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História Lendo o Futuro. - Capitulo X


Escrita por: Megizzie

Capítulo 10 - Capitulo X


- Percebo. – ela nega e olha a filha que abre o livro e começa. - Capítulo 3 - A partida dos Dursley

O ruído da porta da frente batendo ecoou escada acima, e uma voz gritou:

— Ei! Você!

- Ele tem nome. – Gina faz careta.

- Quanta educação. – Scorpius faz careta.

- Um Malfoy que sabe o que é educação, surpreso. – alguém murmura.

- Quem disse isso? – Lana e Draco dizem irritados.

- Esquecem isso, continua Lana. – Mayara olha ambos e May segura a mão de Draco.

Dezesseis anos ouvindo este chamado não permitiu a Harry duvidar que era a ele que o tio estava se dirigindo; ainda assim, não respondeu imediatamente. Continuou a contemplar o caco de espelho em que, por uma fração de segundo, pensara ter visto um olho de Dumbledore. Somente quando o tio berrou “MOLEQUE!”, Harry se levantou vagarosamente e se encaminhou para a porta do quarto, parando, antes, para guardar o pedaço de espelho na mochila cheia com as coisas que ia levar.

— E vem se arrastando! — urrou Válter Dursley quando o garoto apareceu no alto da escada. — Desça aqui, quero falar com você!

- Ele não deve está feliz com a tal partida. – Harry diz.

Harry desceu a escada, as mãos enfiadas no fundo dos bolsos do jeans. Quando chegou à sala de estar, encontrou os três Dursley. Trajavam roupas de viagem: tio Válter vestia um blusão de zíper castor, tia Petúnia um elegante casaco salmão, e Duda, o primo forte, musculoso e louro, uma jaqueta de couro.

— Pois não? — disse Harry.

— Sente-se! — ordenou o tio. Harry ergueu as sobrancelhas. — Por favor! — acrescentou, fazendo uma ligeira careta como se a palavra lhe arranhasse a garganta.

- Ele conhece essa palavra? – Alvo diz surpreso.

Harry sentou-se. Pensou que sabia o que esperar. Válter Dursley começou a andar para cima e para baixo. Tia Petúnia e Duda acompanhavam seus passos com os rostos ansiosos. Por fim, o tio, com a cara larga e púrpura contraída de concentração, parou diante de Harry e falou:

— Mudei de ideia.

— Que surpresa — respondeu o garoto.

- Aposto que não é primeira vez que ele muda de ideia. – Harry comenta e Potter assente cansado.

— Não venha com ironias... — começou tia Petúnia com a voz esganiçada, mas o marido fez sinal para que ela se calasse.

— É tudo conversa fiada — afirmou ele, encarando Harry com seus olhinhos de porco. — Concluí que não acredito em uma única palavra. Vamos ficar aqui, não vamos a lugar algum.

Harry ergueu os olhos para o tio e sentiu uma mescla de exasperação e surpresa. Válter Dursley vinha mudando de ideia a cada vinte e quatro horas nas últimas quatro semanas, carregando o carro, descarregando-o e recarregando-o a cada mudança. O momento favorito de Harry tinha sido quando o tio, sem saber que Duda guardara os pesos de musculação na mala desde a última vez que fora descarregada, tentara colocá-la novamente no porta-malas e desequilibrou-se, soltando urros de dor e xingando horrores.

Muitos gargalharam imaginando essa cena.

— Pelo que me conta — disse Válter Dursley, recomeçando a andar pela sala — nós, Petúnia, Duda e eu, corremos perigo. Por conta de... de...

— Gente da “minha laia”, certo.

- Como assim gente da ¨minha laia¨? – Lilá pergunta confusa.

- Se você não percebeu, ele quis dizer bruxos. – Rose revira os olhos e fica resmungando chamando Lilá de lerda baixinho.

- O que você disse?

- Nada não. – sorri falsa e manda Lana continuar ler pois a mesma sorria querendo barraco enquanto Hermione queria rir.

