História Leon e Nilce - True Love Forever - Amor

"Andei até a beira do abismo. Olhei para baixo. Dei um suspiro. 

- NILCE! NÃO! - Zoe e Leon gritaram ao mesmo tempo. Mas era tarde demais. Eu caí numa escuridão profunda."

____________________________________________________________________________________________________

P.O.V Leon

- Não! Não! Não! Nilce! - Eu estava ajoelhado na beira do abismo, chorando e gritando. O que ela tinha feito? Não pode ser... Não agora... Não a Nilce... Deitei-me no chão, chorando amargamente. Todo o meu mundo havia desabado. Tudo que eu tinha construído. A única coisa boa que a vida me deu... E agora... Agora... Agora ela simplesmente se foi! Eu estou sozinho agora. O amor da minha vida, meu único grande amor, se foi. 

- Leon... Eu... Sinto... Tanto... - Zoe disse entre soluços.

Senti o ódio subir em meu corpo. Notei que antes de se jogar, Nilce havia deixado sua adaga cair. Mil coisas se passaram na minha cabeça, como simplesmente atingir Zoe, ou até mesmo jogá-la do abismo. Mas não valia a pena. Nilce nunca me perdoaria e nunca iria querer isso! No final, a culpa é toda minha! Se eu nunca tivesse entrado naquele maldito jogo... Se aquela maldita pessoa nunca tivesse me pedido no Twitter. De repente, pensei em algo. O cara do Twitter... Ele foi o único que indicou esse jogo! E Zoe continuou viva! Talvez... Talvez eu possa encontrar esse desgraçado e fazer ele trazer a Nilce de volta! Sim! É claro! Mas o único criador do jogo era Maycon... E ele está morto... Não pode ser. De repente, Victor como se lesse meus pensamentos disse:

- Nós podemos salvar Nilce. A verdade é que o jogador nunca morre. Leon, você me contou que tinham destruído Maycon. Mas veja, ele quem criou esse jogo, ele não pode morrer no seu próprio jogo, e se ele realmente estivesse morto, o jogo já teria se auto-destruído. 

- Mas como o jogo se auto destruiria? - Zoe perguntou, em soluços. 

- Veja, o criador deve dar sua alma para o jogo virar realidade. No momento que ele morre, sua alma já não vale de nada, então o jogo se destrói. - Victor respondeu, com um brilho nos olhos. - E veja, eu passei quinze anos aqui, então ouvi diversas coisas. E uma coisa que eu ouvi, é que há túneis lá embaixo, onde sua esposa caiu. 

- Então... Nós podemos realmente salvá-la? - Perguntei, com esperança.

- Sim!  Veja, eu só não sei andar pelo castelo. - Victor respondeu.

- Daniel... Talvez... Ele possa nos ajudar. - Zoe disse.

- Quem é Daniel? - Victor perguntou.

- Longa história. - Respondi. - Nós não temos tempo para encontrar um anjo morto.

Me arrependi na hora de ter dito isso. Notei que Zoe ficou mais ferida e culpada do que já estava.

- Tem alguém vindo! Rápido, se escondam. - Victor mandou.

Corremos até atrás de uma parede vermelha e esperamos. 

- Vamos. O mestre nos espera. Aquela mulherzinha agora vai saber o que é bom. - Dois guardas passaram falando. 

Mestre? Que mestre? Droga! Tenho que achar a Nilce rápido. Quando os guardas estavam longe, olhamos pelo corredor, a barra estava limpa.

- Precisamos encontrar a Nilce. - Falei. 

- Sim. Vamos seguir estes guardas, eles estão indo até ela. - Victor disse.

- Tudo bem, vamos. Mas sejam silenciosos e cuidadosos. - Zoe finalizou.

Nós três seguíamos os guardas de uma distância boa. Nem muito longe e nem muito perto. Aquele castelo era imenso. Olhei para Victor. Eu confiava nele, mas algo me parecia estranho. Como alguém pode ter ficado quinze anos aqui? Ele nunca conseguiu escapar!? E por que logo quando eu apareci, ele decidiu se rebelar? E se no final, ele for o vilão? De repente, Victor me encarou e fez uma expressão de dúvida. 

