mais amava nesse mundo, o tom de escarlate, eu escutei o chamado que mudaria tudo. Erza tinha vindo até mim, ela veio me procurar na praia, e me encontrou naquele momento em que o sol se punha, tão simbólico para nós dois. Agora foi ela quem correu e me abraçou, agora foi ela quem se declarou. Eu jamais esqueceria suas palavras, aquele momento ficaria guardado em minha memória para sempre, a melhor lembrança de verão que eu poderia ter:

— Eu queria poder esquecer tudo isso. Você e eu nos tornamos pessoas tão diferentes, eu jamais poderia pertencer ao seu mundo, você merece alguém que tenha algo a acrescentar. Mas eu não consegui, eu nunca poderei me esquecer de ti, Jellal, eu nunca poderei corromper nossa promessa. Eu o amo mais do que tudo, e eu preciso que saiba disso pelo menos antes de partir.— ela me contou enquanto chorava em meu peito. Me emocionei, acariciei seus cabelos e a afastei de mim, olhando sua expressão chorosa e arrependida do que tinha feito, por ter desperdiçado o pouco tempo que tínhamos. Beijei sua testa e sequei suas lágrimas, e disse em seu ouvido:

— Nunca haverá outra mulher no mundo para mim além de você, meu amor. Não importa se nossa vida mudou ou não, para mim só o que importa é o que está aqui, — eu pus minha mão sobre meu peito, apertando minha camisa regata. — em meu coração. Eu amei a menina que você foi, e eu amo a mulher que é agora. E eu vou te amar para sempre, Erza Scarlet! — a chamei pelo apelido que tinha inventado há muito tempo, e ela deu o sorriso mais lindo do mundo. E este era apenas para mim.

E neste dia, eu finalmente pude expressar meu amor. E a testemunha do nosso primeiro beijo não foi a lua cheia como eu pensei que seria, e sim o pôr do sol tão escarlate. Pelo visto Deus havia preparado tudo de maneira perfeita para nós dois. Nos beijamos até nos cansarmos, fomos até um local mais afastado da praia e ficamos ali enquanto não víamos o tempo passar, somente nós, as ondas do mar e também uma fogueira, deixamos nosso amor nos consumir por aquele curto espaço de tempo. E quando o dia amanheceu, eu tive que partir novamente. Porém, novamente eu prometi que voltaria, e dessa vez não demoraria tanto, eu a teria para sempre.

Ela me esperou, esperou por meses, eu tinha muitas coisas para resolver. Eu só queria poder voltar para minha cidade agora, era pequena e eu demoraria a engrenar na minha carreira de Promotor ali, mas nada disso me importava, para tudo se dava um jeito. O verão estava de volta, eu nunca o senti tão intenso quanto daquela vez, eu queria essa sensação novamente, eu a queria para sempre. E quando tudo estava pronto, eu finalmente voltei, para agora não partir nunca mais. E ela estava lá, me esperando em sua casa, vendo diversos por do sois enquanto me aguardava. E tê-la em meus braços naquele dia, no dia em que finalmente pudemos cumprir nossa promessa, foi a melhor sensação que o verão podia ter me trazido. Eu, Jellal Fernandes, tornei-me o homem mais feliz do mundo naquele dia.

E agora, cinco anos depois de tudo isso, eu sentia novamente as sensações físicas do verão a me incomodar. O sol forte que entrava por nossa janela agora atrapalhou meu tão profundo sono, me fazendo abrir os olhos e bocejar, cansado. Senti um peso sobre mim, e sorri assim que vi a cabeleira escarlate em minha frente, e me arrepiei quando senti dois mamilos cutucando os meus. Namoramos por um ano e logo nos casamos, e desde então ela não era mais somente Erza Belserion, era Erza Belserion Fernandes, mas para mim ela para sempre seria Erza Scarlet. Desde então, tudo estava bem, como eu já tinha dito. Enfrentávamos a vida juntos, superávamos juntos todos os altos e baixos que esta nos trazia, e isso para mim era o amor verdadeiro. Beijei aqueles cabelos e me mexi um tantinho, que já foi o suficiente para despertar a mulher que repousava tranquilamente em meu peito, “em seu berço natural”, como ela gostava de me dizer sempre antes de se deitar ali.

Erza abriu seus olhos castanho-avermelhados e rolou para o lado, saindo de cima de mim e se espreguiçando, revelando sua completa nudez. Assisti aquilo com um sorriso de canto, e também sentindo um ardor nas costas, já que na noite passada a ruiva havia me arranhado completamente. Também era possível ver uns chupões causados por meus lábios em seu pescoço, colo, seios, barriga e coxas. A nossa noite tinha sido maravilhosa.

— Você não costuma acordar cedo assim! — me falou manhosa, se virando para meu lado e levando sua mão até meus cabelos azuis, enrolando seus dedos em seus pezinhos enquanto fitava meus olhos verdes.

— No verão o sol já está brilhando forte lá fora numa hora dessas, acabei acordando com a claridade! — eu bocejei, antes de trazê-la para mais pertinho de mim segurando sua lombar. — Mas não se preocupe, podemos dormir mais um pouquinho...

— Não gosta do verão, Jellal? — me perguntou com os olhos fechados e a voz sonolenta e baixa. Ri e beijei sua testa.

— Eu amo o verão. Eu o amo por ele ter me trazido você! — ela abriu os olhos e sorriu, me dando um selinho antes de se virar de costas para mim, e eu a abracei de conchinha para dormirmos daquela maneira. Encaixei meu rosto em seu pescoço e aspirei seu perfume de frutas silvestres, de morangos fresquinhos. Eu a amava perdidamente.

Eu ainda não sabia, mas dentro do ventre de minha esposa, estava sendo gerado um pequenino ser após nossa noite de amor. Era algo que eu esperava muito e ela também, e nosso pequeno bebê, assim como nós, cresceria sabendo que o verão poderia trazer as melhores sensações que se podia imaginar. Eu teria minha família, eu tinha minha felicidade, eu tinha meu amor, eu tinha o verão. Eu realmente só tinha lembranças boas a compartilhar.


Notas Finais


MÚSICA DO TRECHO CITADO NA FIC >> https://www.letras.mus.br/james-blunt/1745402/traducao.html
Antes de mais nada queria dedicar isso aqui às minhas formiguinhas lindas (mamain Riza, preá, Luiza, Denise e Ju), e tbm o pessoal do Twitter e quem me acompanha aqui no site, que tanto me incentivam a continuar escrevendo, mesmo minhas fics sendo umas bostas e eu tbm <3
Pequena história que surgiu na minha cabeça <3 Tentei escrever e acabou que saiu e eu gostei do resultado >.< Às vezes posso trazer essas pequenas one-shots que surgirem na minha cabeça, numa tentativa de voltar a me acertar com minha escrita *-*
Espero que tenham gostado, deixem seus comentários dizendo o que acharam <3 Até a próxima, bjos ;***


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