— Pois eu não acredito — repetiu o tio, parando outra vez diante de Harry. — Passei metade da noite refletindo e acho que é uma armação para você ficar com a casa.

- Casa? Que casa? – Pergunta Harry confuso.

— A casa? — perguntou Harry. — Que casa?

Os amigos riem o olhando enquanto Malfoy comenta ¨previsível¨ provocando o amigo.

— Esta casa! — gritou o tio, a veia da testa começando a pulsar. — Nossa casa! Os preços das casas estão disparando por aqui! Você quer nos tirar do caminho, fazer meia dúzia de charlatanices e, quando a gente der pela coisa, as escrituras estarão em seu nome e...

— O senhor enlouqueceu? Uma armação para ficar com esta casa? Será que o senhor é realmente tão retardado como está parecendo ser?

— Não se atreva!... — guinchou tia Petúnia, mas, novamente, Válter fez sinal para a mulher se calar: ofensas sobre sua personalidade não se comparavam ao perigo que identificara.

- Acho que depois faremos uma visitinha para seus tios, Harry. – os gêmeos sorriem sapecas e Lana começa a pular animada.

- Posso ir junto?! Antes de irmos embora!

- Claro! – ela grita animada.

- Vai logo, Lana. – James diz emburrado pois quem sempre faz algo com ela é ele.

- Calma Jay. – ela pisca sorrindo maliciosa e Malfoy resmunga.

— Caso o senhor tenha esquecido — disse Harry — eu já tenho uma casa, meu padrinho a deixou para mim. Então, por que eu iria querer esta? Pelas boas lembranças que guardo daqui?

Harry sorrir agradecido para o padrinho.

Fez-se silêncio. Harry achou que impressionara o tio com esse argumento.

— Você quer me dizer que esse tal lorde...

— Voldemort — completou Harry impaciente — e já repassamos isso cem vezes. E não é o que quero dizer, é um fato, Dumbledore lhe disse isso no ano passado, e Kingsley e o Sr. Weasley...

Válter Dursley encolheu os ombros, encolerizado, e Harry imaginou que o tio estivesse tentando exorcizar as lembranças da inesperada visita de dois bruxos adultos, logo no início de suas férias de verão. A chegada de Kingsley Shacklebolt e Arthur Weasley à porta da casa fora um choque extremamente desagradável para os Dursley. Contudo, Harry tinha de admitir que não era de se esperar que o reaparecimento do Sr. Weasley, que no passado demolira metade da sala, deixasse seu tio feliz.

- Desculpe Harry. – Arthur estava tão vermelho quanto seus cabelos. – Devo ter que encrencado.

- Deve ter sido hilário, não liga Sr. Weasley. – o mesmo sorrir.

— Kingsley e o Sr. Weasley explicaram tudo muito bem — salientou Harry sem piedade. — Quando eu completar dezessete anos, o feitiço de proteção que me resguarda se desfará, e isto me põe em risco e a vocês também. A Ordem tem certeza de que Voldemort visará o senhor, seja para torturá-lo e descobrir aonde fui, seja por pensar que, se o fizer refém, eu tentarei vir salvá-lo.

O olhar do tio encontrou o de Harry. O garoto teve certeza de que naquele instante os dois estavam se perguntando a mesma coisa. Então, Válter recomeçou a andar e Harry continuou:

— O senhor precisa se esconder e a Ordem quer ajudar, ofereceu uma sólida proteção, a melhor que existe.

Tio Válter não respondeu, continuou a andar para cá e para lá. Lá fora, o sol batia diagonalmente sobre a cerca de alfeneiros. Na casa ao lado, o cortador de grama do vizinho parou mais uma vez.

— Pensei que houvesse um Ministério da Magia! — exclamou o tio bruscamente.

— Há — respondeu Harry, surpreso.

— Então, por que não podem nos proteger? Parece-me que, como vítimas inocentes, cujo único crime foi dar guarida a um homem marcado, deveríamos ter direito à proteção do governo!

- O ministério será o último a ajudar eles. – nega Resmus.