- Algum problema, Leon? - Ele perguntou, num tom de voz baixo.

- Nenhum. - Menti.

Os guardas então, chegaram numa porta imensa. Era feita de ferro, provavelmente revestida com aço. Eu, Victor e Zoe nos entreolhamos. 

- No meu sinal, a gente corre pra dentro! A porta só vai abrir uma vez, e é a nossa única chance. - Zoe sussurrou.

Eu e Victor concordamos com a cabeça, aguardando o sinal de Zoe. Um dos guardas bateu cinco vezes na porta, e aguardou. Alguns segundos depois, a porta foi se abrindo, devagar. Olhei para Zoe, aguardando seu sinal. Ela hesitou, hesitou, até que finalmente:

- AGORA! - Zoe gritou.

Nunca corri tanto em minha vida. Meus pulmões até arderam. Os guardas se viraram tão lentamente, que nem tiveram tempo de ver a adaga de Zoe os cortando ao meio. E como ela disse, a porta se fechou em questão de segundos. Estava respirando ofegante. Olhei a sala que nos encontrávamos. Era toda feita de ouro. Parecia uma sala de estar, os móveis eram normais, como a casa de uma pessoa mortal. A única coisa estranha, é que havia um corredor bem escuro no fim da sala. Em cima, havia uma placa escrita:

"Seja bem-vindo!"

Na verdade, achei aquilo MUITO ESTRANHO. Tudo neste mundo era bizarro, e de repente, uma mensagem dessas, bem receptiva... Olhei para Zoe e Victor. Sabia no que eles estavam pensando.

- Vamos ter que entrar. - Victor murmurou.

- Sim. - Zoe disse.

Quando começamos a andar, escutamos uma gargalhada alta, e eu reconheceria aquela gargalhada em qualquer lugar. Era de Nilce. Estava prestes a correr, quando Zoe me segurou e colocou seu dedo indicador em sua boca, pedindo silêncio. Nós nos escondemos atrás de um sofá de ouro. Espiei o corredor, e vi Nilce saindo de lá. Ela usava um vestido vermelho bem decotado, um salto alto preto bem fino, além de usar muita maquiagem. Ela também segurava uma taça de vinho nas mãos, e estava acompanhada de um homem que eu não conhecia. Não entendi aquilo direito. Senti uma raiva começar a crescer em mim, mas tentei me controlar. Observei aquela situação. 

- Aí, você é simplesmente incrível! Sempre me mata de rir, Nathan! - Nilce disse, entre gargalhadas.

- Nilce, Nilce, Nilce... Eu que adoro ficar fazendo companhia pra você. É sempre um prazer para mim. - Esse tal de Nathan disse.

- É sério que você já tem que ir? - Nilce perguntou, fazendo cara de cachorrinho que caiu da mudança.

- Infelizmente, minha querida. Você sabe, tem intrusos no castelo, e não queremos que eles te machuquem. Não suportaria ver minha dama machucada. - Nathan respondeu. - Mas não se preocupe, eu volto aqui para te ver.

Nilce deu um sorriso para o rapaz, e então disse:

- Esse Leon parece ser o pior dos infratores! Aplique a pior punição a ele, meu anjo. E aquela Zoe, uma desertora! Demos todo esse mundo a ela, e ela nos traiu por um caído qualquer. - Nilce disse, e confesso que senti um arrepio na espinha.

- Se quiser, eu o trago para você, minha dama. Todo o reino sabe que você é a mestre em punições. - Nathan disse, com um sorriso malicioso.

- Com certeza, meu anjo. Com certeza. - Nilce deu um sorriso e olhou fixo para uma cômoda de ouro. Provavelmente, pensando em várias torturas.

De repente, a porta se abriu e diversos guardas entraram. Nilce se assustou e disse em um grito:

- O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? JÁ NÃO SE PODE TER MAIS PRIVACIDADE!?