Harry riu; não conseguiu se conter. Era tão típico do seu tio depositar as esperanças nas instituições, mesmo as de um mundo que ele desprezava e não confiava.

— O senhor ouviu o que o Sr. Weasley e Kingsley disseram. Achamos que o inimigo está infiltrado no Ministério.

Tio Válter foi até a lareira e voltou, respirando com tanta força que ondulava o enorme bigode negro, seu rosto ainda púrpura de concentração.

— Muito bem — disse ele, parando mais uma vez diante do sobrinho. — Muito bem, vamos considerar a hipótese de que aceitemos essa proteção. Continuo sem entender por que não podemos recebê-la do tal Kingsley.

- Ele confia em você Kingsley. – Dumbledore que permanecia quieto olhou para o amigo que assentiu, não é à toa, Kingsley emanava confiança.

Harry conseguiu não erguer os olhos para o teto, mas a muito custo. A pergunta já tinha sido respondida meia dúzia de vezes.

— Como lhe expliquei — disse entre os dentes — Kingsley está protegendo o trouxa, quero dizer, o seu primeiro-ministro.

— Exatamente: ele é o melhor! — exclamou o tio, apontando para a tela escura da televisão.

Os Dursley tinham localizado Kingsley no telejornal, andando discretamente às costas do primeiro-ministro em visita a um hospital. Isto, e o fato de Kingsley ter aprendido a se vestir como um trouxa, sem esquecer da segurança que transmitia com sua voz lenta e grave, tinha levado os Dursley a aceitarem Kingsley de um jeito que certamente não se aplicara a nenhum outro bruxo, embora fosse verdade que eles nunca o tivessem visto de brinco.

- Pensamento estranhos, Harry. – Gina rir e o mesmo encolhe os ombros.

— Ele está ocupado — disse Harry. — Mas Héstia Jones e Dédalo Diggle estão mais do que qualificados para esse serviço...

- Dédalo? Com toda certeza vai dizer algo que não devia.

— Se ao menos tivéssemos visto os currículos deles... — começou tio Válter, mas Harry perdeu a paciência.

- Ops...

Levantando-se, dirigiu-se ao tio, agora ele próprio apontando para a televisão.

— Esses acidentes não são acidentes, as colisões, explosões, descarrilamentos e o que mais tenha acontecido desde a última vez que o senhor viu o telejornal. As pessoas estão desaparecendo e morrendo, e é ele que está por trás de tudo: Voldemort. Já lhe disse isso muitas vezes, ele mata trouxas para se divertir. Até os nevoeiros: são causados por dementadores, e se o senhor não lembra quem são, pergunte ao seu filho!

Harry balança a cabeça tentando tirar a imagem das férias da mente.

- Ao falar nisso. – Ginevra olha todos. – Soube que mandaram Umbridge para Askaban por uns anos – todos ficam surpresos pois não sabiam que fim deu na antiga professora.

- Aumentam os números, pois quem mandou aqueles dementadores até Harry foi ela, ela mandou atacarem Harry e o primo para que ele não tivesse escolha a lançar feitiço patronus.

- Na nossa época ela foi acusada de crimes contra nascidos trouxas e recebeu pena de prisão perpétua em Azkaban. – Potter olha o ministro.

– Espero que faça o certo uma vez na vida, ela não merece piedade. – Mayara diz amarga e o ministro não sabe o que dizer, apenas olha Dumbledore desesperado por ajuda, mas o mesmo estava quieto aparentemente pensativo.

As mãos de Duda ergueram-se bruscamente para cobrir a própria boca. Sentindo os olhos dos pais e de Harry postos nele, tornou a baixá-las lentamente e perguntou:

— Tem... mais daqueles?

— Mais? — Riu-se Harry. — Você quer dizer mais do que os dois que nos atacaram? Claro que tem, tem centenas, talvez milhares a essa altura, uma vez que se alimentam do medo e do desespero...

— Está bem, está bem — trovejou Válter Dursley. — Você me convenceu...

— Espero que sim, porque quando eu completar dezessete anos, todos eles, os Comensais da Morte, os dementadores e até os Inferi, que é como chamamos os mortos-vivos enfeitiçados por um bruxo das trevas, poderão encontrar vocês e certamente atacá-los. E se lembrarem da última vez que tentaram ser mais rápidos do que os bruxos, acho que irão concordar que precisam de ajuda.

Houve um breve silêncio em que o eco distante de Hagrid derrubando uma porta de madeira deu a impressão de reverberar pelos anos transcorridos desde então.

Hagrid coça a barba tentando disfarçar o embaraço, quase não o via corado pelos cabelos, mas Harry sabia que o amigo meio gigante estava.

Tia Petúnia olhava para tio Válter; Duda encarava Harry. Por fim, o tio perguntou abruptamente:

— E o meu trabalho? E a escola de Duda? Suponho que essas coisas não tenham importância para um bando de bruxos vagabundos...

— Será que o senhor não compreende? — gritou Harry. — Eles torturarão e matarão vocês como fizeram com os meus pais!

Harry abaixou a cabeça ele não gostava falar sobre a morte de seus pais. Neville que sabia mais ou menos o que o amigo sentia sorrir de lado.

— Pai — disse Duda em voz alta — pai... eu vou com esse pessoal da Ordem.

- Se Duda for eles vão também. – Harry assente.

— Duda — comentou Harry — pela primeira vez na vida você está demonstrando bom senso.

Ele sabia que a batalha estava ganha. Se Duda estivesse suficientemente apavorado para aceitar a ajuda da Ordem, os pais o acompanhariam; separarem-se de Duda estava fora de questão. Harry olhou para o relógio de alça sobre o console da lareira.

— Eles estarão aqui dentro de uns cinco minutos — anunciou e, diante do total silêncio dos Dursley, saiu da sala.

A perspectiva de se separar, provavelmente para sempre, dos tios e do primo era algo que ele conseguia imaginar com alegria, mas, ainda assim, havia um certo constrangimento no ar. Que se dizia a parentes ao fim de dezesseis anos de intensa e mútua aversão?

- Mutua aversão? – Dino Thomas o olha confuso e Harry fica constrangido, nunca falara para ninguém como era tratado pelos tios, os únicos que sabiam são os mais próximos e a Ordem que não tinha como saberem, pois cada um viram pessoalmente.

De volta ao próprio quarto, Harry mexeu a esmo na mochila, depois empurrou umas nozes pelas grades da gaiola de Edwiges. Elas produziram um som oco ao bater no fundo, onde a coruja as ignorou.

— Logo, logo estaremos indo embora daqui — disse-lhe Harry. — Então você vai poder voar novamente.

A campainha da porta tocou. Harry hesitou, em seguida tornou a sair do quarto e descer: era demais esperar que Héstia e Dédalo enfrentassem os Dursley sozinhos.

— Harry Potter! — esganiçou-se uma voz animada, no instante em que ele abriu a porta; um homenzinho de cartola lilás fez-lhe uma profunda reverência. — Uma honra como sempre!

- Adivinha quem é? – Jorge rir.

- Não faço a mínima. – irônico.

— Obrigado, Dédalo — respondeu Harry, concedendo um sorriso breve e inibido a Héstia, a bruxa de cabelos escuros. — É realmente uma gentileza fazerem isso... eles estão aqui dentro, meus tios e meu primo...

— Bom dia aos parentes de Harry Potter! — exclamou Dédalo, feliz, entrando na sala de estar.

Os Dursley não pareceram nada felizes com a saudação; Harry chegou a pensar que mudariam mais uma vez de ideia. Duda se encolheu junto à mãe ao ver os bruxos.

Que garoto medroso.

- Ele não teve boas recordações de bruxos. – Harry rir e olha Hagrid.