- Senhorita, sentimos muito, mas os infratores estão nesta sala! - Um dos guardas que parecia o líder do grupo respondeu.

- O que!? Como podem ter certeza disso!? - Nilce perguntou.

- Enviamos dois guardas, e eles deviam mandar um comunicado quando chegassem. O comunicado nunca chegou, porém, a porta foi aberta! - O guarda respondeu.

Olhei para Zoe e Victor. Ambos estavam pálidos. 

- ENTÃO PEGUEM-NOS! AGORA!  - Nilce gritou.

De repente, todos os guardas nos cercaram. Levantei e olhei nos olhos de Nilce. Sua expressão estava vazia. Não demonstrava nada. Aquela não era a minha Nilce... Não era...

- NILCE! VOCÊ ME CONHECE! SOU EU, A ZOE! O QUE FIZERAM COM VOCÊ? - Zoe gritou, aos prantos.

- Menina, que insolência. Para você, é vossa alteza. E como assim o que fizeram comigo? Você sabe muito bem, sua desertora. Sempre fui a rainha deste jogo. Sempre aplicando as punições necessárias. Demos este mundo a você, e você nos traiu. Por isso, irá pagar! - Nilce respondeu. - Assim como seus amigos.

Nilce então abriu um sorriso de deboche. 

- Levem-nos ao meu quarto de diversão! - Nilce ordenou.

Os guardas então nos levaram, a força. Entramos no corredor escuro, e quanto mais nós entrávamos nele, mais gritos nós escutávamos. Era terrível. Seriam todos aqueles, quartinhos de punições!? Os guardas então, abriram uma porta, e uma luz branca muito forte se revelou. Eles então, nos prenderam com correntes e disseram:

- Agora, é só aguardar vossa alteza.

Eles então saíram, fecharam a porta e nos deixaram sozinhos. Olhei em volta. Tinha uma mesa com vários instrumentos de tortura. Olhei para Victor e Zoe. Victor ficara calado o tempo todo. Zoe chorava. 

- Sinto muito, pessoal. - Falei, em um suspiro.

- A culpa não é sua, Leon. - Zoe disse, em soluços.

- Ainda temos uma chance. - Victor falou, subitamente.

Olhei para ele, um pouco confuso. 

- Veja, se vocês perceberam o olhar de Nilce, estava vazio. Sem sentimentos. Ela provavelmente está em um transe, onde não consegue se lembrar de nada. Talvez... Talvez, você, Leon, consiga restaurar a memória dela. - Ele explicou.

- Mas como? Ela nem me reconheceu ao olhar para mim. - Falei, cabisbaixo.

- Mas veja, estamos em um jogo, onde tudo devia ser perfeito para Zoe e o criador. Ele queria um verdadeiro conto de fadas, e se ele realmente criou isso? Nos contos de fada, o que desperta uma pessoa? - Ele perguntou, entusiasmado.

- Um beijo de amor verdadeiro. - Zoe respondeu, como se fosse óbvio e olhou para Victor com um sorriso. - É CLARO! 

Olhei para os dois, como se eles fossem loucos.

- Vocês dois realmente acham que isso daria certo? - Perguntei.

- Não custa tentar. - Victor disse.

- Certo, mas primeiro, como eu consigo me soltar? - Perguntei.

Zoe então olhou para cima, e depois para mim com uma cara de sapeca.

- E se você não precisasse sair daí? E se você atraísse Nilce perto o suficiente para beijá-la? - Zoe disse.

Achei uma boa ideia. De repente, vi que a expressão de Zoe mudou, e ela franziu o cenho. Quando ia dizer alguma coisa, foi interrompida pela abertura da porta. Nilce havia chegado, dessa vez, com uma roupa diferente. Ela usava jaleco, havia tirado o vestido e o salto, agora usava uma calça larga, com um sapato largo. 

- E então, quem vai ser o primeiro? - Nilce perguntou, dando um sorriso.