— Vejo que já fizeram as malas e estão prontos. Excelente! O plano, como Harry deve ter-lhes dito, é simples — prosseguiu Dédalo, puxando do colete um enorme relógio de bolso e consultando-o. — Vamos sair antes de Harry. Devido ao perigo de se usar magia em sua casa, porque Harry ainda é menor de idade, e isto poderia dar ao Ministério uma desculpa para prendê-lo, seguiremos de carro, digamos, por uns dois quilômetros. Então, desaparataremos até o local seguro que escolhemos para os senhores. Imagino que saiba dirigir, não? — perguntou o bruxo a tio Válter educadamente.

Harry gemeu, péssima coisa a se dizer.

- Eu não disse que ia dizer alguma pérola. – Tonks ria.

— Saiba...? Claro que sei dirigir muito bem! — respondeu ele bruscamente.

— É preciso muita inteligência, senhor, muita inteligência. Eu ficaria absolutamente abobalhado com todos aqueles botões e alavancas de puxar e empurrar — disse Dédalo.

Sem dúvida, o bruxo pensava estar elogiando Válter Dursley, que visivelmente ia perdendo confiança no plano a cada palavra que Dédalo dizia.

— Nem ao menos sabe dirigir — resmungou, entre os dentes, ondulando o bigode de indignação, mas, por sorte, nem Dédalo nem Héstia pareceram ouvi-lo.

— Você, Harry — continuou Dédalo — irá esperar aqui por sua guarda. Houve uma pequena mudança nos preparativos...

— O que quer dizer? — perguntou Harry, surpreso. — Pensei que Olho-Tonto viria para fazer comigo uma aparatação acompanhada, não?

— Inviável — respondeu Héstia, concisamente. — Olho-Tonto lhe explicará.

Os Dursley, que tinham escutado tudo com expressões de total incompreensão nos rostos, sobressaltaram-se ao ouvir um guincho alto: “Apressem-se!” Harry correu os olhos pela sala e se deu conta de que a voz saíra do relógio de bolso de Dédalo.

— Tem razão, estamos operando com um horário apertado — comentou o bruxo, assentindo para o relógio e tornando a enfiá-lo no bolso do colete. — Estamos tentando cronometrar sua saída da casa com a desaparatação de sua família, Harry; assim, o feitiço se desfaz no momento em que todos estiverem rumando para um destino seguro. — E, voltando-se para os Dursley: — Então, estamos com as malas feitas e prontos para partir?

Nenhum deles lhe respondeu: tio Válter ainda olhava espantado para o volume no bolso do colete de Dédalo.

- O que ele acha que é? É apenas um relógio. – muitos riam.

— Talvez a gente devesse esperar lá fora no hall, Dédalo — murmurou Héstia: era evidente que considerava indelicado permanecerem na sala enquanto Harry e os Dursley, talvez às lágrimas, trocavam despedidas amorosas.

Harry e sua família do futuro começaram a gargalhar dessa ideia deixando muitos confusos.

— Não precisa — murmurou Harry, mas tio Válter tornou qualquer explicação desnecessária ao dizer em voz alta:

— Então, adeus, moleque. — Ergueu o braço direito para apertar a mão do garoto, mas, no último instante, pareceu incapaz de fazê-lo, e simplesmente fechou a mão e começou a sacudi-la para a frente e para trás como se fosse um metrônomo.

— Pronto, Duzinho? — perguntou tia Petúnia, verificando, atrapalhada, o fecho da bolsa de mão para evitar sequer olhar para Harry.

Duda não respondeu, mas ficou parado ali com a boca entreaberta, lembrando ligeiramente a Harry o gigante Grope.

Hagrid por um momento temeu que alguém perguntas, esperava que pela segunda vez o irmão saísse despercebido.

— Vamos, então — disse o tio.

Ele já alcançara a porta da sala quando Duda murmurou:

— Eu não estou entendendo.

— O que não está entendendo, fofinho? — perguntou tia Petúnia, erguendo a cabeça para o filho.

Duda estendeu a mão, que mais parecia um presunto, e apontou para Harry.

— Por que ele não está vindo com a gente?

Tio Válter e tia Petúnia congelaram onde estavam, como se o filho tivesse acabado de expressar o desejo de ser uma bailarina.

- Bela comparação. – Gina rir e olha Harry que estava olhando o livro assustado. – Ah, então essa é a cara que eles fizeram.

— Quê?! — exclamou tio Válter em voz alta.

— Por que ele não está vindo também? — repetiu Duda.

— Ora, ele... ele não quer — respondeu tio Válter, virando-se com um olhar feroz para o sobrinho e acrescentando: — Você não quer, não é mesmo?

— Nem pensar — confirmou Harry.

— Viu? — disse tio Válter ao filho. — Agora ande, estamos indo.

E saiu da sala; todos ouviram a porta da frente abrir, mas Duda não se mexeu e, após alguns poucos passos hesitantes, tia Petúnia parou também.

— Que foi agora? — vociferou tio Válter, reaparecendo à porta.

Aparentemente, Duda lutava com conceitos demasiado difíceis para expressar em palavras. Passados vários segundos de um conflito interior visivelmente doloroso, ele perguntou:

— Mas aonde ele está indo?

Harry permanecia muito confuso com essa conversa.

Tia Petúnia e tio Válter se entreolharam. Era óbvio que Duda estava apavorando os pais.

Héstia Jones rompeu o silêncio.

— Mas... certamente o senhor sabe aonde está indo o seu sobrinho, não? — perguntou, demonstrando perplexidade.

— Certamente que sabemos — retrucou Válter Dursley. — Está indo embora com uns tipos da sua laia, não é? Certo, Duda, vamos para o carro, você ouviu o que o homem disse, estamos com pressa.

Mais uma vez, Válter Dursley se dirigiu resolutamente à porta da frente, mas Duda não o acompanhou.

— Indo embora com uns tipos da nossa laia?

Héstia pareceu ultrajada. Harry já vira essa reação antes: bruxos se mostrarem perplexos ao constatar que os parentes vivos mais próximos tivessem tão pouco interesse no famoso Harry Potter.

— Tudo bem — Harry tranquilizou-a. — Não faz diferença, sinceramente.

- Deveria fazer diferença. – Minerva se sentia mal por ter permitido Dumbledore deixar Harry com os tios.

— Não faz diferença? — repetiu Héstia, sua voz se alteando ameaçadoramente. — Essas pessoas não entendem o que você tem sofrido? O perigo em que se encontra? A posição única que você ocupa no coração dos que militam no movimento anti-Voldemort?

— Ah... não, não entendem — respondeu Harry. — Na verdade, acham que sou um desperdício de espaço, mas estou acostumado...

— Eu não acho que você seja um desperdício de espaço.

Harry escorregou estranhamente do pufe enquanto May gargalhava da reação do mesmo junto das crianças futuras.

- O que houve? – Carlinhos o olha confuso.

- Isso é praticamente um ¨Te amo¨ vindo dele!

Se Harry não tivesse visto a boca do garoto mexer, talvez não tivesse acreditado. Tendo visto, entretanto, ficou olhando para Duda durante vários segundos antes de aceitar, por um detalhe, que devia ter sido o primo quem falara: seu rosto avermelhara. E Harry estava, ele próprio, sem graça e pasmo.

— Hã... obrigado, Duda.

Novamente, Duda pareceu lutar com pensamentos demasiado difíceis, antes de murmurar:

— Você salvou a minha vida.

— Não foi bem assim. Era a sua alma que o dementador queria...

- Tao Harry...- Mione rir.

Harry olhou com curiosidade para o primo. Eles virtualmente não tinham tido contato durante este verão ou o anterior, porque ele voltara à rua dos Alfeneiros por poucos dias e ficara em seu quarto a maior parte do tempo. Ocorria-lhe agora, porém, que a xícara de chá em que pisara aquela manhã talvez não tivesse sido uma armadilha. Embora bastante comovido, sentiu-se aliviado ao constatar que Duda aparentemente esgotara sua capacidade de expressar sentimentos. Depois de abrir a boca mais uma ou duas vezes, o primo mergulhou em ruborizado silêncio.

Tia Petúnia rompeu em lágrimas. Héstia Jones lhe lançou um olhar de aprovação que se transformou em revolta quando a mulher se adiantou rapidamente e abraçou Duda em vez de Harry.

— Que amor, Dudoca... — soluçou ela encostada no largo peito do filho — q-que beleza de ggaroto... ag-gradecendo...

— Mas ele não agradeceu! — exclamou Héstia, indignada. — Ele só disse que não achava que Harry fosse um desperdício de espaço!

— É, mas, vindo de Duda, isto equivale a dizer “eu te amo” — explicou Harry, dividido entre a contrariedade e a vontade de rir, quando tia Petúnia continuou agarrada a Duda como se ele tivesse acabado de salvar Harry de um prédio em chamas.

- Vão virar amiguinhos agora. – May zoa o amigo que faz careta.

— Então, vamos ou não vamos? — urrou tio Válter, reaparecendo à porta da sala de estar. — Pensei que estávamos em cima da hora!

— Claro... claro, estamos — respondeu Dédalo Diggle, que parara diante dessa troca de palavras com ar de estupefação, e agora parecia ter voltado ao normal. — Realmente precisamos ir, Harry...

O bruxo se adiantou aos tropeços e apertou a mão de Harry entre as suas.

—... boa sorte. Espero que voltemos a nos encontrar. Você carrega nos ombros as esperanças do mundo bruxo.

- Belas palavras. – Rose revira os olhos.

- Você resmunga por tudo, Rosa. – Scorpius a olha e a mesma cora.

- Não me chame de Rosa. – vira o rosto para ele não ver o rubor em seu rosto.

— Ah, certo. Obrigado.

— Adeus, Harry — disse Héstia, também apertando sua mão. — Os nossos pensamentos o acompanharão.

— Espero que tudo corra bem — disse Harry, lançando um olhar a Petúnia e Duda.

— Ah, tenho certeza que vamos acabar nos tornando os melhores amigos — disse Diggle animado, acenando com a cartola ao sair da sala.

- Claro. – Harry e os amigos da Ordem riem de Dédalo.

Héstia acompanhou-o.

Duda se soltou gentilmente das garras da mãe e se adiantou para Harry, que precisou conter o impulso de ameaçá-lo com um feitiço. Então, o primo estendeu a manzorra rosada.

— Caramba, Duda — disse Harry, sobrepondo-se aos renovados soluços de tia Petúnia — será que os dementadores sopraram para dentro de você uma nova personalidade?

— Sei lá — murmurou Duda. — A gente se vê, Harry.

— É — respondeu Harry, apertando a mão do primo e sacudindo-a. — Quem sabe. Se cuida, Dudão.

Harry estava em choque pelo primo.

Duda quase sorriu e em seguida saiu, desajeitado, da sala. Harry ouviu seus passos pesados na entrada de saibro, então a porta de um carro bateu.

Tia Petúnia, cujo rosto estivera enfiado no lenço, olhou para os lados ao ouvir a batida. Pelo jeito, não esperava se ver sozinha com Harry. Guardando apressada o lenço molhado no bolso, disse:

— Bom... adeus. — E dirigiu-se resoluta à porta, sem olhar para o sobrinho.

— Adeus — respondeu Harry.

Ela parou e olhou para trás. Por um momento, Harry teve a estranhíssima sensação de que ela queria lhe dizer alguma coisa: a tia lhe lançou um olhar estranho e trêmulo que pareceu oscilar à beira da fala, então, com um movimento brusco da cabeça, saiu apressada da sala para se reunir ao marido e ao filho.

- Acabou. – Lana recolhe o livro.

- O que será que ela ia dizer?

- Acho que algo relacionado a sua mãe. – Remus comenta.

- Por que acha isso?

- Dedução.

- Que fome! – ambos os Ron e Hugo reclamam.

- Acho que está na hora de almoçarmos. – assim que Dumbledore termina as mesas voltam cheias de comida.

- Olha quem está ao meu lado. – May sorrir para Draco.

- Não sei porque estou aqui, mas vou continuar só porque estou com fome. –resmunga  vai escolher oque comer.

- Claro.



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